"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

QUEDA DE DILMA ABALA CANDIDATURA DE LULA PARA 2018

 


 
Esta vinculação, aliás, uma tendência lógica, encontra-se objetivamente assinalada na pesquisa do Datafolha publicada na reportagem de Graciliano Rocha, Folha de São Paulo, edição de terça-feira.
Tanto assim que a popularidade do ex-presidente recuou nada menos que 21 pontos, passando de 71 para 50%, ao longo dos últimos cinco anos incompletos: do final de 2010 ao início de 2015.
Tal processo de desgaste de imagem coincidente com o declínio da atual presidente da República.
 
Se houvesse eleições presidenciais hoje, acentua o Datafolha, Aécio Neves alcançaria 33% dos votos contra 29 de Lula e 14 pontos de Marina Silva, que assim se mantém bem colocada no quadro político.
Claro que disputas eleitorais se decidem com base no desempenho dos candidatos na campanha, assim como os jogos de futebol decidem-se no campo, mas sem dúvida os números de hoje indicam tendências básicas, que podem mudar amanhã, porém nem por isso deixam de ter importância relativa. Afinal todos os pormenores eleitorais começam num ponto.
 
No momento o quadro, como se vê, não é favorável ao Partido dos Trabalhadores, causador e vítima, ao mesmo tempo, de contradições que o intoxicam junto à opinião pública, portanto, junto ao eleitorado.
 
A corrupção na Petrobrás, a mais importante delas, uma vez que a estrutura da legenda encontra-se envolvida em diversos inquéritos adicionados a uma série de delações premiadas. Em consequência, a legenda ficou enfraquecida e não teve força para sustentar a popularidade de Dilma Rousseff.
 
NOVA REALIDADE
A partir de agora, com a divulgação do levantamento publicado pela FSP, as correntes internas do PT passam a se defrontar com uma nova realidade, um novo panorama político. A pressão de Lula sobre Dilma vai crescer antes que diminua ainda mais seu prestígio.

Afinal, descer de 7% para 50% no espaço de pouco mais de quatro anos revela um estrago muito grande em matéria de potencial de votos. E também na perspectiva de alianças eleitorais.
 
Esta deve ter sido uma das razões que levaram o Planalto a concordar com mudanças nos princípios sociais contidos na medida provisória do Ajuste Fiscal, de inspiração e autoria do ministro Joaquim Levy, que aguarda votação tanto na Câmara quanto no Senado Federal. Reportagem de Geralda Doca, Marta Beck e Cristiane Bonfanti, O Globo também de terça-feira, focaliza o tema com objetividade.
 
AUMENTAR IMPOSTOS
A prova maior da reformulação, vamos assim chamar, está no fato de o ministro da Fazenda admitir modificações no seu próprio texto original e voltar sua investida para uma elevação de tributos sobre a área rural.
Ele aparece entre sorrisos na fotografia que saiu no Globo, ao lado da ministra Kátia Abreu. Aliás são duas as reportagens publicadas no jornal na mesma edição. A primeira já foi citada. A segunda é de Simone Iglesias, Luiza Damé e Eliane Oliveira. Os dois assuntos na realidade convergem: mais impostos, menos cortes nos direitos sociais.
 
Este segundo tema, aumento de impostos, terminará inevitavelmente na elevação de preços que pune sempre os assalariados, sobretudo agora com menos perspectivas de terem seus vencimentos reajustados pelo menos de forma a empatar com a inflação (oficial). Aliás, como sucede invariavelmente.
Em consequência, retrai-se o mercado de consumo e, com isso, o volume da produção, atingindo o nível de empregos e, no final, o processo de desenvolvimento econômico do país.
Um círculo vicioso que começou nas urnas do ano passado e cuja próxima estação será em 2018, com uma parada em 2016.

16 de abril de 2015
Pedro do Coutto

LIBERDADE DE IMPRENSA, FUNDAMENTAL DESDE A ÉPOCA DE NAPOLEÃO




 
Para Napoleão Bonaparte, a imprensa tinha um papel preponderante. A monarquia francesa caiu do trono no fim do século XVIII e subiu os degraus do patíbulo exatamente quando a difusão das impressoras influenciou a circulação de panfletos e jornais de conteúdo explosivo.
Napoleão teve a sua escalada liberada em seguida pela imprensa. Sentiu na epiderme esse efeito e nunca esqueceu a importância do controle da informação.
Já como imperador, afirmou: “Se perco o controle da imprensa, não me aguentarei no poder nem por três meses”.
 
O crescente descontentamento nos meios sociais alfabetizados acelerou a queda da monarquia. Foram jornalistas e editores como Camille Desmoullins, o mesmo personagem imortalizado nos quadros de 14 de julho de 1789 como orador da tomada da Bastilha, que determinaram a queda da opulenta Corte de Versalhes.
 
