"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

NUM DOS JOGOS DE LULA, O DESCARTE É DILMA, POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


"EU NÃO SEI DE NADA, NÃO VI NADA, NÃO OUVI NADA!..."

O ministro José Múcio Monteiro, do TCU, teve acatado o seu relatório em favor da abertura de investigação das pedaladas fiscais. Comemoramos. Afinal de contas, esse pode ser um atalho para o impeachment de Dilma Rousseff. O mesmo TCU, no entanto, por meio do ministro Augusto Nardes, acatou um relatório aprovando os acordos de leniência com as empreiteiras do petrolão, ao largo da Justiça. Vaiamos.

O natural é que o TCU, cuja maioria dos ministros é fisiológica, segurasse a barra do governo petista em ambos os casos. A contradição é explicável pelo fator Lula. José Múcio é ligadíssimo ao ex-presidente. José Múcio fez a coisa certa por motivos errados.

Lula está desesperado, mas ainda nutre a ilusão de que dá para se salvar. Para se salvar, ele começa a jogar simultaneamente mais uma cartada: a do descarte de Dilma Rousseff. A melhor forma de descartá-la é por improbidade administrativa, caso das pedaladas fiscais, que não o atingem diretamente, ao contrário da corrupção do petrolão.

Se Dilma Rousseff sofrer impeachment por improbidade administrativa, Lula acredita que a Operação Lava Jato perderá ímpeto e não chegará até ele. Se Dilma sofrer impeachment por improbidade administrativa, Lula acredita que será mais fácil recuperar eleitoralmente o que restou do PT e de si próprio perante o povão, que não sabe o que é improbidade administrativa e pode ser transformada num monstro inventado pelas "elites". Até mesmo a corrupção do PT, se não chegar até ele, tem chance de virar, por obra de marqueteiros, uma mistura de "erros de certos companheiros" com a tentativa das "elites" de derrubá-lo, como no mensalão.

Lula também aposta que o impeachment de Dilma Rousseff por improbidade administrativa é melhor para PSDB e PMDB. Porque, outra vez, ele acredita que isso arrefeceria a Operação Lava Jato e, consequentemente, aliviaria a barra desses partidos enrolados com as empreiteiras bandidas -- o primeiro mais no passado; o segundo igualmente nos três tempos, tal como o PT.

O significado de acordão para Lula é, portanto, o impeachment de Dilma Rousseff por improbidade administrativa. O PSDB já está aderindo. O PMDB ainda está na dúvida, porque afinal de contas é governo e, portanto, cúmplice tanto da corrupção como da improbidade administrativa. O PMDB ainda está na dúvida, e talvez dela não saia, porque tem mais senso de realidade do que Lula.

Lula acha, acredita, joga em inúmeras frentes -- e agora na do impeachment de Dilma Rousseff por improbidade administrativa. Mas, como diria Garrincha, falta combinar com os russos. E os russos são o juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato.

O Antagonista quer o impeachment de Dilma Rousseff por qualquer motivo. O Antagonista quer, ainda, que Lula se torne uma triste lembrança na história nacional.



16 de abril de 2015
in oantagonista

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