"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 22 de dezembro de 2013

OBAMA: O CARRASCO DOS IMIGRANTES ILEGAIS.

Ou: Mais um mito obamista que desmorona




Eis aí mais um mito da esquerda caviar que desaba num piscar de olhos. Lembram daquele candidato multiculturalista, aberto aos imigrantes, camarada de todos? Pois é: o Obama real, no poder, é aquele que bate recorde em captura de imigrantes ilegais.
O que seria da esquerda caviar sem sua retórica grandiosa e sua prática diametralmente oposta, ou seja, sem sua hipocrisia?
Deu na Folha que captura de imigrante ilegal na fronteira bate recordo com Obama:

No ano fiscal de 2008, 134 mil indivíduos foram devolvidos ao México após serem apreendidos no ato da travessia para os EUA.
Neste ano, o volume saltou para 235 mil, segundo dados do Departamento de Segurança Interna divulgados na última quinta-feira.

“Há uma relação entre o aumento da militarização na fronteira e a quantidade de mortes. Antes, eles cruzavam por caminhos planos e, em um certo ponto, um parente ou ‘coiote’ [atravessador] os buscava de carro”, diz Geena Jackson, voluntária do No More Deaths (“Chega de Mortes”), organização de ajuda humanitária.

“Mas, com o recente aumento dos guardas e pontos de vistoria nas estradas, eles precisam abrir trilhas mais perigosas, escalar montanhas e caminhar até mais longe antes de serem buscados de carro. São pessoas comuns, sem nenhum equipamento adequado, arriscando a vida para fugir da Border Patrol [a Patrulha de Fronteira]“, declara Jackson.

As travessias são feitas em grupo, mas alguns podem ficar pelo caminho -e muito provavelmente morrer- devido a uma desidratação ou a uma simples bolha nos pés que os impeça de continuar.
Neste ano, foram encontrados 187 corpos de pessoas que morreram tentando cruzar para os EUA, segundo Daniel Wilson, um dos voluntários que estudam e refazem as trilhas deixando galões de água, latas de feijão, cobertores e meias secas, na esperança de que sejam encontrados por migrantes necessitados.

Veja bem: nem é o caso de discordar ou não na fiscalização rigorosa. Lei é lei, e deve ser cumprida. O fato é que Obama tinha um discursinho bem diferente desta realidade. Ainda assim, são sempre os Republicanos que acabam vistos como “anti-imigração” e coisas do tipo. Checar os fatos? Isso dá um trabalho…

Sobre a imigração em si, já publiquei um texto aqui. Os Estados Unidos foram criados na base da imigração. Mas eram tempos diferentes: cada indivíduo tinha que se virar, não podia contar com tantos impostos, ou seja, recursos alheios, para tantas regalias. Em outras palavras, não havia esse estado de bem-estar social, incompatível com a livre imigração.

welfare state oferece uma carona “grátis” aos acomodados, aos novos imigrantes, aos que acabaram de chegar e já podem usufruir de várias coisas pagas pelos demais. Claro que esse modelo gera xenofobia e aversão à imigração livre. Só na cabeça oca e hipócrita da esquerda caviar é que as pessoas adoram trabalhar pesado para bancar as necessidades dos outros.

No mais, vale notar que o fluxo de imigração diz muito sobre os modelos. Por que não há uma horda tentando invadir Cuba, por exemplo? Poxa, não é um “paraíso” onde “nenhuma criança dorme na rua”, com boa saúde e educação de qualidade? Piada de mau gosto. E nada como o “teste do pudim” para verificar onde as pessoas realmente querem viver: nos países mais capitalistas.

Outro ponto importante: construir muros para impedir a entrada de imigrantes ilegais não é o mesmo que construir muros para impedir a saída do próprio povo. Falo esta obviedade ululante pois sempre aparece um ou outro esquerdista para comparar muros nos Estados Unidos e Israel com o Muro de Berlim dos comunistas. Outra piada de mau gosto.

Enfim, defendo uma política bastante liberal de imigração, desde que o modelo não seja o de welfare state coletivista. Já a esquerda, representada por Obama, defende tanto a abertura geral das fronteiras como um mega estado de bem-estar social. Claro que a conta não fecha. Na prática, precisam fechar mais a fronteira e capturar os imigrantes ilegais.

Obama foi o recordista nessa prática. Assim como é o recordista em promessas não realizadas, em hipocrisia, em retórica vazia e em cara de pau. Parabéns, Obama! E parabéns a todos aqueles inocentes úteis que choraram de emoção com sua eleição, pois “tudo” seria diferente. Tem gente que nunca aprende mesmo…

22 de dezembro de 2013
Rodrigo Constantino, Veja

OLIVER: AJUDEM OS "GRIPE" EM SUA DECOLAGEM CAPENGA

 

Já estava me preparando para assar meu peru e dar uma saída de cena estratégica para recarregar as baterias quando constatei este interessante fenômeno.

Divulgamos um vídeo no iutubo que tem tudo para atingir um bom número de espectadores, como todos os outros, pelo assunto e pela abordagem. Uma piada. Quem vê, ri. Nada demais. Qual não foi a minha surpresa ao saber que o vídeo foi banido hoje de várias comunidades em que foi divulgado?

Até então ainda não tinha me dado conta do tamanho do aparelhamento das redes sociais, nem de quais são os alvos dessa canalhada. O humor é um deles. Eles simplesmente não conseguem conviver com a gozação.
É uma pena que não temos uma oposição de verdade neste país, pois ela poderia ser convocada para defender os legado de todas as portas dos fundos, dos cassetas e CQCs que ficaram na linha de tiro dessa escumalha simplesmente por existirem e professarem alguma inteligência a serviço de umas boas risadas.

Não sei se as pessoas aqui se dão conta do perigo que isto representa. Não estou fazendo apologia do meu trabalho, mas defendendo minha liberdade de me expressar sem este patrulhamento ideológico imbecil. Um coisa é você assistir a um troço na rede e não gostar; outra, bem diferente, é ser patrulhado para não dar ao público sequer o direito de saber que uma determinada coisa existe e foi publicada na rede.

Estamos em guerra, meus caros. Uma guerra onde quem perde é o espectador, cerceado em sua liberdade de fazer seu próprio julgamento. Republico o endereço que está causando esta polêmica:



Essa manada de idiotas que nos governa não perde por esperar o que os aguarda em 2014. Boas Festas a todos.

22 de dezembro de 2013
VLADY OLIVER

O PROBLEMA É QUE TODOS QUEREM ENRIQUECER NESTA CURTA PASSAGEM PELA TERRA

   



Fala-se tanto em comunismo. Qual país implantou o comunismo? O que se vê são ditaduras de esquerda e de direita, todas duas matam. A ditadura brasileira, a quem ela privilegiou e quem ela perseguiu?

