"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 12 de maio de 2015

NA FORMA DA LEI, DILMA TEM QUE SER INVESTIGADA, DIZ DESEMBARGADOR


Sob o título “Blindagem presidencial!”, o artigo a seguir é de autoria de Edison Vicentini Barroso, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, que assina o texto como “magistrado e cidadão brasileiro”.
BLINDAGEM PRESIDENCIAL
Edison Vicentini Barroso
Não há dúvida: a Justiça deve ser para todos, sem distinção! E as investigações que a ela conduzem hão de variar, exclusivamente, em função dos ilícitos informados. Assim, diante da notícia do cometimento dum crime espera-se, do Ministério Público (seja de que nível for – estadual ou federal), que aja.
Será assim no Brasil? A requerimento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu busca e apreensão de documento no gabinete do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que eventualmente comprove sua participação no escândalo da Petrobras. Nada mais natural, pois que um dos investigados.
O que se questiona é um só fato: Dilma Rousseff, presidente do Brasil e citada onze (11) vezes em declarações de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, como beneficiada no esquema de corrupção, segundo Janot, não pode ser investigada.
PARA ONTEM…
Ora, inda que discutível possa, agora (neste momento), ser processada, inegável da possibilidade da investigação de seus atos. Mais que isto, da necessidade de que, à vista da ética, da moral e da lei, se o faça já (para ontem!).
Diante da afirmação do doleiro de que o ex-presidente Lula, Dilma e a alta cúpula do governo petista sabiam do esquema de corrupção na Petrobras, ou seja, da notícia de um crime (haurida em juízo), seria natural e impositivo, de parte do procurador-geral da República, investigação condizente ao esclarecimento dos fatos. Afinal, ninguém pode estar acima da lei!
Existe diferença entre investigar e responsabilizar. Investiga-se para apurar, desvendar fatos, no sentido de dá-los a conhecer. Responsabiliza-se em razão dessa apuração, se e quando legalmente possível. Se, como dizem alguns, por agora, Dilma está sob a proteção duma ‘imunidade temporária’, não há impedimento a que os fatos sejam desde já investigados – com vistas a possível responsabilização futura.
DIZ A CONSTITUIÇÃO

A Constituição Federal exige transparência de todos os atos e a responsabilização de quantos encarregados de zelar pelo patrimônio público (trate-se de quem se trate). A investigação busca provas, quanto possível contemporâneas aos fatos – evitando se percam.
Portanto, inexiste justificativa à omissão do Ministério Público (MP), no campo da investigação do ilícito, em razão da pessoa da presidente. A menos exista algo mais, não revelado. Aliás, desde a era Lula, mesmo diante de sucessivas denúncias de irregularidades, contra ele, nada se fez. Estaríamos, pois, vivenciando uma como que deliberada blindagem institucional de presidentes da República?
Investiga-se, não só para o presente, mas para o futuro! Se o malfeito existe (inda que em razão de indícios, sinais de fumaça), coisa objeto de indispensável apuração, persiste a obrigação legal (a par da ético/moral) de que o MP terça armas, que a lei lhe põe ao dispor a benefício da sociedade, no sentido de esclarecer do que se passa, ou passou.
DEVER DE OFÍCIO
O fato de ser dominus litis, o dono ou titular do direito de ação, diante da evidência do fato averiguável, não lhe dá o arbítrio de atuar ou deixar de atuar – há de fazê-lo, se não por outros motivos, por dever de ofício!
Fiscal da lei, o MP não se escusa de agir, a que pretexto for. A lei é para todos, ou deveria ser! Como está, fica difícil justificar a omissão do procurador-geral, cujo exemplo ‘faz jurisprudência’. Sua postura serve, pois, de referência e há de espelhar, de fato e na prática, o cumprimento exato da missão constitucional que lhe está reservada.
Então, qual a razão de, nas coisas relativas à Dilma, ao menos aparentemente (juridicamente, não há do que o justifique), o procurador se transformar num ‘ajeitador’ geral da República?
EVENTUAL PUNIÇÃO
Não nos esqueçamos de que pedido de investigação não equivale à própria sentença. Eventual punição virá, a seu tempo, desde que precedida pela verificação dos fatos – da qual a ninguém é dado fugir; ao menos, num Estado de Direito. Do contrário, estaremos diante de um procurador-geral da República e de um STF seletivos na investigação – do que inconcebível!
A credibilidade das instituições passa, necessariamente, pela rigorosa apuração dos fatos, de todos eles, trate-se de um esmoler (aquele que pede esmolas) ou dum presidente da República. Perante a lei, ambos são iguais! Mas, o serão diante dos homens incumbidos de fazê-la cumprir?
É preciso que a lei se cumpra, que o bom exemplo apareça, que o que está encoberto se revele e que se dê satisfação plena ao povo brasileiro, fonte e destino de todo o poder. Em verdade, só uma blindagem se justifica: a do Direito invariável a serviço duma justiça infalível!