NA CLASSE MÉDIA
A classe média da época, a burguesia, ao ter conhecimento dos abusos nos gastos de Luís XIV, em contraste com as dificuldades e penúrias dos setores produtivos e populares, submissos ao crescente confisco tributário, gerou o mais intenso movimento revolucionário de todos os tempos. Alastrou-se entre o povo sofrido e chegou longe.
Depois das primeiras convulsões jacobinas, a via ficou livre para Napoleão se impor como ditador/imperador. As revoluções têm essa tendência de sair pela culatra e substituir um sistema por outro parecido.
 
Napoleão casou-se em 1810 com a sobrinha de Maria Antonieta, 15 anos após esta ter a cabeça cortada aos gritos da praça. Quem quebrou os paradigmas de milênios de feudalismo foi o movimento arrastado pela imprensa, fazendo luz sobre os descalabros da monarquia.

De lá pra cá a importância da comunicação, da circulação das informações e opiniões, foi uma constante limitadora para os governantes, determinando constrangimento na atuação indiscriminada. Mudou e ainda vem mudando os costumes.
 
REDES SOCIAIS
Agora as redes sociais, como as impressoras do século XVIII, ampliam e aceleram o alcance da informação, apertam ainda mais os governantes. E a guerra nas redes toma aspectos patéticos, marcados de absurdos e inverdades acobertados pelo anonimato.
A verdade, entretanto, tem uma força que costuma aparecer. O engano dura pouco ou muito tempo, mas nunca para sempre.
 
A informação correta incomoda os sistemas de governo arbitrários; quanto mais tirânicos, mais necessidade de oprimir a imprensa.
O melhor marketing de um governante é o sucesso, aquele que atinge os governados. Qualquer ação coroada de sucesso tem o poder de demolir a inverdade.
 
A VERDADE NÃO BASTA
O governante, quanto mais sofrível é seu desempenho, mais queixoso será com a mídia e mais feroz com quem a mantém num campo de objetividade. Ao déspota a verdade não basta, mesmo com todos os meios que tem de se dirigir aos governados e fazer valer sua versão.
A mídia enganosa, especialmente agora com a concorrência das redes, se inviabiliza. Esconder, manipular, distorcer, além de atos falhos, são atos suicidas.
 
A imprensa nos últimos 200 anos aumentou a capacidade de incomodar o poder e ser, quando bem administrada, um instrumento de equilíbrio social.
Aquela de coloração imprópria e chantagista, hoje, tropeça justamente na multiplicidade das versões com as quais se confronta.
Diante de tudo isso, não se entende por que agora surgem tantas preocupações de limitar uma liberdade que é indispensável para qualquer democracia.
Vittorio Medioli
O Tempo

SÍNDROME DE BURNOUT: QUANDO O TRABALHO NOS ADOECE

 



 
Você vai para o trabalho como se estivesse indo para um matadouro? Tem constantes sensações de exaustão, cansaço e fadiga, e a cada dia vai tomando aversão ao seu ambiente de trabalho? Anda evitando sair, odeia reuniões e está sem disposição para aquele papo do escritório, da loja ou da escola? Sente um vazio interior, absoluta falta de disposição e, nos domingos à noite e nas segundas, em especial, mal dá conta de ficar em pé? Anda cheio de sintomas físicos e vai a médicos, faz exames, tudo dá normal, e, no entanto, sente como se fosse consumido por uma constante virose ou por uma fadiga crônica?
 
Pois bem, é imensa a possibilidade de você sofrer da síndrome de Burnout ou, como preferem outros, síndrome do esgotamento profissional. Trata-se de uma quase falência da energia física e mental, quase uma depressão laborativa. E, se você for da área da saúde (enfermeiros em especial, médicos em enorme proporção, atendentes nas urgências, então, nem se fala), da área da educação (tanto que existe um capítulo à parte para os professores), profissional da tecnologia de informação, trabalhador do judiciário, de repartições públicas, bancário, ou daqueles que mais lidam com o público, fique de orelha em pé! Sem um mínimo de prazer, relaxamento e, por que não dizer, dom e talento, o trabalho pode ser altamente doentio.
 
TUDO PELO DINHEIRO
Fazer o que não se gosta, tendo como objetivo a mera sobrevivência salarial, agindo de forma robotizada, indiferente e torturante, é meio caminho para o inferno diário. Hoje, percebemos que há uma epidemia de insatisfação profissional contaminando o ambiente de empresas, com perda de produtividade e uma troca constante de empresas e empregos, como sinal dessa síndrome. Em um mundo rápido, competitivo, que exige especialistas em detrimento da criatividade, relaxamento, alegria e estímulo no trabalho, é preciso começar a pensar seriamente nesse problema que afeta a todos.
 