Em nome da democracia também se mata e escraviza, quantos pessoas no mundo foram mortas pelos EUA direta e indiretamente em nome da democracia.

Aqui no Brasil são milhões de brasileiros que vivem na miséria absoluta, condenando em sua maioria crianças a morte por doenças proveniente de subnutrição. Todos regimes políticos matam, cada um a sua maneira.

O problema, é que todos querem enriquecer, aproveitar e gozar dos melhores prazeres nessa curta passagem pela Terra, ainda que custe a miséria alheia. Não pensam que em breve morrerão, e aquela “felicidade” de nada valeu.

22 de dezembro de 2013
Nélio Jacob

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


 
 
22 DE DEZEMBRO DE 2013



DIFICULDADES DE TODOS OS LADOS

 
 


Declarou o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que a condenação  de alguns parlamentares rompeu longa tradição, mas que  não acredita venham as punições  mudar o comportamento de políticos envolvidos com corrupção.  Não tem ilusões a respeito.

Há que unir os dois extremos do raciocínio, e quem pode fazer é precisamente Barbosa, vigiando para  o Poder  que preside continuar  a  cumprir  suas obrigações, julgando e condenando os culpados. Mas só isso basta?
Porque apesar da dura e bela performance do Supremo no caso  do mensalão,  nas diversas instâncias do Judiciário dormem processos em profusão contra políticos corruptos.  Uma verdadeira revolução seria fazer com que juízes, desembargadores e ministros, no país inteiro, também participassem  da quebra da longa tradição que mantém a impunidade como regalia da classe política.

Não que apenas eles, os políticos corruptos, mereçam estar atrás das grades. Outras categorias encontram-se na mesma situação, como os empresários e empreiteiros corruptos. Há gente honesta, entre eles, mas sobrariam poucos se passada a peneira em suas atividades.
Dos banqueiros, nem há que falar, bem como,  no reverso da medalha, existem juízes e  funcionários públicos envolvidos em toda sorte de crimes. As recentes denúncias contra  empresas estrangeiras e altos gestores da coisa pública em São Paulo indicam a importância de se aproveitar a oportunidade ou de reconhecer que tudo continuará como está, ou estava,  antes da condenação dos mensaleiros.

Dizia o saudoso Adaucto Lúcio Cardoso que a reforma mais necessária para o Brasil, desde tempos imemoriais, precisaria ser do Judiciário. Advogado militante, antes e depois de tornar-se deputado, ele não cedeu sequer ao movimento militar que havia apoiado. Resistiu até que tropa armada invadisse a Câmara que presidia, pois não aceitara a cassação de alguns deputados.
Depois, convidado para ministro do Supremo, demorou pouco em renunciar  ao lugar para não compactuar com a implantação  da censura a livros, além dos jornais e meios eletrônicos.

Nada mais certo do que começar  depurando  o Judiciário, mas como? Os juízes de primeira instância submetem-se a concursos severos, mas para o preenchimento dos tribunais estaduais e federais, até o mais altos, a  forma de aferir o alto saber jurídico e a probidade dos indicados começa  e termina nos políticos, governadores ou presidentes da República, de um lado, Senado e Assembléias Legislativas, de outro.   Aqui mora o perigo, mas soluções existiriam?

Fazer concurso para ministro do Supremo e de  altos tribunais seria ridículo, pois quem os aprovaria ou reprovaria? Os políticos? Determinar mandatos fixos poderia punir excepcionais julgadores e abrir as portas para outros nem tanto.  Promover  eleições para juiz seria correr o risco de assistir corruptos  eleitos, como tantos políticos vem sendo,  para  usufruir da corrupção.

Quem quiser que opine, mas se o presidente Joaquim Barbosa se dispõe a anunciar novos tempos, que  tal transferir a ele a responsabilidade das soluções? Só que tem um problema: não poderia ser no exercício de suas atuais funções. Precisaria comandar outro Poder. Para o qual necessitaria  submeter-se às mesmas limitações contra as quais alerta e até se insurge. Nó difícil de desatar…

22 de dezembro de 2013
Carlos Chagas

O BRASIL DO PT SEMPE PIORA...

Mais ou menos aleatoriamente, fiz um apanhado de alguns posts, um por mês, desde abril, quando mudei meu endereço para cá, até agora. Não é um retrospecto (até porque reler 950 posts, nem morta!), mas sim um lamento por ver que neste Brasil do PT a tendência é sempre piorar, ainda que tenhamos sempre a quase certeza que pior que está é impossível. 

Abril: Laerte e Jean Wyllys: mais um espetáculo gay grotesco


Esta cena grotesca foi protagonizada por Jean Wyllys, homossexual esperto que posou de mártir das “vítimas” do Feliciano, o “pastor-presidente” da Comissão de Direitos Humanos, e garantiu votos para as próximas eleições sem pegar carona com o Chico Alencar, e Laerte, cartunista pancada, cross-dresser e bissexual recente - é (ou era) casado e tem três filhos -, que batalha - pasmem - pelo direito de frequentar banheiros femininos quando estiver vestido de mulher, já tendo, inclusive, protagonizado cenas desagradáveis relacionadas a essa sua obsessão em banheiros de restaurantes - imaginem a reação de uma mulher com sua filha pequena em um banheiro ao deparar-se com uma aberração dessas ajeitando o bigolim dentro das calcinhas...

O que preocupa nessas palhaçadas é que tem muita gente que leva a coisa a sério, o que dá margem a transformar uma coleção de absurdos em uma questão política, quando esses casos são meramente psiquiátricos, tanto se analisarmos individualmente os participantes quanto o movimento gay em si e a sua pretensão em ser unânime entre os homossexuais e obrigatoriamente aceito pelo “resto”.

Eu já disse aqui e repito: não tenho nada contra os homossexuais, desde que eles não o sejam em tempo integral, isto é, que não façam sexo no meio da rua ou na minha frente, não sejam afetados, caricatos e histriônicos e não confundam sexualidade livre com o direito de abordar qualquer um propondo que lhes satisfaça a libido.

Maio: Aparelhamento de governo petralha custa R$ 377,6 bilhões ao ano!
Deu no Globo:

Manter a estrutura e os funcionários das atuais 39 pastas do governo Dilma Rousseff, instaladas na Esplanada dos Ministérios e em outros prédios espalhados pela capital, custa pelo menos R$ 58,4 bilhões por ano aos cofres públicos. Esta verba, que está prevista no Orçamento Geral da União de 2013 para o custeio da máquina em Brasília, é mais que o dobro da que foi destinada ao maior programa social do governo, o Bolsa Família, que custará R$ 24,9 bilhões este ano.

