"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 17 de setembro de 2017

PROCURADORIA AINDA RELUTA EM ASSINAR ACORDO DE COLABORAÇÃO COM PALOCCI

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Palocci omite informações e atrasa sua delação
Apesar de terem participado de uma nova rodada de negociações da última semana com advogados de Palocci, o MPF em Curitiba reluta em assinar uma colaboração com o ex-ministro petista. Há 10 dias, o procurador Carlos Fernando dos Santos disse ao Globo que, se fosse possível dizer em que estágio se encontrava a negociação em uma escala de zero a dez (em que dez é o sucesso do acordo), a resposta seria três. Nesta sexta-feira (dia 15), uma fonte que acompanha as investigações disse que a resposta mais atualizada seria quatro, ou seja, o petista ainda está longe de ser contemplado com o acordo.
Apesar de ter afirmado em abril durante depoimento a Moro estar disposto a entregar “fatos com nomes, endereços e operações de interesse da Lava-Jato”, Palocci tem relutado, por exemplo, a apresentar informações confiáveis sobre instituições bancárias de seu relacionamento.
SONEGANDO PROVAS – Apenas dados sobre o BTG Pactual – que já é alvo da Lava-Jato – foram citados por Palocci nas negociações, o que os investigadores consideram insuficiente.
Outra fonte que acompanha as negociações informa que várias das declarações do ex-ministro ainda não vieram acompanhadas de provas materiais, o que dificulta o avanço do acordo. Advogados do petista têm relatado dificuldades para obter documentos relacionados aos casos citados pelo cliente pelo fato de ele estar preso.
Até mesmo a menção a pagamentos em dinheiro ao petista é vista com insuficiente pelo MPF para fechar acordo – pelos valores e por ser considerada informação que o Ministério Público já conhecia.
“AMIGO” – Pagamentos feitos ao ex-presidente pela Odebrecht, por meio de Palocci, foram registrados na planilha “Programa Especial Italiano”, do setor de Operações Estruturadas da empresa, responsável por pagamento de propina. O documento foi encontrado no e-mail de um ex-executivo da empresa e menciona pagamentos a um interlocutor citado como “amigo”, uma referência ao ex-presidente Lula, de acordo com os autores da planilha.
Em depoimento a Moro, na semana passada, Palocci disse que quantias mais elevadas eram entregues no Instituto Lula, por meio do ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, que também é identificado na planilha. Entregas em dinheiro de interesse da Odebrecht foram registradas nos sistemas “Drousys” e “My Web Day”, usados para operacionalizar propina e atualmente em posse do MPF.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A verdade é que está cada vez mais difícil fechar delações. Algumas delas serão revistas e até anuladas, como pode acontecer com a JBS e com Sérgio Machado, os primeiros na fila. (C.N.)