12 de maio de 2015
Frederico Vasconcelos
Folha

MARX E ENGELS SERÃO RECONHECIDOS COMO BENFEITORES DA HUMANIDADE



Marx e Engels fizeram o mundo evoluir
É impressionante como o mundo evolui tecnologicamente numa velocidade assustadora, mas politicamente se mantém estagnado. As discussões sobre capitalismo e comunismo já deveriam estar totalmente sepultadas, mas continuam despertando emoções, como se ainda estivéssemos em meados do século XX, em plena guerra fria. Chega a ser patético.
A evolução da humanidade atingiu tal ponto que hoje a discussão política precisa ser travada em outros moldes, mais consentâneos com a realidade da vida, sem essa conversa fiada de direita e esquerda, porque está mais do que provado que capitalismo e comunismo, em suas concepções originais, já estão completamente superados.
UM MARCO NA HISTÓRIA
A teoria de Karl Marx e Friedrich Engels, concebida em 1848, provocou uma revolução intelectual e se transformou num marco na História da Humanidade. Quase dois séculos depois, é preciso entender que a principal consequência do Manifesto do Partido Comunista não foi a difusão da possibilidade de haver um regime político-administrativo mais humano, justo e igualitário. O resultado mais notável da genialidade de Marx e Engels seria outro, que eles jamais haviam imaginado — a evolução do capitalismo rumo ao Estado de Bem-Estar Social (Welfare State).
Na prática, depois da Revolução Russa, foi a ameaça do comunismo se espalhar pelo mundo que obrigou o capitalismo a ir progressivamente se reciclando, com abrandamento da exploração do homem pelo homem que Marx e Engels tanto denunciaram. Pouco a pouco, os países ocidentais mais desenvolvidos foram aperfeiçoando os direitos trabalhistas e as regras de amparo social, com adoção de salário mínimo, férias, assistência médica aos carentes, educação pública, aposentadoria e pensão.
UMA EXTRAORDINÁRIA EVOLUÇÃO
Embora muitas nações continuem vivendo em condições medievais e a metade dos 7 bilhões de habitantes do planeta ainda esteja em situação de abandono, com dificuldades de sobrevivência, não há dúvida de que o capitalismo já teve uma evolução verdadeiramente extraordinária e a Humanidade conseguiu esboçar um regime político-administrativo que no momento pode ser considerado ideal, adotado na Escandinávia e que tende a ser aceito universalmente.
Portanto, o que se deve debater hoje, no Brasil, é a forma de evoluirmos para atingir o estágio político-administrativo dos países nórdicos, que estão no ápice das estatísticas em termos de qualidade de vida (IDH – Índice de Desenvolvimento Humano), estabilidade econômica, educação pública, assistência médica e justiça social.
Este é o grande desafio, porque o Brasil ainda está muito longe do patamar alcançado pelos escandinavos, que conseguiram um fabuloso progresso econômico e social,apesar de viverem sob condições climáticas adversas. Nos países nórdicos, as instituições públicas e privadas convivem em harmonia, a livre iniciativa é respeitada, os três poderes funcionam, a ninguém é dado o direito de enriquecer na política ou na administração pública, não existe abismo entre o menor e o maior salário, essas nações não estão dominadas pelo sistema financeiro.
NÃO HÁ PERFEIÇÃO
É claro que os escandinavos não atingiram a perfeição. Uma das falhas ainda existentes, por exemplo, é a assistência médica de qualidade inferior para quem não possui plano de saúde. Outro problema é a necessidade de aprimorar a educação pública. Mas isso é fácil de resolver, e fica evidente que os próximos passos serão a universalização do atendimento médico-hospitalar e a garantia de um ensino gratuito de qualidade para todas as crianças e jovens.
Marx e Engels jamais poderiam imaginar que houvesse esta maravilhosa evolução do sistema capitalista, assim como nem desconfiavam que a adaptação de suas ideias acabaria provocando esses importantes avanços, que um dia o Brasil haverá de alcançar, para felicidade de nossos filhos, netos e bisnetos.
Agora, discutir capitalismo e comunismo nos dias de hoje, francamente, é uma tremenda perda de tempo.

