"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 7 de maio de 2017

POPULISMO BEBERRÃO DE MENTIRAS - REFLEXÕES SÓBRIAS

No último fim de semana de abril, dois textos me chamaram a atenção. Um deles é do jornalista que assina a segunda página do jornal Zero Hora. 
As opiniões de Tulio Milman tendem para a esquerda. É um dos tantos que, convictamente, ajudaram a pavimentar o acesso petista ao poder. 
Na referida coluna, porém, Tulio Milman confessa seu erro afirmando que "os grevistas não sabem, mas é contra Lula que estão protestando". Extraio do texto o seguinte segmento:

"A realidade só se revelou mais tarde, com o colapso ético e prático de um modelo corrupto e irresponsável, onde a gastança do dinheiro público e o descontrole geravam a ilusão de abundância. Qualquer modelo de desenvolvimento econômico só é eficiente se for sustentável. Não foi o que aconteceu. Difícil é explicar para milhões de brasileiros acostumados ao paternalismo e ao messianismo político.

Os anos de Lula e de PT não foram de prosperidade. Foram de irresponsabilidade e de desmando. Geraram um gigantesco passivo econômico e social. Os 14 milhões de desempregados no Brasil são a herança viva desse delírio, no qual muita gente, inclusive eu, embarcou. Cheguei a acreditar que Lula era uma solução viável de diálogo entre opostos. Na verdade, era apenas um monólogo sedutor e vazio."


Como se percebe, o jornalista está falando sobre a perigosa sedução do populismo, que, entre outras sinistras emanações, se expressa em paternalismo e messianismo, nos quais ele confessa haver embarcado e dos quais desembarca à vista do desastre social, econômico, político e fiscal a que nos conduziram.

O outro artigo é do filósofo Roberto Romano, professor da Unicamp, e foi publicado no Estadão do dia 29/04. Aborda a impropriedade do uso do vocábulo "bolivarianismo" para designar o sanatório político que está varrendo a Venezuela para o monturo ideológico onde jazem Cuba e Coreia do Norte. Desse mal, Simón Bolívar é inocente. Nas primeiras linhas, porém, Roberto Romano fez estas interessantes observações sobre populismo:

"O elogio da ignorância, no Brasil, resulta de uma síntese efetuada por intelectuais, políticos, clérigos. Tal operação tem nome comum: populismo. Não se trata apenas de ideologia, existem populistas de esquerda, de direita, católicos, protestantes, muçulmanos. A demagogia, doença antiga, já na Grécia democrática recebeu seu nome de batismo. Após a queda do Império Romano, o apelo ao povo como árbitro supremo de todo poder e saber definiu movimentos de massa, fracassados ou bem-sucedidos. O romântico Michelet evoca a chusma popular como figura Christi, presença do Messias.

O populismo recusa a pesquisa para a descoberta do verdadeiro. A sua demagogia reúne em poucos chavões um arsenal tosco de propaganda. Os totalitarismos do século 20 levaram tal política ao absurdo. Goebbels, de um lado, os “jornalistas” do Pravda, de outro, abusaram do populismo em doses diárias, sorvidas pela multidão em padrões pantagruélicos. Afinal, “engolimos avidamente a mentira que nos lisonjeia, bebemos gota a gota a verdade que nos amargura” (Diderot)."


Agora, afirmo eu: no Brasil destes últimos 30 anos, a desgraça populista escolheu um partido para chocar seus ovos, se reproduzir e alcançar o poder. 
No caminho, arrastou setores expressivos da Igreja Católica, da mídia, do meio acadêmico, contaminando a alma do povo brasileiro. 
Agora, combate toda tentativa de estabelecer algum realismo na gestão do Estado e, através de seu mais tonitruante porta-voz, ameaça voltar ao poder. 
Só o Brasil sensato, formado majoritariamente por liberais e conservadores, por pessoas realistas, enfim, pode deter o avanço populista que - mau caráter e beberrão de mentiras como é - pisa no acelerador em tempos difíceis.