Afinal, passamos um terço da vida no trabalho e, para piorar, o ir e vir no trânsito caótico, em meios de transporte sufocantes, e ainda tendo que viver forçosamente em companhia de pessoas que muitas vezes são pesadas, insatisfeitas e queixosas. Dose pra leão!
Tem solução? Sim, e o primeiro passo é entender que, após um diagnóstico, tal quadro impõe tratamentos que podem ir desde o uso de medicação bem prescrita até apoio terapêutico, mudanças de rotina, exercícios aeróbicos, eliminação de cafeína e regulação de sono, entre outras medidas.
 
ECOLOGIA HUMANA
Bendita a empresa que investe em uma ecologia humana para seus funcionários, que entende que a morbidade, a angústia, o estresse sufocante são custos, e busca, assim, formas de combate ambiental a esse desastre que é a síndrome de Burnout. Quantas vezes atendo médicos com fobia de hospital, querendo desistir de tudo? Ou educadores dedicados que têm pânico só de ouvir a bagunça dos alunos ou pais hostis? Quantas carreiras são abandonadas, quantos talentos desperdiçados por uma inadequação do ambiente de trabalho?
 
Em um mundo que perde a cada dia a sensação, a percepção e a consciência do sentido da vida, mudar comportamento e buscar uma nova forma de existir começa de dentro para fora. Chega de viver em preto e branco e ficar trocando seis por meia dúzia. O tempo não para, e extrair do paralelepípedo a pedra preciosa é uma urgência de todos nós!

16 de abril de 2015
Eduardo Aquino
O Tempo

TSE TAMBÉM CONTRATOU A AGÊNCIA INVESTIGADA NA LAVA JATO

 


 
As investigações da Lava Jato envolvendo contratos de publicidade com órgãos estatais chegaram até às verbas do Tribunal Superior Eleitoral, instância máxima da Justiça Eleitoral no País.
Levantamento do Ministério Público Federal a partir dos dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) mostra que a agência de publicidade Borghi Lowe – investigada por suspeita de operar o repasse de propinas a políticos – recebeu R$ 4,7 milhões da Secretaria de Administração da Corte Eleitoral.
 
Os dados fazem parte do relatório técnico elaborado pelo Ministério Público Federal para pedir a prisão preventiva – sem prazo para acabar enquanto perdurarem as investigações – do publicitário Ricardo Hoffman, da Borghi Lowe, que foi preso temporariamente na 11ª etapa da Lava Jato, deflagrada na última sexta-feira, 10.
 
O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato, acatou o pedido e destacou que Hoffman operava um esquema “milionário” de distribuição de propinas e que “apenas uma pequena parte de seus delitos foi desvelada”, disse o magistrado na decisão.
 
R$ 118 MILHÕES
Ao todo, segundo o levantamento do MPF, a Borghi Lowe recebeu R$ 118 milhões de órgãos públicos entre 2010 e 2015. A maior parte destes recursos veio da Coordenação- Geral de Material e Patrimônio do Ministério da Saúde, mas R$ 4,7 milhões tiveram como origem a Secretaria de Administração do TSE. O relatório, contudo, não discrimina em que ano foram feitos estes repasses nem os valores de outros pagamentos feitos por órgãos públicos.
 
A agência tem contratos com vários órgãos da administração pública, mas é a primeira vez que aparece um órgão do Judiciário dentre os clientes. A empresa é investigada pois Hoffman indicava para as produtoras contratadas pela agência para realizar campanhas publicitárias da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde as empresas de fachada do ex-deputado André Vargas e seus parentes para receber uma comissão de 10% do valor dos contratos, o chamado bônus de volume, mesmo sem realizar nenhum serviço ou ter firmado qualquer contrato para as campanhas.
 
O próprio Hoffman admitiu em seu depoimento à Polícia Federal que, no caso dos contratos envolvendo o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal, “de forma excepcional” as comissões de 10% eram repassadas às empresas LSI Solução e Limiar Assessoria e Consultoria em Comunicação, ambas de propriedade de André Vargas e seus irmãos.
 
“Esses créditos foram cedidos tendo como contrapartida a perspectiva de se conseguir clientes privados no Estado do Paraná, que essa foi a promessa feita pelo ex-deputado André Vargas”, afirmou o publicitário, que disse ainda que o ex-parlamentar não cumpriu a promessa e não conseguiu levar nenhum cliente novo para a agência.
 
VAI INVESTIGAR
Os repasses do TSE para a agência ainda não foram alvo de investigação da força-tarefa, mas ao determinar a prisão preventiva de Hoffman, Sérgio Moro destacou que “há indícios que o esquema criminoso se reproduz em outros contratos de publicidade com a administração pública, o que é extremamente grave, sendo que a maior parte das provas são de conhecimento do investigado Hoffman e ainda estão ocultas”, ressalta Moro.
A reportagem enviou e-mail para a assessoria do TSE perguntando sobre os repasses, mas até o final do dia não havia obtido resposta.