12 de maio de 2015
Carlos Newton

BARRO NO VENTILADOR




O doleiro Youssef apenas repetiu o que Costa já havia revelado
O doleiro Alberto Youssef prestou ontem novo depoimento em Curitiba, onde não apenas confirmou, mas enfatizou a acusação à presidente Dilma, ao Lula, a Graça Foster, José Dirceu, Ideli Salvatti, Edison Lobão e outras altas figuras do governo sobre terem tido conhecimento das falcatruas verificadas à sombra da Petrobras e de poderosas empreiteiras.
Convenhamos, é barro no ventilador, ainda que o criminoso, como tal, possa não merecer crédito. Mas como abafar a denúncia se formulada sob o risco e a proteção da delação premiada? Youssef sabe muito bem que se for flagrado em mentiras, perderá os benefícios do recurso e poderá transformar-se num condenado a vinte anos de prisão em regime fechado. Ousaria arriscar seu futuro inventando mentiras?
Importa afirmar que as figuras relacionadas não foram acusadas de participar da lambança, mas apenas de saber de sua existência, coisa que não configura participação, mas omissão. Crime, quando praticado por governantes.
QUAL A CONCLUSÃO?
Fica difícil, a partir dessa renovada denúncia, evitar suas consequências. Que conclusão devem tirar os integrantes da CPI da Petrobras? Complicado, mas não impossível, será ouvir a presidente da República e seu antecessor, até pela falta de materialidade na acusação, limitada ao depoimento prestado por um bandido. Sem provas além de sua palavra.
Será, no entanto, possível aos acusados manter o silêncio verificado até agora? Ignorar a afirmação de que sabiam da corrupção reinante em importante setor da administração pública seria desastroso para o grupo hoje impedido até de sair às ruas sem manifestações populares de rejeição. Alguma coisa precisa ser feita com urgência pelos acusados, porque o barro lançado sobre o ventilador começa a atingir indiscriminadamente culpados e inocentes.

