"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de abril de 2014

ESTATUTO DA DIVERSIDADE SEXUAL - UMA ABERRAÇÃO



Parir um Supla não é para qualquer uma...
Tomei um susto quando li esse absurdo no Facebook, resolvi apurar a veracidade dessa ignomínia - que mesmo em se tratando de uma imbecil como Marta é forte demais - e confesso que não achei um texto exatamente igual: encontrei coisas ainda piores! Muitos palpites e opiniões excretados por essa demente que não valem à pena serem reproduzidos.

Mas entre alguns outros absurdos encontrei o “Anteprojeto do Estatuto da Diversidade Sexual” (íntegra aqui), que tem 109 artigos que alteram 132 dispositivos legais, elaborado por uma tal Comissão Nacional de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil, e que conta com Marta como maior entusiasta. “O Estatuto da Diversidade Sexual é um avanço. Isso nunca havia sido pensado em relação às questões LGBT”, disse a idiota, classificando-o como de importância “inquestionável”.

Entre outras coisas, o Estatuto defende que o Estado é obrigado a investir dinheiro público para homossexuais que querem caros procedimentos de reprodução assistida por meio do Sistema Único de Saúde  e também o Estado é obrigado a criar delegacias especializadas para o atendimento de denúncias por preconceito sexual contra homossexuais, atendimento privado para exames durante o alistamento militar e assegura a visita íntima em presídios para homossexuais e lésbicas.

O “Blog do Bronca” mostra seleciona alguns artigos absurdos - todos o são - que reproduzo aqui. Como o “Bronca” diz, “eis alguns dos ‘avanços’ que o Estatuto da Diversidade Sexual propõe”:

Legitimação da PEDOFILIA e outras anormalidades sexuais:
Título III, Art. 5º § 1º - É indevida a ingerência estatal, familiar ou social para coibir alguém de viver a plenitude de suas relações afetivas e sexuais.
Sob essa lei, a família nada poderá fazer para inibir um problema sexual nos filhos. A sociedade nada poderá fazer. E autoridades governamentais que ainda restarem com um mínimo de bom senso estarão igualmente impedidas de “interferir”.

Retirar o termo PAI E MÃE dos documentos:
Título VI, Art. 32 - Nos registros de nascimento e em todos os demais documentos identificatórios, tais como carteira de identidade, título de eleitor, passaporte, carteira de habilitação, não haverá menção às expressões “pai” e “mãe”, que devem ser substituídas por “filiação”.
Essa lei visa beneficiar diretamente os ajuntamentos homossexuais desfigurados tratados como família. Para que as crianças se acostumem com “papai e papai” ou “mamãe e mamãe”, é preciso eliminar da mente delas o normal: “papai e mamãe”.

Começar aos 14 anos os preparativos para a cirurgia de mudança de sexo aos 18 anos (pode começar com hormônios sexuais para preparar o corpo):
Título VII, Art. 37 - Havendo indicação terapêutica por equipe médica e multidisciplinar de hormonoterapia e de procedimentos complementares não-cirúrgicos, a adequação à identidade de gênero poderá iniciar-se a partir dos 14 anos de idade.

Título VII, Art. 38 - As cirurgias de redesignação sexual podem ser realizadas somente a partir dos 18 anos de idade.

Cirurgias de mudança de sexo nos hospitais particulares e no SUS:
Título VII, Art. 35 - É assegurado acesso aos procedimentos médicos, cirúrgicos e psicológicos destinados à adequação do sexo morfológico à identidade de gênero.
Parágrafo único - É garantida a realização dos procedimentos de hormonoterapia e transgenitalização particular ou pelo Sistema Único de Saúde - SUS.

Uso de banheiros e vestiários de acordo com a sua opção sexual do dia:
Título VII, Art. 45 - Em todos os espaços públicos e abertos ao público é assegurado o uso das dependências e instalações correspondentes à identidade de gênero.

Não é permitido deixar de ser homossexual com ajuda de profissionais nem por vontade própria:
Título VII, Art. 53 - É proibido o oferecimento de tratamento de reversão da orientação sexual ou identidade de gênero, bem como fazer promessas de cura.

O Kit Gay será desnecessário, pois será dever do professor sempre abordar a diversidade sexual e consequentemente estimular a prática:
Título X, Art. 60 - Os profissionais da educação têm o dever de abordar as questões de gênero e sexualidade sob a ótica da diversidade sexual, visando superar toda forma de discriminação, fazendo uso de material didático e metodologias que proponham a eliminação da homofobia e do preconceito.

Contos infantis que apresentem casais heterossexuais devem ser banidos se também não apresentarem duplas homossexuais travestidas de “casais:
Título X, Art. 61 - Os estabelecimentos de ensino devem adotar materiais didáticos que não reforcem a discriminação com base na orientação sexual ou identidade de gênero.

As escolas não podem incentivar a comemoração do Dia dos Pais e das Mães:
Título X, Art. 62 - Ao programarem atividades escolares referentes a datas comemorativas, as escolas devem atentar à multiplicidade de formações familiares, de modo a evitar qualquer constrangimento dos alunos filhos de famílias homoafetivas.

Cotas nos concursos públicos para homossexuais assim como já existem para negros no RJ, MS e PR e cotas em empresas privadas com já existe para deficientes físicos:
Título XI, Art. 73 - A administração pública assegurará igualdade de oportunidades no mercado de trabalho a travestis e transexuais, transgêneros e intersexuais, atentando ao princípio da proporcionalidade.
Parágrafo único - Serão criados mecanismos de incentivo a à adoção de medidas similares nas empresas e organizações privadas.

Casos de pedofilia homossexual irão correr em segredo de justiça:
Título XIII, Art. 80 - As demandas que tenham por objeto os direitos decorrentes da orientação sexual ou identidade de gênero devem tramitar em segredo de justiça.

Censura a piadas sobre gays:
Título XIV, Art. 93 - Os meios de comunicação não podem fazer qualquer referência de caráter preconceituoso ou discriminatório em face da orientação sexual ou identidade de gênero.
 
13 de abril de 2014

PORTO QUE LULA DEU DE PRESENTE AOS CASTROS É "PONTE" PARA CONTRABANDO DE ARMAS PARA A COREIA DO NORTE



Velhos MIG soviéticos, tanques, mísseis terra-ar e explosivos integram o ardiloso esquema norte-coreano para enganar autoridades marítimas. Uma empresa “laranja” russa da Coreia do Norte registrou um carregamento em nome da Ocean Maritime Management-Brasil.

O porto cubano construído com nossa grana pela Odebrecht, amiga de Lula, será administrado por uma empresa de Cingapura.

Aí eu pergunto: alguém tinha dúvida que o porto de Mariel só ia servir para negócios escusos, como tráfico de armas e de drogas? Afinal, o que Cuba tem para comerciar, se não produz nada e também não compra nada, nem papel higiênico?

13 DE ABRIL DE 2014
Do Claudio Humberto

OITO ANOS DE GUIDO MANTEGA. VAMOS COMEMORAR?