17 de setembro de 2017
Deu em O Globo

UM GUIA SOBRE O PMDB DE TEMER ESTÁ DISPONÍVEL NA INTERNET

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Fotocharge reproduzida do Arquivo Google
Um guia sobre o PMDB de Michel Temer foi divulgado quinta-feira, em Brasília. É obra relevante para quem tenta compreender a desconstrução da política no Brasil nas últimas duas décadas. É grátis e está disponível na internet. Tem 245 páginas, leva o selo do Ministério Público Federal, foi assinado e protocolado no Supremo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que deixa a função nesta segunda-feira.
Será melhor compreendida, se percebida como parte de uma tragédia política sobre a partilha e o usufruto do poder público para benefícios privados. É indissociável das denúncias anteriores, contra o PT de Lula e outros partidos.
MEIO BILHÃO – Ela está circunscrita a meio bilhão de reais de exemplos de fraudes em negócios públicos realizados nas empresas estatais Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, nos ministérios da Integração Nacional e da Agricultura, na Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e na Câmara dos Deputados.
Temer reagiu, classificando-a como “realismo fantástico em estado puro”, num exercício do direito de defesa prévia.
Seu problema, porém, é a realidade ululante descrita em viva-voz do presidente da República; nos depoimentos de vários aliados do PMDB no Congresso; nos depoimentos dos coletores de propinas; no mapeamento das sucessivas entregas de malas de dinheiro — algumas registradas em video e fotografias; em milhares de e-mails, telefonemas e conversas eletrônicas rastreadas pela polícia; nas contas bancárias, planilhas e comprovantes de pagamentos entregues por algumas das maiores empresas do país, entre elas Odebrecht e JBS.
INTERESSE PRIVADO – O Ministério Público descreve um padrão de comportamento — o uso da política para enriquecimento pessoal, a prevalência do interesse privado sobre o público. É o que se vê, por exemplo, nos R$ 29 bilhões de prejuízos provocados na Petrobras e nas vendas de emendas “jabuti” negociadas em Medidas Provisórias.
O comércio de leis, no governo e no Congresso, é um capítulo à parte. Alguns casos até foram denunciados durante a votação no plenário da Câmara, como ocorreu na Medida Provisória sobre o setor elétrico (nº 579). Outras encomendas são mais recentes, como a autorização de ingresso de capital externo no controle de hospitais, laboratórios médicos e de empresas de planos de saúde. Esta foi negociada diretamente pelo ex-deputado Eduardo Cunha com líderes do grupo Amil, o falecido empresário Edson Bueno, e da empresa Rede D’Or, o banqueiro André Esteves, do grupo BTG.
A partir da citação de Ulysses Guimarães (“o poder não corrompe o homem, é o homem que corrompe o poder”), esse guia sobre o PMDB de Temer, às vezes, parece mesmo descrição de um mundo fantástico. Seria ótimo, se fosse apenas coisa do realismo mágico. O problema é que é tudo é verdade, informa a coletânea de provas judiciais anexada.

