"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A LEI? ORA, A LEI...

Dilma Rousseff inicia o segundo governo com um leque imenso de dificuldades. A primeira, perene, é o seu próprio temperamento, irascível e imperioso, a dificultar o diálogo e a harmonia. A segunda está em seu entourage, composto por pessoas sem peso e sem autoridade perante a classe política e perante a própria presidente, que, aliás, segundo consta, prefere súcubos submissos. A terceira decorre do marco zero de nossa economia, com crescimento nulo, inflação no teto da margem, déficit fiscal e desemprego começando a ameaçar.

Como se não bastassem tais entraves, pouco animadores para começo de mandato, há no horizonte a crise moral e política, pois nunca antes neste país houve, como no petrolão, corrupção de tamanha grandeza a comprometer fortemente a maior empresa estatal e a confiança nos administradores e no próprio governo.

Esta rede de corrupção engloba diversas vertentes, não só empreiteiras, diretores e gerentes da Petrobrás, mas os últimos destinatários do alcance, ou seja, senadores, deputados, ministros recebedores do dinheiro desviado.
A base governista será logo aquinhoada com uma investigação que retirará de suas lideranças condições de comando.
A única notícia boa, contudo, para Dilma é que todas as ilegalidades praticadas na Petrobrás ocorreram no Brasil, cuja sociedade não nasceu dotada do sentimento de indignação diante do desmando e do abuso de poder, reconhecendo a plena normalidade no jeitinho para driblar os limites da lei.
Com efeito, Lula em plena crise do mensalão foi reeleito, Dilma em meio ao petróleo foi reeleita. Na primeira pesquisa após as eleições, quando vieram à tona mais revelações sobre os alcances na Petrobrás, a maneira como a presidente governa o País foi aprovada por 52% e desaprovada por 41%. Já a parcela da população que afirma confiar na presidente foi de 51%, ante 44% que não confiam, segundo o Ibope de 17 último.
 
Como se justifica tal complacência de nossa gente com os desvios graves de conduta dos seus governantes?
 
A explicar tal comportamento há preocupante pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, publicada no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2014, sobre a visão dos brasileiros acerca da lei e das instituições judiciais.

A pesquisa ouviu mais de 7 mil pessoas em oito Estados e as respostas indicaram que 81% delas concordam ser fácil desobedecer à lei, preferindo-se o jeitinho em vez da obediência ao Direito, mesmo porque há poucas razões para o respeitar.
Prevalece o senso comum de ficarem as leis apenas no papel, em vias do que se reconhece como generalizada a percepção de ser fácil driblá-las, tendo-se por consequência o sentimento de que o engano à lei não é moral nem socialmente reprovável.
 
Outro dado relevante consiste na posição de nossas elites, pois quanto maior a renda e o nível cultural, maior a convicção da vantagem de ignorar a ordem legal, a ser facilmente burlada; 85% das pessoas com renda acima de oito salários mínimos concordam ser fácil burlar a lei, posição compartilhada por apenas 71% dos assalariados com renda não superior a um salário mínimo.

As elites dão o mau exemplo. O dono de grande rede comercial de objetos para casa assegura ser melhor vender para pobre do que para rico, este sendo muitas vezes despreocupadamente inadimplente.
A classe secularmente explorada rege-se mais pela correção.
 
Instaura-se, portanto, na sociedade, a ideia de ser desimportante o respeito à lei, sendo, assim, logicamente não reprovável o seu desrespeito. Ao desonesto, quando muito, a indiferença. Muitos candidatos sabidamente corruptos, mas ainda ficha-limpa por estarem os processos em curso, mereceram o voto popular.
Instala-se a cultura da esperteza como um valor positivo, parecendo que no fundo das consciências há grande e silenciosa conspiração em favor da conhecida frase de Stanislaw Ponte Preta:
“Ou restaure-se a moralidade, ou nos locupletemos todos”.

Como a grande maioria entende ser normal locupletar-se, não vendo vantagem em ser honesto, pois não rende respeito, nem há, de outro lado, punição por ser desonesto, vale a pena, então, apostar na impunidade e tirar proveito.
Assim, parte-se do princípio de que, se muita gente tem lá culpa no cartório, uma mão lavará a outra, sendo mais cômodo deixar a restauração da moralidade para a outra encarnação.
 
A imposição de uma pena ao crime não deixa de ter um papel pedagógico, à espera de que venha a reforçar na consciência da comunidade a positividade do valor afrontado com o delito.
No caso da corrupção ou da fraude à licitação, os valores da probidade administrativa e do zelo com o dinheiro público deveriam ser reafirmados com a instauração de processos e mais ainda com condenações. Esse efeito colateral do processo criminal e da imposição de sanções, todavia, não tem tido, isoladamente, no Brasil a consequência de gerar comportamentos corretos e leais na administração pública, havendo “mensalinhos” espalhados em prefeituras deste nosso país. Descoberto o mensalão, partiu-se para o petrolão.

Vive-se a contradição da aprovação de Dilma num cenário absolutamente adverso, com a responsabilização pelos “malfeitos” batendo à porta do Planalto. Mas será que agora, com o seguimento das investigações, pelos volumes desviados e com a indicação do nome dos políticos envolvidos surgindo em fevereiro, haverá mudança na mentalidade do brasileiro no tocante à importância de respeitar a lei? Ou será que continuará em 2015 a vicejar a expectativa de poder se locupletar antes que se instaure amoralidade?
O Brasil virá às ruas em favor da honestidade para demonstrar que a malandragem esperta merece, além de sanções penais, a reprovação da sociedade?

