"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

JORNAIS EUROPEUS REPERCUTEM ATENTADO EM PARIS

Nos jornais franceses, charges e cartas de repúdio contra o ataque a revista. Jornais de outros países europeus também fizeram homenagens às vítimas

 
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O jornal 'Berlingske', da Dinamarca, também virou alvo de ameaças após publicar charges em homenagem aos mortos no atentado em Paris. Na capa desta quinta-feira, traz uma ilustração com o nome do jornal francês Charlie Hebdo marcado por marcas de tiros
 

O jornal 'Berlingske', da Dinamarca, também virou alvo de ameaças após publicar charges em homenagem aos mortos no atentado em Paris. Na capa desta quinta-feira, traz uma ilustração com o nome do jornal francês <em>Charlie Hebdo marcado por marcas de tiros</em> - Reprodução/VEJA
Jornais de todo o mundo repercutiram o atentado contra a sede do periódico Charlie Hebdo, que deixou doze pessoas mortas na quarta-feira. Entre as vítimas do brutal massacre estão o editor da publicação, o cartunista Charb, além de outros quatro chargistas do periódico. 

Os jornais franceses estamparam ilustrações e cartas de repúdio ao crime. Já na Dinamarca, jornalistas passaram a ser ameaçados após reproduzir charges da revista francesa. Nesta quinta-feira, os jornais dinamarqueses Jyllands Posten e Berlingske fizeram notas de repúdio contra a falta de liberdade de imprensa.
O jornal dinamarquês Berlingske publica em sua primeira página um desenho que representa uma folha em branco com o nome da Charlie Hebdo cercado por doze marcas de tiros, correspondendo aos doze mortos no ataque.

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"Barbárie" e "Guerra contra a liberdade" foram algumas das expressões mais usadas na imprensa francesa. Fundos pretos e desenhos prestam homenagem aos mortos. "Todos somos Charlie", afirma o jornal Libération. A frase, apresentada por muitos manifestantes na noite de quarta-feira, figura em muitas manchetes de jornais. "A liberdade assassinada", afirma o jornal Le Figaro, que publica as fotos de seis vítimas: os cartunistas Cabu, Charb, Honoré, Tignous, Wolinski e o cronista Bernard Maris. Em um editorial intitulado "A guerra", o diretor do jornal anuncia "uma verdadeira guerra, obra não de assassinos na sombra, mas de assassinos metódicos e organizados, cuja selvageria gela o sangue".

O jornal Les Echos convoca a "Enfrentar a barbárie" e publica o último desenho de Charb. O editorial arremete contra "canalhas encapuzados que declararam guerra contra a França, contra nossa democracia, nossos valores". Na Bélgica, o jornal econômico L'Echo intitula "Todos somos Charlie" sobre um fundo preto, no centro de sua primeira página, que reproduz dezessete capas da Charlie Hebdo. Seu irmão flamengo De Tijd, mais sóbrio, apresenta uma primeira página quase toda preta com as palavras "Sou Charlie", em francês.

Toda a primeira página do jornal flamengo De Morgen é ocupada por um desenho que representa em vermelho sobre um fundo branco um terrorista que segura uma kalashnikov e exclama "Estão armados!" diante de um personagem com um lápis. O editorialista do La Libre Belgique, Francis Van de Woestyne, escreve que "este ataque é, por seu impacto, sua violência, tão importante quanto o que atingiu Nova York em 11 de setembro de 2001".

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'Não ceder' - Na imprensa britânica, o Daily Mail e o Daily Telegraph intitularam "Guerra contra a liberdade" e publicaram na primeira página a foto dos agressores no momento em que matam um policial ferido no chão. No mesmo sentido, o The Times intitulou "Ataque à liberdade" e o The Guardian "Ataque contra a democracia". "O ataque contra os jornalistas do Charlie Hebdo aponta contra o coração da democracia, a liberdade de imprensa", escreveu em seu site o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. "Na luta contra o terrorismo não se deve retroceder", acrescentou. "Sou Charlie!", escreveu o diário Tageszeitung.

"A Europa não tem medo", afirmou a edição internet da publicação portuguesa Expresso, que destaca que milhares de europeus saíram às ruas para defender a liberdade de expressão. "Não se deve ceder à chantagem repugnante do terror", afirma o jornal Público de Portugal. "O profeta vingado com sangue", afirmou o jornal polonês Rzeczpospolita, que diz que a "Charlie Hebdo é uma vítima da guerra que os islamitas declararam à França".

Solidariedade – O ataque sangrento e covarde contra a revista despertou comoção e solidariedade na Europa e no mundo. Horas depois do massacre, as ruas de Paris e de várias cidades da França foram tomadas por multidões em solidariedade às vítimas. A agência France-Presse fala em mais de 100.000 manifestantes em toda a França. Vigílias também aconteceram em outras grandes cidades da Europa e dos Estados Unidos. Nas redes sociais, cartunistas de todo o planeta renderam homenagens aos mortos e à coragem dos chargistas da Charlie

08 de janeiro de 2015
Veja

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