"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 6 de abril de 2014

VIDEO: DOIS SENADORES DETONAM O GOLPE DO PT CONTRA CPI DA PETROBRAS. JORNALISTAS QUE COBREM O CONGRESSO ESCONDEM O FATO.
 
https://www.youtube.com/watch?v=GQqdW4zRi9s&feature=player_embedded

Um leitor enviou ao blog o vídeo acima que revela os candentes debates ocorridos na última semana no Senado da República. Enfoca trechos dos discursos dos senadores Jarbas Vasconcelos, do PMDB de Pernambuco e Mário Couto, do PSDB do Pará. Suas intervenções detonam Renan Calheiros, Lula, Dilma, Zé Dirceu e toda a entourage petista que promoveu a operação-abafa no Senado para impedir que a roubalheira na Petrobras seja investigada.

O vídeo serve para demonstrar de forma cabal como a grande imprensa brasileira - sobretudo a maioria das redes de televisão - escamoteia o que se passa no Senado e na Câmara Federal. O que ferve no plenário e nas diversas comissões de ambas as Casas do Congresso, é arrefecido pela filtragem diária promovida pelos editores de jornais e televisões.

Provavelmente esses semoventes em seus aquários dentro das redações a serviço do PT, devem participar como convivas no banquete dos abutres que se adonaram do Brasil. Do centro da mesa o Barba, a Dilma e seus sequazes se divertem, atirando caraminguás estatais para ver quem pega primeiro.

O PT já exerce o 'controle social da mídia', sem que necessite decretar uma lei de censura à imprensa. Conta com a censura praticada pelos próprios jornalistas. Muitos são profissionais catadores de caraminguás variados, outro tanto mente, tergiversa e esconde informação pela inata vocação à idiotia comunista.

E fica a pergunta: por que a grande mídia brasileira não dá o nome correto aos bois! Notem que a palavra comunismo foi transformada em tabu intocável. Entretanto, a verdade tem de ser dita. Aqui neste blog se usa a palavra correta para designar as coisas. Ou o PT não é comunista?

"A LIBERDADE NÃO TRANSMITIMOS PELO SANGUE AOS NOSSOS FILHOS".


'TEMOS DE LUTAR PARA PRESERVÁ-LA E ENTREGÁ-LA A ELES PARA QUE FAÇAM O MESMO'.
https://www.youtube.com/watch?v=TCnUhXaMqAc&feature=player_embedded

Este vídeo é um apelo à luta pela preservação da liberdade. Foi postado no blog e no canal do YouTube do Rodrigo Constantino. Abre como uma famosa frase do ex-presidente norte-americano Ronald Reagan que sintetiza uma verdade evidente:  “A liberdade nunca está mais do que uma geração de sua extinção. Não a transmitimos aos nossos filhos pelo sangue. Devemos lutar por ela, protegê-la, e entregá-la a edles para que façam o mesmo.”
 
Portanto a luta pela liberdade deve ser permanente. Vejam o exemplo de Cuba, há mais de meio século sob o tacão de uma ditadura comunista feroz. E, neste momento, se assiste a luta do povo venezuelano contra o regime comunista de Nicolás Maduro que se transformou num ditador de tal forma que já reúne o poder de vida ou morte sobre qualquer cidadão, por meio dos grupos de assalto paramilitares, os denominados 'coletivos'.
 
Há 24 anos Lula e Fidel Castro fundaram o Foro de São Paulo, a organização comunista transnacional cujo objetivo é transformar todos os países latino-americanos em repúblicas comunistas do tipo cubano. E apesar de todas as advertência sobre o avanço concreto da desgraça comunista no Brasil, Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, no Uruguai, Nicarágua, El Salvador, boa parte dos cidadãos desses países votaram nos seus algozes acreditando no ilusionismo bolivariano e entregaram a eles o destino dessas nações.
Outro tanto que não concordava continuou não concordando mas não fez nada, não lutou pela manutenção da liberdade.
 
Por enquanto, apenas os venezuelanos acordaram. Mas lá se vão 15 anos de governo chavista. Precisou que o torniquete comunista fosse apertado ao máximo em volta do pescoço de cada cidadão para que eles se levantassem decididos a recobrar a liberdade perdida. Cabe o velho adágio: antes tarde do que nunca!
 
O tempo passa depressa. A vida é um piscar de olhos ante o devir do universo. E a fruição da vida dos seres humanos funda-se exclusivamente na liberdade. Tanto é que a pena mais dura prevista nos códigos penais do direito moderno é a privação da liberdade, justamente por ser a liberdade o bem mais caro aos seres humanos!
 
Acrescente-se, sem qualquer sombra de dúvida, que todo bem estar terreno vincula-se à fruição da liberdade em todos os sentidos. A sua ausência é a morte em vida. É a desgraça, a doença, a miséria pela escassez dos gêneros alimentícios em decorrência da supressão do direito individual que impede o livre jogo do mercado que impulsiona a economia. A ausência de liberdade faz desaparecer o empreendedorismo que gera as empresas que plantam os alimentos em abundância, que os transportam e comercializam e permitem a vida sobre a Terra.
 
Não há necessidade de teorizar sobre esse tema. A humanidade chegou a este século XXI com uma população estimada em mais de 7 bilhões. Constata-se um extraordinário aumento da longevidade e evidentemente melhora da qualidade de vida. 
 
Entretanto, deve-se notar que os melhores indicadores de desenvolvimento estão nos países de alto capitalismo com democracia sólida. E países capitalistas democráticos só existem onde a liberdade é ampla e irrestrita. É uma tautologia fazer tal afirmativa. Mas talvez seja didaticamente necessária, haja vista ser incompreensível que apesar de todas as evidência há quem seja capaz de comercializar a sua liberdade em troca da vã promessa do paraíso terreno evocada pelos arautos do comunismo.
 
É hora portanto dos cidadãos do Brasil e de toda a América Latina pararem para refletir sobre tudo isso partindo para a luta pela liberdade de forma incondicional. E o exemplo concreto neste momento vem da vizinha Venezuela!
A vida só vale ser vivida se tivermos a liberdade. O resto é o resto, o lixo, a desgraça, a desagregação social, a fome e a miséria, ou seja, o inferno na Terra!
 
06 de abril de 2014
in aluizio amorim

REPORTAGEM-BOMBA DE "VEJA" É DEMOLIDORA


 
 

 
DEU NO QUE DEU - A refinaria, no Texas, e o ex-presidente Gabrielli: análise do TCU revela que a diretoria não calculou custos básicos embutidos no negócio, assumiu todo o risco sozinha e pôs a estatal nas mãos dos belgas. Acima Lula e Dilma em campanha de marketing mentirosa. (Fotos de Veja)
Aqui um pequeno resumo da reportagem-bomba de 16 páginas da revista Veja que chegou às bancas neste sábado. De certa forma, explica o sumiço do Barba, aliás Lula, que há muito tempo foge da imprensa como o diabo foge da cruz. 
A reportagem de Veja é devastadora e mostra que os governos de Lula e da Dilma demoliram a Petrobras que há mais de uma década vem sendo usada para financiar o projeto de poder perpétuo do PT. A empresa se transformou num verdadeiro bunker de corrupção e roubalheiras. 
Leiam:
 
Mais que um retrato a óleo do Brasil, a Petrobras sempre foi o orgulho de todos os brasileiros. Não apenas mais um daqueles símbolos ufanistas sonoros e coloridos, de aves que por aqui gorjeiam e verdes inigualáveis, mas como ponta de lança do progresso, exemplo de meritocracia, laboratório de alta tecnologia, carreira dos sonhos dos jovens mais brilhantes e indutora do crescimento econômico.
Há onze anos essa complexa e bilionária estrutura funciona sob o comando do PT, partido no governo, que detém o controle executivo e gerencial da empresa. Nem o mais ardoroso militante petista pode, em sã consciência, afirmar que a Petrobras está em melhores condições agora do que antes de 2002. Não há lente ideológica capaz de produzir hoje uma imagem animadora da Petrobras.
 