07 de maio de 2017
Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor

BATEU, LEVOU. NA CABEÇA

A cada golpe cego do cinco vezes réu da Lava Jato, João Doria revida com um direto no queixo

Habituado a insultar adversários desde que parou de trabalhar e passou a viver de conversa em 1978, faz 39 anos que o palavrório de Lula implorava por respostas no mesmo tom. 

João Doria tem feito mais que isso: a cada golpe cego do cinco vezes réu da Lava Jato, revida com um direto no queixo. Vejam o mais recente nocaute.

Bateu, levou. Na cabeça - YouTube


https://www.youtube.com/watch?v=mQWsN7mfB00
3 horas atrás - Vídeo enviado por Victor Irajá
Zezé di Camargo leva soco na cara em elevador de hotel na frente de sua namorada - Duration: 5:04 .




07 de maio de 2017
augusto nunes
VEJA

O BRASIL É GOVERNADO POR UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA?

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O título de 1960 pode ser repetido hoje, tranquilamente
Hoje estão operando no território brasileiro quatro grandes organizações criminosas: (1ª) o crime organizado dos poderes privados, que exploram particularmente a venda de drogas e se caracterizam pelo uso constante da violência (PCC, PGC, CV, Alcaeda, Narcotráfico dos morros do RJ etc.); (2ª) o crime organizado das milícias (que exploram favelas e bairros pobres de muitas cidades); (3ª) o crime (mais ou menos) organizado que emerge de dentro das bandas podres das polícias (que praticam assassinatos, desaparecimentos, extorsão, roubos, sequestros e que também morrem amiúde); e (4ª) o crime organizado multibilionário, composto por poderosos bandidos do colarinho branco (membros da plutocracia, da política e dos altos escalões administrativos), que eram chamados (nos EUA) no século XIX de “barões ladrões”.
Por meio de fraudes, proteções, monopólios e conluios licitatórios (carteis), como nos casos da Petrobra$ e do metrô$P, o crime organizado multibilionário está estruturado sobre a base de uma troyka maligna (partidos, políticos, e outros agentes públicos + intermediários (brokers) + agentes econômicos e financeiros) que se unem em Parceria Público/Privada para a Pilhagem do Patrimônio Público.
CLEPTOCRACIA – O Estado brasileiro, como um dos paraísos da cleptocracia, vem provando a experiência de compartilhar suas funções com as organizações criminosas citadas, que exercem ou comandam várias das suas funções (ou seja: os ladrões “estão governando” porções consideráveis do Estado).
Vejamos: o crime organizado privado como o PCC governa os presídios (mais de 90%, conforme Camila Dias, “PCC – Hegemonia nas Prisões e Monopólio da Violência”, Editora Saraiva); as milícias substituem o Estado prestando ajudas sociais às favelas e aos bairros pobres; os policiais da banda podre organizada são representantes diretos do Estado (e governam a segurança pública); por fim, o crime organizado multibilionário (incluindo o da Petrobra$, do metrô$P etc.).
O topo do crime é comandado por integrantes da plutocracia nacional ou estrangeira (que governa o Estado por meio do poder do dinheiro das grandes riquezas, que cooptam o poder político mediante o “financiamento” das caríssimas campanhas eleitorais, “comprando-o” dessa maneira).
SEM REAÇÃO – Não encontrando obstáculos sociais (reação enérgica da sociedade civil, que continua inerte e indiferente), a cleptocracia avança e o resultado mais nefasto acontece quando ela “substitui ao Estado de Direito” ou, pior, o utiliza indevidamente (ver Ugo Mattei e Laura Nader, “Pilhagem”), para se apropriar do poder e do dinheiro público, como se fosse patrimônio privado (patrimonialismo). O estágio último (já alcançando píncaros inimagináveis) dessa degenerada construção societal e estatal se aperfeiçoa quando se concretiza a captura do sistema público governamental pela junção da corrupção política com a econômica (empresarial).
Bem poucos são (parafraseando João Francisco Lisboa, “Jornal de Timon”) os que confidencialmente e nas conversações particulares (reservadas) não reconhecem e confessam a situação deplorável a que chegou nosso paraíso da cleptocracia, governado não só por gente de bem, senão também por ladrões e organizações criminosas de todas as estirpes e colorações ideológicas e partidárias.
HÁ CONIVÊNCIA – Mesmo assim, muitos ainda continuam a se prestar de instrumento (por ação ou por omissão, que nesse caso significa conivência) para a perpetuação do exercício dessa infernal política falaz e perniciosa praticada diuturnamente por ladrões sem consciência e amor à pátria, à nação. É bem provável que o despotismo de uma causa tão mesquinha acabe por amortecer nos corações dos que o sofrem o brio da independência, da luta, do grito de libertação, que emergiria inconteste e retumbante de todas as gargantas se elas fossem alimentadas pelo fogo do patriotismo e do amor pela construção de uma verdadeira e decente nação.
Nosso grito de libertação (se acontecer) precisa ter destino certo: (a) tolerância zero com os políticos corruptos (cassação imediata dos que comprovadamente praticaram corrupção); (b) rígido controle da coisa pública, que inclui punições severas (dentro do Estado de Direito) a todos os bandidos do colarinho branco; (c) o fim da reeleição para cargos no executivo e (d) o fim do político profissional (limitação de mandatos no legislativo).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Este artigo de Luiz Flávio Gomes, professor de Direito, foi enviado pelo advogado João Amaury Belem. Como o texto era muito extenso, tomamos a liberdade de fazer um resumo. (C.N.)