17 de setembro de 2017
José Casado
Globo

ATACAR O ARQUEIRO, O TRUQUE PARA ESCAPAR DAS FLECHAS


Charge do Chico Caruso (O Globo)
A newsletter do excelente jornal português “Expresso” queixou-se, outro dia, de que “no Brasil começa a ficar difícil acompanhar todas as diligências da polícia e todos os casos em que surge o nome do presidente Temer”. Tem razão, ainda mais depois da nova denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot contra o presidente e quase todos os seus homens de confiança e/ou ministros.
Como tenho uma dívida de gratidão com o “Expresso”, pela ajuda que seus jornalistas me deram na cobertura da Revolução dos Cravos (1974), proponho-me a ajudá-los a ver o quadro.
Não vou entrar nos meandros jurídicos, já muito bem analisados, no que se refere à denúncia mais recente, pelos professores da FGV Eloísa Machado e Rubens Glezer, em texto desta sexta-feira (15) para a Folha. No geral da Operação Lava Jato, Marcelo Coelho tem feito um relato indispensável, com o seu inexcedível talento habitual.
DESVIAR A ATENÇÃO  Prendo-me, pois, ao quadro político mais amplo e mais imediato: o que está em curso é uma indecente tentativa, em especial do mundo político, mas não só, de atingir o “arqueiro” Rodrigo Janot, para desviar a atenção das flechas que ele dispara.
Na verdade, não é correto fulanizar a ofensiva e restringi-la a Janot. Trata-se, mais amplamente, de procurar atingir o Ministério Público, a Polícia Federal e o juiz Sergio Moro (este no caso específico das flechas contra Luiz Inácio Lula da Silva).
Claro que Janot, Moro e a PF não são deuses e, como mortais, cometem erros. Porém, mais relevante que os erros dos “arqueiros” é discutir a qualidade das flechas disparadas. E, nesse caso, os fatos –não meras opiniões contra ou a favor – são definitivos. A eles, portanto:
1 – Corruptores, como a Odebrecht, a OAS e a JBS, confessaram. Cometeram crimes e, em alguns casos, estão devolvendo dinheiro ou pagando as multas devidas.
2 – Corruptos, caso de alguns ex-diretores da Petrobras, também confessaram, também estão devolvendo dinheiro.
3 – Do lado político do balcão de negócios em que se transformou a política brasileira, tem-se, agora, a confissão de Antonio Palocci. Com ela, fecha-se o círculo: a Odebrecht confessa que corrompeu e um dos corrompidos (Palocci) admite os “ilícitos”, para usar a expressão de Lula no seu depoimento a Sergio Moro.
Tudo somado, têm-se, portanto, flechas da mais alta qualidade, seja qual for o juízo que se faça do “arqueiro”.
FATOS INEGÁVEIS – No caso Temer, se Janot errou ou acertou, não mudam alguns fatos inegáveis, a saber:
1 – Rodrigo Rocha Loures tinha tanto prestígio junto ao presidente que agendou uma conversa noturna e sem registro oficial em pleno Palácio do Jaburu entre Temer e Joesley Batista. O encontro foi confirmado pelo próprio presidente.
2 – Rocha Loures foi flagrado com uma mala de dinheiro, fato igualmente não desmentido, até porque a mala e o dinheiro foram entregues pelo próprio Loures à Polícia Federal.
3 – Por que um empresário daria tanto dinheiro a uma figura em tese secundária como Rocha Loures? Só pode ser para comprar facilidades junto ao governo Temer.
Ou, mais amplamente, como está no já citado texto de Eloísa Machado e Rubens Glezer: “A presença (da organização criminosa) na Petrobras, em Furnas, no Ministério da Integração Nacional, no Ministério da Agricultura, na Caixa Econômica Federal e até na própria Câmara era um meio para o esquema de arrecadação de propinas. A história é conhecida: empresas que queriam ser contratadas ou ter uma lei em seu benefício repassavam propina a Temer e seus aliados”. Nem é preciso mencionar outro fato indesmentível: as malas e caixas de dinheiro apreendidas com as digitais de Geddel Vieira Lima, homem de confiança de Temer.
SEM RENÚNCIA – Em qualquer país decente, um presidente que está cercado de pessoas denunciadas seguidamente se vê compelido a renunciar. Já no Brasil, prefere atacar o arqueiro. Não é nem original. Na Operação Mãos Limpas na Itália, aconteceu a mesma coisa, conforme o relato de Maria Cristina Pinotti:
“Avolumaram-se as denúncias na imprensa sobre abuso de poder nas investigações e foi iniciada uma verdadeira indústria de dossiês, sobretudo contra a figura principal da Operação, o juiz Di Pietro. Em meados de 1994 o conselho de ministros do novo governo aprovou um decreto lei que ficou conhecido com o nome do novo ministro da justiça [Decreto Biondi] ou, popularmente, como decreto ‘salva ladrões’ [salva ladri], que impedia prisão cautelar para a maioria dos crimes de corrupção. Com isso, a maior parte dos presos na Mãos Limpas foi solta, indo para prisão domiciliar, provocando um enorme dano nas investigações”.
É o que se busca fazer no Brasil, atacando o “arqueiro” para escapar de suas certeiras flechas. Por ser o Brasil como é, sou capaz de apostar que a indecente manobra acabará dando certo – e a lama continuará escorrendo em abundância no esgoto político.