16 de abril de 2015
Mateus Coutinho, Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Estadão

POLÍCIA FEDERAL DIZ QUE HÁ PROVAS DOS CRIMES COMETIDOS POR VACCARI



Procurador afirma não haver dúvida sobre os crimes de Vaccari
 
A prisão preventiva do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi motivada, de acordo com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público Federal (MPF), pela existência de “indícios concretos” de reiterada prática criminosa assim como pela “comprovação clara” de crimes como lavagem de dinheiro e fraude contra o sistema financeiro. Vaccari nega as acusações.

O tesoureiro também é suspeito de operar um esquema criminoso que desviava recursos de publicidade de órgãos públicos por meio de gráficas. Segundo as investigações, essas empresas eram forçadas a emitir notas fiscais falsas para dar legalidade a pagamento de altos valores.
 
“Verificamos o pagamento para uma gráfica com a ausência da prestação de serviço. Isso nós já temos comprovado. São notas bem genéricas, em que constam apenas serviços gráficos”, explicou o procurador Carlos Santos Lima, em entrevista coletiva em Curitiba.
 
###

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A afirmação do chefe da força-tarefa da operação Lava Jato agrava o envolvimento do PT e do governo no esquema de corrupção da Petrobras. Sem a menor dúvida, se há provas suficientes para incriminar Vaccari, isso significa incriminar também o PT e o governo, aumentando as chances de impeachment da presidente Dilma. (C.N.)

16 de abril de 2015
Ivan Richard
Agência Brasil

TERCEIRIZAÇÃO: A PESSOA E O TRABALHO HUMANOS NÃO SÃO MERCADORIAS

 



 
Não interessa saber como ficará o conteúdo da lei nem como estão sendo os debates, as justificativas e as tratativas no parlamento para tornar legal o que é absolutamente imoral e desumano. Assim é a terceirização de serviços, de meio ou de fim.
Ela é nojenta. Vilipendia a dignidade da pessoa humana, norma constitucional pétrea e inabolível. 
E se vier mesmo a ser oficializada e legalizada, haveremos de viver, em todos os setores das necessidades de nossas vidas – e como efeito da degradação da pessoa humana –, a mais tenebrosa época em que todo e qualquer o serviço será precário e pessimamente prestado. Todos perderão.
 
HUMANOS COMO MERCADORIA
Empresa que tem como finalidade (ou objetivo) social o fornecimento de mão-de-obra é empresa que faz das pessoas humanas, que recruta e emprega, sua  única mercadoria de venda, de aluguel, empréstimo ou cessão, ditas remuneradas. 
Lembra a escravidão. E empresa outra, que daquela se serve para a execução de seus serviços, é empresa tirânica. 
Em relação aos empregados terceirizados, empresa-empregadora não é. E a relação daqueles (da empresa terceirizada) como esta (empresa terceirizante), relação empregatícia também não é. E tudo é odioso.
 
UM ESTRANHO NO NINHO
Empregado terceirizado não aspira promoção, valorização, elogio e ganhos outros para a empresa terceirizante para a qual presta seus serviços. Não tem ele nenhum ânimo de progredir e conseguir situação melhor, justo por não ser empregado. É terceirizado. Nada, absolutamente nada o estimula.
Ao contrário, sente-se diminuído para consigo mesmo e para com o seu colega, este sim empregado de verdade da empresa terceirizante.
 
Ainda que tenha excelente formação familiar, educacional e profissional (fato raro de acontecer com o pessoal apanhado pela empresa terceirizada), qual o benefício que alcançará se o seu serviço é prestado para quem dele não é empregador?
Ele, o empregado-terceirizado, é um estranho no ninho, não tem nenhum vínculo nem afeto com quem quer que seja no seu ambiente e lugar da prestação do trabalho, pois o presta para quem não é seu empregador.
 
SEM VEZ E SEM VOZ
Empregado terceirizado é pessoa sem voz no desempenho do emprego terceirizado. Nenhum direito o assiste. Cogitar, por exemplo, em equiparação salarial com um “colega” seu, empregado de verdade da empresa terceirizante e que desempenha a mesmíssima tarefa e ganha muito e muito mais, nem pensar, pois sua situação social e jurídica é de inferioridade. Ele não é empregado e a empresa não é sua empregadora.
Também os donos e gerentes da empresa terceirizante não são seus superiores e nada podem resolver.
Entre empresa terceirizante e empregado terceirizado não há hierarquia, subordinação, disciplina… Isso somente existe entre patrão e empresa-empregadora e seus empregados, o que o terceirizado não é.
 