12 de maio de 2015
Carlos Chagas

YOUSSEF DISSE À CPI QUE NÃO PODE CONFIRMAR PROPINA A CUNHA




Youssef repetiu as acusações a Vaccari e à cunhada dele
O doleiro Alberto Youssef esclareceu nesta segunda-feira, 11, aos integrantes da CPI da Petrobrás que o ouvem em Curitiba, que não pode confirmar a remessa de dinheiro da OAS para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Recebi da OAS para que fosse entregue o recurso nesse endereço. Não sabia quem era morador dessa residência”, disse Youssef aos parlamentares.
“Eu recebia o endereço, o local, a cidade e quem iria receber”, disse Youssef ao argumentar que eram comum o procedimento de entregar sabendo o nome apenas do intermediário e não do destinatário final dos recursos desviados. Eduardo Cunha é um dos políticos investigados por suspeita de envolvimento com o esquema de desvios envolvendo contratos da Petrobrás. Ele nega ter qualquer ligação com o doleiro ou com o esquema.
Youssef repetiu que quem fez a entrega foi o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca. Sobre o depoimento de Careca, que implicou Cunha e Antonio Anastasia (PSDB), o doleiro disse não saber se é verdade. “Não tenho ideia. Não sei se ele inventou nomes, porque quem foi ao endereço foi ele.”
CONTESTAÇÃO
Youssef foi confrontado pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que disse que o doleiro não estava sendo verdadeiro. Valente argumentou não ser possível ele lembrar de nomes de quem teria recebido pelo PT, citando a cunhada de João Vaccari, Marice, e não lembrar o nome do recipiente na casa de Cunha. “Deputado, alguns eu lembro, outros não lembro”, respondeu Youssef.
Youssef disse não conhecer pessoalmente Cunha nem ter repassado diretamente recursos. O doleiro disse também não conhecer ou ter feito repasses diretamente ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele contudo, disse ter feito repasses para Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que seria o operador do PMDB no esquema.
O doleiro reafirmou com maior certeza repasses destinados a lideranças pepistas, como o ex-ministro Mário Negromonte, o senador Ciro Nogueira e o deputado Aguinaldo Ribeiro.
COM VACCARI
Youssef confirmou também a ida do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto ao seu escritório, mas negou ter “operado” diretamente com ele. Segundo o doleiro, Vaccari deve ter ido ao local no fim de 2013 ou início de 2014.
Quando esteve na CPI da Petrobrás, no início de abril deste ano, Vaccari afirmou que havia ido ao escritório do doleiro, mas não o encontrou no local. Youssef foi questionado se haveria convidado o ex-tesoureiro. “Não liguei para ele convidando para ir ao meu escritório. Pode ser que em encontros casuais em restaurantes, eu possa ter dito para ele ir ao meu escritório tomar um café”, afirmou aos parlamentares. “Era só para tomar um café.”
O delator disse que mandou entregar dinheiro para a cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Marice Corrêa de Lima, e também na sede do PT, em São Paulo. Essas informações Youssef já havia declarado à Justiça Federal e à força tarefa da Lava Jato. Questionado por parlamentares se ele havia operado propina com Vaccari, o doleiro – preso desde março de 2014 e acusado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa – corrigiu a informação da CPI.”Nunca operei com Vaccari diretamente, fiz operação para a Toshiba (empresa investigada na Lava Jato) que diz que o dinheiro era direcionado para Vaccari.”

12 de maio de 2015
Ana Fernandes e Ricardo Brandt
Estadão

O HUMOR DO ALPINO

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12 de maio de 2015

'O INSÓLITO ALAN GROSS



agAlan Gross não desfrutou de nenhuma das vantagens dos espiões cubanos nas prisões norte-americanas.