Muitos caminhos deverão ser percorridos para se disseminar a cultura do respeito à lei, em lenta evolução moral. Em todo caso, feliz 2015.

Advogado, Professor Titular Aposentado da Faculdade de Direito da USP, Membro da Academia Paulista de Letras, foi Ministro da Justiça

Miguel Reale Júnior
08 de janeiro de 2015

CIVILIZAÇÃO x BARBÁRIE


Civilização x barbárie

1) A imagem da CIVILIZAÇÃO mostra milhares de franceses reunidos nesta quarta-feira (07) na Place de la Republique (Praça da República), em Paris, para homenagear as vítimas do ataque feito por homens armados e encapuzados que abriram fogo e mataram ao menos 12 pessoas na sede do jornal Charlie Hebdo, cujas charges satirizavam líderes muçulmanos, entre outros.

* Hamyd Mourad, um sem-teto de 18 anos e origem desconhecida, se rendeu a policiais de Charleville-Mézières, região de Ardenas, no norte da França. Os irmãos de nacionalidade francesa e origem argelina Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, ainda são procurados. Um dos três terroristas era conhecido das autoridades e chegou a ser julgado em 2005 por fazer parte de um grupo jihadista que incitou jovens a combater no Iraque.

Civilização

2) A imagem da BARBÁRIE mostra uma passeata de radicais muçulmanos em Londres em 2006 contra a publicação na imprensa dinamarquesa de charges que satirizavam o Profeta Maomé.
Os cartazes, “que a mídia ocidental esconde para dar feições mais humanas aos terroristas e criar no mínimo uma impressão enganosa de equivalência moral”, já revelavam a verdadeira face da ideologia radical islâmica em inscrições listadas por mim na página 156 do nosso best seller O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, entre elas:

“Massacre aqueles que insultam o Islam” (“Massacre those who insult Islam”);

“Degole aqueles que insultam o Islam” (“Behead those who insult Islam”);


“Aniquile aqueles que insultam o Islam” (“Anihilate those who insult Islam”).


behead-those-who-insult-islam
Nove anos depois, eles aniquilaram. Nove anos depois, eles massacraram. A liberdade de expressão e de imprensa teve neste 7 de janeiro o seu 11 de setembro.

08 de janeiro de 2015
Felipe Moura Brasil

BRASIL ENVERGONHADO COM A REEDIÇÃO DO ESPETÁCULO DO CINISMO

Enquanto o mundo se mobiliza contra o terror islâmico, jornalistas estatizados pelo governo lulopetista envergonham o Brasil com a reedição do espetáculo do cinismo

Georges Wolinski

O tom burocrático da nota divulgada pela presidente Dilma Rousseff reafirma que o governo brasileiro não enxerga ─ ou não quer enxergar, o que dá no mesmo ─ as dimensões perturbadoras do ataque sofrido pelo semanário satírico francês Charlie Hebdo. Foi a mais chocante operação terrorista registrada no planeta desde 11 de setembro de 20o1, quando aviões pilotados por discípulos de Osama bin Laden derrubaram as Torres Gêmeas em Nova York. Foi a mais insolente ação do gênero ocorrida na França depois da Segunda Guerra Mundial. Foi o mais selvagem desafio à liberdade de expressão e outros valores democráticos que alicerçam a civilização ocidental protagonizado por fanáticos adoradores de Maomé.

Enquanto a onda de indignação nascida na Paris ensanguentada pela milícia islâmica se espalhava pelo mundo, entidades que deveriam defender o jornalismo e a preservação de direitos sem os quais tal profissão é só mais uma fraude voltaram a envergonhar o Brasil com a reedição do espetáculo do cinismo. Alguns sindicatos optaram pelo silêncio, como se o som das rajadas de balas numa redação em Paris fosse uma retomada extemporânea do foguetório que saudou a virada do ano. Outros prolongaram os lamentos pela presença entre os mortos de cartunistas famosos, como Wolinski (foto acima), para fingir que não se assombraram com o atrevimento dos matadores por falta de espaço. Dois ou três comunicados até ousaram  enxergar um atentado ao direito de expressâo, mas trataram os liberticidas patológicos com a brandura recomendada a companheiros de luta contra o imperialismo ianque.

Na visão caolha do governo e dos seus sabujos fantasiados de dirigentes sindicais ou blogueiros progressistas, qualquer país, partido ou bando que se oponha aos Estados Unidos merece o tratamento de amigo de infância. Foi assim com os aiatolás atômicos, com o doido de pedra Muammar Khadaff, louvado por Lula como “irmão e líder” enquanto arrrastava a Líbia de volta ao tempo das cavernas. É assim com genocidas africanos, com tiranetes cucarachas e até com o Estado Islâmico, um viveiro de degoladores que Dilma Rousseff acha possível regenerar com meia dúzia de diálogos amáveis e muito carinho. É natural que seja assim com os psicopatas a serviço do Islã.

No universo dos países democráticos, os jornalistas brasileiros a serviço do lulopetismo são os únicos que lutam pelo fim da liberdade de imprensa e pela implantação da censura, sempre encoberta por codinomes bisonhos como “controle social da mídia”, “regulação dos meios de comunicação” ou  “democratização da mídia”. Seja qual for o disfarce, o que esses incapazes capazes de tudo pretendem conseguir é algum instrumento que ajude a materializar o sonho do poder perpétuo e absoluto, que exige a eliminação de jornalistas para quem a verdade e a independência estão infinitamente acima de velharias ideológicas ou religiosas.