SALDO MÍNIMO DE SALÁRIO
Empregado terceirizado receberá de salário o saldo mínimo que sobrar do dinheiro que a empresa terceirizante pagará à empresa empregadora do terceirizado.Compensado o lucro com a exploração humana, talvez reste trinta por cento, no máximo.
E mesmo assim quando não houver subcontratação, que pode até mesmo não ser uma, mas muitas outras subcontratações, formando uma cadeia de tal ordem que o dinheiro que sobrar na ponta final da última empresa subcontratada, será de um salário-mínimo, considerando que menos não pode ser.
Veja o que está acontecendo com os médicos cubanos que vieram para o Brasil. Recebem alguns “réis”, dos 10 mil reais que o governo brasileiro entrega ao governo cubano para o pagamento de cada um deles.
 
O SEMPRE VIGENTE ARTIGO 9º DA CLT
Essa prática da terceirização sempre foi considerada abjeta pela moralidade da ordem trabalhista no Brasil. A CLT é de 1º de Maio de 1943. Dos seus 922 artigos originais, quase todos permanecem vigentes até hoje. Dentre eles, o artigo 9º .
É justamente o que defende o trabalhador contra qualquer manobra que o engane e desconstrua as conquistas dos trabalhadores, como essa, a da patife e cretina “terceirização”.
 
Diz o seguinte: “Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação“.

16 de abril de 2015
Jorge Béja

O BNDES VIROU UMA CASA DA MOEDA CLANDESTINA A SERVIÇO DOS AMIGOS DO GOVERNO

Neste pavoroso prelúdio do segundo mandato, Dilma Rousseff já mostrou que as mudanças ensaiadas por Joaquim Levy passarão ao largo do BNDES reduzido por Lula a uma obscenidade perdulária.
O que já foi um banco público virou uma espécie de Casa da Moeda clandestina, que distribui entre nações ou empresas amigas da seita no poder o dinheiro que falta ao país. Nesta segunda-feira, o premiado foi o consórcio que está construindo a hidrelétrica de Belo Monte.
Favorecido por
um financiamento de 22,5 bilhões de reais, o grupo de empresas foi liberado pela direção do banco de pagar a multa de quase 75 milhões de reais decorrente de atrasos nas obras.
Em vez de cobrar a bolada que saiu do bolso dos pagadores de impostos, o BNDES prorrogou o prazo fixado no cronograma original.
Como ocorreu com a farra bilionária no porto cubano de Mariel, o acordo foi feito nas sombras. Os brasileiros que bancam o socorro suspeitíssimo estão proibidos de saber o que houve.

Não é difícil acabar com essa gastança criminosa. Basta que se conjuguem uma operação em regra da Polícia Federal, a quebra do sigilo dos contratos assinados pelo banco desde janeiro de 2003, um time de procuradores bons de briga e um juiz decidido a cumprir a lei. Será uma devassa e tanto. Depois do Petrolão, os mensaleiros ficaram com cara de amadores.

Quando chegar a hora do BNDES, os saqueadores da Petrobras talvez sejam rebaixados a aprendizes.
O País do Futebol não assusta mais ninguém. O que agora assombra o mundo é o País da Corrupção. No campo da roubalheira, o Brasil está pronto para golear qualquer rival.

16 de abril de 2015
Augusto Nunes

NOS BASTIDORES, CUNHA VAI DESTRUINDO SEUS INIMIGOS, UM APÓS O OUTRO



Mercadante é a próxima vítima de Eduardo Cunha
 
Quando o PT e o Palácio do Planalto mobilizavam ministros, cargos e verbas contra a sua candidatura, em janeiro deste ano, o então líder da bancada de deputados federais do PMDB não se cansava de repetir uma espécie de promessa: a interferência do governo Dilma Rousseff na disputa pelo comando da Câmara provocaria consequências.
 
Eduardo Cunha derrotou o PT, o governo da presidente Dilma Rousseff e seus ministros no primeiro turno da eleição. Desde que se sentou na cadeira de presidente da Câmara, em fevereiro, trabalha para cumprir o vaticínio.
 
De cara, caiu o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). Cunha nunca perdoou o fato de ele ter convocado uma entrevista coletiva, durante a campanha para a presidência da Câmara, para criticá-lo e defender a candidatura do rival, o petista Arlindo Chinaglia (SP).
 
O peemedebista reagiu na ocasião afirmando que Fontana era “fraco” e “desagregador”, e que o PMDB, dali em diante, não reconheceria mais a sua liderança. Após derrotar Chinaglia por 267 votos contra 136, Cunha manteve sua posição, levando a presidente a substituir o petista.
 
PEPE VARGAS E MERCADANTE
 
Nas conversas logo após a vitória sobre o PT, também não escondeu dos aliados que tinha alvos certos no ministério. Aqueles que, em sua avaliação, interferiram de forma indevida no processo eleitoral – Pepe Vargas, então chefe da Secretaria de Relações Institucionais, e Aloizio Mercadante, da Casa Civil.
 
Também viraram alvo de Eduardo Cunha dois ministros que patrocinaram uma frustrada operação para tentar esvaziar o PMDB criando um novo partido político, Gilberto Kassab, das Cidades, e Cid Gomes, da Educação.
 