Há ao menos dois informativos que pretendem apresentar eventos ou situações difíceis de entender e aceitar. O mais conhecido é o “Acredite ou não” de Ripley, mas também há o micro radial “Nosso Insólito Universo”, no qual narram-se acontecimentos extraordinários, eventos misteriosos e estranhos, para os quais é difícil encontrar uma explicação.
Em qualquer destes exemplos caberia a decisão de Alan Gross de se somar aos que trabalham a favor das viagens a Cuba e procuram incrementar as relações comerciais entre os Estados Unidos e a ditadura insular, sem exigir do governo de Havana mudanças substanciais nas injustas leis que o conduziram à prisão, as mesmas que possibilitaram o fuzilamento de milhares de pessoas e o encarceramento de centenas de milhares.
Gross esteve encarcerado durante cinco anos por levar à comunidade judaica da ilha equipamentos para que pudessem melhorar seu acesso à internet, muito diferente das atividades de espionagem contra os Estados Unidos e a favor do governo de Cuba que os cinco convictos da chamada “rede Avispa” realizaram, sem passar por cima a implicação do grupo no assassinato no ar dos pilotos de Hermanos al Resgate.
Segundo diferentes informações, o cooperante cumpriu durante mais de 25 anos uma ampla trajetória profissional no campo do desenvolvimento internacional, trabalhando em mais de 50 países do Oriente Médio, África e Europa.
Ele desenvolveu projetos na comunidade mineira de Baluquistão, Paquistão, e com palestinos da faixa de Gaza e Cisjordânia, assim como em projetos agrícolas no Azerbaijão e Bulgária, e não há informação de que tivesse sido preso em algum desses lugares.
Quando o detiveram em Cuba em 2009 e foi acusado de espionagem, trabalhava como empregado da empresa Development Alternatives Inc. com sede em Maryland, que sub-contratava tarefas para a Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Gross, que qualificou seu encarceramento como vergonhoso calvário e sua detenção de arbitrária, atos executados pelo governo de Cuba, declarou-se em greve de fome para exigir que Havana e Washington conviessem o relaxamento de sua prisão, porém os Castro estavam determinados a usá-lo como peça de troca em seu planos de conseguir a libertação dos espiões que continuavam encarcerados nos Estados Unidos.
O governo cubano não ouviu as solicitações de clemência a seu favor de políticos como o ex-presidente Jimmy Carter ou o ex-governador de Novo México, Bill Richardson, que viajaram a Cuba para interessar-se por seu estado.
Enquanto René González, em liberdade condicional de uma condenação de quinze anos por espionagem, foi autorizado a viajar à ilha em duas ocasiões para assistir aos funerais de igual número de familiares, o governo de Cuba negou ao americano a permissão de viajar para que assistisse ao funeral de sua mãe.
As diferenças dos regimes carcerários de ambos países pôde-se ver em toda sua dimensão quando o governo dos Estados Unidos autorizou a inseminação artificial da esposa de Gerardo Hernández, chefe da rede de espiões, condenado a duas condenações perpétuas e quinze anos de cárcere por sua vinculação direta com a morte de quatro pilotos, três deles cidadãos dos Estados Unidos e o quarto residente.
Gross não desfrutou de nenhuma das vantagens dos espiões cubanos nas prisões americanas. Suas condições de confinamento eram tão dramáticas que sua esposa declarou estar muito preocupada de que ele pudesse fazer algo drástico depois da morte de sua mãe.
O ex-cooperante estava recolhido junto a outros dois presos em uma pequena cela que as autoridades mantinham iluminada durante 23 horas, segundo declarou seu advogado, que também o acompanha neste novo empenho muito diferente ao que o levou à prisão.
É difícil entender o que motiva uma pessoa a mudar suas expectativas sobre determinadas situações. Gross foi uma vítima da ditadura cubana e deve saber que seu empenho não vai repercutir no povo cubano, ele conhece como poucos americanos que o governo da ilha é refratário a reconhecer os direitos dos cidadãos e que a única coisa que lhe interessa é a aplicação de fórmulas que lhe permitam continuar no poder.
Certamente que cada um é livre para promover e trabalhar a favor do que considere pertinente, porém nem todos poderiam estar em Ripley como o senhor Gross, já que, com sua conduta, além de quais sejam seus desejos, está favorecendo um regime que continua cerceando os direitos das pessoas que no passado ele tratou de ajudar e pelo qual permaneceu encerrado cinco anos de uma condenação de quinze, os quais teria cumprido se Washington não houvesse intervindo. Acredite ou não.
12 de maio de 2015
PEDRO CORZO
Tradução: Graça Salgueiro

A VERGONHA QUE É LUÍS EDSON FACHIN


ALELUIA!!! ALELUIA!!! ALELUIA!!!!

Liberaram a bagaça!!!
Esta humilde página está em minhas mãos novamente. 

No país da liberdade de expressão meia boca fiquei de gancho por mais de dois meses..
Só não entendo o motivo de não terem simplesmente tirado a página do ar como é praxe nos tempos de democracia caolha Tupiniquim.

Mas...Com os danos de perda de imagens e a impossibilidade de postar até comentários vamo que vamo até quando der.

Bem meus amigos, o assunto em voga..."em voga é phoda hein?" Bem, o assunto que está bombando nas redes sociais é a indicação de OUTRO PTralha para compor o Superior Capacho Federal com as intenções de sempre, fazer o trabalho sujo para livrar a cara dos vagabundos vermelhos em todos os julgamentos que virão pela proa.

O que mais espanta é que nas indicações dos sebosos Tofolli e Lewandowski o que não tinha valor algum era o tal "notável saber jurídico" todos sabemos que tanto um quanto outro nunca foram além de advogadozinhos do PT ou filhos de uma amiga da Prêmera Muda. 

Vieram para o STF com a única função de livrarem a cara dos vagabundos vermelhos no mensalão, e deu no que todos já sabemos, os não PTralhas cairam em cana braba, e os PTralhas até foram presos, mais por pressão do EMINENTE Joaquim Barbosa do que pela defesa das leis dos outros pares no supremo.  E já estão na rua livres leves soltos e cometendo crimes novamente...

Depois vieram mais duas indicações, Barroso e Zavaski e já deram bem a pinta de que também estão a serviço do partido e não do país.