 

13 de abril de 2014

CRIMES. CORRUPÇÃO E FAVORECIMENTO ILÍCITO. COMPRA DE IMÓVEL NA AVENIDA ATLÂNTICA. COMANDANTE DA MARINHA INVESTIGADO



 
 
Civis e Militares do Estado do Rio amanheceram nesse domingo sobressaltados. Jornais cariocas revelaram que um inquérito aponta o Comandante da Marinha, Almirante Moura Neto, como protagonista de uma série de ações ilícitas, entre elas viagens em exagero, corrupção na compra de submarinos e favorecimento de um oficial “apadrinhado” por sua esposa.
A última investigação é sobre a nomeação de um capitão-de-mar-e-guerra, que seria primo de sua mulher, para servir na Organização Marítima Internacional (IMO), sediada em Londres. Esse mesmo oficial deixou de ser promovido algumas vezes porque a Comissão de Promoção de Oficiais (CPO) o considerara inabilitado para comandar navios ou organizações militares, segundo fontes da Marinha.
Em dezembro de 2008, o Brasil anunciou a compra de submarinos franceses, mas os contratos foram assinados no primeiro semestre de 2009. Naquela ocasião, o comandante da Marinha e sua mulher, Sheila Royo Soares de Moura, residiam num modesto apartamento de fundos comprado em 1977 na Rua General Ribeiro da Costa, no Leme. 
Em fevereiro de 2009, a família concretizou a primeira transação imobiliária: Sheila adquiriu em seu nome um outro apartamento no prédio onde morava, por R$ 280 mil. Em junho, o almirante e sua mulher venderam por R$ 730 mil o imóvel no qual residiam, mas continuaram no mesmo edifício da Rua General Ribeiro da Costa, no imóvel comprado.
A  diferença de valor entre os dois apartamentos no mesmo prédio, negociados com apenas quatro meses de intervalo, foi de R$ 450 mil. Em setembro, compraram um apartamento num prédio que é considerado um dos dez melhores edifícios do Rio de Janeiro, segundo avaliação no site ‘Skyscrapercity’. O endereço é nobre: Avenida Atlântica 270, no Leme, de frente para o mar.
O valor pago pelo imóvel foi pelo menos a metade do valor de mercado na época. Custou, 1,1 milhão, mas valeria pelo menos 2,2 milhão de reais.
O Almirante Moura Neto tem se mantido como Comandante da Marinha por bastente tempo, (o mesmo ocorre com os outros dois comandantes) o que inclusive ja teria também sido alvo de denúncias, em contrapartida ocorreram manifestações em seu favor oriundas até da Comissão da Verdade. Segundo a comissão, a troca dos comandantes poderia atrapalhar o "fluxo de informações".
A maioria dos militares não acredita que o Almirante em questão esteja realmente esvolvido em qualquer tipo de corrupção, em toda a sua jornada militar o atual Comandante da Marinha sempre apresentou uma conduta ilibada diante de subordinados e superiores.
Com informações de O Dia. Veja Aqui
13 de abril de 2014

"A PETROBRAS ESTÁ AFUNDANDO" - AFIRMA O PROCURADOR DO TCU QUE INVESTIGA ESTATAL HÁ 2 ANOS


Procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico
 
Procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas da União há quase duas décadas, Marinus Marsico já comprou briga com corruptos que aparelharam o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), enfrentou servidores que insistiam em receber supersalários no Congresso e participou do acordo com o Grupo OK, do senador cassado Luiz Estevão, para reaver 500 milhões de reais desviados do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. 
Há cerca de dois anos, revira cada detalhe da ruidosa compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras, um dos mais malsucedidos negócios da história da petrolífera brasileira. Para ele, apesar de o caso Pasadena ser "indefensável", a Petrobras sofre com desmandos políticos desde o segundo mandato do ex-presidente Lula. “A Petrobras está afundando. Há uma mistura de má gestão com o fato de ter se tornado um braço político do governo. Se a empresa não fosse pública, já tinha quebrado”, disse em entrevista ao site de VEJA.
 
As denúncias envolvendo a Petrobras, incluindo irregularidades em contratos, não são exatamente uma novidade para o TCU. A Petrobras é uma caixa-preta? 
A Petrobras é uma empresa muito difícil de fiscalizar e, com certeza, se fosse mais transparente, se não se preocupasse tanto com essa questão de sigilo comercial, muitas vezes indevido, tenho certeza que esses contratos desastrosos, como o de Pasadena, não teriam ocorrido. Se há dez anos houvesse a possibilidade de a Petrobras ser fiscalizada como deve ser, hoje não teríamos esse tipo de situação. Ela se fecha em um falso argumento de que é uma empresa de mercado e com sigilos comerciais. Chama muito a atenção no caso da Petrobras a quantidade de irregularidades e a magnitude dessas irregularidades. Não falamos de milhões, mas de bilhões de reais.
 
Qual foi a influência do governo nas decisões tomadas pela Petrobras nos últimos anos? 
Esse mal de misturar o público com o privado é algo que sempre existiu, desde o surgimento dessa esdrúxula figura da sociedade de economia mista. Mas, ultimamente, essa situação aumentou muito, é só ver os escândalos. Problemas sempre existiram, mas agora são problemas em grau exponencial e se chegou a um ponto intolerável em que a empresa, se não fosse pública, quebraria. E isso tudo ocorreu no período de 2005 a 2010 [no governo Lula]. Esse foi o período mais sério para a Petrobras mesmo.
A gestão de José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras na época da compra da refinaria de Pasadena, era fechada? 
Havia muito mais resistência da Petrobras, resistência à fiscalização do tribunal como um todo, na gestão do Gabrielli. Agora está um pouco mais transparente, mas há um longo caminho a percorrer. Nas informações que pedi à Petrobras sobre Conselhos de Administração e Fiscais, os dados foram passados parcialmente. Sonegar informação ao Ministério Público causa uma ação de improbidade contra as pessoas que o fizeram. A tarefa da atual presidente da Petrobras, Graça Foster, é muito difícil porque cabe mudar uma empresa que ultimamente andou se descuidando muito de sua eficiência, realizando gastos desnecessários e, sobretudo, sem autonomia, sem condições de determinar pelas leis de mercado quais seriam suas fontes de receita.
Quando o senhor fala em falta de autonomia, quer dizer que existe ingerência política? 
Sim, há uma forte ingerência política na Petrobras. A presidente da Petrobras não consegue colocar o preço do seu produto principal, que é a gasolina, em um patamar compatível com uma empresa de mercado. Por isso, a Petrobras tem hoje o maior nível de endividamento entre as grandes petroleiras no mundo, três vezes maior do que o razoável para o resultado operacional dela. Isso é resultado dessa mão invisível do governo. Sempre tem um braço forte do governo.
A Petrobras está afundando? 
A Petrobras está afundando, sem sombra de dúvida. Por mais que se fale e se apresentem números, ou por mais que se coloquem recordes de produção petrolífera, vemos que ela está afundando. É isso que o mercado pensa sobre a empresa. Há uma mistura de má gestão com o fato de a empresa ter se tornado um braço político do governo. Não há nenhuma teoria conspiratória em relação a isso. E se o mercado precifica a empresa nesse sentido, é sinal de que ela não vai nada bem.
 