07 de maio de 2017
Luiz Flávio Gomes

CARLOS CHAGAS DIZIA QUE, ENQUANTO A ESQUERDA FAZ BARULHO, A DIREITA AGE

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Chagas foi um dos maiores historiadores do país
Encontrei em meus arquivos este artigo escrito pelo jornalista Carlos Chagas em 2004, quando o golpe militar de 1964 completou 40 anos. Vale a pena ler de novo, para refrescar a memória dos mais velhos e informar aos mais jovens o que realmente aconteceu no Brasil.
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HÁ QUARENTA ANOS…
De vez em quando é bom mergulhar ao passado,quando nada para não  repetir os erros, porque sempre nos dirá o que evitar. Há quarenta anos, vivia o Brasil uma situação de crise iminente. Depois de entusiástica reação nacional ao golpe em 1961, liderada por Leonel Brizola, entramos em 1964 sob a égide da conflagração. O então presidente João Goulart tivera assegurada a sua posse, por resistência do cunhado, então governador do Rio Grande do Sul, e logo depois o deputado mais votado da história do país, eleito pela Guanabara.
O problema estava na permanência ativa das forças que tentaram rasgar a Constituição e permaneciam no mesmo objetivo. Uns pela humilhação da derrota,outros por interesses, estes ingênuos, aqueles infensos a quaisquer reformas sociais – todos se fortaleciam sob a perigosa tolerância de Goulart.Conspirações germinavam sob a batuta do IPES, singelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais, na verdade um milionário centro de desestabilização do governo trabalhista, erigido em cima de milhões de dólares. Sua chefia era exercida pelo general Golbery do Coutto e Silva, na reserva, arregimentando políticos, governadores, prefeitos, militares, fazendeiros, empresários aos montes, classe média e até operários e estudantes. O polvo tinha vários tentáculos, como o CCC ( Comando de Caça ao Comunistas), o MAC ( Movimento Anticomunista, a Camde (Companha da Mulher pela Democracia), o Ibad  (Instituto Brasileiro de ação democrática ) e outros bem subsidiados, que agiam nas ruas.
DINHEIRO À VONTADE – Claro que a maioria da imprensa dava ampla cobertura a essa atividade, sempre escondidas sob a fantasia da defesa da democracia supostamente ameaçada pelas reformas de base pretendidas pelo “governo comunista” de João Goulart. Publicidade e dinheiro vivo não faltavam, além, e claro, de inclinações pessoais dos barões da mídia.
Do outro lado, organizavam as forças que imaginavam estar o Brasil marchando para o socialismo, como o CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), a Frente Nacionalista, o Grupo dos Onze, as Ligas Camponesas e outros.
Depois da ridícula experiência parlamentarista, o presidente retomara, através de um plebiscito, a plenitude de seus poderes. Diante da resistência do Congresso em aceitar as reformas, Jango decidiu promove-las “na marra”.