Para obter o mesmo resultado que o PT persegue cavalgando a censura com codinome, os soldados de Maomé usaram armas de fogo. Tudo somado, a diferença entre a companheirada e os matadores de cartunistas é que os celebrantes de missa negra não aceitam ser recompensados depois da chegada ao paraíso com a posse de uma das 11 mil virgens. Os devotos de Lula preferem receber o pagamento neste mundo e o quanto antes. De preferência, em dinheiro vivo.

08 de janeiro de 2015
Augusto Nunes, Veja

OS "CONSULTORES" DO PT

 

Quanto você vai cobrar por aquela “consultoria”, companheiro?
 
Poderosos petistas do alto escalão descobriram um filão e tanto para amealhar verdadeiras fortunas: prestar “consultoria”. São contratados a peso de ouro por grandes empresas sob o pretexto de oferecerem toda a sua experiência “acadêmica” e sua visão política e econômica de mundo. Lobby agora mudou de nome. E a vantagem é que é tudo “por dentro”, oficial, com nota fiscal e imposto recolhido.
Em Tudo ou Nada, de Malu Gaspar, jornalista da Veja, consta o relato de quando José Dirceu fechou sua primeira parceria privada como consultor, com ninguém menos do que Eike Batista:
 
“Hoje estou aqui na condição de consultor. Vocês sabem, eu preciso reconstruir minha vida.” Pediu então 100 mil reais por mês em um contrato de um ano. Se as negociações avançassem, cobraria uma taxa de sucesso ainda a ser combinada. Eike regateou, mas acabaram fechando em 70 mil reais mensais. Assim, Eike se tornou o primeiro cliente privado de José Dirceu, que embarcaria para La Paz poucos dias depois no jato do empresário.
[...] Quando a informação de que contratara o ex-ministro vazou, Eike não negou. Contudo, reclamara sempre que possível: “Contratei o Zé Dirceu e não adiantou nada!” Como não havia outro jeito, o projeto da Bolívia foi cancelado.
 
A biografia de Dirceu escrita por Otávio Cabral, também da Veja, conta com um capítulo cujo título já resume tudo: O maior lobista do Brasil. Nele, os diversos “talentos” do ex-ministro como “consultor” são expostos:
 
Sua influência ainda era inquestionável. Contratá-lo como consultor abria portas para empresas interessadas em negócios com o governo brasileiro e de outros países nos quais tinha amigos no poder, como Cuba, Venezuela, Bolívia, Portugal, México, Angola e Moçambique. Ou, ao menos, impedia que essas portas fossem fechadas. “Porque no governo, quando eu dou um telefonema, modéstia à parte, é um telefonema! As empresas que trabalham comigo estão satisfeitas” – gabava-se Dirceu.
 
Só com Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, Dirceu teria faturado R$ 10 milhões. Como podemos ver, são só países civilizados e desenvolvidos na lista, nada parecido com estados fracassados do Terceiro Mundo sob regimes autoritários, corruptos e ditatoriais. Lugares em que o mérito vale mais do que os contatos e amizades, sem dúvida…
 
As “consultorias” prestadas por petistas da alta cúpula foram tema da coluna de Carlos Alberto Sardenberg hoje também. A trinca de milionários é representada por Palocci, Pimentel e Dirceu. Os três ganharam rios de dinheiro com essas “consultorias”, que no fundo não passam de atividade lobista para abrir portas ou quebrar galhos com o governo. Diz Sardenberg:
 
Consultoria pode ser coisa séria. Há contratos, nos quais se especificam assuntos, horas de trabalho, relatórios, documentos a serem apresentados e os nomes dos profissionais envolvidos. E depois há o acompanhamento: atas de reunião, participantes, textos e projetos apresentados.
Para quê? Justamente para evitar a picaretagem. Por exemplo, para evitar que o presidente da companhia contrate um “laranja” para receber dinheiro e depois repassá-lo.
[...]
Não há suspeita de informalidade ou de sonegação de impostos. A desconfiança é outra: é de lobby, advocacia administrativa, recebimento de prêmios, dinheiro de campanha etc.
Todos os envolvidos dizem que são suspeitas indevidas, politicamente alimentadas e que não há prova de nada. Mas também não há nenhuma prova de que as consultorias foram feitas.
 
Trata-se do “crime perfeito”, pois feito dentro das leis. Enquanto o PT estiver no poder, petistas do andar de cima sempre poderão contar com essa alternativa bem remunerada caso saiam derrotados nas urnas ou sejam cassados: oferecer seus incríveis serviços de “consultores”. Descobre-se que todo o discurso em prol da igualdade e dos pobres era apenas um investimento atraente. Um belo investimento!
 