17 de setembro de 2017
Clóvis Rossi
Folha

HÉLIO FERNANDES RECONTA A HISTÓRIA, NA ÓTICA DOS VICE-PRESIDENTES GOLPISTAS

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Café Filho conspirou contra Vargas e se deu mal
Vejam que magnífico artigo o lendário e reverenciado Helio Fernandes publicou recentemente em seu espaço no Facebook e que já foi republicado em diversos sites e blogs. De Floriano Peixoto a Michel Temer, o decano dos jornalistas mundiais, que deveria ter seu nome imortalizado no Livro Guinness (se é que já não está lá…), dá uma bela aula de História a todos nós.
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TEMER E A HISTÓRIA DOS VICES NO BRASILHelio Fernandes
Temer, Corrupto, corruptor, farsante, delinquente, acumulando denúncias de roubalheiras, caçado pelos Três Poderes e pela Policia Federal. Aos pés do cadafalso, acredita e se imagina um redivivo Robespierre, mas serà enterrado politicamente no Departamento de Limpeza Pública
Desde que o vice Floriano Peixoto derrubou Deodoro e se apoderou arbitrariamente do poder, muitos vices assumiram, usando o mesmo subterfúgio. E a mesma tática e estratégia da conspiração das madrugadas. Em apenas três anos, de 1951 a 1954, levaram Vargas a um fim glorioso e histórico, desprezando o poder, preferindo deixar a vida para entrar na História. O vice, articulador de tudo, assumiu mas não governou, porque queria mais poder. Foi afastado pelo Supremo Tribunal Federal em 22 de novembro de 1955.
Rapidamente, para lembrar e comparar com o Supremo de hoje. O advogado do vice em exercício, Café Filho, entrou no Supremo pretendendo que ele continuasse no poder. Sorteado relator, o notável Nelson Hungria levantou e, mesmo de pé, improvisou um voto magistral, afirmando que “o vice conspirador não pode continuar”. Seguido por unanimidade o voto de Hungria, Café Filho foi afastado, Juscelino assumiu sem susto em 31 de janeiro de 1956, depois de viajar 32 dias pelo mundo, como presidente eleito e ainda não empossado.
Assisti a essa sessão histórica, sentado na primeira fila, entre os extraordinários Milton Campos e Dario de Almeida Magalhães. Alguns ministros de hoje, não todos (mas a maioria) poderiam rever os anais. Que diferença. Talvez agissem de outro modo, recuperando o prestigio do Judiciário e salvando o país.
OS TRÊS PODERES SÃO DESUNIDOS E DESARMÔNICOS
Agora, 57 anos depois desse episódio,um outro vice usurpador está no poder. Café Filho tinha apoios isolados, era conspirador desde 1935, mas não roubava. Antes da vice, morava num apartamento modestissimo. Como vice continuou morando ali, no Rio, só o presidente da Republica tinha palácio.
Vargas tinha dois: o Catete para trabalhar, o Guanabara para morar. Achou um exagero, eram vizinhos, ficou morando e trabalhando no belíssimo Catete, doou o Guanabara para o então Distrito Federal. (Temer, logo vitoriosa a conspiração, se apossou de três palácios).
Michel Temer preparou e consumou a conspíração parlamentar que o levou ao poder, com apoio ostensivo, enrustido ou escondido dos Três Poderes. E dentro deles, o que havia de mais podre em toda a História Republicana. Os que não participaram se acumpliciaram coletiva e pessoalmente pela omissão. Estão sendo recompensados até agora pela bandalheira comandada diária e diretamente, pelo maior LADRÃO da Republica. O próprio Temer, na acusação publica do ex-amigo tambem LADRÃO, Joesley Batista.
O POVO NÃO SUPORTA TEMER, QUE FOGE DO POVO
Depois de mais de 16 meses da elevação do vice a presidente, caiu para 3% de popularidade.. Presidentes, ditadores, vices em exercício, se exibiam e gostavam da comemoração do 7 de Setembro. Temer foi o primeiro que assistiu de longe, não participou,teve medo da repulsa geral. Não vai a lugar algum, se apavora com a possibilidade ou a expectativa de uma simples vaia, que ele sabe que virá.
Sua realidade, quase certeza, que transmite a áulicos e cúmplices, pelo menos os que ainda estão em liberdade, apesar de vastamente denunciados: “Nosso mandato vai até 2018, conto com vocês”. E não abandona aquele sorriso melífluo, blandicioso, dúbio, supérfluo, cansativo. Sua outra ideia fixa e repetida: se comparar com Robespierre e com a Revolução Francesa.
Temos que nos livrar de Temer, nada a ver com a Revolução de1789. A bela “Marselhesa” (que era para ser o hino da oposição mas não da Revolução), em determinado momento chama e conclama: “Ás armas, Cidadãos”. Não queremos as armas e sim os cidadãos.
Temos que expulsar Temer. Com apoio do Legislativo e do Judiciário se for possível. Sem eles, se for necessário