No total, o orçamento para custeio de toda a engrenagem federal chega a R$ 377,6 bilhões, quando são incluídos, por exemplo, órgãos técnicos, empresas públicas, universidades, escolas e institutos técnicos federais. Este valor representa mais do que o PIB (a soma de todos os bens e serviços) de países como Peru, Nova Zelândia ou Marrocos.

Junho: Ministro da Justiça foge à responsabilidade mais uma vez
“Não posso fazer nada enquanto os ânimos não forem pacificados.”
Jose Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, lavando as mãos e renunciando à autoridade, no caso das invasões de índios a fazendas.

Entre os índios invasores do Mato Grosso do Sul há de tudo: militantes que pregam a luta armada, meliantes com ficha na polícia e índios “importados” do Paraguai em busca de terras no Brasil.

Agora que alguém me explique: se esse banana, que é ministro da Justiça, não pode fazer nada, quem vai poder? Tudo na mão da Dilma? Então para que 40 ministérios?

Julho: Ratos em fuga
O que têm em comum as seguintes entidades:

Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, (Ubes), o Movimento dos Sem-Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Marcha Mundial das Mulheres, a Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), o Levante Popular da Juventude, a Rede Fale, o Hip Hop, o Fórum de Juventude de Belo Horizonte, a União da Juventude Socialista (UJS), a Juventude do PT (JPT), a Juventude Socialista Brasileira (JSB), a Juventude Socialista do PDT (JSPDT), a Juventude do PMDB (JPMDB), a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Pastoral da Juventude (PJ), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Marcha das Vadias, o Fora do Eixo, a Agência Solano Trindade e o Movimento Passe Livre (MPL).

Acertou quem disse que é o alinhamento incondicional com as plataformas do petismo. Acertou também quem disse que, à exceção do MPL, nenhuma delas foi às ruas, a não ser depois de deflagrado o movimento, sendo devidamente escorraçadas ao tentar pegar carona. E acertou também quem disse que os representantes de todas foram recebidos por Dilma na semana que passou.

Essa madame, por ser imbecil, acha que pode nos tratar como semelhantes. Ao receber apenas a turma chapa-branca que vive de polpudas mesadas do governo, será que Dilma pensa que enganou alguém? Será que ela acredita mesmo que passou a ideia de estar “aberta ao diálogo”? Não acredito. No fundo ela tem é um profundo pavor das massas. Nojo e medo.

Habituados que estão a só lidar com suas claques contratadas por rapaduras e mariolas, o que se viu depois do povo de verdade nas ruas foi uma debandada dos petralhas e dependentes, uns fugindo para bem longe e outros entocando-se em seus covis. Muito apropriado para os membros de um partido popular de mentirinha. Acredita neles quem é trouxa.

Agosto: Filhos da CUT
“Eu queria cumprimentar dois companheiros que iluminam a militância petista, não tem medo de fazer política, de sair na rua com a cabeça erguida e dizer: “Nós mudamos o Brasil”. José Dirceu e Delúbio Soares, é um orgulho enorme que temos de vocês.”
Presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, na cerimônia de aniversário de 30 anos da entidade sindical.

Seu Vagner: Vai tomar no centro que é para não gastar as beiradas!

Setembro: A morte do Globo
É simplesmente inacreditável que O Globo tenha tido o desplante de fazer um mea culpa fajuto afirmando com todas as letras que o “Apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro”.

Confesso que, não fosse a inexistência de opções, teria cancelado minha assinatura do jornal ontem mesmo.

Se não há como negar a História, tentar contextualizá-la nos moldes atuais é um erro boçal, para não dizer que desconfio ser também uma covardia muito maior do que ser simplesmente “politicamente correto”, já que não são poucas as evidências que o complexo Globo anda envolvido até o talo em maracutaias fiscais e que só sobrevive em função de uma aproximação criminosa com o governo petralha, hoje, seu maior anunciante.

Eu já vi essa história antes - e muitas vezes -, em que os herdeiros incompetentes dilapidam o patrimônio deixados por seus pais. Só que dessa vez não foi só o dinheiro que foi para o brejo: os irmãos Marinho jogaram a memória de seu pai na mesma lama da inépcia administrativa do trio, como se o que representou Roberto Marinho pertencesse a uma História descartável e tão podre quanto a realidade política brasileira de hoje.

Nunca morri de amores por Roberto Marinho, mas independentemente do meu julgamento dele como homem de ideias, não posso negar sua importância capital em quase tudo que ocorreu no país de 1960 para cá, seja na política, nas artes, no esporte, no jornalismo ou em qualquer outro segmento da vida nacional.

Infelizmente para O Globo, todo esse patrimônio sócio-político-cultural que Roberto deixou foi transformado, por um único editorial vagabundo, em matéria fecal sem préstimo nem para adubo, por seus próprios filhos - ou pela sua nescidade -, e vai se misturar em uma fossa comum aos dejetos produzidos pela atual classe dominante: a canalha petista e seus satélites.

Outubro: Como furtar 120 toneladas sem deixar rastros? Perguntem ao prefeito.
Depois do sumiço de cento e tantos aparelhos de ar condicionado do almoxarifado do Colégio Pedro II, agora foram seis vigas, pesando cerca de 20 toneladas cada, que pertenciam a rampas do Elevado da Perimetral que desapareceram.

É incrível como essas coisas acontecem aqui no Rio - e no Brasil inteiro - sem que ninguém veja, até porque não são furtos simples que dependam de uma pessoa só. Afinal, ninguém sai pela porta levando nas costas 120 toneladas de aço sem ser notado.

Impressiona mais o pouco caso, dos funcionários às grandes autoridades, com o patrimônio público. Hoje, no Brasil, todos os que se ligam à coisa pública e à política, sustentados pelo contribuinte, formam talvez a maior quadrilha que se tem notícia na história do mundo. Pode ser até que percam em quantidade para os comunistas da falecida URSS e da China, mas duvido que estes tenham roubado mais que os “nossos”.

E esse é o Brasil do PT...

Novembro: Mais uma distorção da Lei Rouanet
O Instituto Tomie Ohtake, que cuida da obra da artista plástica japonesa naturalizada brasileira, de cem anos, poderá arrecadar até R$ 19.061.853,89 pela Lei Rouanet para custear atividades em 2014.