Agora a presidANTA Jumenta Dentuça lança esse tal Fachin para preencher a vaga deixada por Barbosão.  Dez Fachins não valem um Barbosa, mas... 

Simplesmente agora o "notável saber jurídico" conta na indicação, Fachin é outro grande jurista que não possui a mínima ética pessoal, pois se tivesse não estaria na campanha do penico pedindo encarecidamente os votos dos senadores que já torceram o bico para ele.

A falta de ética e o desespero para colocar amigos do rei no STF é tamanha que até página na internet em defesa da indicação de Fachin já roda nas redes sociais. E pasmem, o dono da página é um PTralha que trabalha para os ratos vermelhos que entre outras coisas é dono da página do Foro de San Pablo.

Perderam definitivamente a vergonha e a ética, as indicações são tão ideológicas e necessitam de tal forma de ministros alinhados ao partido que se esse tal Fachin fosse realmente alguém digno para ser ministro do supremo, só pela ética e pelo amor próprio em respeito a sua biografia declinaria do pedido, porém...está se arrastando atrás da aprovação dos senadores.

Notável saber jurídico é o caraleo, o que importa é servir a um só senhor, no caso o projeto de poder do PT.  E cara é comunista da linha de pensamento absurdamente jurássico.
E o que mais espanta alguns, é ver senadores do PSDBosta, principalmente o fanfarrão Álvaro Dias, que deveriam torpedear essa candidatura sem vergonha estarem trabalhando pela nomeação do Fachin. Para quem não sabe o PSDBosta é um PT com complexo de superioridade, portanto são piores que os ratos vermelhos, pois jogam nas sombras se fazendo de bons moços e não passam de pústulas.

Estamos entregues a própria sorte...Barbosão que foi um grande brasileiro no julgamento do mensalão não aguentou a sujeira que fizeram contra ele nas redes sociais, ameaças pessoais e raciais, pediu para sair...

Com a nomeação desse cidadão que tem, segundo a imprensa, "N" problemas éticos em seu currículo o juiz Sérgio Moro que comanda a operação Lava Jato será a próxima vítima dos ratos vermelhos. Escrevam aí e me cobrem depois.

Para quem ficou surpreso com a atitude de Tófoli quando nas eleições que se fechou em uma sala e saiu com o resultado da eleição pronto, não se surpreendam em ver os donos das empreiteiras na cadeia e os políticos todos na rua, principalmente os do PT a quem servem esses "juristas" de merda.

Esse senhor realmente é uma vergonha para a justiça Tupiniquim apenas por se sujeitar a servir de instrumento ideológico pelos poderosos, O Brasil se apequenou, não que um dia foi um gigante, mas o nanismo de certos setores do poder nos jogam ao atraso de terceiro mundo, Somos um país, quando seremos uma nação?

A bandalheira que esse senhor, se for aprovado no Senado vai julgar, chega a 80 bilhões em roubalheira, e quem protege corruptos suja as mãos com o sangue do povo que morre de fome, por falta de atendimento médico, pela violência que só faz crescer. E acima de tudo, é culpado pelo atraso em que o Brasil está jogado. 

Nenhum deles está preocupado com o país. Olhando para os próprios umbigos alienados ideológicos só fazem phoder o povo.

Enquanto isso os estádios continuam lotados de Brasucas alienados que acham que futebol é solução para a merda de vida que levam!!!