PS: Os petistas não inventaram nada disso, claro, apenas abusaram de algo que já acontecia. Como quase tudo, o PT pegou o que condenava e era ruim e extrapolou ao “estado da arte”. O principal incentivo a tais práticas, além da ganância desmedida dos próprios petistas, é a concentração excessiva de poder no estado. Essas “consultorias” só arrecadam tantos milhões assim da noite pro dia porque os contatos com o governo realmente valem não milhões, mas bilhões! E é isso que os liberais condenam, tentando atacar o mal pela raiz…
 
08 de janeiro de 2015
Rodrigo Constantino

AINDA O ATENTADO EM PARIS: É PRECISO TER CORAGEM PARA TER CLAREZA MORAL

 
Muitas pessoas, diante do horror do atentado em Paris que matou jornalistas satíricos, apelam para um mecanismo de defesa que culpa as vítimas pelo que ocorreu.
Falo em mecanismo de defesa pois há medo tanto do próprio radicalismo islâmico como de parecer um “islamofóbico” intolerante, e com isso perder pontos no ranking do politicamente correto, que demanda uma postura de compreensão elástica que abrange tudo.
 
Ou quase tudo. O politicamente correto exige que sejamos complacentes ao extremo com as “minorias”, entendidas aqui como tudo aquilo que não é homem branco ocidental cristão. Esses não precisam ser tolerados ou respeitados pois, como sabemos, são os responsáveis por todos os males do mundo. Já o restante deve ser visto como vítima oprimida desses vis opressores.
 
A covardia dessa postura salta aos olhos de quem não perdeu ainda o juízo. De uma forma ou de outra, são pessoas movidas pelo medo do Islã, pois no fundo sabem quem oferece real perigo. Criticar os Estados Unidos ou Israel, ou então os seguidores de Cristo, apelando para as mais escrachadas sátiras, não coloca a vida de ninguém em perigo. Feministas podem mostrar os seios dentro de uma igreja pois sabem que sairão de lá em segurança. O mesmo não se pode falar das mesquitas no Oriente Médio…
 
Há o risco de a reação ao atentado ser o recrudescimento de uma verdadeira “islamofobia” e o crescimento dos partidos de extrema-direita xenófobos na Europa? Sim. A democracia terá de vencer os bárbaros dentro das regras do jogo democrático, preservando a liberdade, o que não é tarefa fácil. Exige uma equação complicada, pois existe uma linha tênue que separa o pragmatismo da defesa incondicional dos nossos princípios democráticos e tolerantes.
 
O mundo livre e civilizado está em guerra contra bárbaros autoritários. Como quando se lutou contra nazistas, fascistas ou comunistas. Vencer os muçulmanos radicais será bem mais difícil. E toda ajuda será necessária, especialmente aquela dos muçulmanos mais moderados. Se eles não querem ser jogados na mesma vala desses assassinos que falam em nome de seu Alá, precisam ser ainda mais duros nas críticas aos terroristas. Precisam ter mais coragem ainda para condenar sem contemporização essa barbárie feita em nome de sua religião.
 
E o mesmo deverá acontecer nos países democráticos ocidentais. Infelizmente, não é o que vemos. Muitos, como já disse, adotam um discurso relativista que, de uma forma ou de outra, acaba jogando a culpa nas vítimas da barbárie, não nos bárbaros. Selecionei algumas cartas de leitores do GLOBO de hoje para mostrar isso:
 
IMG_0003

Esse “mas” logo depois da primeira frase já é condenável. Não tem “mas”! Notem que o Flávio tenta misturar no mesmo saco os muçulmanos e os cristãos, ignorando que no Ocidente já estamos cansados de ver Cristo sendo ridicularizado. Os crentes podem não gostar, claro. Mas nem por isso saem por aí matando os jornalistas! Não dá para comparar ambos. É evidente que nem todos os muçulmanos são terroristas, mas praticamente todos os terroristas atuais são muçulmanos. Clareza moral, Flávio!
 
IMG_0004
 
Essa já começou falando de limitar a liberdade de expressão, como se o culpado pelo atentado fosse o autor das charges, não o intolerante assassino que não aceita o contraditório. Ignora ainda que os satíricos parisienses também incluíam outras religiões em seus ataques ácidos, e que nem por isso temiam a morte por algum terrorista cristão.
Mariúza quer que se respeite a crença alheia, mas não parece respeitar a descrença alheia e seu direito de fazer piada com a fé dos outros. E ainda termina colocando no mesmo saco quem faz piada ofensiva aos crentes e quem mata aquele que faz isso, como se ambos fossem “fanáticos” perigosos. Uma equivalência moral entre assassinos e vítimas inaceitável.
 
IMG_0005
 
Esse foi bem até o final, mas escorregou depois, tendo de negar a história para ficar bem com o politicamente correto. Maomé não pregava apenas a paz e a luz, pois há várias passagens de ódio e violência no livro sagrado do Islã, e o próprio profeta foi um líder guerreiro que comandou quase 30 expedições militares contra os infiéis. Recomendo a biografia que o historiador Barnaby Rogerson escreveu sobre o fundador do Islã. Nela, fica mais claro que seus métodos não eram tão pacíficos assim…
Mas nem tudo é nebulosidade politicamente correta. Entre as cartas dos leitores, encontramos esta abaixo, um primor de objetividade e clareza moral:
 
IMG_0006
 
É exatamente isso. Bárbaros contra a civilização. Precisam ser contidos fisicamente e, acima de tudo, condenados no campo das ideias, sem contemporização, sem “mas”, por aqueles que desejam preservar a liberdade. O mundo civilizado necessita de clareza moral mais do que nunca!
 