O consenso dos analistas da indústria petrolífera é que a Petrobras está soçobrando sob a bateria de abusos de que vem sendo vítima. É consenso também que o potencial da Petrobras é tão grande que, deixada em paz pelo governo, em pouco tempo retomará a trajetória que fez dela, no auge, uma das empresas petroleiras mais valiosas do mundo. Mas abusaram do aparelhamento político da Petrobras, transformando-a em uma fonte de escândalos de corrupção.
A Petrobras foi feita de ferramenta para tentar corrigir erros absurdos de política econômica, sendo obrigada a amargar prejuízos bilionários para segurar os preços do diesel e da gasolina nas bombas e, assim, mascarar a inflação.
O resultado é desastroso para a empresa e para o Brasil. Se não tivesse sido submetida a esse sacrifício, teria cumprido seu bilionário plano de investimentos, responsável por 1% do PIB brasileiro. As reportagens que se seguem narram histórias relacionadas a essa lenta demolição — que precisa ser estancada logo.   
  1. O PLANO ERA ENRIQUECERO vice-presidente da Câmara, o petista André Vargas, e o doleiro Alberto Youssef, operador da quadrilha que atuava na Petrobras, associaram-se para fraudar contratos no governo — e, juntos, ganhar uma fortuna
  2. O CLUBE DOS CORRUPTOSPara fazer negócios com a Petrobras, empresários precisavam pagar pedágio que variava de 300 000 a 500 000 reais
  3. AÇÃO ENTRE AMIGOSEm depoimento, o mensaleiro Marcos Valério revelou que a Petrobras foi usada para financiar negócios do PT
  4. FEITO PARA DAR ERRADODocumento do TCU mostra que o contrato de aquisição da refinaria de Pasadena tinha tantos furos que o rombo bilionário na Petrobras era o único desfecho possível
  5. A COLÔMBIA DÁ LIÇÕES AO PTCom foco nos resultados e livre do uso político pelo governo do momento, a Ecopetrol desbancou a Petrobras como modelo de gestão para as estatais petrolíferas da América Latina
 
06 de abril de 2014
in aluizio amorim

EDUCAÇÃO COMUNISTA - FORMAÇÃO DOS ESCRAVOS...



 
 


 

Este é o 1º vídeo onde a professora denuncia a doutrinação comunista nas Escolas Brasileiras.

http://www.youtube.com/embed/Zw_UZ7p32jQ


2º vídeo - PROFESSORA ANA CAROLINE QUE DENUNCIOU DOUTRINAÇÃO COMUNISTA NAS ESCOLAS DE SANTA CATARINA DETONA EM VÍDEO ARGUMENTOS DA DEPUTADA DO PT

http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2014/03/professora-ane-caroline-que-denunciou.html

EDUCAÇÃO ESQUERDIZÓIDE - CEGOS IDEOLÓGICOS


 
 

 
RIVADAVIA ROSA

Realmente, segundo Gramsci (Antonio Gramsci, militante comunista italiano, atual “guru da barbárie” - 1891-1937), ateu, – inconformado com a influência da Igreja Católica sobre a sociedade de seu tempo (italiana) se dispôs a fazer do marxismo algo parecido que para ele deveria enraizar a doutrina marxista na alma dos homens. Assim o tema da educação se converteu em leitmotiv de grande parte de sua obra, que influenciou de maneira decisiva o escritor-educador comunista Paulo Freire, referência da (des) educação esquerdizóide.

Concebe o Estado constituído por aparelhos dominantes repressivos, assim, detentora de forças coercitivas como o exército, a polícia, a magistratura e de uma estrutura burocrática que elabora a legislação e garante sua aplicação. Essas instituições estatais, juntamente com as escolas, igrejas, partidos políticos, meios de comunicação, etc. (denominados aparelhos ideológicos), asseguram o exercício da hegemonia de uma classe social. Nesse contexto, a luta ideológica enquanto uma das dimensões da filosofia da praxis, pensada estrategicamente pelos intelectuais (orgânicos) da classe operária é o caminho para quebrar o bloco ideológico da burguesia e constituir um novo bloco histórico. Aí segue-se o aparelhamento/domínio de todas as instituições.

Gramsci – prega uma cruzada (a) ética, uma confrontação de valores que é levada aos termos de uma guerra e onde o homem socialista se auto julga portador uma carta absolutória de qualquer crime que possa cometer em nome da revolução.

No âmbito da educação (ideológica) proclama que é um dever romper com o conhecimento em sua forma racional, de forma que o indivíduo seja incapaz de reconhecer a verdade da mentira, eliminando seu sentido crítico ocidental e inculcando em seu lugar a visão política do momento, que é convertida numa expressão e voz das necessidades do regime, das inclinações de seus líderes, das expressões de sua ‘classe social’, ou seja, fazê-los instrumentos cegos do comunismo.

06 de abril de 2014
graça no país das maravilhas

FECHANDO O CERCO

Delação premiada deve complicar a vida do petista André Vargas, coordenador da campanha de Gleisi

andre_vargas_10A Justiça Federal do Paraná decidiu soltar o empresário Leonardo Meirelles, um dos sócios do laboratório Labogen, depois que ele decidiu colaborar com a investigação e revelou que um financiamento de R$ 31 milhões do Ministério da Saúde para o laboratório havido sido obtido por meio de “contatos políticos” do doleiro Alberto Youssef.

O deputado federal André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara dos Deputados e coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná, é um dos contatos políticos do doleiro, de acordo com mensagens interceptadas pela Polícia Federal. O deputado petista disse em pronunciamento na Câmara, na última quarta-feira (2), que apenas encaminhou Youssef ao Ministério da Saúde. As suspeitas são de que seu envolvimento com o escuso negócio é muito maior e passaria até por uma associação informal com o doleiro no Labogen, que pode ter resultado em lucro líquido de R$ 90 milhões.

Meirelles havia sido preso junto com Youssef durante a Operação Lava Jato, no último dia 17. Youssef é acusado pela PF de comandar um esquema de lavagem que movimentou R$ 10 bilhões.
A Labogen conseguiu o financiamento em dezembro do ano passado, quando Alexandre Padilha (PT) era o ministro da Saúde, para produzir 35 milhões de comprimidos por ano de citrato de sildenafila (o princípio ativo do Viagra), medicamento para disfunção erétil e também usado no tratamento de hipertensão pulmonar. Os R$ 31 milhões seriam pagos em cinco anos, mediante a entrega dos lotes do medicamento.

O Labogen foi usado pelo doleiro para fazer remessas para o exterior e repatriar US$ 37 milhões (R$ 84 milhões), segundo dados da PF. A movimentação de dólares era feita por meio de simulação de importação e exportações. O advogado de Meirelles, Haroldo Nater, disse que o empresário emprestou a empresa ao doleiro porque precisava de recursos para investir no laboratório.

O laboratório estava quebrado quando Meirelles comprou há cerca de cinco anos, com dívidas de R$ 54 milhões, segundo Nater. Atualmente, o passivo soma R$ 24 milhões. Meirelles ficava com uma comissão que variava de 0,5% a 1% sobre as remessas. Meirelles contou à PF que o doleiro também investiu R$ 3 milhões no laboratório e por isso usou seus contatos políticos para obter o financiamento no Ministério da Saúde.

E-mails revelados pelo jornal “Folha de S. Paulo”, em 27 de março passado, apontam que o diretor de inovação do Ministério da Saúde, Eduardo Jorge Valladares Oliveira, indicou que o Labogen deveria associar-se ao laboratório farmacêutico EMS.

A PF suspeita que o Labogen foi usado para pagar propina por causa da diferença entre os parceiros. A EMS é o laboratório com maior faturamento do País (R$ 5,8 bilhões em 2012, o último dado disponível). Já o Labogen tem uma folha de pagamento de R$ 28 mil, segundo a PF.

O Ministério da Saúde cancelou a parceria assim que a Folha questionou o órgão sobre o negócio suspeito. Foi também aberta uma sindicância para apurar as razões pelas quais o diretor de inovação da pasta teria indicado o EMS.

O ministério afirma que jamais teve contato com a EMS, mas só com o laboratório da Marinha, que fazia parte da parceria. A pasta informa que não houve pagamento, uma vez que nenhum medicamento foi entregue. Ex-ministro da Saúde e candidato do PT ao governo de São Paulo, Padilha disse apoiar a investigação e o cancelamento da parceria.

06 de abril de 2014
ucho.info

MATE COM PRAZER! AFIRME-O COM ORGULHO!

 

a1
Fernando Llano, da AP, na capa do Estadão de hoje
A Venezuela ainda vai muito bem, obrigado.

Os trogloditas de Nicolas Maduro ainda usam máscaras quando invadem universidades para quebrar ossos de estudantes dissidentes a porretadas e capacetes quando saem às ruas para assassinar a tiros, da garupa de motos, quem pensa diferente deles.

Mas, com o endosso da nossa Unasul, ainda haverá de chegar o dia em que sairão do armário e assumirão o orgulho homicida que hoje ainda reprimem e passarão a fazer isso de cara limpa como os assassinos políticos do nosso passado recente como este que nos fala neste vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=jguhH-QwBgY&feature=player_embeddedO que autoriza essa previsão auspiciosa é a forma como a imprensa “democrática” das Américas está noticiando hoje essa história do “twitter” que os americanos — esses criminosos! — criaram para intoxicar os corações e mentes da juventude cubana.