17 de setembro de 2017
Carmen Lins

COM MEDO DO PANELAÇO, TEMER DESISTIU DO PRONUNCIAMENTO NESTE SÁBADO

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Temer foi ao Planalto reunir-se com Nunes Ferreira
Depois de discussões internas entre integrantes de sua equipe, o presidente Michel Temer bateu o martelo e avisou que não fará pronunciamento neste sábado (dia 16) sobre a segunda denúncia contra ele. Na quinta-feira (dia 14), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antes de deixar o cargo, denunciou Temer por formação de organização criminosa e obstrução de justiça.
Na equipe do Palácio do Planalto, auxiliares que defendiam que o presidente fizesse um pronunciamento. Temer, que estava em dúvida se devia ou não fazer se manifestar, ouviu inúmeros interlocutores e foi convencido de que a nota divulgada na quinta-feira, 14, na qual afirmava que a segunda denúncia é “recheada de absurdos”, “falta de credibilidade” e “realismo fantástico em estado puro”, era suficiente, pelo menos, neste momento.
REUNIÃO NO SÁBADO – Mesmo assim, Temer decidiu seguir para o Palácio do Planalto na manhã deste sábado para se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, além de outros assessores. O presidente quer dar prosseguimento aos preparativos para a viagem a Nova York, a partir de segunda-feira, 18, onde participará da cerimônia de abertura da Assembleia-Geral da ONU – Organização das Nações Unidas.
Mais cedo, Aloysio Nunes se reuniu no Itamaraty com seus auxiliares para preparar os temas a serem tratados por Temer durante a viagem.
Além de rever o discurso que fará na ONU, o presidente quer discutir mais profundamente os problemas decorrentes da crise da Venezuela na região, que será o tema do jantar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros chefes de Estado na América Latina, na noite desta segunda-feira.
A comitiva presidencial prevista inclui além de Aloysio Nunes, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
OUTRAS REUNIÕES – Temer quer acertar ainda as agendas bilaterais que serão realizadas durante a viagem, que incluirá reunião com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu.
Temer poderá se encontrar também com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi. As agendas bilaterais, no entanto, ainda não estão totalmente fechadas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Era tudo conversa fiada da Assessoria do Planalto. Jamais houve a intenção de fazer pronunciamento, porque Temer sabe que o panelaço e o buzinaço seriam devastadores. Quanto à viagem a Nova York, no exterior ninguém dá importância a Temer, todos sabem que é apenas um presidente-tampão, que será descartado como um absorvente de uso eventual. Desta vez, está levando Padilha e Moreira para tirá-los da linha de fogo das denúncias de corrupção. Apenas isso. E Meirelles também vai na comitiva, porque é o verdadeiro presidente aqui na Sucursal e sempre é bem recebido lá na Matriz. (C.N.)


17 de setembro de 2017
Deu em O Tempo
(Agência Estado)