Para começo de conversa, eu nunca consegui entender como e por que alguns luminares conseguem chegar a essas cifras tão quebradas. Mas o principal é a certeza que uma mulher com uma carreira tão longa - Tamie tem 100 anos -, produtiva e valorizada - um óleo seu sai por volta de 250 mil reais o metro quadrado - certamente não precisa patrocínio e muito menos de mais divulgação da sua obra, principalmente levando-se em conta que esses 19 milhões vão sair dos nossos impostos.
 
Não é lindo? Custa R$ 150 mil...
 
Dezembro: Brasileiro trabalha de graça e ainda fica devendo! A dívida externa
 que Lula disse que pagou está em R$ 721,5 bilhões! A interna em R$ 2,24 trilhões!
 
A divida externa, aquela que Lula, o “Barba” para os íntimos do DOPS, afirmou ter pago, está em 311 bilhões de dólares (R$ 721,5 bi), sendo 279,1 bilhões de dólares em dívidas de longo prazo e 31,9 bilhões de dólares em dívidas de curto prazo.

Já a Dívida Pública interna, segundo informe do Banco Central, deve encerrar o ano em 2,24 trilhões de reais!

Logo, o total do preju é R$ 2,96 trilhões. Em comparação com o PIB de 2012 que, segundo o IBGE, foi R$ 4,403 trilhões, significa que temos 67% do nosso rico dinheirinho comprometido com dívidas, apesar de não as termos contraído.

Resumindo, o brasileiro trabalha de graça e ainda fica devendo 7% do seu salário, já que os impostos levam compulsoriamente 40% dos nossos rendimentos (em 2013 trabalhamos 150 dias só para pagar impostos).

Somos uns otários mesmo...

22 de dezembro de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
22 de dezembro de 2013


LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO...

E A FLECHA NÃO PARTE
O Ministério da Saúde adverte: os mais idosos lutam contra a Aids e a rejeição. Os números do ministério indicam um aumento de 80% nos casos de idosos infectados com o vírus HIV nos últimos dez anos. Isso deve ser "herança do governo anterior".

Em todo caso o estudo do MS diz que a desinformação e a rejeição familiar são os pontos de referência para "esse cenário de muitos dramas". Não é só porque é o Ministério da Saúde que está dizendo isso que eu tenho lá minhas dúvidas; mas ainda assim, porque não acredito mesmo em nada que venha lá dos lados do Alexandre Padilha, eu acho - e tenho quase certeza - que os velhinhos andam pegando Aids por aí afora por causa do medo de falhar e fazer fiasco na hora de colocar o preservativo.

Há momentos - como dizia e repetia o Gordo Renato, meu mano filósofo intuitivo - em que o arco já não se dobra e a flecha não parte.


 
22 de dezembro de 2013
sanatório da notícia

UTOPIAS E DISTOPIAS

O governo seria exercido por um príncipe eleito, que poderia ser substituído se mostrasse tendência à tirania, e as leis seriam tão simples que dispensariam advogados


Todas as utopias imaginadas até hoje acabaram em distopias, ou tinham na sua origem um defeito que as condenava. A primeira, que deu nome às várias fantasias de um mundo perfeito que viriam depois, foi inventada por sir Thomas Morus em 1516. Dizem que ele se inspirou nas descobertas recentes do Novo Mundo, e mais especificamente do Brasil, para descrever sua sociedade ideal, que significaria um renascimento para a humanidade, livre dos vícios do mundo antigo. Na Utopia de Morus o direito à educação e à saúde seria universal, a diversidade religiosa seria tolerada e a propriedade privada, proibida. O governo seria exercido por um príncipe eleito, que poderia ser substituído se mostrasse alguma tendência para a tirania, e as leis seriam tão simples que dispensariam a existência de advogados. Mas para que tudo isto funcionasse Morus prescrevia dois escravos para cada família, recrutados entre criminosos e prisioneiros de guerra. Além disso, o príncipe deveria sempre ser homem e as mulheres teriam menos direitos do que os homens. Morus tirou o nome da sua sociedade perfeita da palavra grega para “lugar nenhum”, o que de saída já significava que ela só poderia existir mesmo na sua imaginação.

Platão imaginou uma república idílica em que os governantes seriam filósofos, ou os filósofos governantes. Nem ele nem os outros filósofos gregos da sua época se importavam muito com o fato de viverem numa sociedade escravocrata. Em “Candide”, Voltaire colocou sua sociedade ideal, onde haveria muitas escolas mas nenhuma prisão, em El Dorado, mas “Candide” é menos uma visão de um mundo perfeito do que uma sátira da ingenuidade humana. Marx e Engels e outros pensadores previram um futuro redentor em que a emancipação da classe trabalhadora traria igualdade e justiça para todos. O sonho acabou no totalitarismo soviético e na sua demolição. Até John Lennon, na canção “Imagine”, propôs sua utopia, na qual não haveria, entre outros atrasos, violência e religião. Ele mesmo foi vítima da violência, enquanto no mundo todo e cada vez mais as pessoas se entregam a religiões e se matam por elas.

Quando surgiu e se popularizou o automóvel anunciou-se uma utopia possível. No futuro previsto os carros ofereceriam transporte rápido e lazer inédito em estradas magnetizadas para guiá-los mesmo sem motorista. Isso se os carros não voassem, ou se não houvesse um helicóptero em cada garagem. Nada disso aconteceu. Foi outra utopia que pifou. Hoje vivemos em meio à sua negação, em engarrafamentos intermináveis, em chacinas nas estradas e num caos que só aumenta, sem solução à vista. Mais uma vez, deu distopia.

RETROSPECTIVA 2013! ESQUECI


LEITOR E AMIGO

—Eu vejo você aqui no boteco todo fim de semana, há não sei quantos anos, de forma que acho que posso dizer que hoje somos amigos. Mais do que leitor, eu me sinto seu amigo, sinto que conheço você. Apenas nunca tivemos a chance de conversar.

— Foi por acaso, porque todo mundo aqui conversa comigo.

— E eu gostaria de conversar também, mas fico meio acanhado de abordar certos assuntos e não me fazer entender bem.

— Que nada, pode falar sobre o que você quiser. Prefiro que não seja sobre o Vasco, mas, de resto, tudo bem.

— É que talvez você possa colaborar num projeto de interesse geral. Você botaria o meu nome no jornal? Já não digo como personagem, mas numa citação. Você às vezes faz isso. “Meu amigo Fulano disse isso ou aquilo”, você escreve isso de vez em quando. O que eu queria é simples: é você citar meu nome no jornal, não precisa elogiar, basta citar, você sabe fazer essas coisas muito bem. Volta e meia, assim como quem não quer nada, você me cita.

— Mas o que é que eu vou dizer?