08 de janeiro de 2015
Rodrigo Constantino

JORNAIS EUROPEUS REPERCUTEM ATENTADO EM PARIS

Nos jornais franceses, charges e cartas de repúdio contra o ataque a revista. Jornais de outros países europeus também fizeram homenagens às vítimas

 
Foto 1 / 24
Ampliar Fotos
O jornal 'Berlingske', da Dinamarca, também virou alvo de ameaças após publicar charges em homenagem aos mortos no atentado em Paris. Na capa desta quinta-feira, traz uma ilustração com o nome do jornal francês Charlie Hebdo marcado por marcas de tiros
 

O jornal 'Berlingske', da Dinamarca, também virou alvo de ameaças após publicar charges em homenagem aos mortos no atentado em Paris. Na capa desta quinta-feira, traz uma ilustração com o nome do jornal francês <em>Charlie Hebdo marcado por marcas de tiros</em> - Reprodução/VEJA
Jornais de todo o mundo repercutiram o atentado contra a sede do periódico Charlie Hebdo, que deixou doze pessoas mortas na quarta-feira. Entre as vítimas do brutal massacre estão o editor da publicação, o cartunista Charb, além de outros quatro chargistas do periódico. 

Os jornais franceses estamparam ilustrações e cartas de repúdio ao crime. Já na Dinamarca, jornalistas passaram a ser ameaçados após reproduzir charges da revista francesa. Nesta quinta-feira, os jornais dinamarqueses Jyllands Posten e Berlingske fizeram notas de repúdio contra a falta de liberdade de imprensa.
O jornal dinamarquês Berlingske publica em sua primeira página um desenho que representa uma folha em branco com o nome da Charlie Hebdo cercado por doze marcas de tiros, correspondendo aos doze mortos no ataque.

Saiba mais:

Último número de revista trouxe charge premonitória 
'Charlie Hebdo' e a arte de provocar 


"Barbárie" e "Guerra contra a liberdade" foram algumas das expressões mais usadas na imprensa francesa. Fundos pretos e desenhos prestam homenagem aos mortos. "Todos somos Charlie", afirma o jornal Libération. A frase, apresentada por muitos manifestantes na noite de quarta-feira, figura em muitas manchetes de jornais. "A liberdade assassinada", afirma o jornal Le Figaro, que publica as fotos de seis vítimas: os cartunistas Cabu, Charb, Honoré, Tignous, Wolinski e o cronista Bernard Maris. Em um editorial intitulado "A guerra", o diretor do jornal anuncia "uma verdadeira guerra, obra não de assassinos na sombra, mas de assassinos metódicos e organizados, cuja selvageria gela o sangue".

O jornal Les Echos convoca a "Enfrentar a barbárie" e publica o último desenho de Charb. O editorial arremete contra "canalhas encapuzados que declararam guerra contra a França, contra nossa democracia, nossos valores". Na Bélgica, o jornal econômico L'Echo intitula "Todos somos Charlie" sobre um fundo preto, no centro de sua primeira página, que reproduz dezessete capas da Charlie Hebdo. Seu irmão flamengo De Tijd, mais sóbrio, apresenta uma primeira página quase toda preta com as palavras "Sou Charlie", em francês.

Toda a primeira página do jornal flamengo De Morgen é ocupada por um desenho que representa em vermelho sobre um fundo branco um terrorista que segura uma kalashnikov e exclama "Estão armados!" diante de um personagem com um lápis. O editorialista do La Libre Belgique, Francis Van de Woestyne, escreve que "este ataque é, por seu impacto, sua violência, tão importante quanto o que atingiu Nova York em 11 de setembro de 2001".

Leia mais

Polícia francesa prende 7 pessoas por relação com ataque
Um dos três suspeitos do atentado terrorista em Paris se entrega
Saiba quem são as 12 vítimas do ataque contra a 'Charlie Hebdo'


'Não ceder' - Na imprensa britânica, o Daily Mail e o Daily Telegraph intitularam "Guerra contra a liberdade" e publicaram na primeira página a foto dos agressores no momento em que matam um policial ferido no chão. No mesmo sentido, o The Times intitulou "Ataque à liberdade" e o The Guardian "Ataque contra a democracia". "O ataque contra os jornalistas do Charlie Hebdo aponta contra o coração da democracia, a liberdade de imprensa", escreveu em seu site o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. "Na luta contra o terrorismo não se deve retroceder", acrescentou. "Sou Charlie!", escreveu o diário Tageszeitung.

"A Europa não tem medo", afirmou a edição internet da publicação portuguesa Expresso, que destaca que milhares de europeus saíram às ruas para defender a liberdade de expressão. "Não se deve ceder à chantagem repugnante do terror", afirma o jornal Público de Portugal. "O profeta vingado com sangue", afirmou o jornal polonês Rzeczpospolita, que diz que a "Charlie Hebdo é uma vítima da guerra que os islamitas declararam à França".

Solidariedade – O ataque sangrento e covarde contra a revista despertou comoção e solidariedade na Europa e no mundo. Horas depois do massacre, as ruas de Paris e de várias cidades da França foram tomadas por multidões em solidariedade às vítimas. A agência France-Presse fala em mais de 100.000 manifestantes em toda a França. Vigílias também aconteceram em outras grandes cidades da Europa e dos Estados Unidos. Nas redes sociais, cartunistas de todo o planeta renderam homenagens aos mortos e à coragem dos chargistas da Charlie

08 de janeiro de 2015
Veja

JE SUIS CHARLIE


 
08 de janeiro de 2015
omascate

A RABUGICE E A KALACHNIKOV

 

«Je défendrai mes opinions jusqu’à ma mort, mais je donnerai ma vie pour que vous puissiez défendre les vôtres.»
«Hei de defender minhas opiniões até morrer, mas darei a vida para que você também possa defender as suas.»
François-Marie Arouet, conhecido como Voltaire (1694-1778), escritor e filósofo francês.
 