TUDO AO MESMO TEMPO – Abria perigosamente o leque, em vez de realizá-las de per si, uma a uma. Ao mesmo tempo, pregava a reforma agrária, pela desapropriação de terras por títulos da dívida pública; a reforma bancária, com a estatização do sistema financeiro; a reforma educacional, com o fim do ensino privado; a reforma urbana, através da proibição de os proprietários manterem casas e apartamentos fechados, sem alugar; a reforma da saúde, pela criação de um laboratório estatal capaz de produzir remédio a preços baratos; a reforma da remessa de lucros, limitando o fluxo de dólares, que as multinacionais enviavam às suas matrizes; a reforma das empresas, impondo a participação dos empregados no lucro dos patrões e a co-gestão; a reforma eleitoral, concedendo o direito de voto aos analfabetos, aos soldados e cabos. Entre outras.
WALTERS E ANSELMO – Contava-se, como piada, haver um túnel secreto ligando as instalações do IPES à embaixada dos EUA, no Rio. Verdade ou mentira, os americanos estavam enfiados até o pescoço na conspiração, por meio do embaixador Lincoln Gordon e do adido militar, coronel  Wernon Walters, antigo oficial de ligação do exército americano com as Força Expedicionária Brasileira, na Itália. Linguista exímio sabendo falar até mesmo o português do Brasil e o de Portugal, tornara-se amigo dos majores e coronéis que lutaram na Itália, agora generais importantes. E em grande parte, conspiradores.
A estratégia inicial era impedir as reformas de base e deixar o governo Goulart exaurir-se, desmoralizado até o final do mandato. Tudo mudou quando o presidente se deixou envolver por outra reforma, a militar. Partindo de um inexplicável artigo da Constituição que limitava a possibilidade dos sargentos se candidatarem a postos eletivos, bem como as dificuldade antepostas pela Marinha para organização sindical dos subalternos, tudo transbordou. Pregava-se a quebra da hierarquia entre militares,
REBELIÃO – Acusada de estar criando um soviete, a Associação dos Marinheiro e Fuzileiros rebelou-se, instalando-se na sede do Sindicato dos metalúrgicos do RJ. Mais de mil marinheiros e fuzileiros recusaram-se a voltar aoS seus navios e quartéis, tendo o governo preferido a conciliação em vez da punição. A ironia estava em que o chefe da revolta, o cabo Anselmo,o mais inflamado dos insurrectos, era um agente provocador a serviço do golpe. Quanto mais gasolina no fogo melhor.
Junta-se a isso a decisão de Goulart de realizar monumentais comícios populares, onde assinaria, por decreto, as reformas negadas pelos deputados e senadores. Só fez um, a 13 de março, sexta-feira,no Rio, quando desapropriou terras ao longo das rodovias e ferrovias federais, encampando também refinarias particulares  de petróleo. Naquela noite, na Central do Brasil e ironicamente diante do prédio do Ministério da Guerra, discursaram revolucionariamente os principais líderes de esquerda: José Serra, presidente da União Nacional dos Estudantes, Dante Pelacani, dirigente do CGT, Miguel Arraes, governador de Pernambuco, Leonel Brizola, deputado federal, e outros.
EXAGEROS – Cada orador sentia a necessidade de ir além do que pregara o antecessor. Quando chegou a vez do presidente Goulart, não lhe restou alternativa, senão superar os companheiros. Fez um discurso que os historiadores precisam resgatar. Uma espécie de grito de revolta diante das elites, a pregação da independência para os humildes e os explorados. O desfecho estava próximo, demonstrando que, do lado de cá do planeta, enquanto a esquerda faz barulho, a direita age.