DENÚNCIA DE TEMER FEZ MINISTRO CAIR NA REAL E DESISTIR DE AFASTAR O DIRETOR DA PF

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Jardim raspou a barba e perdeu o entusiasmo
Em meio a pressão de grupos políticos, em especial do PMDB, para a substituição da cúpula da Polícia Federal, o diretor-geral da corporação, Leandro Daiello, aceitou, nesta sexta-feira, 15, o pedido feito pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, e permanecerá por mais um período no comando da instituição. “Fiz o convite e ele aceitou”, disse Torquato ao Estado. Questionado sobre o período de permanência de Daiello, o ministro da Justiça afirmou que ele ficará no cargo “o tempo que for necessário” para consolidar o trabalho realizado.  A manutenção de Daiello à frente da PF ocorre no momento em que o presidente Michel Temer e políticos do PMDB são alvos da Lava Jato.
“Pedi para ele ficar porque temos vários projetos em andamento. Precisamos dar continuidade à preparação da nova Política Nacional de Segurança Pública e à modernização da Polícia Federal com mais atuação em tecnologia e internacional. Não me pareceu adequado que o diretor-geral da Polícia Federal se afastasse agora”, afirmou o ministro da Justiça, sem falar sobre a Lava Jato.
DE FÉRIAS – Daiello sairá de férias por duas semanas e, depois, retomará suas funções à frente da PF, cargo que ocupa desde janeiro de 2011. As negociações para a troca de direção na PF estavam sendo feitas entre Torquato e próprio Daiello desde que o ministro assumiu a pasta, no fim de maio. Alegando estar cansado, o diretor-geral da PF — que é responsável pelas principais investigações de combate à corrupção — pôs o cargo à disposição e disse que iria se aposentar. Nas conversas sobre a sucessão, Daiello optou por não indicar um sucessor, mas sugeriu a escolha de um nome da atual diretoria ou um delegado com experiência e bom trânsito dentro da corporação.
O nome mais cotado era o de Rogério Galloro, número 2 de Daiello, que chegou a ser fotografado em um almoço com Torquato e o diretor-geral.
DECISÃO CORRETA – Ao Estado, o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, defendeu o nome de Galloro, mas afirmou que nesse momento o correto é mesmo a permanência de Daiello. “Há muita especulação sobre a troca, mas nesse ambiente de grande instabilidade política, é razoável que o atual diretor permaneça a continuidade das investigações que estão em andamento”, afirmou o presidente da ADPF.
Além de Galloro, o ministro havia dito, em entrevista, que outros dois delegados estariam cotados para a sucessão. O Estado apurou que um deles era o ex-superintendente da PF no Maranhão, o delegado Fernando Segóvia. Dentro da PF, o nome do delegado não era muito aceito por conta de uma suposta relação com o ex-presidente José Sarney. Nos bastidores, Segóvia era visto como o nome que o PMDB queria indicar para a vaga de Daiello.
O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), negou que haja pressão do partido para substituição de Daiello. “Não há nenhuma indicação do PMDB. A Polícia Federal é um cargo de confiança do presidente da República e do Ministério da Justiça e tem de ser levada em conta a meritocracia da instituição”, disse Jucá.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Ao que parece, o ministro Torquato Jardim jogou a toalha, tentando preservar o que ainda resta de sua biografia. Ciente de que Temer não tem mais salvação, o ministro enfim desistiu de trocar o comando da Polícia Federal. Jardim demorou a despertar desse sonho de inviabilizar a Lava Jato através da desestruturação da PF. Sua ingenuidade chegava a ser comovente. (C.N.)