Em relação a Pepe e Mercadante, Cunha se recusou a negociar ou conversar com ambos sobre a relação da Câmara com o governo Dilma.
 
Mais do que isso, ele colocou em pauta e operou politicamente a aprovação de projetos como o que obrigava o Planalto a colocar em vigor em 30 dias a renegociação de dívidas de Estados e municípios. Isso horas depois de Dilma ter dito publicamente que o governo não teria como financiar o custo da medida.
 
VARGAS FOI HUMILHADO
 
O gelo dado em Pepe Vargas, no papel o responsável pela interlocução do governo com o Congresso, levou o ministro à vexatória situação de se ver demitido pela imprensa na semana passada –deu lugar ao vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB.
 
Mercadante também se viu afastado das tratativas técnicas e políticas com a Câmara dos Deputados. Aliados do presidente da Câmara têm repetido nos bastidores, após a queda de Pepe, que “Mercadante é o próximo”. Além das sequelas da campanha, o chefe da Casa Civil é apontado pelos peemedebistas como mentor de outra operação anti-PMDB.
 
A tentativa de recriação do Partido Liberal teve patrocínio de Kassab e o apoio de Cid Gomes. Na visão do PMDB, o novo PL tinha o objetivo de atrair insatisfeitos do PMDB e da oposição para formar uma robusta sigla governista que diminuísse a dependência de Dilma do partido de Cunha. O PMDB questiona judicialmente a recriação do PL.

16 de abril de 2016
Ranier Bragon e Márcio Falcão
Folha

PIADA DO ANO

PIADA DO ANO: LÍDER DO PT DIZ QUE VACCARI É PRESO POLÍTICO

Sibá diz que PT vai discutir a situação do “preso político” Vaccari
 
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), informou nesta quarta-feira que o partido convocou uma reunião de emergência hoje à noite para discutir a prisão do tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto.
 
O tesoureiro petista foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta em sua casa, em São Paulo. Ele é investigado por denúncias de operar parte da propina no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato. Além de prender Vaccari, a PF tem mandado para prender a cunhada dele e ouviu depoimento da esposa do tesoureiro na residência do casal.
 
O encontro entre os integrantes da cúpula petista será na sede da sigla, em São Paulo, ainda nesta quarta, segundo Machado. Ele informou, no entanto, que uma eventual decisão do partido só será tomada em reunião do diretório nacional, que já estava marcada para esta quinta-feira. “Hoje terá uma reunião de emergência, mas a deliberação mesmo é do diretório”, afirmou Sibá.
 
“Estou aguardando ainda a decisão da Executiva, que vai se reunir amanhã [quinta-feira], e vamos fazer uma nota pública sobre a nossa posição formal”, disse Machado.
Para o líder do PT na Câmara, a prisão de Vaccari é “política”. Ele criticou as delações premiadas e disse estar “desconfiado de que existe uma orientação deliberada (…) para prejudicar o PT”.
 
OPERADOR
 
Em entrevista coletiva concedida em Curitiba, a Polícia Federal afirmou que o tesoureiro do PT tem praticado crimes envolvendo desvio de dinheiro da Petrobras possivelmente desde 2004.
 
Para O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, do Ministério Publico Federal, Vaccari tem no esquema de corrupção da Petrobras um papel semelhante ao do doleiro Alberto Youssef, também preso na Lava Jato. “Ou seja, um operador”, disse Santos Lima.

16 de abril de 2015
Fernanda Calgaro
Do G1, em Brasília

O HUMOR DO ALPINO...

image


16 de abril de 2015

PEDOFILIA POLÍTICA

 



 
Parece que nos habituamos a esse tipo de abuso. Nós, brasileiros, não éramos assim, inquilinos discretos de uma casa de tolerância, que não se envolvem com o que se passa nos salões. Gradualmente, porém, graças ao trabalho que já leva uma década do movimento Escola sem Partido, o país começa a perceber que nossas salas de aula se converteram em espaço privilegiado para “fazer a cabeça” dos alunos pelos moldes da cabeça dos professores.

Qualquer estudo cuidadoso dos livros didáticos, qualquer conversa de cinco minutos com aluno de qualquer escola, permite perceber o problema e ouvir relato desses abusos praticados por centenas de milhares de professores, país afora. É um escândalo nacional que já leva mais de 40 anos! E não distingue escola pública de escola privada.
 
O professor é a autoridade no seu pedaço. Presumivelmente sabe das coisas. Ele é maior, mais idoso, olha os alunos de cima, aplica provas, dá notas e decide sobre quem será aprovado ou reprovado.
Partindo desse poder, muitos, muitíssimos, multidões deles, se veem no direito de invadir os cérebros infantis e juvenis com uma das mais perversas ideologias concebidas pela mente humana.
Passam a trabalhar como a aranha que capturou suas presas numa teia, envolvendo-as com a baba de uma conversa fiada cujo principal efeito é paralisar neurônios. Quantas crianças ou adolescentes brasileiros chegam às escolas trazendo na mochila explicações marxistas sobre história, economia e sociedade? Nenhuma!
 