07 de maio de 2017
Nélio Jacob

UMA ENTREVISTA DE MAGABEIRA UNGER QUE VALE A PENA SER ASSISTIDA

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Mangabeira tem teses que deviam ser discutidas
Assisti a uma entrevista de Mangabeira Unger na  Globonews, feita por Roberto D’Ávila. Gostei muito. Pode-se concordar ou discordar de Mangabeira, claro, mas não se pode negar que é um pensador sério e profundo. Tanto é assim que conquistou sua cátedra numa das mais famosas universidades do mundo – Harvard – onde é professor de Direito desde 1980.
Mangabeira Unger (1947), brasileiro nascido no Rio de Janeiro, tem avós maternos baianos. Foi crítico duríssimo do primeiro mandato de Lula. Mas depois foi ministro de Lula, e também ministro de Dilma. É professor titular da Universidade de Harvard, desde 1980.
Se Mangabeira tivesse tomado qualquer teórico social como modelo, acho que seria Karl Marx. Sua teoria da sociedade é de muitas maneiras um esforço para elaborar uma alternativa abrangente à teoria de Marx: uma alternativa que sustenta a intuição principal da sua obra – e na verdade de toda a teoria social clássica -, de que nós somos os criadores da sociedade e de suas estruturas…
VALE A PENA VER – Creio que a entrevista vale muito como cultura geral, e como sugestão para melhorar o Brasil, e para conhecermos um pouco mais o pensamento desse brasileiro que vive nos EUA há muito tempo, mas conhece profundamente nosso país, sua cultura, seus políticos e os anseios de seu povo.
Diante disso, depois que vi a entrevista, procurei o respectivo vídeo na Internet,  e o acessei através de minha concessionária de TV por assinatura.
CONFIRAM O RESUMO – Aqui está um resumo, que me dei ao trabalho de fazer, com menção de alguns tópicos da entrevista e citação aproximada do tempo em que foram feitos:
“4:50  — O Brasil precisa substituir uma educação decoreba por uma educação analítica e capacitadora.
6:10  — Eu quero uma democracia no Brasil que não dependa do dinheiro privado. Uma democracia que facilite o acesso do cidadão aos meios de comunicação.
7:40  — Perguntado por D’Ávila sobre as reformas propostas por Temer, Mangabeira respondeu: “Em nenhum lugar do mundo essas reformas [trabalhista, previdenciária etc.] que Temer quer fazer no Brasil funcionaram. Não deram certo em parte alguma. O Brasil precisa de reformas que democratizem as oportunidades e as capacitações.
8:40  — D’Ávila disse a Mangabeira que o Estado brasileiro é paquiderme. Mangabeira retrucou e ressalvou, dizendo que o Estado brasileiro tem ilhas de excelência. [Algumas instituições admiráveis]. 
10:30  — O papel do Estado não é só regular o mercado, não é só atenuar as desigualdades sociais, compensatórias – é democratizar o mercado.
11:10  — Todo mundo aqui no Brasil finge ser “social” alguma coisa, social liberal, social democrata… – O que é social? O povo brasileiro, agora, quer inovar, quer construir. E o projeto de que precisamos neste grande momento da história brasileira é um projeto que venha ao encontro dessa energia humana assombrosa, anárquica, quase cega, que é o atributo mais importante do País.
14:40  — O que é importante no Brasil é essa energia humana. E a nossa tragédia histórica tem sido negar à maioria dos brasileiros os instrumentos econômicos e as oportunidades de ensino necessário. Nós, coletivamente, precisamos ser generosos uns com os outros. Mas o Brasil está agora envenenado. Nós precisamos recuperar a esperança. E a esperança é uma consequência da ação, e sobretudo da ação coletiva. [Neste ponto, Mangabeira pareceu-me refletir a influência que deve ter tido de Karl Marx, para o qual a história é fruto da ação homem.] 
15:10  — O Brasil precisa romper com sua maior mazela, que é o colonialismo mental. Devemos aproveitar o pendor criativo e anárquico do povo brasileiro, para apresentar cada assunto, cada matéria de pontos de vista contrastantes [Neste ponto, Mangabeira fez-me lembrar do processo dialético]. O salazarismo contábil que está no poder…(risos de D’Ávila), o foco exclusivo na agenda policial de corrupção não vai nos salvar. Nós só poderemos nos levantar se mudarmos nossas instituições econômicas e políticas. E não devemos copiar os modelos dos livros europeus e norte-americanos. Temos que ousar.
22:50 – Deve haver o debate e o conflito. [Para que ocorram as mudanças]. O Brasil é irresistível. O atributo mais importante do Brasil é a sua vitalidade!”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
 – Este artigo foi enviado à Tribuna da Internet por Sergio Caldieri, que anexou o link com a íntegra do vídeo. São cerca de 25 minutos. Vale a pena ver. As teses de Mangabeira merecem ser discutidas. Abram e vejam:


07 de maio de 2017
Arialdo Pacello

SÓ CADEIA NÃO DÁ JEITO NA ROUBANÇA, FALTA A REFORMA INSTITUCIONAL

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Charge do Nicolielo (nicolielo.art.br)
Um cafajeste da gangue de Sérgio Cabral compôs um verbete lapidar do dicionário do diabo da roubança institucionalizada, soube-se na semana que passou. “Meu chapa… Podemos passar pouco tempo na cadeia… Mas nossas putarias têm que continuar”, escreveu esse Sérgio Côrtes, ex-secretário de Saúde (!) do Rio, para um comparsa.
Um tempo na cadeia, a evasão de parte do roubo confesso e planos de continuar no crime não são considerações estratégicas apenas desse sujeito, Côrtes, como tem sido possível perceber pelo descobrimento da história da corrupção neste século. Para muito político, servidor, empresário e executivo, ser flagrado ou preso parece apenas um momento ruim e reversível dos negócios.
IMPUNIDADE – Torna-se mais claro, como sempre deveria ter sido, que impunidade é apenas parte do problema. O suborno federal ganhou volume da descoberta do mensalão (2005) até bem depois do primeiro aniversário da Lava Jato. A taxa de investimento em propina da Odebrecht chegou ao auge no ano das condenações do mensalão (2012).
As punições parecem insuficientes. Perda de direitos políticos por oito anos ou ficha suja são ora restrições leves. Multas para empresas também: algum método de expropriação deve ser considerado na lei, além de longas inabilitações para o direito de ocupar cargos de direção em companhias. Não estamos tratando de corrupção episódica, ainda que frequente, mas de subornocracia.
REMENDO – No entanto, isso tudo é remédio e remendo. Os quase 80 anos em que muita grande empresa brasileira foi cevada pelo Estado contribuíram para essa degeneração terminal. Os 30 anos de apodrecimento negocista do sistema partidário e de seleção perversa de políticos, também (esse sistema que era “funcional” para muito cientista político).
Mas, posto assim, o diagnóstico é genérico e amplo demais para permitir tratamentos viáveis, alguns de urgência, pois o país está carcomido, à beira de ruir.
Um passo é apartar empresas do Estado, não importa se nem todas as grandes se aproveitaram, mamaram ou saquearam. O Estado é sócio de pelo menos 22 das 50 maiores empresas. Das 25 maiores, uma dúzia está metida nos escândalos que explodiram desde 2014. Nem se mencionem subsídios, empréstimos subsidiados ou proteções e reservas de mercado variadas. É nocivo que o BNDES seja sócio de mais de 30 grandes empresas.
SUBSÍDIOS – Gente no governo quer acabar com subsídios via empréstimos, inclusive no crédito rural. Além de distorcer preços, juros etc., subsídio via banco estatal amplia o poder de arbítrio. O plano, velho, é dar subsídio direto, se for o caso, discutido pelo Congresso e registrado no Orçamento.
Parece bonito, em tese. Mas, dado que parlamentares vendiam a rodo leis para empresas, não se sabe bem como o troço pode funcionar. Também não se desmontam as participações acionárias do Estado de hora para outra. Mas a reforma tem de começar já, ao lado de privatizações tradicionais (e estes são poucos exemplos de mudanças necessárias). Talvez o país precise até de novas empresas ou agências estatais de desenvolvimento. Mas seriam outras e poucas. Isso que está aí em geral está podre ou morto.
Além de cana dura, precisamos de muita reforma institucional, sobre o que não estamos falando.