— Esta é a segunda parte, é a parte do aposto. A parte do aposto é a seguinte: você bota um aposto depois de meu nome. Pode ser “o Feliz”, mas, se você preferir outro adjetivo, tudo bem.

— Você quer ser conhecido como o Feliz?

— É, qualquer coisa assim. Eu quero projetar uma imagem de felicidade e realização, quero ser um símbolo para os homens de minha geração.

— E você acha que vai conseguir tudo isto, se eu botar seu nome no jornal?

— Não, somente com isso, não, isso é a parte inicial, a parte da construção de minha imagem. Eu venho pensando nisso a mil por hora, as coisas acontecem vertiginosamente. Todos os problemas humanos são sexuais e eu estou resolvendo cada um deles. Eu criei um aplicativo sem precedentes, revolucionário. Só falta acabar uns detalhezinhos, mas vai ser um grande passo na história sexual da humanidade, ou seja, na história da humanidade em geral, pois o problema sempre foi conseguir comer as mulheres e, depois de conseguir, comer corretamente. Este objetivo raramente é alcançado, daí a alarmante taxa de insatisfação, reclamação e rebeldia entre as mulheres, que agora ameaçam banir os homens de seus leitos amorosos e até mesmo dispensar a colaboração masculina para se reproduzir! Zangões! É isso o que seremos, zangões! Os machos que nascerem serão sacrificados em rituais onde seus pintinhos e ovinhos serão salteados e servidos a elas como tira-gostos, com exceção de alguns poucos, que vão ser castrados para compor corais de vozes juvenis, e mais dois ou três no zoológico e nas aulas de arqueologia!

— Rapaz, talvez você tenha ido um pouco fundo demais no chope, não foi, não?

— Fundo ao chope eu fui, mas não vou dirigir e, sobretudo, estou suficientemente sóbrio para perceber que você não parece nem um pouco interessado em colaborar com uma iniciativa de relevância pública, como esta. E eu só estou lhe pedindo para botar meu nome no jornal, com o aposto. Do resto cuido eu, de todo o resto.

— Sim, eu imaginava que devia haver alguma coisa, além de botar seu nome no jornal.

— Claro. Eu já lhe falei que criei um aplicativo. Ainda não botei nome, mas não vai ser nenhuma dessas frescuras em inglês, acho que vai ser “Aperparado” mesmo, é uma homenagem a minhas origens nordestinas. É completo. Por exemplo, você sabe que, hoje em dia, o homem não precisa mais ficar sobressaltado com o fantasma da brochada fora de hora, por ter calculado mal o tempo da tomada do antibrochante. Nada disso, ele toma sua dosezinha todo santo dia, está sempre preparado, é o novíssimo tratamento. E o aplicativo lembra a ele a hora de tomar a pílula, com uma cornetadazinha de hastear bandeira muito discreta. O aplicativo lembra a ele todos os cuidados que tem que ter e tudo o que tem que fazer, em relação a cada contato, aparência pessoal, remédios, piadas, comentários sobre os últimos filmes, tudo, tudo. Com esse aplicativo, o usuário pode mudar de comportamento sexual de acordo com o perfil de cada parceira: se é no claro ou no escuro, se é com trilha sonora de gemido ou palavrão, se é com todas as armas e assim por diante, nunca mais uma mancada ou passo em falso. Vai ser criado o homem perfeito, vai estar ao alcance de cada um ser o homem perfeito, o verdadeiro homo erectus.

— Não acredito nisso, há muita coisa que o aplicativo não pode fazer.

— Mas é claro! É para isso que eu bolei o sexpa, o spa do sexo. Meu objetivo é fundar uma franquia e ter sexpas em todas as grandes cidades, logo nos primeiros anos. O sexpa é destinado a promover a felicidade sexual, oferecendo cursos e estágios de acordo com as diferentes necessidades e características dos clientes, tudo no maior profissionalismo e eu acho até que pode ser abatido no imposto de renda, como despesa com educação e saúde. Entendeu por que eu preciso que você bote meu nome no jornal? É meu pontapé inicial.

— Eu não posso fazer isso, é um empreendimento comercial.

— Ih, senti a fera, é isso mesmo, hoje em dia somente otário é que não aproveita, tem que cobrar mesmo, business is business. Tudo bem, você continua a promoção e leva um percentual da receita, depois a gente acerta os detalhes. E ainda arrumo para você um mês de sexpa grátis por ano. Quando é que você acha que vai poder botar meu nome no jornal?

ELA BATE UM BOLÃO

A apresentadora Fernanda Lima diz que já sofreu preconceito "por ser loira" e que a sexualidade do brasileiro, na prática, é mixa

Eram 11h30 da manhã da última terça-feira. No apartamento de Fernanda Lima, 36, e Rodrigo Hilbert, 33, no Rio de Janeiro, predominava o cheiro do almoço dos gêmeos João e Francisco, 5.

É que a cozinha é integrada à sala. São 110 m², sem suíte. A grande vantagem é a localização: avenida Delfim Moreira, de frente para o mar, no Leblon, bairro com fama de ter o metro quadrado mais caro do Brasil (R$ 21.900).

Com uma camiseta em que se lia a inscrição "animais são amigos", Hilbert, que apresenta um programa gastronômico no GNT, preparava a "boia". Por opção, o casal decidiu não contar com os serviços de babá. Há uma diarista "faz-tudo", e só.

O espírito da decoração da sala, onde recebem amigos como Gloria Maria e Leo Jaime, segue a linha do luxo despojado. Há um jogo das célebres poltronas moles do designer brasileiro Sergio Rodrigues. Um quadro de Dudi Maia Rosa, outro de Felipe Cama. Não há tapetes. Na bancada abaixo do janelão, um órgão, um skate e meia dúzia de esteiras de ioga. Na mesa ao lado do sofá, estatuetas de Buda e de Ganesha (divindade hindu) e vela aromática.

Então a porta da rua se abre e entra Fernanda Lima com os dois meninos. Veste tênis, jeans justo e camisa. Já havia ido ao supermercado. Depois das compras, levou as crianças para cortar cabelo --os três na mesma bicicleta.

Ela sorri e pede ao repórter Morris Kachani um tempo para se maquiar. E avisa: "Não suporto ser fofinha. Tenho um humor superácido". Será? Minutos depois, é chegada a hora de comer. "Me-ri-to-cra-cia", diz ela a João e Francisco, enquanto os acomoda na bancada da cozinha. "Meritocracia", repetem. "Para comer chiclete...", pergunta a mãe. "Vai ter que almoçar!", completam os filhos.