Não houve uma voz, abaixo da fronteira do México – e a maioria das que se expressaram acima dela também o fizeram nessa mesma linha – que tenha comemorado essa nova possibilidade que a moderna tecnologia oferece de furar o bloqueio dos que os querem mudos e submissos para sempre e dar voz a todos quantos, pelo mundo afora, estão sendo mantidos calados na porrada.

a6

A coisa foi vendida em toda a parte na forma de “denúncia” de um plano sinistro “para desestabilizar o governo cubano” que tinha por objetivo “atrair um grande número de jovens para depois conduzi-los a dissidência“, possivelmente mediante o uso inadvertido de alguma droga cibernética ou técnica subliminar urdida pelos terríveis feiticeiros da CIA capaz de hipnotizar a exultante juventude cubana – que perigo é a guerra química! – a ponto de fazê-la enxergar no paraíso da família Castro em que tem vivido um inferno de que faz sentido dissidir.

Joseph Pulitzer, o grande patrono e teórico da imprensa democrática americana, morto em 1911, dizia que “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”.
Esse tempo, obviamente, já chegou.

a0

06 de abril de 2014
vespeiro

OS LOBOTOMIZADOS, OU OS COCOCÉFALOS

PCdoB: A imbecilidade a desserviço do País!
Não tendo mais o que fazer, o PCdoB apresentou um projeto que anula mandato dos presidentes eleitos indiretamente pela ditadura: Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo.

Eu tenho certeza de que esses vagabundos acham que legislar é uma brincadeira de mau gosto e o fazem só para sacanear o povo brasileiro.
 
Não há gente mais abjeta do que os membros desse covil de débeis mentais.
 
06 de abril de 2014

JOSÉ WILKER

"ESSAS PESSOAS (POLÍTICOS DE HOJE) REPRESENTAM O QUE HÁ DE PIOR NO CARÁTER NACIONAL".  JOSÉ WILKER


https://www.youtube.com/watch?v=_2I40Z_pLbA&feature=player_embedded


06 de abril de 2014

DO GOLPE AO PLANO REAL

Março começou e terminou com o aniversário de dois importantes eventos da história recente: em 1.º de março, o País comemorou 20 anos da primeira arrancada do Plano Real e, em 31 de março (mereceu lembrar, não festejar), completou 50 anos do golpe militar que subjugou os brasileiros à tirania de uma ditadura que durou 21 anos. Entre o fim da ditadura e o início do Plano Real se passaram nove anos, nos quais José Sarney e Fernando Collor dividiram o poder - anos desperdiçados, de fiasco, muitos retrocessos e nenhum avanço no progresso econômico e social do País.

No plano político, a ditadura foi um desastre e suas marcas são hoje lembradas para nunca mais serem repetidas: fechou o Congresso, extinguiu partidos, cassou direitos políticos, prendeu, torturou e matou opositores. Na economia o desastre foi amenizado pelo crescimento econômico, mas a renda se concentrou, os ricos se deram bem, os pobres empobreceram e a miséria cresceu. Enquanto os militares festejavam com ufanismo o "milagre econômico", o Censo do IBGE de 1970 denunciava: a renda cresceu, mas não foi distribuída. Hoje se calcula que 70% da riqueza gerada pelo "milagre" foi apropriada pelos 10% mais ricos.

"A economia vai bem, mas o povo vai mal", reconheceu na época o general Garrastazu Médici, o terceiro dos cinco militares ditadores. "É preciso primeiro fazer o bolo crescer para depois distribuir", tentava se explicar o então ministro da Fazenda, Delfim Netto, hoje conselheiro da presidente Dilma Rousseff. Enquanto ele foi ministro, o bolo nunca foi distribuído. A inflação era alta, atrapalhava o "milagre". Não há problema, Delfim decretou um tabelamento de preços fantasioso que ninguém respeitava, a não ser a Fundação Getúlio Vargas, que o registrava no cálculo da inflação. Na gestão Geisel, o ministro Mario Henrique Simonsen desfez e denunciou a falsificação grosseira da inflação.

Como convém a governos autoritários, o Brasil precisava ter sua bomba nuclear, e o programa começou com a construção de usinas nucleares que deixaram um passivo gigante, milhões de dólares perdidos em equipamentos enferrujados em Angra dos Reis (RJ) e o vazio da ilusória bomba. Como agora, o BNDES foi usado para distribuir dinheiro subsidiado a empresas que morreram e que lhe deram o apelido de "banco hospital".

Na gestão do último ditador e com Delfim Netto de volta ao comando da economia, a conta chegou em 1982, trazendo uma megadívida externa, que chegou a US$ 150 bilhões (as reservas cambiais não atingiam nem 8% disso), e uma moratória que mergulhou o País em grave recessão, arrocho salarial, desemprego, tragédias sociais. Para conseguir dinheiro do FMI, Delfim assinou muitas cartas de intenção, com promessas fantasiosas, nunca cumpridas e que marcaram o Brasil com o carimbo de "país moleque".

Heranças dos governos militares, na gestão Sarney pioraram muito a dívida pública (interna e externa) e a hiperinflação, que atingiu o impressionante recorde de 85% no mês e 5.000% no ano no final do governo. Seis planos de estabilização não conseguiram controlar a inflação, a dívida externa foi negociada, mas a interna só crescia. Com zeros seguidamente cortados e nomes alterados, a moeda continuava desmoralizada, os preços subiam várias vezes ao dia e o brasileiro perdeu a noção do valor do dinheiro.

O Plano Real pôs freios de arrumação na bagunça. Inflação contida e controlada já era meio caminho para arrumar o resto: a dívida interna parou de crescer, os governos estaduais foram proibidos de tomar novos empréstimos enquanto não se enquadrassem em regras de estabilidade econômica, bancos estaduais e distribuidoras de energia foram vendidos, a União assumiu as dívidas de governadores e prefeitos mediante controle rígido de gastos. Enfim, foram fechados muitos ralos por onde escapavam déficits crônicos, desperdícios, roubalheiras, desvios de dinheiro público para corrupção e campanhas eleitorais. E havia a Lei Fiscal para punir políticos irresponsáveis. Mas isso foi só o começo.

 
06 de abril de 2014
Suely Caldas, O Estado de S.Paulo

DEVO, SONEGO, ATÉ QUANDO DER

Câmara aprova outro parcelamento a perder de vista de impostos devidos por empresas

A GENTE ANDAVA entretida com as atrações da semana passada do circo de indignidades de Brasília, tais como chantagens contra a CPI da Petrobras ou desclassificados que gostam da classe dos jatinhos. Tanto que não viu jabuti gordo subir em árvore.

A Câmara dos Deputados fez a cortesia de permitir outra vez que empresas parcelem suas dívidas com o governo até o dia da falta

de juízo final. Trata-se de dívidas de impostos, multas e uma penca de tantas graças e gracinhas que apenas uma banca de advogados pode trocar em miúdos esses favores grossos.

Na quarta-feira, os deputados reabriram o Refis, um programa baixado por medida provisória em 2008 e feito lei em 2009 que perdoava multas, dava desconto de juros devidos e parcelava a perder de vista dívidas de impostos. Pode-se parcelar uma dívida milionária em parcelas ridículas, por 15 anos. Novos calotes, calotes do calote perdoado em 2008 e multas penduradas até 2013 poderão agora ser refinanciados.

A cortesia pegou carona na votação da medida provisória que tratava da tributação de multinacionais brasileiras. Esses enxertos exóticos também são conhecidos como "jabutis", os quais sobem em árvores pela mão de parlamentares que descem ao lobby das empresas.

O troço ainda vai ser votado no Senado. Dilma Rousseff deu a entender que vai vetar a nova rodada de favores.

Caso venha a vetar o esbulho, a presidente corre até algum risco de ver o veto ser derrubado pelo Congresso. Mas, além disso, não teria muito mais a perder, pois seu

filme já está queimado com as empresas, e esse nem de longe será o pior motivo para confrontá-las, ao contrário.

Muito importante, o veto daria uma satisfação ao cidadão comum e ao empresário que pagam impostos em dia, empresário que de resto se sujeita à concorrência desleal de quem "baixa custos" burlando o fisco na crença de que a sonegação sempre será compensada por alguma mamata aprovada em Brasília.

Enfim, essa coisa tem de ser vetada porque se trata de estímulo à sonegação. Dívidas de 2000 e 2003 já haviam sido agraciadas com o Refis de 2008-09. Ressalte-se o termo "agraciado": trata-se de dívidas de centenas de bilhões de reais.

Dilma Rousseff, claro, tem culpa nesse cartório. No ano passado, desesperado, sem dinheiro para tapar o rombo que fizera em suas contas, seu governo reabrira o Refis.