Nem sempre é fácil aturar o contraditório. Ter de suportar opinião contrária à nossa não é exercício agradável. Que fazer? Não tem jeito: a convivência entre desiguais é a base da sociedade civilizada. Não é agradável viver num grupo de pensamento único, onde a expressão individual é proibida.
 
Psiu 1
 
O fato de não tolerar ideias distintas é mau sinal. No mínimo, mostra insegurança, medo, preocupação. É indicador seguro de fraqueza. O desconforto em coabitar com opiniões divergentes pode ser expresso de diversos modos. Vai da ranzinzice até o assassinato.
 
O sujeito de ideias liberais que não suporta o falatório inflamado do primo comunista prefere desaparecer quando o parente chega de visita. Já o fraco de espírito – pouco instruído, doutrinado e fanatizado – parte direto para o assassinato: foi o que vimos dia 7 jan. 2015 em Paris, quando doze viventes foram ceifados por rajadas de metralhadora.
 
Metralhadora 1
 
Há os que fogem do primo falante. Há também os que sacam da kalachnikov. Há ainda outros métodos de calar opiniões que estorvam. Os que nos governam atualmente, vendo que a massa pensante do Brasil é barreira para a conquista de seus objetivos hegemônicos, procuram um meio de silenciar vozes discordantes.
 
Pisoteiam nossa história. A liberdade, em todas as suas facetas, tem sido o alvo maior da luta do povo brasileiro. O símbolo do apreço que temos por esse bem precioso aparece, logo de saída, na data mais importante do País. Nem a instituição da República, nem o dia de Natal, nem o dia de Tiradentes, nem o Dia das Mães é comemorado com a mesma ênfase que o 7 de setembro. E por quê? Porque marca a conquista da liberdade, nossa maior riqueza.
 
Censura 1
 
Nossa presidente, que se autoproclama «democrata» e que costuma dizer que combateu a ditadura para que o Brasil recobrasse a liberdade, chefia um governo que insiste em instaurar a censura dos meios de comunicação.
 
O plano vem com nome adocicado, mas não consegue ocultar seu verdadeiro objetivo, que é calar vozes discordantes. Para evitar esse retorno ao obscurantismo, pressão tem de ser exercida sobre nossos distraídos parlamentares.
Em última instância, a aprovação desse monstrengo legislativo depende deles.
 
Abram o olho, compatriotas! Guardadas as devidas proporções, rabugice, kalachnicov e «regulação da mídia» são farinha do mesmo saco. Todas elas exprimem intolerância para com opiniões divergentes.
 
08 de janeiro de 2015
José Horta Manzano

NUNCA VERÁS UM PAÍS COMO ESTE

 

carlos_brickmann_09Estamos no único país do mundo onde existe jabuticaba, onde vivem ararinhas azuis, onde há micos-leões-dourados e pessoas empenhadas em extingui-los.

Onde as cidades foram construídas perto de grandes fontes de água e as poluíram, para ir buscar água boa, a alto custo, em lugares distantes – e nem sempre encontrá-la.

É o único país do mundo em que mãe é insulto e suadouro é crime.

Dilma, dizem as notícias de Brasília, aguarda a manifestação do Ministério Público (que vai demorar um pouco por causa das férias, e porque o procurador-geral está na Disneyworld, porque as pessoas presas e os processos em andamento podem esperar): Henrique Alves e Aguinaldo Ribeiro, se não forem denunciados no processo do Petrolão, podem ser ministros.

É o único país do mundo em que o sujeito, se não for para o banco dos réus, vai para o Governo.

É o único país do mundo em que se nomeia uma autoridade e é preciso demiti-la menos de 24 horas depois, quando se descobre que está habituada a violar exatamente as normas da organização que foi escolhida para dirigir.
O diretor do Detran do Distrito Federal, Antônio Fúcio de Mendonça Neto, foi nomeado na sexta, dia 2, pelo governador Rodrigo Rollemberg, do PSB; e caiu no sábado, dia 3.

Devia mais de R$ 50 mil de multas de trânsito. Para livrar-se da conta, move na Justiça um processo contra o Detran. Simplificando, se continuasse no cargo, Mendonça Neto estaria processando o mesmo Detran que estaria dirigindo.
Como disse o poeta Olavo Bilac, imita na grandeza a terra em que nasceste.
Um seio de mãe…
No Governo Federal existe a Abin, Agência Brasileira de Inteligência, que tem ótimas condições de levantar passado e presente de candidatos a altos cargos. Diz seu site que “a Abin presta assessoramento à Presidência da República assegurando-lhe o conhecimento de fatos e situações relacionados ao bem-estar da sociedade e ao desenvolvimento e segurança do país”.

Poderia informar com precisão, por exemplo, que o ministro dos Esportes, George Hilton, não tem lá muita ideia do Estado em que tem sede o Flamengo.
Ou que o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, não gosta de ciência e tecnologia. Mas para que servem as informações, se o objetivo não é funcionar, mas agradar partidos?
…a transbordar carinhos
O governador Rodrigo Rollemberg não tem Abin. Mas prometeu nomear técnicos. E deveria conhecer Mendonça Neto, seu companheiro de partido, e saber que a única relação que tem com o trânsito é ser multado e não pagar.
O jogo como ele é 1
Conta-se que certa vez o presidente Getúlio Vargas recebeu um político que lhe fez uma série de ponderações. Despediu-se dizendo:
“Tu tens razão”.
Em seguida, veio um adversário do político anterior, dizendo exatamente o oposto. Getúlio despediu-se:
“Tu tens razão”.
A filha do presidente, Alzira, chegadíssima ao pai, reclamou:
“Cada um disse o contrário do outro e tu deste razão aos dois!”