É o último dia de aula dos meninos. Na quarta-feira, partiriam todos para uma temporada de férias no Havaí. Tempo para meditar sobre as grandes transformações ocorridas em 2013, ano em que Fernanda "bombou" como nunca. Mas que também registrou a morte de Gisela Matta, 36, que coproduzia "Amor & Sexo", apresentado por Fernanda, e foi atropelada por um ônibus quando saía de bicicleta do apartamento do casal, depois do almoço de Páscoa.

A atração está em sua sétima temporada na Globo. Registrou média de audiência de 16 pontos neste ano, com 46% de participação nos domicílios. Há duas semanas, contudo, a ex-modelo se projetou internacionalmente. Foi chamada de "deusa", "musa" e "anjo" por conta da apresentação no sorteio das chaves da Copa, na Costa do Sauipe, na Bahia. Usava sapatos Louboutin e tubinho Hervé Leger com decote generoso. Brilhava ao lado do marido.

Fernanda se diz surpresa com a repercussão. "O Rodrigo foi tão bem quanto eu, não entendo", afirma, referindo-se ao fato de só ela ter recebido elogios. "Um dia depois do sorteio, passei três horas chorando na cama. Uma tristeza por estar longe dos meninos. Enquanto o mundo me exaltava, eu tinha que estar bem para gravar o programa [Amor & Sexo'] na TV."

Quanto à polêmica sobre racismo desencadeada pela informação de que a Fifa teria trocado Camila Pitanga e Lázaro Ramos por ela e Hilbert como apresentadores, Fernanda diz: "Eu tinha sido chamada há seis meses. O que sei é que a Globo apresentou um casting para a Fifa, que nos escolheu. Já havíamos feito a escolha do emblema do Brasil na África do Sul, em 2010".

"Quem me conhece sabe como sou. Prefiro deixar passar, o tempo fala por si. Tenho um monte de amigos e afilhados negros", afirma.

"Mas é óbvio que há preconceito de cor no Brasil", segue. "Aliás, eu também já fui vítima de preconceito. Por ser modelo, por ser loira." Segundo ela, o teste do sofá (em que diretores poderosos seduzem meninas jovens que aspiram a um trabalho) não é mito --acontece mesmo. "Sempre vi tudo isso. E sempre preferi o caminho mais longo."

A conversa se move para "Amor & Sexo", que fala sobre os dois temas em horário nobre na TV. "É difícil escrever esse programa, porque nele as pessoas não podem se ofender, é uma atração para a família."

Para ela, a sexualidade do brasileiro, na prática, é "mixa". "A liberdade do corpo, a dança, o funk, afloram nossa sensualidade. Mas isso é aparência. Na cama, em si, é diferente. O sentir profundo está muito precário."

"A descoberta do prazer da mulher é muito recente. Ela está à vontade e até avaliando os homens, mas pode descobrir muito mais coisas." Quanto ao homem, "ele diz que pega, que puxa o cabelo, que come todas --tudo no blá-blá-blá, a gente sabe da performance do vizinho".

E como seria o amor e o sexo na vida de Fernanda? "Graças a Deus consegui conciliar as duas coisas", ela diz. "Mas claro que já fiz muitas loucuras." De que tipo? "Dentro de um parâmetro normal. Vamos dizer, mais quantitativo e menos qualitativo. Do tipo experimentar sexo na primeira noite", responde. "Não sou tão moderna quanto pareço. Sou bastante conservadora em alguns sentidos." Diz que jamais assistiu a filmes pornográficos. "Nunca me serviram de combustível."

Na adolescência, ela se achava feia. Hoje se considera bonita "pelo conjunto da obra". Paqueras acontecem "com certa frequência". "Mais do convencional, aquela cantada de obra'. Quando é com educação e inteligência, a gente fica envaidecida."

Ela afirma que nunca usou drogas e não bebe. "Não gosto de sair do controle."

Com idas e vindas, Fernanda e Rodrigo começaram a namorar em 2002. "Temos uma história bonita." Em um período de crise, ela se envolveu com Ricardo Waddington, que hoje dirige seu programa. "Transformamos esse amor em uma relação de amizade e parceria", diz. Waddington se derrete: "Ela será certamente uma das principais comunicadoras da Globo nos próximos anos".

Profissionalmente, o ano de 2014 começa para Fernanda no dia 13 de janeiro, quando apresentará o Bola de Ouro da Fifa, evento que elegerá o melhor jogador de 2013, na Suíça. Planeja também abrir uma filial, no shopping Iguatemi, do restaurante Maní, do qual é sócia em SP.

Os planos da Globo ainda são incertos. Uma nova temporada de "Amor & Sexo", um outro programa vespertino e a participação na programação da Copa estão no horizonte. Nada mal para a ex-modelo gaúcha que, há sete anos, foi achincalhada como protagonista de "Bang Bang", novela das sete que patinou na emissora carioca, também dirigida por Waddington.

"[O homem] Diz que pega, que puxa o cabelo, que come todas --tudo no blá-blá-blá"

"Claro que já fiz muitas loucuras. Do tipo experimentar sexo na primeira noite"

"[Filmes pornô] Nunca me serviram de combustível"

 
22 de dezembro de 2013
Mônica Bergamo, Folha de SP

O ANEL QUE TU ME DESTE

Aconteceu em 2005. Eu estava almoçando com uma amiga na cidade onde ela mora, fora do Brasil. De repente, olhei para sua mão e fiz um elogio ao anel lindíssimo que ela usava. Ato contínuo, ela retirou o anel e me deu. É seu. Fiquei superconstrangida, não era essa minha intenção, queria apenas elogiar, mas ela me convenceu a ficar com ele, dizendo que ela mesma fazia aqueles anéis e que poderia fazer outro igualzinho. De fato, fez. Acabaram virando nossas alianças: desde então nossa amizade só cresceu.

Certa vez Marilia Gabriela entrevistou Ivete Sangalo em seu programa no GNT quando aconteceu uma cena idêntica. Ela elogiou o anel da cantora e esta, na mesma hora, tirou-o do dedo e deu de presente a Gabi, que ficou envergonhada, não estava ali para ganhar presentes, mas tanto Ivete insistiu, e com tanto carinho, que recusar seria deselegância, e lá se foi o anel da morena para a mão da loira.

Diante de tanto acúmulo e posse, gestos de desprendimento são raros e transformam um dia banal em um dia especial. Não é comum alguém retirar do próprio corpo algo de que gosta e dar de presente, numa reação espontânea de afeto. Pessoas fazem isso por inúmeras razões. Por gostarem realmente da pessoa com quem estão. Pelo senso de oportunidade. Pelo prazer de surpreender. Por saberem que certas atitudes falam mais do que palavras. E por terem a exata noção de que um anel, ou qualquer outro bem material, pode ser substituído, mas um momento de extasiar um amigo é coisa que não vale perder.