No Refis que deu origem à série, empresas com dívidas vencidas até 2008 poderiam aderir ao programa de refinanciamento e outros carinhos até 2009. No refil do Refis do ano passado, o prazo de adesão havia sido estendido até 2013.

Além da farra tributária, essas medidas provisórias do Refis, mas não apenas, são um escândalo pela quantidade de jabutis.

Na lei que aprovou o Refis 2013, por exemplo, entraram subsídios aos produtores de etanol, emissão de dívida para pagar os erros da política de energia elétrica, programas de violência contra a mulher, herança de licença para barraquinhas e bancas de jornal em calçada, impostos da cadeia da soja, operações de câmbio, regulação de ônibus municipais, herança de licença de taxistas e mais o diabo a quatro.

 
06 de abril de 2014
Vinicius Torres Freire, Folha de SP

UM VELHO DILEMA

Aquele movimento primeiro frustrou o plano dos comunistas e, depois, derrotou guerrilheiros e terroristas

Pergunto: os males da política brasileira estão relacionados mais diretamente ao caráter dos indivíduos, das pessoas concretas que ocupam postos de poder, ou ao modelo institucional que adotamos? Há muitos anos participo de debates que buscam saber qual a galinha e qual o ovo nesse dilema.


Dirá alguém que é uma questão menor e que o Brasil vive as urgências impostas por clamorosas denúncias e estridentes silêncios. No entanto, de denúncia em denúncia, de silêncio em silêncio e de urgência em urgência, vamos postergando toda e qualquer tentativa de formar consenso a propósito desse tema. E como precisamos de um consenso! Como precisamos fazer com que a nação vasculhe, atrás do palco, na coxia, as estruturas que movem de modo tão desastroso os cordéis do poder!

Volto a esta pauta porque o mero fastio ante a política que temos é mau conselheiro para levar-nos àquela que queremos. Imaginar que o espelho de representação só melhorará quando o nível das exigências morais da sociedade houver subido vários degraus significa a perdição de pelo menos duas gerações! É por isso que defendo a necessidade de mudança nas regras do jogo político. Trata-se de algo que infelizmente parece pouco significativo. A maior parte das pessoas insiste em ver as árvores e não percebe o emaranhado da floresta institucional. No entanto, as regras de qualquer jogo determinam a conduta dos jogadores. O solo influi na qualidade do que nele se plante. As religiões se refletem no comportamento dos fiéis. E as instituições de Estado não só impulsionam o agir dos políticos mas definem, também, com suas regras, quem participa das atividades.

Creio que o melhor modo de tornar compreensível esse efeito que muitos teimam em desconhecer pode ser encontrado na própria experiência nacional. Sabe por que, leitor, nenhuma reforma política séria prospera no Brasil? Pela simples e confessada razão de que os congressistas sabem que seus mandatos foram obtidos nas regras vigentes. Esta singela constatação deixa tudo como está, reproduzindo ad aeternum um tipo de representação que nos proporciona escassos motivos de admiração. Dito isso, considero suficientemente provado o grau de influência do modelo institucional sobre o recrutamento de lideranças para a elite política. São elas mesmas que o confessam. Ainda que não convenha ao país, é esse o modelo que lhes serve. Portanto, a posição dos candidatos a favor do voto distrital e contra essa bacanal institucional que junta na mesma cama Estado, governo, administração pública e partido político deveria ser critério decisivo de voto nas eleições de outubro.

***

Os últimos dias foram dedicados pela mídia à tarefa de esconjurar o 31 de março. É verdade que foram cometidos crimes que repugnam as consciências bem formadas. Mas é errado limitar a informação ao registro desses fatos. Aquele movimento primeiro frustrou o plano dos comunistas para o Brasil e, depois, derrotou guerrilheiros e terroristas que queriam implantar tal regime no país. Esquecer o que estes pretendiam, não ler o que escreviam, ignorar o que diziam, apagar da história as vítimas que fizeram e os crimes bárbaros que cometeram, para exibi-los como heróis e mártires da “resistência democrática” é impostura. É servir o oportunismo em bandeja. Passado meio século, seus atuais afetos no plano nacional e internacional ainda revelam muito bem o que fariam se pudessem.
 
06 de abril de 2014
Percival Puggina, Zero Hora

VARA CURTA

Essa história tem 30 anos. O senador Aécio Neves lembrou-se dela outro dia, quando a pesquisa do Ibope registrou queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff e, no PT, agitaram-se as vozes defensoras do "volta, Lula".

Mário Andreazza e Paulo Maluf disputariam a legenda da Arena para a candidatura presidencial. Para Tancredo Neves, avô de Aécio, então seu secretário particular, interessava a vitória de Maluf na convenção, pois Andreazza teria, na sua avaliação, mais condições de vencê-lo no colégio eleitoral de janeiro de 1985.

Tancredo, então, resolveu "confidenciar" a uma jornalista que corria um burburinho sobre uma possível renúncia de Maluf à candidatura. No dia seguinte, diante da manchete, Maluf desmentiu com veemência, reafirmando a postulação da qual, jurou, não desistiria de forma alguma.

Inspirado nesse episódio, o agora candidato à Presidência da República há cerca de dez dias decidiu abordar pela primeira vez o assunto da possibilidade de o ex-presidente ser candidato nesta eleição, dizendo que para ele tanto faz enfrentar Lula ou Dilma.

Voltará ao tema sempre que considerar oportuno. Oportunidade esta de atingir múltiplos objetivos. O primeiro foi lançar um dos motes da campanha, que é a ideia de derrotar "o modelo do PT" independentemente de quem for o candidato a fim de capitalizar "uma antipatia generalizada que existe contra o partido".

O segundo, desmistificar a figura de Lula como um candidato considerado imbatível. "Quis mostrar que não temos medo." Outro, e aí a provocação assemelha-se ao gesto do avô, amplificar o coro do "volta Lula" de forma a mais cedo ou mais tarde obrigar a presidente Dilma a reafirmar sua candidatura.

Qual a finalidade? Evidentemente, tornar cada vez mais difícil a hipótese da troca de nomes. Além disso, na concepção do tucano, falar abertamente na possibilidade de outra candidatura que não seja a da reeleição de Dilma é uma maneira de disseminar a cizânia no campo adversário e dar a entender que o jogo do lado de lá não está definido.

Além disso, Aécio Neves quis mandar um recado à própria tropa, pois considerou que o PSDB estava muito passivo diante do assunto. Melhor dizendo, acuado mesmo. "Achei que era hora de furar essa bolha, tratar o tema com naturalidade porque Lula não é um fantasma nem é uma unanimidade."

Arsenal. Os adversários já contam com a ausência da presidente Dilma Rousseff nos debates antes do primeiro turno das eleições.

Ainda assim vão explorar o tema Petrobrás, deixando no ar à presidente os questionamentos tanto sobre os negócios que renderam prejuízos quanto a respeito da redução do valor e da capacidade de investimento da estatal durante sua gestão.

Isso nos debates e nos programas do horário eleitoral. Dilma será convidada a explicar também por que o governo se empenhou tanto contra a CPI.

A Petrobrás será presença recorrente na campanha. Pesquisas internas feitas no campo da oposição identificaram que mais de 70% dos consultados já ouviram falar das denúncias "de corrupção" (a pergunta foi posta nesses termos) na empresa e que o assunto é de fácil entendimento por parte da população.

Tudo junto. Para tentar superar as dificuldades do PSDB no Rio, Aécio Neves vai jogar em duas vertentes: na aliança informal com o PMDB e na candidatura própria ao governo do Estado.

Enquanto no oficial assegura apoio à presidente Dilma, no paralelo Sérgio Cabral Filho cala e consente ante a articulação do voto "Aezão" por pemedebistas defensores do apoio ao tucano para presidente e Luiz Fernando Pezão, candidato de Cabral, para governador.

A fim de marcar presença do número 45 na disputa, o PSDB estuda lançar a candidatura de um economista. Está entre três nomes: Elena Landau, Edmar Bacha e Gustavo Franco.

 
06 de abril de 2014
Dora Kramer, O Estado de S.Paulo

ESTE GOVERNO PODE CONTINUAR?


O Sr. Werner, diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, deu-nos em Sauípe, Bahia, conselhos oficiais durante o fórum econômico para a América Latina (2014). Expôs que, nos três anos do governo Dilma, os fundamentos do país foram abalados. Ao meu sentir, disse o essencial, mas poderia dizer mais (sobre burocracia excessiva, insegurança jurídica, subsídios governamentais a setores diversos, inflação ascendente, controle de preços nas áreas de petróleo, transportes e energia elétrica etc.).