17 de setembro de 2017
Fabio Serapião e Vera Rosa
Estadão

NA VIDA REAL, O JORNALISTA MARCELO REZENDE ERA MUITO ALEGRE E VIVIA RINDO

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Marcelo, ao vivo e a cores, era a felicidade em pessoa
Mais um amigo que se vai. Desta vez, o jornalista Marcelo Rezende, que vinha lutando contra um câncer no pâncreas nos últimos meses. Como apresentador de TV, a partir do programa “Linha Direta”, da Globo, ao fim da década de 1990, Marcelo exibia uma postura rígida no combate ao crime e à corrupção, era um defensor do interesse público. Se quisesse, com facilidade poderia ter entrado na política, seu trabalho no jornalismo o credenciava para a função, por estar sempre envolvido nas causas populares.
Na vida real, ele era muito diferente. Sempre alegre, fazendo piadas, suas gargalhadas enchiam a Redação de O Globo, onde nos conhecemos. Era repórter esportivo, apaixonado por futebol, começou a trabalhar no Jornal dos Sports, nada indicava que fosse se tornar apresentador de programas populares na TV.
SUCESSO NA TV – Quem levou o jovem Marcelo Rezende para O Globo foi o jornalista Merival Júlio Lopes, que era seu parente. Em 1987, ele saiu do jornal e foi trabalhar na TV Globo, também como repórter esportivo.
Em 1995, nosso amigo Evandro Carlos de Andrade, diretor de Redação de O Globo, foi dirigir a Central Globo de Jornalismo na TV. Ele já conhecia Marcelo Rezende da época do jornal. Evandro tinha grande percepção e olho clínico, era um descobridor de talentos. Foi ele quem percebeu o potencial de Marcelo Rezende e o transformou naquele apresentador sério e destemido, que nada tinha a ver com a alegria que ele transmitia na vida pessoal. Fez um sucesso extraordinário e se transformou num dos profissionais mais famosos da TV brasileira.
Ficamos muito amigos na redação de O Globo. Depois, nos tornamos também vizinhos e  passávamos os fins de semana juntos, na belíssima Praia das Amendoeiras, em Maricá. Bons tempos. Marcelo sempre foi a animação em pessoa e vai nos fazer muita falta.

17 de setembro de 2017
Carlos Newton

À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS,GEDDEL LEVA À LOUCURA SEUS AMIGOS NO PLANALTO

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Charge do Borega (Bahia Notícias)
Segundo a “Veja”, os R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador e ligadosao ex-ministro Geddel Vieira Lima, segundo a Polícia Federal, começaram a chegar ao imóvel nos últimos 12 meses. A informação foi publicada na edição desta semana da revistasemanal. Revela a publicação, ao tentar  seguir o rastro do dinheiro, que tudo indica que os valores recolhidos pela polícia eram mesmo de Geddel e asseclas, e não de quadrilhas diferentes.
Além disso, a polícia estima que a soma tenha sido acumulada ao longo de apenas um ano: a dúvida é se os recursos vinham sendo roubados havia um ano ou se apenas foram transferidos para o apartamento nos últimos 12 meses.
BANCO CLANDESTINO – No entanto, a PF não tem dúvidas de que o imóvel funcionava como um banco clandestino. “Diversos moradores do prédio estavam assustados com o risco que acreditam haver corrido por terem dormido ao lado daquela fortuna”, destaca o texto.
Oficialmente, o imóvel pertence a Silvio Silveira, que o teria emprestado ao até então influente deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, para guardar, supostamente, pertences do pai do ex-ministro, ex-deputado federal Afrísio Vieira Lima, morto em janeiro do ano passado.
A Polícia Federal localizou malas e caixas cheias de dinheiro no apartamento em Salvador no dia 5 deste mês durante a Operação Tesouro Perdido, nova fase da operação “Cui Bonno?”. FILMAGENS FATAIS – Segundo a Justiça Federal, o local era utilizado pelo peemedebista para armazenar dinheiro obtido em crimes relacionados à manipulação de créditos e recursos na Caixa Econômica Federal.
Preso no mesmo dia que o ex-ministro, seu braço direito e advogado, Gustavo Ferraz confessou em depoimento à polícia ter sido encarregado por Geddel de ir periodicamente a São Paulo coletar dinheiro vivo entregue por um assessor do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso há 11 meses. Monitorado pela PF, Ferraz foi filmado por câmeras do circuito interno do prédio em Salvador entrando e saindo pelo menos 12 vezes do “bunker” com malas, mochilas e caixas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Sem os remédios de tarja preta que tomava para conter a depressão, Geddel está um caco, à beira de um ataque de nervos, tem delírios paranóicos, com medo até de ser estuprado, chora como um bebê e já está no ponto de fazer delação. Quanto ao irmão, deputado Lúcio Vieira Lima, está como o velho navio “Adamastor”, da Marinha portuguesa. Sempre que a belonave saía barra afora, com destino ignorado, era sinal de grave crise em Lisboa. (C.N.)