A compra da refinaria de Pasadena foi o pior negócio da Petrobras nos últimos anos? 
Não há defesa em Pasadena. A coisa foi tão abertamente um escândalo que não há a mínima possibilidade de se defender qualquer coisa na transação. Tudo ocorreu justamente na época em que a administração pública federal atravessava aquela euforia de que tudo era possível, tudo se podia, com índices políticos de popularidade muito altos. Criou-se aquela ilusória sensação de que o mundo pertence a nós. Por conta disso fizeram a transação sem o mínimo cuidado. Fiquei escandalizado com a questão da Petrobras em Pasadena e me senti até ofendido com o negócio porque, como órgão de fiscalização, ofendeu a minha inteligência o fato de se ter feito uma contratação sem o mínimo cuidado. Parece que a Petrobras considera que nós somos idiotas, que a gente não vai ver nada e que nunca vão descobrir nada.
Há críticas à refinaria Abreu e Lima? 
Abreu e Lima é pior nos valores — e o foco do TCU é economizar para o contribuinte. Mas, no lado simbólico, Pasadena é uma afronta. Na época do contrato, a Astra [empresa belga parceira que vendeu metade da refinaria para a Petrobras] colocava avisos aos acionistas afirmando ‘que maravilha, fizemos um grande negócio, muito maior do que qualquer expectativa razoável’.

O que o TCU pode fazer em relação a Pasadena? 
Na minha representação pedi que se apurassem responsabilidades na diretoria-executiva e eventualmente nos conselhos. Configurado o débito, tem-se o rol de responsáveis que são obrigados a devolver esses recursos. O tribunal também pode aplicar multas, que podem ser proporcionais ao débito ou decorrentes de atos de gestão temerários, ilegítimos, antieconômicos. O problema é que não é factível que se paguem as multas.
 
A área internacional da Petrobras, que foi comandada por Nestor Cerveró, é a mais problemática?
A área internacional é a que tem mais irregularidades. É uma área problemática. O que quero é que a Petrobras passe a funcionar em prol da sociedade brasileira. É uma coisa decepcionante e triste porque a Petrobras é uma empresa que não precisava passar por essas vicissitudes. A gente vê muitos indícios de uso político da empresa. É uma tristeza ver tanto potencial desperdiçado. Veja o caso do parecer falho. O parecer era falho e isso foi descoberto depois e nada foi feito com quem fez o parecer? A pessoa continuou muito bem em uma subsidiária da Petrobras [Cerveró foi para a Diretoria Financeira da BR Distribuidora] e só agora, depois do escândalo, é que foi exonerada. Por que as medidas não foram adotadas antes? Tem que ser investigada se essa omissão no parecer é dolosa e, se for, isso é um crime. Se foi culposa, por incompetência ou falta de cuidado, essa pessoa não poderia mais continuar na empresa. Se em um banco um funcionário causasse um prejuízo de 1 bilhão de dólares para a instituição, certamente ele não continuaria com o trabalho e poderia até ir para a cadeia.
 
O que acha da CPI da Petrobras? 
Se a CPI for realmente um instrumento em que todos os seus integrantes tenham a vontade genuína de investigar e corrigir os problemas encontrados na Petrobras, ela é muito bem-vinda. A CPI tem instrumentos superiores aos do TCU para a investigação. Mas esse talvez seja um mundo utópico. Não ponho muitas esperanças no avanço dessas investigações, por mais respeito que eu tenha pelo Parlamento. A CPI é um instrumento da minoria. Se ela é sufocada pela maioria governista, não há investigação. Seria bom se houvesse uma evolução política, que os direitos da minoria fossem respeitados e que as investigações não fossem bloqueadas. Mas acho que isso é sonhar muito.
 
(VEJA)
 
13 de abril de 2014
in coroneLeaks

MARQUETEIRO E ADVOGADO ABANDONAM CAMPANHA DE PADILHA. A JATO!


Possibilidade de que a lama da Operação Lava-Jato alcance Alexandre Padilha, o petista ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo de São Paulo está causando baixas consideráveis na sua campanha, denominada Horizonte Paulista. Abaixo, nota de Lauro Jardim, no Radar On-line. 
A campanha eleitoral ainda nem começou direito e Alexandre Padilha já tem a primeira baixa no seu time. Não é uma baixa qualquer. Quem acaba de dar bye bye  à campanha é o jornalista Eduardo Oinegue.
Ao lado de  Maurício Carvalho e Valdemir Garreta, Oinegue integrava a linha de frente da campanha do PT em São Paulo, um trio escolhido a dedo pelo marqueteiro João Santana (leia mais aqui). Garreta e Carvalho continuam onde estavam.
Padilha, Santana e Emidio de Souza, presidente do PT-SP, já foram comunicados da decisão. Oinegue diz que decidiu sair por causa de outros compromissos profissionais que amadureceram antes do que ele imaginava: - Saio da coordenação, mas continuo à disposição do Padilha, que pode me acionar quando quiser.
A propósito, é a segunda baixa da campanha de Padilha. Hélio Silveira, que era o advogado da campanha, pulou do barco semanas atrás.
 
13 de abril de 2014
in coroneLeaks

OPERAÇÃO LAVA-JATO - EMPRESAS SOB SUSPEITA FATURARAM R$ 31 BILHÕES COM A PETROBRAS NA ERA PETRALHA

Levantamento do site de VEJA revela somas milionárias destinadas a empresas agora investigadas pela operação da Polícia Federal

 


Um conjunto de fornecedores, agora sob suspeita, recebeu pelo menos 31,1 bilhões de reais da Petrobras desde 2003 — ano em que o PT assumiu a Presidência da República e passou a interferir diretamente na gestão da estatal.
Essas empresas, que incluem as maiores empreiteiras do país, são consideradas suspeitas de abastecer financeiramente um esquema montado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.
Eles são os ‘cabeças’ do esquema desvendado pela operação Lava-Jato, que encontrou sinais de corrupção nos contratos da estatal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

O site de VEJA levantou os contratos fechados pela estatal com 14 fornecedores que, a julgar pelos documentos apreendidos, estão sob suspeita ou comprovadamente destinaram recursos a empresas controladas por Youssef. Entre os objetivos cogitados estavam o enriquecimento ilícito da quadrilha e o financiamento de partidos e políticos, segundo a PF.
Os policiais e procuradores da República encarregados da investigação possuem especial interesse por aditivos em contratações — mecanismo que permite aumentar os valores recebidos sem nova licitação.
Na sexta-feira, a investigação chegou ao gabinete da presidência da Petrobras, com policiais sendo recebidos pessoalmente pela presidente Graça Foster, num encontro que resultou no recolhimento de mais de 400 páginas, dois CDs e um pendrive com arquivos referentes a contratos com fornecedores.