07 de maio de 2017
Vinicius Torres Freire
Folha

PROCURADORES LEMBRAM A LULA QUE PRESIDENTE NÃO TEM AUTORIDADE PARA PRENDER

ELE AMEAÇOU 'MANDAR PRENDER', MAS PRESIDENTE NÃO TEM ESSE PODER
O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROCURADORES DA REPÚBLICA LAMENTOU DECLARAÇÃO DE LULA; EX-PRESIDENTE DISSE QUE "MANDARIA PRENDER" QUEM ESPALHA MENTIRAS SOBRE ELE, SE ELEITO EM 2018 (FOTO: DOUG PATRÍCIO/AE)


O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, rebateu as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando, em nota, que chefes do executivo não possuem poder para decretar a prisão de qualquer pessoa.

"Apenas lamentar a frase, que soa como ameaça, de que - supõe-se legitimamente que depois de mais uma vez eleito presidente - mandará prender os que investigam", disse Cavalcanti, referindo-se às declarações dadas por Lula na última sexta-feira quando afirmou que, se eleito, "mandaria prender" quem espalhava mentiras sobre ele.

"Isso não deterá qualquer agente de Estado ou a marcha serena e impessoal da Justiça, mas não é uma declaração digna de quem por oito anos foi o supremo mandatário do País", afirmou o presidente da ANPR na nota, divulgada pelo portal G1. "O ex-presidente sabe muito bem que chefes do executivo não 'mandam prender' ninguém em um Estado de direito. A justiça é que o faz."

O posicionamento de Lula foi emitido durante discurso na abertura da etapa paulista do 6º Congresso Nacional do PT, na noite da última sexta-feira. Na ocasião, o petista voltou a reclamar da cobertura da imprensa no caso da Lava Jato, além de reafirmar que a operação já possui uma "tese pronta" que o coloca como líder de uma organização criminosa.

Quanto a essa última acusação, Cavalcanti afirma que as investigações e processo da Lava Jato são "sérias, técnicas e impessoais", argumentando que o discurso de Lula é semelhante ao de dirigentes de outros partidos políticos que também são investigados pela Operação.

O presidente da ANPR também afirma que a tese de que há uma "grande conspiração universal" contra Lula não se sustenta em fatos. "A ampla defesa permite todos os argumentos, é direito de qualquer réu alegar o que quiser. A Justiça - independente e técnica - decidirá", diz Cavalcanti, depois de enfatizar que, para a defesa do ex-presidente, "todos mentem" e apenas Lula "falaria a verdade". (AE)


07 de maio de 2017
diário do poder

LOUCURAS NO TRÂNSITO - CARROS

CARAS LOUCOS FAZENDO LOUCURAS INSANAS COM CARROS E MOTOS

LOUCURAS NO TRÂNSITO

TESTEMUNHO IMPACTANTE DO ATOR DO FILME PAIXÃO DE CRISTO