Getúlio, tranquilo:
“Pois não é que tu também tens razão?”

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, joga nesse time. Elogiou a política econômica de Fernando Henrique, elogiou a política econômica de Lula, elogiou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.

Só esqueceu de elogiar seu antecessor, Guido Mantega – mas disposição para agradar a todos tem limites, não?

O jogo como ele é 2
Desde que deixou o PMDB pelo PT, em 1979, Eduardo Suplicy foi o mais fiel dos petistas. Nunca recebeu nenhum cargo, nunca se queixou. O PT o encarou do mesmo jeito que seus adversários: um tipo pitoresco, para não ser levado a sério. E o próprio Suplicy contribuiu para isso, cantando no Senado, vestindo cueca vermelha por cima do terno para imitar o Superman.

Mas tem uma tese importante, que nunca foi bem estudada no Brasil por ter sido proposta por ele: a renda mínima. Inspirada no imposto de renda negativo do economista Milton Friedman, monetarista e um dos principais conselheiros do presidente americano Ronald Reagan, a Renda Mínima poderia, a custo menor, oferecer mais benefícios que a Bolsa Família.

Pois bem: numa das últimas sessões de 2014, o Senado aprovou o projeto da Renda Mínima, que aguardava votação há 15 anos. E? Numa última homenagem ao companheiro fiel, Dilma vetou o projeto. Em vez de socorrer os aliados feridos, o PT de Dilma ajuda a degolá-los.
Sem fantasia
As notícias sobre uma grave doença do ex-presidente Lula, que estaria se tratando em segredo, nada têm que as sustente. Não há citação de fonte; e não se explica como é que, considerando-se que se trata de uma moléstia devastadora, mortal na maioria dos casos, o doente não apresente sintomas clássicos como emagrecimento, cansaço extremo, postura recurvada.

Mais: ninguém se trata em segredo num hospital. O trabalho de dezenas de pessoas é essencial – radiologistas, médicos, instrumentadores, enfermeiros, anestesias, auxiliares de anestesia, operadores de equipamentos. Com tanta gente não há segredo que resista.

Tudo indica que as notícias pessimistas não sejam verdadeiras. E este é também – e é o correto – o desejo de quem não se deixa subjugar por ódios políticos.

08 de janeiro de 2015
Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação. Diretor da Brickmann & Associados, foi colunista, editor-chefe e editor responsável da Folha da Tarde; diretor de telejornalismo da Rede Bandeirantes; repórter especial, editor de Economia, editor de Internacional da Folha de S. Paulo; secretário de Redação e editor da Revista Visão; repórter especial, editor de Internacional, de Política e de Nacional do Jornal da Tarde.

CASA DO TERROR

Com o menor saldo em três anos, poupança exibe o estrago feito pelo PT na economia

poupanca_05Mais uma prova do monstruoso equívoco em que se transformou a política econômica do primeiro desgoverno da petista Dilma Vana Rousseff.

De acordo com o Banco Central, a caderneta de poupança registrou, em 2014, a menor diferença, em três anos, entre depósitos e saques em três anos. Os dados foram divulgados pelo BC nesta quarta-feira (7).

No ano passado, a captação líquida da poupança foi de R$ 24 bilhões, queda de 66,2% em relação ao saldo registrado em 2013, quando alcançou R$ 71 bilhões. O montante de 2014 só foi superior aos R$ 14,2 bilhões registrados em 2011.

O saldo da poupança em 2014 é fruto de depósitos de R$ 1,64 trilhão e saques de R$ 1,616 trilhão. No ano, o rendimento da poupança foi de 7,08%. Em dezembro passado, a captação líquida da poupança foi de R$ 5,43 bilhões, valor 51,5% inferior ao do mesmo mês de 2013, quando foi registrado R$ 11,2 bilhões. Contudo, em relação a novembro, houve aumento de 114,2%.

O fraco desempenho da poupança em 2014 é resultado da alta da inflação, que derrete o salário do trabalhador e impede que o cidadão faça suas economias. Outro fator que contribui para o péssimo resultado do mais popular investimento é que para driblar a crise econômica cresceu a transferência de recursos da poupança para outros produtos financeiros com rendimento superior ao da caderneta.

O derradeiro ingrediente dessa receita indigesta é que o brasileiro ganha mal e foi instado a cair de cabeça no universo do consumismo, apenas porque Lula, o alarife, precisava posar de herói diante da crise internacional que chacoalhou diversas economias ao redor do planeta.
A estratégia míope do governo do PT foi adotada pela presidente Dilma Rousseff, que continuou apostando no consumo interno como antídoto contra a crise. Sem ter como honrar os compromissos financeiros assumidos na esteira dos insanos pedidos do Palácio do Planalto, a saída foi sacar o dinheiro da poupança e pagar os financiamentos em atraso.

O cenário da poupança não deve melhorar neste ano, pois a economia brasileira está à beira do precipício. Fora isso, como já mencionado, a inflação continua resistente e em trajetória de alta e a renda real (acima da inflação) das famílias deve seguir a trilha do descenso. Em outras palavras, não haverá dinheiro para destinar à caderneta de poupança.