Estou falando deste assunto não porque também seja assim desprendida. Já me desfiz de muita coisa, mas me desfaço com planejamento, pensando antes. De supetão, por impulso, raramente. Meu único mérito é reconhecer a grandeza alheia.

Devo estar me transformando numa sentimentaloide, mas acredito que estes pequenos instantes de delicadeza merecem um holofote, já que andamos muito rudes e autofocados. Desfazer-se dos próprios bens é uma coisa meio franciscana, mas não se pode negar que um pouco de desapego torna qualquer relação mais fácil. E não falo só de bens materiais. Desapego das mágoas, desapego da inveja, desapego das próprias verdades para ouvir atentamente a dos outros. Não estaria aí a fórmula do tal “mundo melhor” que tanto perseguimos?

Bom, o anel que minha amiga me deu seguirá no meu dedo, nem adianta vir elogiá-lo para testar se o truque funciona. Faz parte da minha história pessoal. Mas posso me desprender de outras coisas das quais gosto, basta que eu saiba que serão mais bem aproveitadas por outras pessoas.

É com esse espírito de compartilhamento que encerro esta crônica desejando a todos os leitores um Natal com muitos presentes – mas no sentido de presença. Que, junto aos seus afetos, você comemore o que lhe for mais tocante: seja o nascimento de Jesus, seja a reunião familiar, seja apenas mais uma noite festiva de dezembro, seja um momento de paz entre tanto barulho, ou simplesmente a sensação de que uma inesperada gentileza pode ser o melhor pacotinho embaixo da nossa árvore.

MÁ EDUCAÇÃO É A NOSSA CARTAGO


 
22 de dezembro de 2013
 TONY BELLOTTO, O Globo

CONFUSÃO NO DOMINGO


Cada qual tem seus hábitos e manias; se quer que o namoro dure, o melhor é viver cada um no seu canto

Eles são namorados, mas moram em casas separadas. Ele no Leme, ela em Botafogo. É que, como já não são jovens, cada qual tem seus hábitos e manias, como querer de repente ficar só, gostar de programas de televisão diferentes, enfim, se quer que o namoro dure, o melhor é viver cada um no seu canto.

Disso resulta que, em vez de marido e mulher, continuam namorados. Telefonam-se todos os dias, mas nem sempre se encontram. Quando se encontram é para passear, jantar ou ir ao cinema, em geral aos domingos e feriados.

Ele lê para ela ao telefone o nome dos filmes que estão passando, a que hora e em qual cinema, e se encontram lá. Depois vão tomar um lanche, ou vai um para a casa do outro que ninguém é de ferro. Tudo certinho, como convém aos casais que não gostam de dramas nem de arranca-rabos.

E assim foi que marcaram para ir ao cinema naquela tarde de domingo. A escolha do filme foi feita, como de hábito, e já que o cinema era mais perto da casa dela que da dele, encarregou-se ela de comprar os ingressos.

Ele almoçou na hora de sempre e ligou a televisão para a última corrida do ano da Fórmula 1, particularmente interessante porque era a despedida de Felipe Massa da equipe da Ferrari. Depois lembrou-se que não ia dar tempo de ver o fim da corrida, pois prometera chegar ao cinema uns 20 minutos antes de começar o filme.

Fez os cálculos e concluiu que, se saísse de casa às 15h15, chegaria a tempo. Por isso, às 15h, começou a trocar de roupa, e na hora prevista estava já na rua tomando um táxi que o levaria ao cinema.

Chegou um pouco antes do que previra, pois o trânsito estava fluente, mais do que de costume. Ela ainda não havia chegado, conforme deduziu depois de atravessar a sala de espera e entrar na livraria que há ali. Estranhou, mas ficou vendo os livros para fazer hora. Abriu um deles, leu alguma coisa e, depois de um tempo, foi sentar-se na única cadeira que ainda estava livre, na entrada da lanchonete. Havia gente demais, formara-se uma fila enorme para ver não sabia qual filme. Mas ela não chegava!

Consultou o relógio, já estava na hora de entrar na sala de projeção, ela nada. Isso nunca havia acontecido, ela sempre chegava antes. Foi então que se lembrou de que, ao sair do apartamento, ao entrar no elevador, ouviu um telefone tocar, poderia ser o seu? Entrou no elevador e seguiu adiante. Seria ela? Teria acontecido alguma coisa e ela tentara avisar? E pior é que ele não usa celular, só o telefone fixo de casa. Não é nada disso, pensou, ela deve estar chegando.

Mas a aflição não cedia. Viu um rapaz com um celular e pediu a ele para fazer uma ligação. Ligou para a casa dela e ninguém atendeu. Ela tem celular, mas ele não sabia o número. Aflito, foi até a porta de entrada para esperá-la. Ficou ali uns dez minutos e nada. Decidiu tomar um táxi, ir até em casa e de lá telefonar para o celular dela. Foi, ligou, ela atendeu. "Estou aqui no cinema, acabei de chegar". E ele: "Mas já passam das 16 horas, o filme já começou. Você chegou depois de ter começado? Não acredito!".

E ela: "Já vou para aí", disse e desligou. Ele ficou perplexo, mas logo tomou uma decisão: desceu, pegou um táxi e voltou para o cinema. Encontrou-a na lanchonete: "Você está maluco. Por que veio tão cedo para o cinema? O filme só começa às cinco, são quatro e meia".

"É, você tem razão. Estou ficando matusquela. Meti na cabeça que o filme começava às quatro. Como você não chegou, fui para casa e de lá te liguei". E ela: "Você estava em casa?! Pensei que estivesse na porta do cinema me esperando! Que confusão!".

Riram e decidiram entrar na sala de cinema. Sentaram-se rindo da encrenca em que se haviam metido, até que as luzes se apagaram e na tela surgiram os anúncios. Depois a projeção de um trailer que não terminava nunca e, de repente, a luz acendeu de novo, cessou a projeção. Passaram-se os minutos e nada. Até que surgiu um funcionário do cinema e anunciou que o projetor dera um defeito, a sessão estava cancelada.

Sem dúvida alguma, aquele não era um dia de sorte do casal.
 
22 de dezembro de 2013
Ferreira Gullar, Folha de SP

IMAGINA NA... AH, VOCÊ SABE


Acabei de voltar do Japão, na sexta-feira. Foi uma viagem sensacional, minha segunda vez por lá. Uma cultura completamente diferente e um país maravilhoso. Tóquio será a sede das Olimpíadas de 2020. Agora, adivinha qual é o papo que rola por lá entre os locais? O país não tem dinheiro para isso. A Olimpíada não é uma prioridade. Foi o tipo de decisão que só agradou aos governantes. Pra que fazer mais estádios? Pouca gente vai ganhar dinheiro com isso e aqueles que já tem dinheiro...