De acordo com as investigações, fornecedores da estatal irrigaram as contas da MO Consultoria, uma firma em nome de laranjas de Youssef. Mencionadas em uma planilha apreendida pela polícia, empresas como a Jaraguá e a Sanko Sider já admitiram que pagaram a essa empresa de fachada as “comissões” relatadas no documento.
Como revela a edição de VEJA desta semana, a Polícia Federal descobriu que Paulo Roberto, Youssef, políticos e prestadores de serviços estão interligados em um consórcio criminoso montado para fraudar contratos na Petrobras, enriquecer seus membros e financiar políticos e partidos.

Nessa planilha, fica delineado o caminho dos desvios. O documento menciona o pagamento de 24,1 milhões de reais pela Sanko Sider, fornecedora de tubos da Petrobras, em comissões para a MO Consultoria, a empresa de fachada utilizada por Youssef para movimentar propinas, de acordo com a suspeita dos investigadores.
O melhor contrato fechado diretamente com a estatal rendeu 2 milhões de reais, após dois aditivos, pela venda de tubos de aço. A Sanko Sider diz que o incremento foi de 25% do valor inicial, como permite a lei.
De outubro de 2011 a agosto de 2013, a empresa conseguiu vender diretamente 2,9 milhões de reais, mas, além disso, também faturava com vendas para fornecedores da estatal.
O diretor-jurídico da Sanko Sider, Henrique Ferreira, admitiu a VEJA na última edição que houve o pagamento de tais comissões.

Outra empresa que também reconheceu ter pago para a MO Consultoria, pela intermediação de contratos com a Petrobras, foi a Jaraguá. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente-executivo da Jaraguá Equipamentos, Paulo Roberto Dalmazzo, confirmou que pagou 1,9 milhão de reais por certa "consultoria de intermediação de negócio".
O grupo faturou 2,9 bilhões de reais diretamente da estatal entre julho de 2007 e fevereiro de 2014. Nesse filão, estão serviços prestados para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca. Assinado em abril de 2008, um contrato para elaboração de projeto executivo para fornecimento de bens, construção civil e montagem elétrica chegou a ter 15 aditivos, com um custo final de 41,8 milhões de reais. A construção da refinaria era um projeto sob a responsabilidade de Paulo Roberto Costa, que foi diretor da estatal de 2003 a 2012.

O Tribunal de Contas da União (TCU) já apontou sinais de superfaturamento nesse empreendimento. A Camargo Corrêa, que atuou no projeto, também é suspeita de ter contribuído com 7,9 milhões para o esquema de Costa e Youssef, como retribuição por seus contratos referentes à refinaria.
O consórcio CNCC, do qual a Camargo Corrêa faz parte, fechou pelo menos dois contratos que somam 4,7 bilhões de reais com a estatal para a construção dessa unidade de refino.

Na mesma planilha em que são mencionadas contribuições de Jaraguá e Sanko Sider, há também referência a um pagamento de 3,2 milhões de reais à empresa de Youssef pelo Consórcio Rnest Edificações, formado por Engevix Engenharia e Empresa Industrial Técnica (EIT). Esse consórcio também tem participação na construção da refinaria Abreu e Lima, em contratos que já chegam a 1 bilhão de reais. Num deles, houve pelo menos 17 aditivos.

Outra empreiteira mencionada na planilha obtida pela PF é a Galvão Engenharia, com a suposta remessa de 1,5 milhão de reais ao esquema. Esse grupo fechou 4,4 bilhões de reais em contratos com a Petrobras, de setembro de 2008 a novembro de 2013.
Em um deles, há 25 aditivos. Já a empreiteira OAS é responsabilizada pelo desembolso de 1,2 milhão de reais à empresa de fachada do doleiro.
Diretamente, a construtora fechou um contrato de 184 milhões de reais em novembro de 2013 com a Petrobras, para construção e montagem de dutos para o Complexo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro (Comperj), outro empreendimento com indícios de sobrepreço em contratações.

Fornecedoras de menor porte como a Ecoglobal Ambiental também entraram no foco do inquérito. A Polícia Federal investiga a relação de Costa e Youssef com a empresa, pela suspeita de que o ex-diretor tenha articulado a obtenção de contratos milionários com a estatal.
Em uma disputa por carta-convite com gigantes internacionais, a Ecoglobal faturou um contrato de 443 milhões de reais para realizar testes de poço de petróleo, uma área na qual não era considerada experiente.
Antes disso, estava habituada a serviços menos custosos e tinha obtido 28,6 milhões de reais da estatal.
Em entrevista ao site de VEJA, Vladimir Silveira, que aparece como sócio-diretor da Ecoglobal, disse que foi assediado por emissários de Costa e Youssef que tentaram pagar 18 milhões de reais por 75% da empresa. Mas, pela versão de Silveira, a transação não foi concretizada e ele nega que Costa tenha facilitado a obtenção de contratos.
Mas chamaram atenção dos policiais e-mails em que emissários de Youssef tratavam de um aditivo de 15% a essa venda, antes até de o serviço começar a ser prestado.

No material apreendido com o ex-diretor, também há anotações que contabilizam doações a políticos feitas por fornecedores da Petrobras. Numa lista, há menções a contribuições da Mendes Júnior, UTC Engenharia, Engevix, Toyo Setal, Hope e Iesa. Esse grupo recebeu pelo menos 17,3 bilhões de reais em contratos diretos com a Petrobras na administração petista.
Só a Mendes Júnior teve 48 aditivos no projeto de detalhamento, construção e montagem do terminal aquaviário de Barra do Riacho, em Aracruz, no Espírito Santo, e o desembolso chegou a 895 milhões de reais.

Com a revelação da atuação de Costa na Petrobras, também surgiram denúncias sobre a contratação do genro do ex-diretor pela estatal. Humberto Sampaio de Mesquita é sócio de uma empresa que, supostamente, prestou serviços de consultoria para a petrolífera. A Pragmática Consultoria em Gestão fechou contrato que, com dois aditivos, chegou a 2,5 milhões de reais. A seleção da empresa se deu em dezembro de 2010, através do sistema de carta-convite. O objetivo era prestar serviços técnicos especializados para dar suporte a “atividades de qualificação”.

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13 de abril de 2014
Veja Online

DE PERGUNTAS E RESPOSTAS

 

O PETRALHA DIAS TOFFOLI: Caso raro de pessoa que foi nomeada para compor a mais alta Corte de Justiça do País depois de ter sido reprovado em concurso para ingresso na Magistratura de primeira instância

Quando uma autoridade de primeiro escalão considera uma indecência ser perguntado por um jornalista sobre um assunto que o incomoda; quando acusa o profissional de atitude preconceituosa e desrespeitosa porque faz perguntas cujas respostas interessam à opinião pública, mas não a ele; quando, depois de responder de bom grado a todas as perguntas que lhe interessavam, proclama que o representante de um órgão da imprensa não tem legitimidade para questioná-lo — uma evidência se impõe: a autoridade está completamente despreparada para o cumprimento de seu ofício.