12 de maio de 2015
omascate

JANCO VIVE NA PERMANÊNCIA DE SUA MENSAGEM



“Confundiam justiça social com comunismo”, dizia Jango
O que faz um grande político é chegar e manter-se no poder. O que faz um grande estadista é usar o poder para transformar seu país na direção de uma economia moderna e dinâmica e de uma sociedade harmônica. Mas o que faz um político e estadista ser um mito é ter sua mensagem mantida ao longo de décadas ou mesmo de séculos.
Jango foi um grande político ao chegar ao cume da carreira como presidente de seu país, mesmo tendo escolhido abrir mão do poder para não abrir mão de princípios e valores. Preferiu princípios ao não aceitar adaptação às forças da direita e preferiu valores ao recusar a ideia de uma guerra civil.
Ele foi um estadista porque foi responsável por uma grande valorização do salário mínimo antes mesmo de ser presidente. Deve-se a ele o esforço para reduzir a desigualdade regional e a marcha pela justiça social. Mas o que faz dele um grande personagem, lendário, é a permanência de sua mensagem. Nesse sentido, Jango ficou ainda mais forte no imaginário pelo que ele não conseguiu fazer. Cinquenta anos depois de seu governo, ele continua atual e necessário.
REFORMAS
As reformas que ele encarnou, e só ele encarnou, continuam necessárias. A reforma agrária, apesar de todo avanço técnico e da urbanização, ainda é um assunto não resolvido. A reforma educacional – que depois dele Brizola, seu parceiro, encarnou – ainda é o maior dos problemas brasileiros. Também continuam sendo necessárias a reforma dos sistemas financeiro e fiscal, a busca de um projeto de desenvolvimento industrial, a quebra das desigualdades regional e social.
Todas as reformas de Jango, pelas quais ele lutou e morreu, continuam temas ainda vivos, não resolvidos, não arquivados pela História. Por isso, além de político e estadista, ele é um símbolo, um mito vivo para as gerações que vieram depois dele.

12 de maio de 2015
Cristovam Buarque

QUE DIRÃO NOSSOS FILHOS E NETOS SOBRE A IMPREVIDÊNCIA HUMANA?





















Todos os países, especialmente os que passam por crises financeiras, como é o caso do Brasil de 2015, são tomados por uma obsessão persistente: temos que garantir o crescimento do PIB, que é fundamentalmente econômico na produção de bens materiais, mas cobra uma alta taxa de iniquidade social (desemprego e compressão dos salários) e uma perversa devastação ambiental.
Na verdade, deveríamos, antes, falar de desenvolvimento integral, que comporta elementos materiais imprescindíveis, mas, principalmente, dimensões subjetivas e humanísticas.
Há bastante tempo o equilíbrio entre crescimento e preservação da natureza foi quebrado em favor do crescimento. O consumo já supera em 40% a capacidade de reposição dos bens e serviços do planeta. Ele está perdendo sua sustentabilidade.
AUTOREGULAÇÃO
Sabemos hoje que a Terra é um sistema vivo autorregulador, no qual todos os fatores se entrelaçam para manter sua integridade. Mas ela está falhando em sua autorregulação. Daí as mudanças climáticas, os eventos extremos e o aquecimento global que nos pode surpreender com graves catástrofes.
A Terra está tentando buscar um equilíbrio novo, subindo sua temperatura entre 1,4°C e 5,8°C. Começaria, então, a era das grandes devastações, com a subida do nível dos oceanos afetando mais da metade da humanidade que vive em costas.
Com acerto afirma o ambientalista Washington Novaes: “Agora não se trata mais de cuidar do meio ambiente, mas de não ultrapassar os limites que poderão pôr em risco a vida”. Cientistas sustentam: já nos acercamos do ponto de não retorno. É possível diminuir a velocidade da crise, mas não sustá-la.
LIMITES DO PLANETA
Essa questão é preocupante. Em seus discursos oficiais, os chefes de Estado, os empresários e, o que é pior, os principais economistas quase nunca abordam os limites do planeta e os constrangimentos que isso pode trazer para a nossa civilização. Não queremos que nossos filhos e netos, olhando para trás, nos amaldiçoem porque sabíamos das ameaças, e nada ou pouco fizemos para escapar da tragédia.
O erro de todos foi seguir ao pé da letra o conselho estranho de lorde Keynes para sair da Grande Depressão dos anos 1930: “Durante pelo menos cem anos devemos simular diante de nós mesmos e diante de cada um que o belo é sujo e o sujo é belo, porque o sujo é útil e o belo não o é. A avareza, a usura, a desconfiança devem ser nossos ‘deuses’, porque são eles que nos poderão guiar para fora do túnel da necessidade econômica rumo à claridade do dia… Depois virá o retorno a alguns dos princípios mais seguros e certos da religião e da virtude tradicional: que a avareza é um vício, que a exação da usura é um crime e que o amor ao dinheiro é detestável” (“Economic Possibilities of our Grand-Children”).
NOVOS RUMOS
É urgente redefinir novos fins e os meios adequados a eles, que não podem mais simplesmente produzir, devastando a natureza, e consumir ilimitadamente.
Ninguém detém a fórmula de saída dessa crise civilizacional, mas suspeitamos que ela deve se orientar pela sabedoria da própria natureza: respeitar seus ritmos, sua capacidade de suporte, dar centralidade não ao crescimento, mas à sustentação de toda vida. Se nossos modos de produção respeitassem os ciclos naturais, seguramente teríamos o suficiente para todos e preservaríamos a natureza da qual somos parte.
Cobrimos as chagas da Terra com esparadrapos. Remendos não são remédios. Praticamente, nos restringimos a esses remendos na ilusão de que estamos dando uma resposta às urgências que significam vida ou morte.