LIVROS “DIDÁTICOS”
 
Tais conteúdos, porém, lhes são solertemente ministrados nos livros didáticos distribuídos pelo Ministério da Educação e reproduzidos por uma legião de militantes, abusadores, pedófilos da política, que se aproveitam da própria autoridade, muitas vezes para ridicularizar (eles dizem “problematizar”) conceitos que as crianças e jovens aprenderam no espaço legítimo da própria família.

Essa praga não distingue escolas públicas e privadas. As mais fracassadas utopias, as mais equivocadas explicações dos fenômenos sociais e os mais mal sucedidos métodos pedagógicos são vendidos como emanaçõe
s do cume do saber (ou como calda de chocolate no sorvete do conhecimento).
 
Lá em Santana do Livramento, quando criança, a gente chamava “provalecido”, ou, corretamente, prevalecido, o sujeito grandalhão que se valia do tamanho para maltratar os menores.

Os alunos mutilados intelectualmente por esses abusadores, tornam-se, depois, com suas muito prováveis frustrações, presas fáceis de partidos que, na vida política,
explicam sua situação com o discurso que aprenderam em sala de aula. Pois essa multidão de “provalecidos” intelectuais, de pedófilos da política, de abusadores, estão com dias contados.
 
Vem aí, como produto do meritório trabalho do movimento Escola sem Partido, uma lei para proibi-los de fazer o que fazem. Pode ser que superado esse obstáculo, que vem formando multidões de analfabetos funcionais, tolhidos, dentro das salas de aula, em sua capacidade de promover a auto-realização, o Brasil acerte passo com o progresso social.


16 de abril de 2015
Percival Puggina

ENGAVETANDO DENÚNCIA DE PROPINA...

Dilma engavetou denúncia de propina de U$ 31 milhões até depois da eleição. Valor total pode ter chegado a U$ 139 milhões.
 
 
(Folha) A CGU (Controladoria-Geral da União) recebeu durante a campanha eleitoral do ano passado informações detalhadas sobre o repasse de US$ 31 milhões em propinas pagas pela empresa holandesa SBM Offshore para fazer negócios com a Petrobras. 

O ex-diretor da SBM Jonathan Taylor disse à Folha que entregou à CGU dados sobre depósitos feitos entre 2008 e 2011 numa conta da Bienfaire, empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas e controlada pelo lobista brasileiro Júlio Faerman, apontado como o operador encarregado de distribuir o suborno no país. 

Folha teve acesso ao documento, uma tabela com os valores, as datas dos depósitos e os projetos da Petrobras a que se referem. A SBM aluga para a estatal plataformas de exploração de petróleo. Segundo o documento, três transferências para o lobista, no total de US$ 4,6 milhões, foram feitas por causa da plataforma P-57, inaugurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, quando ele estava em campanha para eleger Dilma Rousseff. 

As informações fazem parte de um dossiê entregue por Taylor à CGU no dia 27 de agosto do ano passado por e-mail. O recebimento do material foi confirmado pelo órgão, que mandou três funcionários até o Reino Unido para tomar o depoimento de Taylor no dia 3 de outubro. 

Apesar da riqueza de detalhes do material entregue por Taylor, a CGU só decidiu abrir um processo contra a SBM no dia 12 de novembro, após a reeleição da presidente Dilma Rousseff e o anúncio de um acordo da SBM com o Ministério Público da Holanda. 

À Folha Taylor acusou a controladoria de esperar a eleição para processar a empresa, que pagou pelo menos US$ 139 milhões ao lobista Júlio Faerman entre 2007 e 2011. 

Ao justificar a decisão tomada em novembro, a CGU afirmou que demorou porque somente naquele momento identificou elementos de "autoria e materialidade" suficientes para abrir processo.O ex-funcionário da empresa holandesa também entregou à CGU uma gravação de uma reunião em que um executivo diz que a propina paga pela empresa pode ter atingido 5% em alguns casos. 

Participaram da conversa, que ocorreu em março de 2012, o próprio Taylor, o principal executivo da SBM, Bruno Chabbas, e o ex-diretor Hanny Tagher, então agente da empresa em vários países. Tagher afirmou que Júlio Faerman cobrava comissões equivalentes a 3% dos pagamentos que a SBM recebia da Petrobras. Segundo ele, o lobista dizia que ficava com 1% e distribuia os 2% restantes. Em alguns casos, de acordo com Tagher, as comissões podiam chegar a 4% ou 5%. 