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), condição em que estará no comando da fiscalização e do julgamento dos litígios legais do pleito de outubro. Natural, portanto, que os cidadãos estejam interessados em saber o que ele pensa sobre o papel da Justiça Eleitoral num momento certamente decisivo para o País, quando estarão em jogo os mais importantes mandatos executivos e legislativos, inclusive a Presidência da República. Com a intenção de prestar esse serviço jornalístico, o repórter Roldão Arruda entrevistou Dias Toffoli.

O resultado foi totalmente frustrante em termos de conteúdo, diante das platitudes proclamadas, mas ao final o caçula da Suprema Corte confirmou que se filia a uma conhecida corrente do pensamento — digamos assim — político que tem ojeriza pelo dissenso e, quando se sente confrontado, apela para o revide agressivo.

O ministro Toffoli já deveria saber, a esta altura da vida, que numa sociedade democrática a imprensa verdadeiramente livre, descompromissada com os interesses dos donos do poder ou de quem quer que seja, tem não apenas o direito, mas o dever de fazer perguntas que eventualmente os poderosos se sintam embaraçados para responder.

Esse direito e esse dever é que conferem à imprensa livre, a este jornal, a seus repórteres, plena legitimidade para fazer perguntas que o ministro tem medo de responder.
O final do diálogo entre o repórter e o ministro é estarrecedor.

Repórter: "Ministro, o senhor já foi advogado do PT e agora vai presidir o TSE. Há alguma incompatibilidade?". Toffoli: "Você tem que perguntar isso para o Aécio Neves, o Eduardo Campos e a Marina Silva. Não para mim". Repórter: "Por quê?". Toffoli: "Ora, o que está no substrato de sua pergunta é uma indecência. É preconceituosa e desrespeitosa. Você não tem legitimidade para me impugnar, nem a mídia. Vá fazer a pergunta para o Aécio, o Eduardo e a Marina, porque eles têm".
 
É difícil entender o que Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva têm a ver com o fato de Toffoli ter sido advogado do PT, estar na iminência de assumir a presidência do TSE e a possibilidade de isso resultar em conflito de interesses.
 
Mas a evocação dos líderes políticos que no momento são os principais adversários do PT certamente pode dizer muito sobre os reflexos condicionados do ministro.
 
De qualquer modo, pelo menos quando se trata de fugir de incompatibilidades, Toffoli traz consigo alguma experiência, como a que viveu na fase de prejulgamento do mensalão.
Incessantemente acossado por jornalistas indecentes, preconceituosos e desrespeitosos que queriam a todo custo saber se ele, por suas notórias ligações com o PT, não se sentia eticamente impedido de participar do julgamento, simplesmente deu as costas a todos e foi fazer o que sua convicção mandava.

Por uma questão de justiça, porém, não se pode deixar de levar em consideração que o ministro Toffoli tenha lá suas razões para se sentir inseguro — e melindrado — com a curiosidade malsã dos jornalistas.
Afinal, o dele é um caso raro, de pessoa que foi nomeada para compor a mais alta Corte de Justiça do País depois de ter sido reprovado em concurso para ingresso na Magistratura de primeira instância. Ou seja, deve seu sucesso às notórias amizades.

13 de abril de 2014
Editorial do Estadão

CASO ANDRÉ VARGAS - UM ESQUEMA MONTADO PARA ESQUENTAR DINHEIRO

Obtido com exclusividade por ISTOÉ, inquérito no STF pode levar André Vargas à cadeia por falsidade ideológica. Para o MP e a PF, deputado petista montou uma "lavanderia" para justificar recursos de origem duvidosa que irrigaram suas campanhas


O deputado André Vargas (PT-PR) é um político em estado terminal. Num último esforço para tentar preservar o mandato, o petista renunciou ao posto de vice-presidente da Câmara e tirou uma licença de 60 dias.
Não foi o suficiente para impedir que seus pares instaurassem um processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar, nem que o seu partido, o PT, o ameaçasse de expulsão.
Sua situação se deteriorou depois que ele foi acusado de manter uma relação promíscua com o doleiro preso na Operação Lava Jato, Alberto Youssef. Vargas é o deputado que ergueu os punhos cerrados, repetindo o gesto dos mensaleiros presos, para debochar do presidente do STF, Joaquim Barbosa, em sessão de abertura do ano legislativo no Congresso.
 
Agora, por ironia da política, quem pode selar o destino político de Vargas é justamente o Supremo, instituição à qual o petista ousou desafiar e fazer troça. Na última semana, ISTOÉ teve acesso com exclusividade às mais de 500 páginas do inquérito 3596, instaurado pelo STF a pedido do Ministério Público Federal, que pode levar Vargas para a cadeia pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais.
A pena prevista, caso o petista seja condenado, varia entre um e cinco anos de reclusão.
No robusto processo, o Ministério Público Federal afirma que há fortes indícios de que o parlamentar montou uma lavanderia de dinheiro para justificar doações eleitorais.
Nem a Justiça Eleitoral consegue dizer se os recursos apresentados nas prestações de campanha algum dia chegaram mesmo a circular na conta bancária.

ORIGEM SUSPEITA A Justiça Eleitoral não identificou na conta bancária os recursos apresentados nas prestações de contas de André Vargas

Constam do processo depoimentos de mais de 80 testemunhas que afirmam nunca terem doado dinheiro para a campanha de Vargas. Mas esses são apenas parte dos 200 “laranjas” utilizados pelo petista para justificar a origem dos recursos suspeitos em suas campanhas eleitorais.
A prática ilícita teria começado nas eleições de Vargas para deputado federal em 2006 e se reproduzido na campanha de 2010.
Na documentação que embasa o inquérito em curso no STF há relatos dos auditores do Tribunal Eleitoral do Paraná sobre a dificuldade de fazer uma apuração detalhada das contas apresentadas devido à complexidade do esquema.
Os procuradores, porém, acreditam que as notas de gastos apresentadas pelo deputado licenciado são frias. Uma lista completa com os dados bancários do parlamentar e dos doadores fictícios, com observações sobre o desencontro dos dados e valores, fundamenta a suspeita dos procuradores.

NO STF, o inquérito contra André Vargas é relatado pelo ministro Teori Zavascki. O ministro delegou ao juiz Marcio Fontes a missão de coordenar as investigações. Diligências já foram pedidas à Polícia Federal

O esquema de lavagem de dinheiro de Vargas não se limitaria às operações de fraude nas prestações de contas de campanha. Teria ramificações. Em outra ponta da investigação, a Polícia Federal segue o rastro de empresas em nome dos familiares de Vargas.
Nos grampos telefônicos divulgados até agora, o deputado aparece em conversas com o doleiro Alberto Yousseff cobrando pagamento de comissões a determinados consultores, um deles chamado “Milton”. Trata-se de seu irmão Milton Vargas Ilário e a PF suspeita que outros familiares do petista também tenham sido usados como laranjas.
Nessa vertente do amplo esquema montado por Youssef, a lavagem de dinheiro se daria a partir do uso de empresas de fachada abertas por seus familiares. Entre as empresas investigadas pela Polícia Federal, que teriam sido usadas na lavanderia Vargas, encontra-se a LSI Solução em Serviços Empresariais. Foi constituída em agosto de 2011 pelo irmão Leon Denis Vargas Ilário e a mulher, Simone Imamura Vargas Ilário, com capital social de apenas R$ 15 mil.
 