08 de janeiro de 2015
in ucho.info

HOLLANDE DECRETA DIA DE LUTO NACIONAL APÓS ATENTADO CONTRA CHARLIE HEBDO

(Philippe Wojazer - Reuters)
(Philippe Wojazer – Reuters)

Silêncio e indignação – O presidente François Hollande, da França, decretou luto nacional na quinta-feira (8), um dia após o atentado ocorrido em Paris que matou 12 pessoas e deixou outras 11 feridas na sede do jornal satírico Charlie Hebdo. Em pronunciamento à nação, Hollande afirmou que com o ataque toda a França foi agredida e que a melhor arma contra a tragédia é a união dos franceses, que horas depois do atentado saíram em protesto silencioso em várias regiões do país europeu.

“Hoje a República inteira foi agredida”, disse Hollande durante seu pronunciamento à nação. “A República é a liberdade de expressão, a cultura, a criação, o pluralismo e a democracia. E isso foi visado”, declarou presidente francês, que classificou as vítimas do atentado como heróis.
Além do luto nacional, será respeitado um minuto de silêncio nesta quinta-feira, ao meio-dia no horário local (9h em Brasília), em todas as repartições públicas francesas. As bandeiras do país ficarão hasteadas a meio mastro durante três dias.
Horas antes, François Molins, procurador de Justiça, confirmou que o ataque terrorista fez doze vítimas fatais, entre eles uma mulher e vários dos principais cartunistas do jornal. O presidente da França lembrou, em seu pronunciamento à nação, que entre os mortos também estavam dois policiais, “encarregados de proteger Charlie Hebdo e a redação, que era ameaça há anos pelo obscurantismo e que defendia a liberdade de expressão”. “Esse homens e essa mulher morreram pela ideia que tinham da França, ou seja, a liberdade”.
O presidente informou que agendou para quinta-feira uma reunião com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para mostrar a “determinação” do país na luta contra o terrorismo. Hollande também deve receber, no Palácio do Eliseu, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, além dos ex-candidatos nas eleições presidenciais Marine Le Pen (Frente Nacional, de extrema direita), François Bayrou (centro) e Jean-Luc Mélenchon (Frente de Esquerda).

Dois irmãos são suspeitos
A polícia francesa continua promovendo uma verdadeira caçada aos terroristas responsáveis pelo ataque ao Charlie Hebdo, mas de acordo com informações divulgadas no começo da noite desta quarta-feira as autoridades estão em busca de dois irmãos, de aproximadamente 30 anos, e um terceiro criminoso, mais jovem.
Fontes da polícia francesa afirmam que os atiradores são moradores de Paris, sendo que um deles já tem condenação por prática terrorista. O terceiro suspeito de participação no atentado ao jornal seria de Reims, na região da Champagne.
Após o covarde ataque, os terroristas deixaram o carro na região leste de Paris, onde os policiais concentraram as buscas iniciais, mas nenhuma pista que levasse aos culpados foi encontrada. Paris é muito bem servida de transporte público, o que pode ter facilitado a fuga dos criminosos após o abandono do veículo.
O fato de a polícia local já ter identificado os supostos responsáveis pelo atentado não significa que os mesmos não tenham deixado a Franca em direção a outro país europeu. O metrô que serve a capital francesa tem conexões com diversas estações ferroviárias, de onde partem os famosos trens de alta velocidade.

Em nome da causa islâmica
Testemunhas do ataque ao Charlie Hebdo afirmaram que os atiradores se identificaram como integrantes do braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen. Mesmo assim, a autoria do atentado continua sob investigação da polícia francesa, que, como mencionado, já identificou três suspeitos pelo crime.
Cédric Le Béchec, que presenciou o ataque, disse ao jornal britânico “Telegraph” que antes de começarem a atirar os terroristas abordaram um homem na rua e disseram de forma clara: “Diga à imprensa que essa é a Al Qaeda no Iêmen”.
Cartunista do jornal, Corinne Rey disse ao jornal francês “L’humanité” que encontrou os terroristas no momento em que eles entravam no edifício onde funciona o Charlie Hebdo. Ela também afirmou que os terroristas disseram ser da Al Qaeda.
Corinne Rey estava saindo para buscar a filha em uma creche quando os terroristas armados chegaram e, sob ameaças, a obrigaram a abrir a porta por meio de senha. “Eles queriam subir. Eu digitei o código [de entrada]. Eles atiraram em Wolinski e no Cabu. Durou cinco minutos”, disse a cartunista.
Informações divulgadas logo após o ataque dão conta que os criminosos chamavam as vítimas pelo nome antes de atirar, o que reforça a possibilidade de o atentado ter sido planejado com muita antecedência.
Vale destacar que terroristas não agem com imediatismo, pelo contrário. Suas ações são planejadas com excesso de antecedência e muita paciência. Em alguns casos, como relatam os fatos, atentados demoram mais de cinco anos na fase de planejamento. Isso porque os operadores do ataque normalmente passam por treinamentos militares fora do país, como aconteceu no atentado da Maratona de Boston. Fora isso, as organizações terroristas, patrocinadoras dos ataques, precisam de tempo para infiltrar seus agentes nos países que serão alvo da barbárie, sem despertar a atenção das autoridades.

08 de janeiro de 2015
ucho.info