Taylor então perguntou: "Isso ia para as pessoas da Petrobras?". Tagher respondeu: "Sim". O diretor jurídico da SBM, Alessandro Riguto, confirmou que a reunião ocorreu, mas afirmou não ter detalhes sobre ela. A empresa acusa Taylor de chantageá-la e diz que as gravações foram tiradas de contexto.

16 de abril de 2015
jn coroneLeaks

TCU AVISA QUE "PEDALADA FISCAL" É CRIME DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Surge um motivo técnico e não político para o impeachment de Dilma.
 
 
(Estadão)  O Tribunal de Contas da União (TCU) declarou não haver mais nenhuma dúvida de que o governo Dilma Rousseff incorreu, de fato, em crime de responsabilidade fiscal, ao utilizar recursos de bancos públicos para inflar artificialmente seus resultados e melhorar as contas da União. As operações, que contrariam frontalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal, passaram a ser conhecidas como "pedaladas fiscais". 

"Não tenha dúvida. Há um descumprimento de lei. Um banco público não pode emprestar dinheiro para o governo. É como se você estivesse devendo no seu cheque especial, e o governo não pode ter esse cheque especial", disse o relator do processo do TCU, José Múcio. "Faltou dinheiro e a conta foi paga por terceiros". Nos cálculos do TCU, mais de R$ 40 bilhões foram sacados pelo governo das contas do Banco do Brasil, Caixa e BNDES, para engordar a contabilidade fiscal e se aproximar da meta de superávit primário, a economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública. 

Na prática, a decisão do plenário do TCU sobre as "pedaladas fiscais" pode fortalecer a intenção da oposição, que analisa um possível pedido de impeachment de Dilma por "crime de responsabilidade". Após as manifestações do dia 12, o PSDB pediu ao ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior que avaliasse a possibilidade. Ao EstadoReale Júnior disse que o seu parecer não se refere, na prática, ao impeachment, mas sim à avaliação se houve um crime comum para a solicitação de uma eventual ação penal. "O ponto nuclear é a análise das 'pedaladas fiscais' detectadas no TCU", disse.

O tema impeachment foi levantado em uma reunião da bancada de deputados com o presidente nacional da sigla, senador Aécio Neves (MG). No final do encontro, Aécio pediu para que deputados que defendiam a proposta se manifestassem. Praticamente todos os presentes levantaram a mão a favor. O principal defensor da ideia na Câmara é o líder da minoria, Bruno Araújo (PE), que conta com o apoio do líder da bancada, Carlos Sampaio (SP).

Explicações. Em decisão tomada nesta quarta-feira, 15, pelo plenário do TCU, 17 autoridades do governo Dilma Rousseff terão de explicar essas operações. O ministro José Múcio Monteiro deu 30 dias de prazo improrrogável, para que todos prestem informações sobre as irregularidades nas contas. Caso sejam condenadas, as autoridades podem ser alvos de multas e processos por crime de responsabilidade. O TCU tenta identificar quem deu a ordem para as "pedaladas". Perguntado se a presidente Dilma poderia ser chamada a dar explicações, Múcio disse que essa possibilidade "não é avaliada".

Mas o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, entrou para a lista de convocados para prestar esclarecimentos sobre a utilização de dinheiro de bancos públicos pelo governo. Além de Tombini, a corte de contas quer ouvir explicações do atual presidente da Petrobrás e ex-presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.

Também estão listados o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega; o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin; o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa; o ministro do Trabalho, Manoel Dias; o ex-presidente da Caixa Jorge Hereda, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. As 'pedaladas' no Banco do Brasil envolveriam, por exemplo, recursos para subsidiar juros baixos em financiamentos de produtores rurais e incentivos a exportadores. A situação motivou representação de acionistas minoritários do banco ao TCU para que a situação fosse apurada.

Banco Central. Presente na sessão plenária do TCU, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Ferreira, disse que o BC não tem, por competência, a tarefa de detectar as irregularidades fiscais que foram cometidas pelo governo. Ferreira também fez questão de frisar que Alexandre Tombini não é alvo de investigações ou acusações de irregularidades, mas foi chamado apenas para prestar esclarecimentos. "O Banco Central não tem competência para captar irregularidades fiscais, nem para punir bancos que porventura foram acusados de cometer irregularidades fiscais", disse Ferreira.

Segundo o procurador, o BC não é órgão de execução da política fiscal, não ordena despesa nem arrecada receita orçamentária, cabendo-lhe apenas elaborar estatísticas fiscais, "o que é bem distinto da execução ou contabilidade orçamentária". 

"Quanto ao mérito, tenho a convicção jurídica pessoal de que, do ponto de vista da regulação bancária, sequer enxergo elementos que caracterizem operação de crédito vedada. De todo modo, os trabalhos do TCU ainda estão em sua fase inicial e tudo se submeterá ao crivo do contraditório", afirmou Ferreira.

16 de abril de 2015
in coroneLeaks