Em 18 de setembro de 2013, os sócios trocam de lugar. Simone sai e entra Milton. É justamente a véspera da intensa troca de mensagens em que parlamentar e doleiro comemoram as gestões da parceria entre os laboratórios Labogen, LFM e EMS para abocanhar contrato de até R$ 150 milhões com o Ministério da Saúde. Em apenas um ano, a LSI mudou três vezes de ramo, ampliando seu leque de atuação de pesquisa e consultoria a atividades de cobrança, publicidade, organização de eventos, gestão empresarial e até tecnologia da informação.
Curiosamente, a empresa foi aberta no número 58 da Alameda Sarutaia, no bairro do Jardim Paulista (SP), onde já funcionava há anos outra empresa, a Agropecuária Adram S/A, que acaba de ser selecionada para uma linha especial de crédito do BNDES. Existe a desconfiança na PF de que Vargas e seus parentes também estejam por trás da Adram S/A.
Com a entrada de Milton, irmão do petista, a sede da LSI foi transferida para um apartamento residencial da Vila Mariana, bairro da capital paulista. A PF não identificou qualquer indício de atividade comercial no endereço.
Da mesma forma não foi encontrada atividade empresarial no endereço da L Vargas & CIA Ltda., localizada em São José dos Pinhais. A empresa está em nome de outro irmão do deputado chamado Loester Vargas Ilário e sua mulher, Luzia Salete Ribeiro Ilário, e tem como objeto social a prestação de “serviços auxiliares do mercado de capitais”.
 
 
No STF, o inquérito que pode levar Vargas à cadeia pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais é relatado pelo ministro Teori Zavascki. O ministro delegou ao juiz instrutor Marcio Fontes a missão de coordenar as investigações.
O juiz pediu dezenas de diligências à Polícia Federal, que trabalha há meses na tomada de depoimentos de testemunhas. Nos próximos dias, o juiz vai analisar as notas fiscais apresentadas nas últimas campanhas por Vargas.
Com base nos depoimentos já registrados de pessoas que constam da lista de doadores, e que garantem não saber como seus nomes foram parar lá, a Polícia Federal vai intensificar a apuração sobre a origem dos recursos que abasteceram a campanha do petista.
O uso de laranjas para justificar parte das doações seria uma manobra contábil para esquentar recursos de origem duvidosa.
No último dia 18 de março, um ofício assinado pelo ministro Zavascki foi enviado à PF. No ofício, o ministro pede o encerramento da fase de oitivas de testemunhas.
Para a PF, os depoimentos não deixam dúvidas de que as doações eram mesmo fictícias.
 
Os documentos reunidos até agora no inquérito em tramitação no STF complicam de vez a situação política de Vargas. No processo, o Ministério Público identifica uma série de operações estranhas a prestações de contas de um candidato a deputado federal. Por exemplo, extratos bancários da conta aberta em 2006 pelo então candidato do PT mostram movimentações muito abaixo dos custos de uma campanha, com saldos que não passam de R$ 2 mil.
Além disso, o ritmo de arrecadação oficial era lento, com a realização de jantares de adesão que arrecadavam pouco mais de R$ 3 mil a cada evento. Mas foi a lista provavelmente fictícia de doações recebidas em 2006 pelo parlamentar que encorpou o processo que pode levar Vargas à cadeia.
Dos pouco mais de R$ 300 mil declarados à Justiça Eleitoral naquele ano, quase R$ 100 mil aparecem como sendo de pequenas doações — entre R$ 20 e R$ 600 — de pessoas físicas. O problema é que cerca de 200 pessoas listadas como “doadoras” por Vargas afirmam nunca terem contribuído com qualquer campanha, especialmente a do petista.

RELAÇÕES PROMÍSCUAS A Polícia Federal suspeita de que o deputado André Vargas e seus irmãos frequentavam o escritório do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, no número 155, da rua Dr. Elias César em Londrina

Nesse grupo estão 81 vigilantes da Universidade Estadual de Maringá. Eles chegaram a entrar com processos por danos morais na Justiça Estadual contra Vargas e quase a metade já recebeu indenizações. ISTOÉ localizou alguns desses doadores fictícios, que nos últimos dias vêm sendo chamados a depor na Polícia Federal.
“Levamos um susto quando avisaram que nosso CPF estava na lista de campanha. Muita gente da universidade correu para ver o que tinha acontecido. Nunca nos explicaram direito como fomos parar lá. Agora, esperamos a resposta do processo”, diz Wilson Novo, que, segundo a prestação de contas do deputado Vargas, teria doado R$ 90 para a campanha petista. “Não doamos nada a ninguém. Por isso, buscamos reparações”, completa João Lozada, outra vítima de Vargas.
 
Na campanha de 2010, o deputado licenciado André Vargas repetiu a fórmula de elencar muitos doadores de pequenas quantias. Não bastasse essa prática suspeita, o petista ainda transformou a sua conta oficial em um duto para que doações ocultas fossem distribuídas a outros candidatos. Empresas doaram dinheiro para o diretório do PT, que, por sua vez, repassou as quantias para a conta de Vargas, a quem cabia fazer uma nova distribuição.
Pelo menos R$ 800 mil de origem desconhecida foram repassados por ele a outros candidatos. Na leitura técnica de quem investiga o caso no STF, descobrir a origem dos recursos que passaram pelas contas eleitorais de Vargas pode ser o caminho para desvendar as dúvidas que ainda precisam ser dirimidas no inquérito no Supremo.

RELATOR DO PROCESSO contra André Vargas na Câmara, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) promete dar celeridade ao caso

A PF pretende ainda pedir a quebra de sigilo bancário e telefônico de Vargas e de seus familiares para identificar a movimentação financeira das empresas e eventuais contatos dos familiares com o doleiro Alberto Youssef. Suspeita-se que o parlamentar e seus irmãos frequentavam o escritório do doleiro no número 155, da rua Dr. Elias César em Londrina.
Há mais de R$ 60 mil em notas de abastecimento de veículos usados por Vargas num posto de gasolina (Posto Centro Cívico) a apenas 550 metros do apartamento de Youssef.
 
Ao constituírem a LSI, o casal Leon Vargas e Simone deram como endereço o número 480 da avenida Inglaterra, a apenas 1,7 km dali. Além da família, a Polícia Federal também está de olho nos assessores políticos de Vargas.
Seu chefe de gabinete, Wagner Pinheiro, também serviu ao falecido deputado José Janene e outros caciques do PP desde a época da eclosão do escândalo do mensalão. Acuado pelas denúncias que o cercam, Vargas recebeu na semana passada apelos do PT para que renunciasse ao mandato.
Seria, na visão desses petistas, uma tentativa de não contaminar a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff.
O petista se negou a atender aos pedidos. Reclamou de abandono e desabafou com colegas mais próximos que sua resistência em abrir mão do mandato se deve ao temor de que seu inquérito no STF, aquele que pode colocá-lo atrás das grades, seja enviado à Justiça de primeira instância do Paraná. A essa altura, porém, são poucas as alternativas políticas para André Vargas, o petista que ousou desafiar a Suprema Corte do País e que pode ter seu destino selado por ela.
 