12 de maio de 2015
Leonardo Boff
O Tempo

A TRAG[EDOA AFROCANA PRECISA SER VISTA SOB OS ÓCULOS DE SCHINDLER



O mundos dos ricos nada faz pelo mundo dos pobres, está é a realidade

















Durante séculos, os europeus e americanos do norte e do sul arrancaram africanos de suas vilas e famílias, transportando-os forçadamente em navios negreiros para escravizá-los. Graças a investimentos na educação, ciência e tecnologia, os europeus conseguiram realizar o imenso sucesso da civilização industrial. O sucesso da Europa e a estagnação da África criaram um novo tipo de navio negreiro, transportando africanos empurrados pela fome. Mudaram o mar, a direção dos barcos, o tipo de algemas, mas não mudou a ética.
Quando o continente europeu sofreu escassez, as Américas receberam dezenas de milhões de pobres europeus. Agora, a Europa constrói um “muro” para impedir a entrada de africanos esfomeados. Em algumas semanas, morreram mais africanos na “cortina de ouro” do Mediterrâneo do que durante todo o tempo da Cortina de Ferro que separava a Europa Ocidental da Europa Oriental.
Os livros “O Erro do Sucesso – A Civilização Desorientada e a Busca de um Novo Humanismo” (2014), “O que é Apartação” (1993) e “A Cortina de Ouro” (1994) propõem que as grandes crises do mundo de hoje – desigualdade, migração, ecologia, terrorismo – decorrem do sucesso da civilização industrial que se protege deles construindo “muros”. A tragédia no Mediterrâneo é o mais visível desses “erros do sucesso” e da “cortina de ouro” para implantar a “apartação global”.
A ESTUPIDEZ DO MODELO
Não fosse a riqueza europeia, os africanos não se apinhariam em frágeis barcos, sujeitos à morte, fugindo da pobreza. Isso não seria necessário se a riqueza criada ao longo dos últimos séculos tivesse se distribuído por todo o planeta. A crise ecológica não ocorreria se o avanço técnico tivesse criado uma economia harmônica com a natureza. O terrorismo quase não existiria se o sucesso europeu respeitasse as diferenças culturais.
“Erro do sucesso”, “cortina de ouro”, “apartação global” decorrem do fato de que o magnífico avanço técnico não esteve sujeito à orientação ética. Faltam óculos capazes de mostrar a estupidez e a injustiça do modelo seguido pelo progresso da civilização industrial. Oskar Schindler percebeu a imoralidade da perseguição de judeus e os contratou em sua fábrica para salvá-los do holocausto.
DEIXAR QUE MORRAM
A Europa nega-se a dar emprego aos africanos ou a investir em educação e postos de trabalho na África. Prefere barrá-los no outro lado do Mediterrâneo ou deixar que morram afogados na travessia. Seus dirigentes reúnem-se para descobrir como barrar os africanos, como devolvê-los à asfixiada África.
Não adiantará a construção de uma “cortina de ouro” separando pobres e ricos; os pobres migrarão de qualquer forma: morrerão no caminho, desmoralizando a moral cristã dos ricos, ou inundarão a Europa, comprometendo o modelo europeu.
A saída é uma mudança de ótica que leve a uma nova ética, óculos de Schindler para reorientar o progresso global, distribuindo seus benefícios com a África, como os Estados Unidos fizeram para reconstruir a Europa depois da guerra.

12 de maio de 2015
Cristovam Buarque
O Tempo