17 de setembro de 2017
Deu em Metrópoles

TORQUATO TEVE DE MANTER DAIELLO, QUE ACUSOU TEMER DE SER O CHEFE DA CORRUPÇÃO

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Daiello deu impressionante demonstração de força
Enquanto Rodrigo Janot se despedia da Procuradoria Geral da República, o ministro Torquato Jardim anunciava que Leandro Daiello estava mantido no cargo de Diretor Geral da Polícia Federal, por coincidência na semana em que Daielo acusou o presidente Michel Temer de ser o chefe do bando da corrupção. Os repórteres Fábio Serapião e Vera Roda,  em O Estado de São Paulo de sábado, destacaram a iniciativa do titular da Justiça de assegurar a continuidade de Daiello. “Não me pareceu adequado que o diretor Geral da PF se afastasse agora” – ressaltou Torquato Jardim.
O Ministro da Justiça, se desejasse, poderia não dizer nada e assim manter Daielo no cargo. Mas no momento em que, com base no trabalho investigativo da PF, Rodrigo Janot encaminha a segunda denúncia de corrupção contra o presidente da República, seja qual for a interpretação do ato, ele inevitavelmente surpreende e se revela como mais um fator contrário ao governo.
UMA QUADRILHA – As acusações preparadas pela Polícia Federal não se restringem ao Presidente da República, na verdade estendem-se aos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, além de incluírem Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, o advogado José Yunes e outros personagens próximos a Michel Temer e que, de acordo com a Revista Veja que está nas bancas, formariam a Rede organizada da quadrilha.
A semana que se inicia terá grande reflexo político no destino do Palácio do Planalto. Quarta-feira o Supremo Tribunal Federal incluiu em sua pauta o julgamento de duas questões de alta importância: a primeira refere-se à petição do advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz, voltada para impedir que possa tramitar a denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente da República. O advogado Mariz de Oliveira não recorre contra o conteúdo da matéria e sim para impedir liminarmente sua apresentação. E o segundo julgamento é relativo à validade das provas decorrentes das delações de Joesley e Ricardo Saud, independentemente da manutenção ou não da impunidade dos executivos da JBS.
TEMAS POLÊMICOS – São matérias de alta sensibilidade, na medida em que reduzem o poder do procurador-geral da República e separam as delações dos delatores. Os delatores podem perder as vantagens obtidas por suas delações, porém as delações podem permanecer como provas materialmente válidas para o curso das ações criminais contra os corruptos e os corruptores.
O que o STF decidir marcará passo importante para o desdobramento da crise política que se apresenta cada vez mais intensa aos olhos e à consciência da população brasileira. Vale lembrar que, em matéria de delação, já ocupa espaço considerável a apresentada pelo ex-ministro Antonio Palocci contra o ex-presidente Lula. Este capítulo é mais um da série de crimes de corrupção que inundaram o país principalmente a partir de 2003, quando Luiz Inácio da Silva assumiu o Planalto em seu primeiro mandato.
RAPINA OFICIAL – A partir de Lula, foi instituído um profundo sistema de assalto ao patrimônio da União, causando imensos prejuízos ao povo brasileiro, que pagou muito caro pelos rumos adotados para roubar o dinheiro público. Porque as vultosas comissões pagas como suborno não saíram dos bolsos dos empresários. Pelo contrário. Estes elevaram os preços de seus contratos em valores várias vezes maiores que as comissões pagas.
O prejuízo, como sempre, foi do povo. O maior destes prejuízos encontra-se indiretamente no desemprego que atinge mais de treze milhões de brasileiros. Quanto custa o desemprego? Custa mais do que todas as propinas somadas.

17 de setermbro de 2017
Pedro do Coutto