 
 
 
“Não imaginava que estava sendo gravado”

“Deveria ter dito: Vai à PQP!… mas fiquei quieto”
 
ISTOÉ – Num despacho de 7 de abril, o juiz Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato, diz que a polícia segue examinando o material apreendido e complementando as investigações, mas que ainda seria prematuro afirmar que a relação do senhor com o doleiro Alberto Youssef tem “natureza criminosa”. Por quê? 
    
ANDRÉ VARGAS –
O despacho do juiz Sergio Moro é esclarecedor. Para mim, Alberto Youssef sempre foi um grande empresário, dono do maior hotel de Londrina. Ele me disse que tinha sido doleiro no passado e até que fizera delação premiada no Ministério Público. Mas dizia que não atuava mais como doleiro.

 
ISTOÉ – Num diálogo gravado, o doleiro fala que vocês dois poderiam conquistar a independência financeira em negócios com o governo.     

VARGAS –
Meu erro foi ficar em silêncio quando ouvi isso. Não imaginava que estava sendo gravado. Deveria ter dito: “Vai à PQP!…” Mas fiquei quieto e o silêncio foi gravado.
 
ISTOÉ – Estava deslumbrado?     

VARGAS –
Não. Deveria ter reagido e não reagi. Mesmo assim, logo depois a transcrição mostra um “kkkkk”. Ele estava fazendo graça.
 
ISTOÉ – O sr. também pergunta pelo dinheiro para o “Milton.” Era seu irmão? 
    
VARGAS –
Era. Quando estava montando o laboratório Labogen, o Youssef me pediu uma indicação para a área de informática. Indiquei o Milton, que é consultor sênior de grandes empresas. Ele trabalhou para o Youssef e não recebeu. Por isso perguntei.

 
ISTOÉ – O sr. ajudou o Labogen esperando dinheiro para campanha?     

VARGAS –
Isso não aconteceu. Dei orientações. Não marquei uma reunião em Brasília. Se era o Labogen uma empresa para lavar dinheiro, como dizem hoje, é preciso uma auditoria para demonstrar.
 
ISTOÉ – O sr. responde a processo no STF em que é acusado de falsidade ideológica, por ter apresentado falsos doadores nas contas de campanha. 
    
VARGAS –
Na campanha de 2006 reuni um grupo de vigilantes para pedir apoio para minha eleição. Eles me trouxeram 199 votos. A acusação de lavagem de dinheiro não faz sentido. Deram contribuições de R$ 20. Alguém vai fazer alguma coisa para lavar R$ 20?


13 de abril de 2014
ISTOÉ Online
Izabelle Torres e Claudio Dantas Sequeira

GENRO CONTROLAVA A PRINCIPAL CONTA SECRETA DE PAULO ROBERTO COSTA, EX-DIRETOR DA PETROBRAS PRESO

 PT nunca mais

PF suspeita que a conta recebia recursos das empreiteiras com contratos da obra mais cara da empresa

COMPLEXO Petrolífero do Rio de Janeiro (foto acima). Relatório da conta de Paulo Roberto Costa (imagem abaixo, à esq.) aponta seu genro, Marcio Lewkowicz (à dir.), como suspeito, segundo a PF, de administrar propinas envolvendo a construção da obra

Há duas semanas, executivos e lobistas ligados a Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras preso pela Polícia Federal, reuniram-se secretamente no Rio de Janeiro. Estavam apavorados com a ação dos investigadores, que haviam apreendido preciosos documentos na casa e no escritório de Paulo Roberto, antes que ele tivesse a chance de destruí-los. Na Operação Lava Jato, Paulo Roberto foi preso porque tentou, com a ajuda de familiares, eliminar provas, não pelas evidências de corrupção que pesam contra ele. A reunião foi tensa, segundo quem presenciou o encontro.
 
Troca­vam-se acusações: uns chamavam os outros de amadores, em virtude dos minuciosos relatórios redigidos por integrantes do grupo — e porque Paulo Roberto os guardara. Todos ali sabiam que haviam sido coletadas provas fortes do que a PF suspeita ser um esquema de corrupção — e, também, das contas secretas em paraísos fiscais que, segundo a PF, foram usadas pelo grupo para esconder o dinheiro da propina, conforme revelou ÉPOCA em sua edição da semana passada.
 
A maior preocupação daqueles que participavam da reunião era salvar-se. Segundo a investigação da PF — e gente próxima a Paulo Roberto ouvida por ÉPOCA —, eram quatro os principais operadores: o doleiro Alberto Youssef, preso pela PF na mesma operação; o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano; e os dois genros de Paulo Roberto, Humberto Mesquita e — ÉPOCA agora revela — Marcio Lewkowicz. A divisão de tarefas entre eles, segundo a PF, era clara. Fernando Baiano procurava as empreiteiras que tinham, ou poderiam ter, contratos na bilionária Diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto até 2012. Era o “diretor operacional” do grupo.
 
Buscava oportunidades de negócios com as empreiteiras. Humberto Mesquita, como mostrou ÉPOCA, coordenava três das contas secretas no exterior. Elas recebiam propina das multinacionais que vendiam combustível à Petrobras. Youssef recebia o dinheiro que, suspeita a PF, as empreiteiras pagavam para fazer negócios com a Petrobras no Brasil. E Lewkowicz?
 
Era o que inquietava os integrantes do grupo naquela reunião. As contas controladas por Humberto Mesquita foram abertas por profissionais, gente que sabe cobrir rastros. Recebiam dinheiro, segundo os documentos apreendidos pela PF, de multinacionais como Trafigura e Glencore. A conta administrada por Lewkowicz era um ponto fraco nas operações do grupo. Lewkowicz, segundo se relatou na reunião, abrira a conta no Royal Bank of Canada, na unidade com sede no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. Era a conta com maior saldo: US$ 2,4 milhões. Num relatório preparado por Mesquita sobre as operações do grupo, com data de setembro de 2013, apreendido pela PF, consta a seguinte anotação: “Marcio acompanha esta conta e tem todas as informações para mantê-lo atualizado”.
 
Na reunião, discutiram-se as duas fragilidades da conta. Primeiro, ela foi aberta com a ajuda do doleiro Dario Messer, um dos mais notórios do Brasil. Hoje morando no Uruguai, Messer representa uma fragilidade porque já foi investigado em diversas operações da PF. A segunda fragilidade meteu mais medo nos presentes ao encontro secreto: a conta, segundo se relatou ali e foi confirmado por ÉPOCA com outros envolvidos na operação, recebia dinheiro da “Comperj”. Comperj é um complexo petroquímico em construção no Rio.
É a maior obra da Petrobras, estimada em R$ 19 bilhões. Está atrasada em três anos e custará, no mínimo, R$ 31 bilhões. Naquele contexto, o nome Comperj significava, na verdade, as empresas e empreiteiras que participaram das obras no complexo. É a mesma suspeita já colhida pela PF. Na última semana, a PF também descobriu indícios de que esse esquema abasteceu campanhas eleitorais dos partidos que sustentavam Paulo Roberto no cargo.
 