A falta de competitividade da indústria nacional, associada a uma política de estímulos ao consumo das famílias, resultou numa maior dependência das importações, o que levou à piora das contas externas. Em três anos, o rombo nas transações do Brasil com o restante do mundo subiu de 2,2% do PIB, em 2010, para 3,7%, até fevereiro deste ano. Pelo modelo da OCDE, esse percentual não deve jamais ultrapassar 3%, que é o limite nos países da Comunidade Europeia de Nações (CEE).

Mesmo assim, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, assegurou, em Sauípe, que o Brasil está "comprovadamente" mais bem preparado para momentos de turbulência internacional. Nas palavras dele, o Brasil é um país robusto e resistente a choques externos, além de ter um sistema financeiro sólido. Empresários e banqueiros que participaram do evento na Bahia viram no discurso de Tombini um recado às agências de classificação de risco, que também mandaram representantes para a Costa do Sauípe. O temor do governo é de que a Fitch e a Moody"s, duas das três maiores instituições de risco, acompanhem a Standard & Poor"s e também rebaixem a nota de crédito do Brasil. Se isso acontecer, preparem-se para uma maxidesvalorização do real. Teremos tombos, trombados e até turbilhão de dificuldades.

A suposta competência de Dilma Rousseff, como tem sido assinalada pelos analistas políticos, foi engolida pelo lamentável episódio da compra da refinaria em Pasadena. A imagem da administradora detalhista e centralizadora acabou. Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da Petrobras, autorizou a empresa a comprar 50% da refinaria, no Texas, por US$ 360 milhões, vendida um ano antes a uma empresa belga, a Astra Oil, por US$ 42,5 milhões. Por desatenção e descaso, nem Dilma nem qualquer dos conselheiros viu o fato de que, para ficar com metade do empreendimento, a Petrobras desembolsaria 8,5 vezes mais do que a Astra pagara um pouco antes pela refinaria?

Ela admitiu ao jornal O Estado de S. Paulo que se baseara em mero resumo executivo, "técnica e juridicamente falho". Ao contrário da afirmação de Dilma, executivos da Petrobras, ouvidos pela Folha de S.Paulo, disseram que a presidente e todo o Conselho de Administração da estatal tinham à disposição, em 2006, o processo completo da proposta de compra da refinaria. Resumo: aprovou sem ler uma transação que esbanjou o dinheiro público. Administração temerária é o que se pode deduzir.

Noutra hipótese, terá simplesmente mentido para livrar-se do problema (desculpa esfarrapada). O ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel considera "extremamente grave" o caso (em que a Petrobras teve prejuízo bilionário). "A partir do momento em que surjam indícios do envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro, a investigação tem de ser deslocada para o procurador-geral da República", afirmou Gurgel, em entrevista ao UOL.

É justamente por isso que o governo empenha-se em melar a CPI da Petrobras no Senado (o caso Pasadena). Que a presidente não tem pendor político nem vocação pessoal, sendo mera burocrata centralizadora, a nação está cansada de saber. Que a presidente não é gerente brilhante, a nação também sabe, pela má qualidade da gestão nas duas áreas em que se meteu de longa data: o setor elétrico e o sistema Petrobras. Ambos estão em situação calamitosa. O que a nação não sabia é que a presidente tem o hábito de mentir. Os negócios tenebrosos virão a lume, cedo ou tarde. Agora, só um ponto deve nos interessar. Um ponto essencial, diga-se de passagem.

A única valia dessa CPI é desnudar o caráter de nossa presidente. Foi a mentira que levou Nixon a renunciar. Um presidente que prega mentiras não pode presidir uma nação. Política e moralmente, a única verdade que interessa é essa. A presidente mentiu? Se o fez, estará desqualificada para presidir a nação. Se não mentiu, fica obrigada a fazer uma faxina na Petrobras, que a enganou, ou passá-la a acionistas que queiram lucros e não dela servir-se para todo tipo de negócios escusos. Se o Brasil tiver 49,90% da empresa, ganhará o triplo em dividendos, do que hoje aufere, sem negociatas. Mas só quando a empresa tiver recuperado a altura alcançada no passado.

06 de abril de 2014
Sacha Calmon, Correio Braziliense

LUZ AMARELA

 
BRASÍLIA - A dianteira de Dilma Rousseff na corrida presidencial continua resistindo bravamente à onda de desacertos na economia, na política e na gestão e à vaga que derrubou sua imagem de "gerentona". Mas o Datafolha lançou um sinal amarelo sobre essa dianteira.

A seis meses das eleições, as tendências importam mais do que os dados isolados e há sinais de alerta para Dilma e seu staff:

1 - A aprovação do governo caiu cinco pontos e 63% consideram que Dilma fez menos do que o esperado (antes, esse percentual variava de 34% a 42%). Sua nota média é 5,9.

2 - Os que mais recuam na aprovação ao governo e a Dilma são os que têm renda entre dois e cinco salários mínimos e acima de dez.

3 - A queda mais visível é no Sudeste, no Norte e no Centro-Oeste. O Sudeste é nevrálgico por ser populoso e irradiador de percepções.

4 - No cenário com todos os atuais dez candidatos --que é o mais provável-- Dilma caiu seis pontos em relação a fevereiro, ficando com 38%.

5 - Seus adversários diretos, Aécio Neves (16%) e Eduardo Campos (10%), não lucram com a queda, mas o pastor Everaldo Pereira, do PSC, tem 2% e pode crescer e ganhar significado na definição de um segundo turno. A força de atração dos evangélicos não é desprezível.

6 - Nesse cenário mais completo, 20% votariam em branco ou nulo e 9% não opinaram. É um forte contingente insatisfeito ou indiferente. Em suma, a ser conquistado.

7 - Dado interessante: se a disputa fosse hoje só entre Dilma, Aécio e Campos, eles ficariam embolados com os brancos e nulos na faixa dos mais escolarizados. Dilma com 25%, Aécio com 26%, Campos com 19%, brancos e nulos com 27%.

A dúvida é se o desgaste de Dilma e de seu governo entre os mais bem informados irá decantar para as demais faixas nesses seis meses e a partir do início oficial da campanha. Disso depende haver ou não segundo turno, a chave do sucesso de Dilma.

27 de abril de 2014
Eliane Catanhêde, Folha de SP

AS COISAS MUDAM

Um alemão me perguntou se adotamos toque de recolher nas grandes cidades, após o qual todo mundo se tranca e só sai de ambulância, camburão ou tanque

O título de hoje faz uma afirmação não muito original, mas inevitável. Não estou mais em Paris desta vez e, sim, em Berlim, cidade onde já morei e aonde volto sempre que posso, porque é das minhas duas ou três preferidas e vale muito a pena ser visitada. Quando o muro caiu, eu morava aqui. Um dos comentários mais frequentes entre os visitantes costumeiros era de que aqui, como em outras capitais europeias, a cidade já estava pronta. Ao contrário do Brasil, onde tudo parecia mudar de nome, endereço ou aparência, depois de uns poucos meses de ausência, aqui tudo estava no lugarzinho de sempre, desde o monumento grandioso à lojinha na esquina da Nürnbergerstrasse.

Não mais. É um escândalo. Espero que, quando fizer minha indispensável revisita ao Zoológico, ainda o encontre lá, com a mesma aparência e no mesmo lugar, até porque não deve ser fácil carregar elefantes e hipopótamos de lá para cá. Claro, era de se antecipar que, com a unificação da Alemanha, a cidade fosse mudar, mas isto me aparece um abuso. O restaurantezinho de nome italiano que ficava a poucos metros daqui virou uma espécie de antro ameaçador, em que dá um certo medo de entrar. Fechou até — acreditem! — aquele restaurante ótimo do EuropaCenter, na sobreloja, onde as garçonetes eram simpaticíssimas, falavam todas as línguas e conseguiam adaptar ao freguês todos os pratos do menu. Muito inquietante.

Mas não somente a aparência de Berlim mudou. Do ponto de vista brasileiro, agora há também notáveis diferenças. Não vim fazer palestras ou leituras desta feita, vim para bater perna mesmo, de maneira que não encontro plateias curiosas sobre nós, como de outras vezes. Parecem jazer no passado os tempos épicos em que eu era obrigado a discutir os índios que frequentavam nossos quintais no Rio de Janeiro e ser tido como deslavado mentiroso, por responder que não conhecia a Amazônia. Mas, se não há plateias para fazer perguntas interessantes, há sempre com quem trocar umas palavrinhas, sobretudo com motoristas de táxi, meus preferidos. Faz pouco tempo, o Brasil era lembrado com entusiasmo e admiração e Lula era frequentemente citado quase no mesmo tom.