Ou seja, a população lá, tal qual a daqui, também não tá muito fã do evento. 95% da população japonesa não fala inglês e não compreende qualquer tipo de gesto explicativo. Comer num restaurante exige, no mínimo, medalha de prata no quesito mímica e onomatopeias. O povo japonês não morre de amores por estrangeiros e não se mistura de jeito nenhum. Fui expulso de dois restaurantes em Kyoto simplesmente porque eu não era japonês. A garçonete me empurrou pra fora assim que eu cruzei a porta de entrada. Mas me empurrou de verdade. Dizia: "no Japan". No Japan. Na maioria dos pontos turísticos não havia nenhum tipo de explicação em inglês ou até qualquer palavra utilizando letras reconhecíveis. E olha que eles receberam uma Copa do Mundo recentemente.

O que quero dizer com isso tudo? Que eu acho que vai dar tudo certo por aqui. Vamos superfaturar as obras (o que é um absurdo, óbvio), não falamos uma palavra de língua nenhuma, não temos o menor preparo para receber turista nenhum de outro país, mas mesmo assim, vai ser tudo um sucesso. Temos que cobrar sim, temos que protestar sim, temos que fazer barulho e ficar em cima, mas pelo que eu tô entendendo, nenhuma população de nenhum lugar do mundo acha muita graça em receber um evento dessa magnitude.

É mais caótico do que divertido. E o brasileiro adora menosprezar o Brasil. O aeroporto de Guarulhos é um lixo? É. Mas ficar uma hora esperando a bagagem chegar eu também fiquei em Paris e em Nova York. A escada rolante do aeroporto parada e em manutenção eu também encontrei em Lisboa. Pessoas esparramadas no chão dormindo pelo saguão da sala de embarque? Foi o que eu vi em Dubai. Claro que um erro não justifica o outro, mas é assim em toda cidade grande no mundo. As coisas dão errado.

Mas, em Paris, eu não vi nenhum brasileiro mandando um "imagina na Copa". É porque lá fora é primeiro mundo, né? Outro dia passando pelo detector de metais no Galeão, uma mulher, que teve que tirar o sapato porque tinha mais metal nele do que numa armadura medieval, falava em alto e bom som que só no Brasil mesmo para ela ter que passar por essa vergonha. Paisinho de merda. Eu não desejo a ela uma singela viagem pra Miami. Ela praticamente vai ter que tirar o DIU no aeroporto de lá.

A gente cisma que a gente é péssimo. Cisma que a gente é terceiro mundo. Cisma que nada aqui dá certo. E a gente até tem razão. Mas não vem pra cima de mim cismar que lá fora é que é legal que eu já te adianto que legal mesmo é onde a gente mora! Ponto.

 
22 de dezembro de 2013
Fábio Porchat, O Estado de S Paulo

INGLATERRA JÁ PRENDEU 46 MIL POR VIOLÊNCIA EM JOGOS DE FUTEBOL

Para conter hooligans, Inglaterra prende 3.500 torcedores por ano

TORCIDAS
Promotor britânico diz que é possível acabar com desordem se isso for prioridade
As autoridades inglesas prenderam 46 mil torcedores de futebol nos últimos 13 anos por atos de violência. Das prisões, 55% ocorreram fora dos estádios, e 45%, dentro.
 
É o que mostra levantamento da Folha em dados do governo britânico sobre punições desde 2000, quando foi criada a lei que endureceu o controle dos "hooligans".
 
Essa parte violenta da torcida inglesa era uma das mais temidas do mundo do futebol até um passado recente. As coisas mudaram e os números talvez indiquem o porquê.
 
Com a lei, foram estabelecidas condutas passíveis de prisão, como desordem pública e violenta, abuso de álcool e invasão de gramado.
 
As autoridades locais receberam aval para banir os arruaceiros dos estádios, por prazos que variam de três a dez anos, dentro e fora da Inglaterra --os passaportes são confiscados em dia de jogos.
 
Na última temporada, por exemplo, 2.451 pessoas cumpriam ordem de não entrar nos estádios, sendo que 471 receberam a punição durante o ano (139 na Premier League, a elite do futebol inglês).
 
Em entrevista à Folha, o promotor Nick Hawkins, chefe da equipe da Procuradoria britânica que investiga violência no futebol, comemora os resultados alcançados.
 
"Nos últimos dez anos, tivemos uma significativa redução da violência nos estádios. Eu acho que vários fatores contribuíram para isso."
 
Segundo ele, o segredo é identificar, prender, processar e banir quem aterroriza o mundo do futebol.
 
"Nós também tivemos muitos problemas, quando não tínhamos apoio da força da lei, mas, se isso é uma prioridade do país, do clube, seja no Brasil ou na Inglaterra, é possível acabar com a desordem", afirma Hawkins.
 
Ele não sabia que o total de presos era de 46 mil, uma média de 3.500 por temporada em todas as divisões --como na terceira, em que 231 foram detidos no último ano.
 
"Não tinha essa informação porque nem todas as prisões viram acusações, mas o dado não me surpreende."
 
O combate à violência na Inglaterra tem sido usado como modelo no debate sobre o tema no Brasil, rotineiramente palco de cenas de brigas entre torcedores.
 
A mais recente ocorreu em Joinville, no jogo entre Atlético-PR e Vasco pela última rodada do Brasileiro. Até agora, 23 foram presos por causa da pancadaria no estádio.
 
LÍDERES DO RANKING
 
Os dados do governo mostram, por exemplo, que torcedores de Manchester United, Newcastle e Manchester City lideram o ranking de prisões nas últimas três temporadas da Premier League.
 
Dos detidos desde 2000, 18 mil provocaram algum tipo de desordem pública, 13.400 abusaram do uso de álcool, 4.800 causaram comportamento considerado violento e 3.000 mil tentaram invadir o gramado --os demais causaram outros tipos de delitos.
 
Em seus relatórios anuais, as autoridades destacam que as prisões representam menos de 1% dos torcedores que compram ingressos, ou uma prisão a cada 14 mil.
 
O dado pode parecer pequeno, mas é justamente a aplicação da lei, prendendo a minoria violenta, que transformou os estádios ingleses num ambiente seguro.
 
"A maioria dos torcedores não quer a violência, se comporta bem e considera bem-vinda a punição", ressaltou o promotor Nick Hawkins.
 
22 de dezembro de 2013
LEANDRO COLON - Folha São Paulo