Procurado por ÉPOCA, Lewkowicz afirmou não ter relação com a movimentação da conta. “Não tenho nada com isso não, cara. Não tenho nada a declarar. Foi uma orientação. Pediram para eu não declarar nada.”
Questionado se conhece o doleiro Dario Messer, afirmou: “Não tenho a mínima ideia de quem seja”. Lewkowicz foi acusado pela PF de destruir provas. Lewkowicz é casado com Arianna Costa, uma das filhas de Paulo Roberto. Arianna também foi acusada de destruir provas.
 
Antes do encerramento da reunião, o outro genro, Humberto Mesquita, pediu aos demais que, em futuros depoimentos, dissessem que o relatório preparado por ele, e revelado por ÉPOCA, fosse atribuí­do a Youssef — ambos são chamados de “Beto”. Poucos toparam.
Há, e a PF sabe disso, uma briga entre os dois genros e as filhas de Paulo Roberto. Antes da operação, era apenas uma disputa por espaço no esquema. Agora, tornou-se uma briga pela sobrevivência. A reunião terminou sem acordo. Será cada um por si.
 
Nesta sexta-feira, seguindo o caminho do dinheiro pago pelos fornecedores da Petrobras, a PF foi a campo e cumpriu mandados de busca e apreensão em várias cidades, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo, e até na sede da Petrobras. Uma apuração que começara centrada nos crimes de um doleiro tornou-se uma megainvestigação sobre a corrupção na Petrobras.
Ainda na sexta, enquanto os agentes vasculhavam a sede, altos funcionários da estatal eram discretamente demitidos. Foram apeados precisamente aqueles que operavam com Paulo Roberto e permaneciam na Diretoria de Abastecimento.
O atual diretor, José Carlos Cosenza, indicado pelo PMDB e homem de confiança de Paulo Roberto, não caiu. Mas caíram outros funcionários ligados ao PMDB, como o gerente José Pereira, indicado pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Pereira era o funcionário que fechava as operações milionárias de compra internacional de combustível — aquelas que, segundo os documentos de Paulo Roberto, rendiam comissão nas contas secretas controladas pelo genro Humbero Mesquita.
 
A busca na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, foi determinada pela 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná. ÉPOCA obteve com exclusividade documentos sobre a nova frente de investigação. Os alvos são as empresas Ecoglobal Ambiental Comércio e Serviços e a Ecoglobal Overseas, contratadas pela Petrobras por R$ 443,8 milhões em 2013. Segundo a Polícia Federal, 75% das ações das empresas eram vendidas para um grupo empresarial do qual participam o doleiro Youssef, por meio da Quality Holding, e para Paulo Roberto, por meio da Sunset Global Participações. Há ainda uma terceira empresa envolvida na compra, a Tino Real Participações. A venda era negociada por R$ 18 milhões, mas os documentos apreendidos pela PF não permitem saber se a transação chegou a ser concluída. Preso com Paulo Roberto, o doleiro Youssef foi acusado pela PF de montar um esquema de lavagem de dinheiro.

EMPENHO - E-mail com cópia para Paulo Roberto Costa. Seu autor afirma que a empresa se empenhou para ter contratos com a Petrobras

“Causa estranheza que a empresa que logre obter contrato de R$ 443 milhões com a Petrobras seja negociada na mesma época por 18 milhões”, diz um documento da investigação. A suspeita é que Paulo Roberto e Youssef tenham atuado na Petrobras em favor da contratação do grupo Ecoglobal para locação de equipamentos e fornecimento de serviços técnicos. “O próprio negócio da cessão de cotas é condicionado à efetivação do contrato da Ecoglobal com a Petrobras. A esse respeito, consta nos autos (da investigação) uma carta-proposta confidencial subscrita pelos negociantes e datada de 18/9/2013”, diz o documento da investigação da PF.
 
A PF interceptou e-mails do empresário Pedro Storti, negociador da venda da empresa. Ele oferecia R$ 16 milhões, enquanto o proprietário, Vladimir Magalhães, queria R$ 18 milhões, porque tivera de fazer um esforço “financeiro e político” para atingir a condição de fornecedor da Petrobras.
Segundo Storti, Magalhães dizia ainda que havia a perspectiva de a Ecoglobal assinar com a Petrobras um contrato de R$ 500 milhões, que depois poderia ser elevado para cerca de R$ 650 milhões. Paulo Roberto está copiado na mensagem.
O mesmo e-mail também foi remetido à empresa GFD Investimentos, segundo a PF, de propriedade do doleiro Youssef. ÉPOCA ligou para Storti, mas ele encerrou a ligação após a reportagem se identificar.
 
Quanto mais graves as evidências dos petro-rolos, mais difícil se torna criar uma CPI no Congresso. Está em jogo a sobrevivência política de vários parlamentares, que dependem de doações das empreiteiras suspeitas de bancar o esquema. Para matar a CPI, o senador Romero Jucá, do PMDB, se reuniu na segunda-feira com colegas de partido na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros.
 
Em meio à azáfama causada pelo afastamento do petista André Vargas da vice-presidência da Casa, ficou acertado como Jucá resolveria a delicada missão de decidir a disputa entre governo e oposição em torno da CPI para investigar a Petrobras. Na manhã seguinte, na reunião da Comissão de Constituição e Justiça, Jucá decidiu que o Senado poderia criar uma CPI ampla para investigar não apenas a Petrobras (como queria a oposição), mas também contratos do metrô de São Paulo e do Porto de Suape, em Pernambuco.
 
 Era o que a oposição não queria, mas também não era exatamente o que o governo almejava. A oposição reclamou. O governo não comemorou. Queria que Jucá tivesse negado a criação de qualquer CPI, mesmo uma capaz de produzir dados para desgastar politicamente os candidatos da oposição à Presidência, Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB.
 
Nesta semana, está marcada uma sessão do Congresso em que Renan Calheiros lerá o pedido de criação de outra investigação, uma CPI mista de senadores e deputados, também para investigar a Petrobras. Existe o risco de, por ser uma semana de feriado, poucos parlamentares comparecerem.
 
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy, e o líder do PMDB, Eduardo Cunha, dois dos articuladores da CPI mista, não estarão lá, e sim na China, em viagem oficial. Mesmo que a CPMI seja criada, o caminho até a instalação será longo. O tempo está se esvaindo, e as chances de ela ser criada diminuem. Enquanto a Polícia Federal trabalha para elucidar os crimes, o Congresso trabalha para enterrar a CPI.
 
13 de abril de 2014
EPOCA Online
Diego Escosteguy, Hudson Corrêa e Marcelo Rocha, com Murilo Ramos, Leandro Loyola e Flávia Tavares