Deve ser a Copa. Não sei que assombrações podem estar sendo divulgadas na imprensa, mas agora não se referem mais, com os olhos acesos, aos traseiros de nossas mulheres e a seu temperamento tão dadivoso, amplamente apregoados pelas agências de viagem, nem mesmo lembram o sol e o carnaval, nem mesmo cantam “ai, se eu te pego”. Agora querem saber se não vão ser assaltados dentro do hotel. Não fiz uma pesquisa de opinião, mas, pelo que ouvi, especialmente de Helmut, a quem já lhes apresento, a preocupação é essa. Em algumas coisas, mesmo os mais pessimistas têm dificuldade em acreditar, como os arrastões em restaurantes, mas do resto eles têm medo. Um deles chegou a me perguntar se adotamos um toque de recolher nas nossas grandes cidades, após o qual todo mundo se tranca a sete chaves e só sai de ambulância, camburão ou tanque do Exército, porque já viram pela televisão tropas de combate nos centros urbanos, do mesmo jeito que no Afeganistão ou na Síria.

Helmut, nome fictício que empresto a um motorista de táxi amigo meu, que faz ponto numa transversal do Ku’damm (e continua lá, Deus é grande), estava com planos de comparecer à Copa, mas agora se encontra meio dividido. A violência, contudo, não é o principal fator de sua dúvida, antes pelo contrário. Não temos grande intimidade, mas agora me ocorre que ele leva uma forte parecença com Peter Lorre, no papel do Vampiro de Dusseldorf. De qualquer forma, tivemos um diálogo digno de nota, enquanto eu procurava a lojinha onde costumava comprar bagulhinhos para levar de lembrança ao Brasil e que também sumiu.

— Eu vi outra coisa interessante sobre o Brasil, na televisão — disse ele. —Sempre vejo coisas interessantes sobre o Brasil. Nesta eu não acreditei muito, mas talvez você possa me dizer se é verdade.

— Qualquer coisa que se diga sobre o Brasil pode ser verdade, Helmut, você já deve saber disto.

— É, eu sei, mas isto... Bem, é o seguinte. Eu vi que o sujeito pode matar a mulher em casa, se arrumar, sair para dar parte na polícia, confessar, assinar um papel e voltar para casa na hora, sem problema, é isso mesmo?

— Não, que é isso, também não é assim.

— Ah, foi o que eu pensei. É porque tudo estava contado com detalhes e eu até vi as caras de uns dois que fizeram isso.

— Bem, a verdade é que pode acontecer. A lei brasileira é muito moderna. Mas não se mata tanto assim. Nesses casos mesmo, é porque o assassino não foi preso em flagrante, é réu primário e tem domicílio conhecido. Mas não fica impune, é processado depois. E, se for condenado, vai para a cadeia, como em qualquer outro lugar.

— Nessa reportagem, eles diziam isso. Mas ainda nenhum deles tinha sido condenado.

— É, demora um pouco.

— Muitos anos?

— Sim, a depender do caso, dos advogados e assim por diante.

— Grande país — disse Helmut.

— Como assim?

— Agora estou pensando em acabar minha velhice por lá. Sem aquela... Sem minha mulher, vai ser muito divertido — concluiu ele, com uma risadinha meio vampiro de Dusseldorf.

 
06 de abril de 2014
João Ubaldo Ribeiro, O Globo

AFUNDANDO FUNDAMENTOS

Este ano vão piorar ainda mais os fundamentos macroeconômicos do País. Na questão fiscal, a maior perda será na conta de juros e, em decorrência, na elevação da relação dívida bruta/PIB. No front externo, é forte a probabilidade da elevação do rombo nas transações correntes superando os US$ 82 bilhões do ano passado. O crescimento econômico, ao que tudo indica, tende a ser pior do que o do ano passado e a inflação dificilmente ficará inferior aos 5,91% de 2013.

Além da piora nos fundamentos, deverá continuar o desgaste nas duas maiores empresas estatais: Petrobrás e Eletrobrás entupidas de dívidas, que continuam em ascensão por serem obrigadas a praticar preços e tarifas artificiais e funcionar como biombos da inflação, em vez de cumprir objetivos de expansão estratégicos ao País.

Vejamos a seguir o que se pode esperar do comportamento dos fundamentos macroeconômicos neste ano.

1. Fiscal. Enquanto as análises se entretêm com o não cumprimento do prometido superávit primário de 1,9% do PIB, o Banco Central (BC) continua, desde abril do ano passado, a elevar a Selic, que cresceu 3,75 pontos, podendo crescer ainda mais.

O resultado disso é a elevação das despesas com juros do setor público, que poderá ultrapassar 6% do PIB, pois a Selic média deste ano está prevista superar em mais de 30% a que vigorou no ano passado.

Caso o superávit primário atinja os duvidosos 1,9% do PIB, o resultado nominal (resultado primário menos juros), que é o que importa, será de déficit de mais de 4% do PIB, o pior desde 2003. Ao registrar déficit nesse nível, é fatal o crescimento da relação dívida bruta/PIB, principal indicador das finanças públicas. Interessante notar que nem as análises divulgadas até agora nem o governo federal parecem perceber o estrago fiscal causado pela Selic.

Na questão fiscal vale, também, enfatizar que em ano eleitoral os governos subnacionais (estaduais e municipais) pisam no acelerador das despesas de custeio e de investimentos à cata de dividendos eleitorais. O governo federal, por seu turno, contribuiu para a elevação das despesas com investimentos nos Estados ao conceder no ano passado mais folga para aumentar o endividamento deles. Além disso, é possível que nos próximos dias o Senado golpeie a Lei de Responsabilidade Fiscal se aprovar a mudança do indexador das dívidas dos Estados e dos municípios, com forte elevação subsequente do endividamento subnacional. O golpe vai se fazer sentir no endividamento público a partir de 2015.

Nas contas do governo federal, os problemas já aparecem nas despesas crescentes com as contas de energia elétrica (R$ 10 bilhões no primeiro trimestre) agravadas pela seca, e na arrecadação fruto do baixo crescimento econômico. Assim, é provável que o superávit primário fique mais próximo de 1,5% do PIB, que face a juros superior a 6% do PIB leve o déficit fiscal ficar acima de 4,5% do PIB contra 3,26% do PIB em 2013.

2. Setor externo. Desde 2008, fruto da política de valorização artificial do real perante o dólar para controlar a inflação, as contas externas foram para o campo negativo em escala progressiva. No ano passado, o rombo externo foi de US$ 82 bilhões. Neste ano, as previsões iniciais de US$ 75 bilhões passaram a US$ 80 bilhões, segundo o Banco Central.

O agravamento das contas externas é por causa de um conjunto de fatores adversos em relação ao ano passado. O preço das commodities está em queda, o que afeta sensivelmente as exportações de produtos básicos onde se concentra o núcleo forte das exportações do País. Tende a se manter forte as importações por causa da superoferta internacional. As exportações para Argentina e Venezuela vão ficar atingidas pela crise econômica e financeira que vivem esses países. A conta de combustíveis, que apresentou rombo de US$ 17,6 bilhões no ano passado, deve continuar em forte ascensão diante da política de subsídio à gasolina e ao óleo diesel para conter a inflação. É especialmente daí que há forte probabilidade de o rombo externo se ampliar face ao de 2013. O governo poderia atenuar o déficit caso deixasse o câmbio flutuar, mas não fará isso, pois pode gerar inflação.

3. Inflação. A recente alta dos alimentos veio na pior hora e, o que se prenunciava em alívio nos preços vai, mais uma vez, elevar o índice inflacionário, que está sendo previsto acima de 6% por todas as análises. O represamento dos preços administrados parece já estar atuando no sentido oposto ao que o governo deseja, ou seja, os agentes econômicos prevendo os reajustes que virão já estão se antecipando no reajuste dos bens e serviços. Os elevados índices de difusão apontam para isso. Mesmo que o governo federal continue segurando os preços dos combustíveis e da energia elétrica há o risco de rompimento do teto da meta de inflação neste ano. É o feitiço virando contra o feiticeiro.

4. Crescimento. É o fundamento de maior fracasso do governo. Nos três anos que se passaram, o crescimento médio foi de 2,01% ao ano. As previsões para este ano apontam para nível inferior a 2%, quando os países emergentes devem crescer 5%. A causa principal reside no freio imposto ao consumo pelas altas taxas de juros do sistema financeiro, que contribuíram para elevar o endividamento das famílias. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média de juros ao consumidor vem subindo desde março do ano passado, e em fevereiro bateu em 97,16%! Em outras palavras, os preços dobram para compras financiadas em um ano. Belo freio à economia.

Em consequência, o setor privado não é estimulado a investir e o governo caminha a passos lentos na consecução do seu programa de investimentos. Para coroar essa má situação, o BC age com mão de ferro sobre o câmbio o que desloca parte significativa da demanda por consumo para os produtos importados, ou seja, o componente externo do PIB age contra o crescimento.

Desde 2006 até 2013, ocorreu perda no crescimento econômico por causa do fator externo. Em média, por ano, o fator externo derrubou 1,12 ponto porcentual do crescimento de 3,53%, ou seja, impactou desfavoravelmente 31,7% do crescimento. A razão disso é a excessiva valorização cambial para baratear o produto importado e, com isso, segurar a inflação.

Como o câmbio continuará valorizado pelo governo, é provável que subtraia cerca de um ponto porcentual do crescimento deste ano, ou seja, 50% dele. De pouco adiantará insistir na tese de que é preciso crescer a relação investimento/PIB se a demanda continuar se deslocando para o exterior. É necessário devolver a competitividade roubada pelo governo das empresas ao obrigá-las a operar com câmbio pró-produtos importados. Vale sempre repetir: o câmbio que permite o equilíbrio nas contas externas é acima de R$ 3,00/US$.

Com fundamentos afundando, a probabilidade de ocorrer novo rebaixamento da classificação de risco do País vai crescer e não adianta depois reclamar. A conferir.
`
 
06 de abril de 2014
Amir Khair, O Estado de S.Paulo

SAÍDA À FRANCESA


São fascinantes as guinadas e os dilemas do governo do Partido Socialista francês.

Enquanto diversos países europeus adotaram políticas de austeridade depois da crise para recuperar capacidade de crescimento em bases mais estáveis, a França ficou no meio do caminho.

No ano de 2012, com a eleição do presidente socialista François Hollande, o governo francês adotou uma política pró-crescimento que, na prática, significou menor austeridade fiscal, tentando fazer um ajuste mais suave via, por exemplo, aumento de impostos dos mais ricos.

Não funcionou. A França não voltou a crescer nas taxas almejadas, e os socialistas perderam as eleições municipais no mês passado.

Agora que os países austeros crescem com mais vigor, Hollande, empurrado pela derrota nas urnas, anuncia guinada liberal. Promete austeridade e políticas de aumento da produtividade e do nível de eficiência da economia. No ato seguinte, ele nomeia um premiê defensor dessas políticas. Mas, para aplacar a ira da esquerda do partido, nomeia ministros da Economia e das Finanças com visões contrárias àquela orientação.

É fácil entender a relutância francesa.

Expansão de gasto público, num primeiro momento, traz grande aprovação entre os beneficiados. E não há dúvida de que a injeção de recurso público eleva o consumo e a atividade econômica.

Mas o aumento da despesa pública tem limitações importantes. Quando o consumo cresce mais do que a oferta (produção), esse gasto pressiona a inflação, como vemos no Brasil. E se a arrecadação não acompanha o crescimento das despesas, o endividamento do Estado aumenta, o que reduz o crescimento com o passar do tempo.

A partir de certos patamares, o custo da dívida pública cresce, o que faz o Estado sugar uma parcela cada vez maior da poupança do país para financiá-la. Isso compromete o consumo e os investimentos e ainda cria incerteza sobre a capacidade do Estado de se financiar e investir.

É por isso que outros países europeus, referendados pelos eleitores, preferiram a austeridade, como Alemanha, Espanha, Portugal e Irlanda.

Esses países conjugaram austeridade fiscal com o que de fato são políticas de crescimento, isto é, políticas que aumentem a produtividade, como redução da burocracia e da complexidade fiscal, incentivos ao investimento e reformas trabalhistas para baratear a produção.

A nação francesa, agora, parece buscar esse caminho, apesar da forte oposição ideológica de setores do Partido Socialista.

Para nós, no Brasil, a observação desse cenário europeu é de extrema utilidade.

06 de abril de 2014
Henrique Meirelles, Folha de SP

A ESCALADA

Se a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março, a ser divulgada nesta quarta-feira, tiver alcançado 0,84%, como esperam os analistas pesquisados pelo Banco Central, em 12 meses a inflação saltará para 6,07%. Até junho, é alta a probabilidade de que transborde o topo da meta, de 6,5% ao ano.

São magnitudes que, por si sós, provocarão a disparada dos mecanismos defensivos clássicos de remarcação por todos aqueles que formam preços, do quitandeiro da esquina até as grandes empresas.

Mas este já não é o único fator que começa a detonar os mais variados reajustes por toda a economia. O represamento dos preços administrados é outro. Como é que se comporta o empresário que precisa prever recursos para a recomposição dos seus estoques, se sabe, com nove meses de antecedência, que uma carga colossal de reajustes já está programada para o início de 2015?

O governo Dilma já anunciou que recomposições alentadas das tarifas de energia elétrica ficarão para depois das eleições. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, confessou que o problema do setor não é insuficiência de oferta de quilowatts, mas de preço. Há pelo menos mais 15% a 20% de correção de tarifas dos combustíveis e dos transportes urbanos postergados para o ano que vem. O governo também não esconde que vem aí um aumento de impostos, o que implica certa dose de inflação futura.

Enquanto isso, empurrado por aumentos de cerca de 10% das despesas do governo federal, pelo achatamento artificial dos preços administrados represados como mencionado, pela falta até mesmo de uma campanha por redução do consumo de energia e por um mercado de trabalho que nunca esteve tão apertado, o consumo segue "robusto", como repete o Banco Central. E vai sancionando remarcações:

A cabeleireira cobra mais e a cliente não reclama e paga; o restaurante tasca mais 10% no preço da massinha à bolonhesa e o cliente não reclama e paga; o serviço de valetes pede "30 contos" para garantir vaga por pouco mais de uma hora de estacionamento e o cliente não reclama e paga...

Enquanto isso, o Banco Central, sempre a reboque das expectativas, está praticamente sozinho no contra-ataque à alta. Já elevou os juros básicos a 11% ao ano e continua entregando uma inflação do mesmo tamanho de quando a Selic não passava de 7,25% ao ano. Tenta diminuir a velocidade do carro na descida apenas acionando o breque de mão e tem de ouvir, até de economistas de renome, que a política monetária não funciona.

Enquanto isso, o ministro da Fazenda repete a cada entrevista que está mais do que ótimo fazer um superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) de apenas 1,9% do PIB e que a "inflação está estável, sob controle e não preocupa", mesmo quando ameaça disparar para acima do teto da meta, os tais 6,5% ao ano.

Mas o assalariado sente na carne e no seu bolso o estrago provocado pela escalada dos preços.

 
06 de abril de 2014
Celso Ming, O Estado de S.Paulo

OCUPAR TERRITÓRIO

No princípio parecia fácil e veio a euforia. Bastava anunciar a retomada do território, entrar e hastear uma bandeira que as fortalezas do tráfico estariam dominadas. Depois, vieram as decepções com os casos de violência policial, o ataque às UPPs. Agora, nova e difícil frente foi aberta na Maré: 130 mil pessoas passaram a integrar a cidade e exigem os serviços que nunca tiveram.

Como no Alemão, as Forças Armadas foram chamadas a ajudar na tarefa de consolidação da ocupação do Complexo da Maré. São 12 favelas, com população maior do que a do Alemão e da Penha somadas, e lá há uma dificuldade a mais: existem duas facções criminosas rivais e uma milícia.

O secretário José Mariano Beltrame, com quem conversei, deixou claro que a lógica da política de Polícias Pacificadoras é territorial e há um longo caminho pela frente. “A euforia tomou conta das pessoas no início, mas eu disse sempre que a luta não estava ganha; não está ganha. A lógica é territorial. A droga não vai acabar, o crime não vai acabar. O que tem de acabar é o império. Nessas áreas, um imperador exercia o poder executivo, legislativo e judiciário. Eram o Menor P, o Nem, O Fabiano Atanásio. Pessoas tinham de pagar pedágio ao imperador para ter os serviços de luz, água e o direito de ir e vir. Isso é que a UPP enfrenta. A partir daí, o Estado tem de entrar e, na minha visão, não entrou com a força que deveria ter entrado”, disse o secretário de Segurança do Rio.

Ao todo, já foram instaladas 37 UPPs, em 253 favelas, beneficiando direta e indiretamente dois milhões de pessoas, entre moradores das áreas e do entorno. “Nunca foi, nem será fácil, porque havia além do tráfico todo o tipo de negócio que vivia à sombra do tráfico, como os fornecedores de serviços que o Estado e as empresas não podiam suprir. Eu sempre soube que eles não iriam entregar fácil”, disse Beltrame.

Ele lembra, no entanto, que apesar dos ataques às UPPs, nenhuma área foi retomada pelo tráfico: “E nem será, porque quando eles entrarem, voltamos lá com 500, 600 homens e tomamos de novo. Eles não terão mais o poder que já tiveram.”

Beltrame também falou dos casos de violência policial, como a que matou o pedreiro Amarildo ou a auxiliar de serviços gerais Cláudia Ferreira: “É inaceitável. Triste e difícil. Mas, no caso Amarildo, a polícia trabalhou lá investigando e foram presos 20 pessoas, inclusive policiais. Foi dada uma resposta com a retirada desses policiais da Corporação. É ruim quando a polícia vai com uma proposta de pacificação e faz o contrário. Mas durante 30 anos a polícia era jogada na favela como numa zona de guerra. Agora, estamos tirando os fuzis da mão dos policiais. Há resistência, ele se sente nu sem a arma. Mas para que fuzil numa área pacificada?”

Perguntei se os jovens que entram cheio de entusiasmo e ideal para renovar a polícia não estão sendo pouco treinados. Há casos de jovens policiais mortos em áreas que têm UPPs. Ele disse que a própria arquitetura das favelas torna tudo mais difícil: “Há becos sem luz, e quando há uma situação de crime o policial tem que entrar. Alguns foram mortos covardemente.”

Os índices de homicídio doloso estavam estacionados em torno de 45 por 100 mil habitantes e caíram para 26,5, em 2012. Mas, em 2013, aumentou em 9,7% na cidade e 16,7% no estado. Beltrame contou que há uma estratégia para enfrentar esse retrocesso nos indicadores, que será posta em prática logo após a Copa.

O secretário alertou que a questão de segurança envolve vários outros debates. Semana passada, houve um problema no Pavão provocado por um bandido com seis passagens pela polícia e sete mandados de prisão revogados pela Justiça e outro que estava preso e saiu com indulto de Natal. Além de reforma penal e outros debates, ele acha essencial haver alternativas para a juventude.

“Neste momento, legiões de jovens estão soltas, sem rumo em áreas ocupadas por facções. No Rio, as facções criminosas são subnações. Jovens se jogam para a morte em nome delas, mesmo sem saber o que são. No dia da ocupação da Maré, de repente 30 rapazes começaram a se jogar pedra.” O caminho será ainda longo, mas ocupar o território tinha que ser o ponto de partida.

 
06 de abril de 2014
Miriam Leitão, O Globo

AS COPAS

 


 
A frase é velha, mas espelha a alma nacional: o Brasil é o país do futebol. Por isso mesmo soam estranhos gritos nas ruas de “não vai ter Copa”. Essa campanha contra o evento esportivo mais importante do mundo só entra na cachola quando se intui que seu alvo não é o futebol, mas os governos, os escândalos de corrupção, as coisas malfeitas e, no meio da algaravia, a anatomia arquitetônica de estádios sobrepondo-se, no entorno, à lama de becos e ruelas, ônibus estropiados, filas intermináveis em postos de saúde e corredores de hospitais locupletados de macas.
 
Sob essa teia do presente emerge a imagem do passado, a Copa de 70, aquela em que um general de amedrontador sobrenome, Garrastazu Médici, e de nome Emílio dominava a cena por inteiro. Tempos de emoção, dor e medo.

Quanta emoção assistir pela TV à vitória da seleção canarinho naquele memorável 21 de junho de 1970: 4 x 1 sobre a Itália! A máquina da ditadura, girando sobre o psiquismo das massas, dobrava ânimos. Pelé, Tostão, Gérson, Rivellino, Jairzinho e Carlos Alberto esculpiam, nos campos do México, a face risonha dos brasileiros. Em outra banda, o poderoso Garrastazu manobrava sua batuta, ora para reger o coro da Copa, com o refrão “90 milhões em ação”, ora manobrando os eixos de chumbo de seu governo. Passada a euforia, a alma nacional recolhia-se em contrito silêncio, contendo o medo, a angústia, a impotência. Sobre todos pairava a sensação de estar sendo vigiado, seguido, perseguido.

A ERA MÉDICI

A névoa de 44 anos deixa ver ainda com nitidez a era Médici, até porque, às vésperas de mais uma Copa, desta vez no habitat da seleção canarinho, a melhor hipótese está, há tempos, bem-definida: o Brasil vivenciará a maior catarse coletiva de sua história. Por quê? Eis algumas razões: o país quer se livrar do fantasma de derrota no Maracanã em 1950; respira hoje ares democráticos; vive o ciclo da intensa dinâmica social.

Mas a catarse virá caso a seleção ganhe a Copa? Pode ser. Mas o fato é que não há mais disposição do povo para ser joguete nas mãos de políticos. Não se admite que, em pleno século XXI, políticas populistas sejam usadas para alavancar e/ou prejudicar perfis, governantes, candidatos ou quaisquer atores do palco político.

A realização da Copa do Mundo no ano das eleições abre vasto terreno para exploração política. Acontece que o eleitor sabe identificar os oportunistas. O acervo negativo que, nos últimos anos, se abateu sobre a sociedade abriu uma corrente de reações.

A Copa da era Dilma, diferente da dos anos de chumbo do governo Médici, não deverá ser usada como armadura política. Quem se arriscar a pegar nessa ferramenta para se aproveitar poderá cair do cavalo. Dilma é uma ex-militante que sofreu nos cárceres o peso da opressão. Precisa entender as manifestações de rua como expressão de uma democracia que oxigena os pulmões sociais. E saber tirar lições, entre as quais a de que o produto nacional bruto da felicidade resulta do bem-estar geral do povo. Nas vésperas da Copa, é possível sentir que o corpo social está com febre. E carece de remédio.

(transcrito de O Tempo)

06 de abril de 2014
Gaudêncio Torquato

ESPECULAÇÕES EM TORNO DA ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE

Só Marina Silva levaria a eleição para o segundo turno e a vantagem de Eduardo Campos é ser o candidato menos conhecido…


Num momento dominado por notícias desfavoráveis com relação ao desempenho da economia e vontade de mudança, as intenções de voto na presidente Dilma Rousseff no principal cenário eleitoral caíram seis pontos desde o final de fevereiro.

Mesmo assim, seus principais adversários, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), não obtiveram crescimento na preferência do eleitor, segundo a pesquisa Datafolha de 2 e 3 de abril. A consulta conclui que a presidente Dilma Rousseff seria reeleita em primeiro turno com 38% dos votos. Aécio Neves teria 16%, Eduardo Campos 10% e os concorrentes dos pequenos de partidos obteriam 6% dos votos.

Nos cinco cenários da pesquisa, a ex-senadora Marina Silva seria a única candidata que levaria a eleição a um segundo turno, com 27% dos votos, 4 pontos a mais do que tinha em fevereiro, com 12 pontos atrás da presidente.

LULA COM PEQUENA QUEDA

Com resultados melhores que Dilma, só o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, que declara reiteradamente não ter interesse em concorrer, apresenta leve tendência de queda em relação às pesquisas anteriores, mas ainda lidera com expressiva vantagem, em qualquer cenário apresentado.
A deterioração das expectativas com inflação, emprego e poder de compra dos salários também ajuda a explicar a queda na aprovação do Governo.

A pesquisa mostrou um significativo aumento da frustração com as realizações da atual presidente. 63% dos entrevistados responderam que Dilma faz pelo Brasil menos do que eles esperavam. Há pouco mais de um ano esse total era de 34%.

MUDANÇA

A consulta detectou um expressivo e crescente desejo de mudança: 72% querem que as ações do novo presidente sejam diferentes das de Dilma. O índice assemelha-se ao de 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, quando Lula obteve sua primeira vitória para o cargo.

A pesquisa mostrou que Aécio Neves e Eduardo Campos  não são vistos como os mais preparados para a mudança desejada pelos eleitores. Para 32%, Lula é o mais apto para essas mudanças, 17% acham que  Marina Silva seria a mais preparada. Aécio é citado por apenas 13% e Eduardo Campos alcança 7%. Até a própria Dilma obtém um índice maior, 16%.

Num cenário com Dilma, Aécio, Campos e os candidatos dos pequenos partidos mostra expressivas diferenças regionais. No Nordeste, Dilma alcança 54%. Na região Sudeste, ela tem 29%. Em dois segmentos, Aécio aparece liderando a disputa, com Dilma em segundo lugar. Isto acontece entre as pessoas com renda familiar acima de dez salários mínimos (34% a 20% para o candidato do PSDB e entre os eleitores que têm nível superior de escolaridade (25% a 22%).

DESVANTAGEM?

Eduardo Campos tem uma desvantagem em relação aos demais concorrentes que, do ponto de vista da propaganda, ainda pode ser vista como uma vantagem. Ele é o menos conhecido dos candidatos: 42% dizem não conhecê-lo.
Se isso faz com que suas intenções de voto sej
am menores hoje, faz também com que ele seja visto, no meio político, como nome de maior potencial de crescimento. Com recursos  e tempo de TV, tornar um candidato conhecido é mais fácil do que renovar alguém popular entre os eleitores.

O Datafolha realizou 2.637 entrevistas em 162 municípios com a tradicional margem de erro  de dois pontos para mais ou para menos.