"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MAIS UM TREM DA ALEGRIA: CÂMARA CRIA CARGOS EM COMISSÃO PARA O PROS E O SOLIDARIEDADE


Acabo de ver na mídia que a Câmara dos Deputados vai criar 102 novos cargos comissionados para atender aos novos partidos (51 para o Pros e 51 para o Solidariedade, com a justificativa de que é necessário que eles tenham “funcionamento de liderança” como os outros.
É um absurdo total e mais uma agressão ao dinheiro público. Como não houve (nem haverá após as eleições) nenhum aumento no número total dos congressistas (que apenas mudaram de partidos) o que teria que ser feito é redistribuir o número existente de cargos entre todos os partidos, reduzindo proporcionalmente os cargos dos que perderam deputados para atribuí-los aos novos partidos.
Não há nenhuma justificativa para este aumento na quantidade de cargos.
16 de outubro de 2013
Wilson Baptista Junior

SUPREMO CONVOCA AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS. VAI SER UMA FESTA


Brasília – A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou audiência pública para debater a publicação de biografias não autorizadas. A questão é discutida na ação direta de inconstitucionalidade impetrada, em 2012, pela Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel). A audiência será nos dias 21 e 22 de novembro.

A associação questiona a constitucionalidade dos artigos 20 e 21 do Código Civil. A Anel argumenta que a norma contraria a liberdade de expressão e de informação, e pede que o Supremo declare que não é preciso autorização do biografado para a publicação dos livros. Segundo o Artigo 20 do Código Civil, “a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas”.

Para participar da audiência, especialistas e interessados devem enviar e-mail até o dia 12 de novembro para o endereço eletrônico autorizacaodebiografia@stf.jus.br

Segundo a ministra, relatora do processo, a audiência é necessária para subsidiar a decisão da Corte. “A matéria versada na ação ultrapassa os limites de interesses específicos da entidade autora ou mesmo apenas de pessoas que poderiam figurar como biografados, repercutindo em valores fundamentais dos indivíduos e da sociedade brasileira”, argumentou.

Ontem (14), o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, afirmou que é contra a retirada de circulação de biografias não autorizadas. Para o ministro, as obras que provocarem efeito devastador na vida do biografado devem ter os autores condenados a pagamento de “indenizações pesadas”.

16 de outubro de 2013
André Richter
Agência Brasil

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
20 de outubro de 2013


ESTRATÉGIA POLICIAL EMPREGADA CONTRA OS VÂNDALOS, NO RIO, ENFIM FOI EFICAZ


A noite desta terça-feira, 15/10, após o término da manifestação de professores em greve, transformou mais uma vez o centro do Rio e adjacências num campo de batalha.

Mais de 200 desordeiros detidos e conduzidos para diferentes delegacias, policiais militares e arruaceiros feridos, uma viatura da PM incendiada (vejam a ousadia) e mais de dez danificadas, patrimônio público e privado novamente destruído pela quadrilha de vândalos. A polícia, porém, desta vez, agiu com inteligência e o rigor necessários na repressão aos baderneiros selvagens, na sua difícil missão de restauração da ordem pública.

O fato é que desordem tem limites e que estamos vivenciando, há algum tempo, uma lamentável e incômoda rotina de terror, selvageria e vandalismo, em várias capitais do país, cujas estratégias de contenção policial têm encontrado forte resistência até aqui.

A estratégia de dispersão dos mascarados desordeiros do Black Bloc, tem se mostrado de difícil complexidade, num teatro de operações, de resistência agressiva, extremamente antagônico ao contingente policial, onde os danos ao patrimônio público e privado. o clima de tensão e a afronta ao poder público têm sido predominantes.

A polícia, como fez na noite de ontem no centro do Rio, tem que partir para a estratégia, através de estudo de situação – os arruaceiros foram surpreendidos ao serem cercados na portaria da Câmara dos Vereadores- de tentar prender em flagrante o maior número possível de baderneiros e materiais de confronto por estes usados, aumentando assim a possibilidade de criação de bancos dados e de interrogatórios dos detidos, com linhas de investigação consequentes, o que propiciará a identificação de mais vândalos e a solicitação de mandados de busca e apreensão e de prisão, minando assim o pretenso poder de tal organização criminosa;

A polícia, a partir deste 15 de outubro, num teatro de operações até aqui extremamente antagônico, deu um passo importante no combate aos black blocs. O Ministério Público e o Poder Judiciário cabem agora fazer a sua parte no rigor da aplicação da lei penal, tudo em nome do relevante interesse social e da ordem pública.
 

SE MARINA DESCE, DILMA SOBE. APOIO DE FHC TEM REJEIÇÃO DE 58%


A pesquisa do Datafolha sobre transferência de votos e rejeição de apoios revela que o apoio mais rejeitado é o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: 58% do eleitorado não votariam no candidato apoiado por ele. Esta tendência prejudica a candidatura de Aécio Neves que recebeu, desde a primeira hora, o apoio do ex-presidente.
O Datafolha apontou várias alternativas nesse panorama geral. 

Depois de FHC, o apoio mais rejeitado seria o de José Serra: 54% não votariam no candidato indicado por ele. Interessante cotejar os posicionamentos adotados em relação às manifestações de Lula, de um lado, e de Fernando Henrique de outro.
Trinta e oito por cento votariam na candidatura apoiada por Lula. Doze por cento em quem FHC indicasse. Não votariam de maneira nenhuma no apontado por FHC 58% dos eleitores. 
Esse confronto baliza com nitidez como a opinião pública vê os dois ex-presidentes da república. A cada interpretação relativa ao levantamento do Datafolha, mais se consolida a candidatura Rousseff. Isso porque é improvável que, na perspectiva de um segundo turno, a soma dos sufrágios assinalados para Aécio (ou Serra) e de Eduardo Campos seja suficiente para ultrapassar os votos dados a Dilma.

E também, dentro da hipótese de Marina Silva ser mesmo a candidata do PSB, é tampouco possível que todos os eleitores de Aécio ou Serra e mais os destinados ao governador de Pernambuco caminhem unidos integralmente no sentido da ex-ministra do Meio Ambiente com o objetivo de impedir a reeleição da presidente da República. O panorama, assim, apresenta-se muito favorável à candidata da coligação PT-PMDB.
 
DESCONHECIMENTO
Inclusive porque o grau de conhecimento sobre o ingresso de Marina Silva no Partido Socialista Brasileiro, fundado na redemocratização de 45 por João Mangabeira, ainda é reduzido. Até agora, acentua o Datafolha, somente 37% tomaram conhecimento, enquanto 52% não possuem informação alguma. Onze por cento não souberam responder.
Se apenas a parcela de 37 pontos tomou conhecimento do fato, fração muito menor pode avaliar o que representa politicamente em matéria de reflexo.
Surpresa? Nem tanto. Os processos políticos são assim. Levam algum tempo para serem absorvidos pela sociedade. E quanto menor for o grau de instrução, maior será o prazo para uma compreensão mais nítida em torno das questões. 
Se até correntes mais preparadas confundem programático com pragmático, que dirá os grupos de conhecimentos mais simples? O fenômeno político tem estas características, é assim mesmo. O voto pode ter seus defeitos gerando diversos efeitos. Mas não existe nada melhor do que eleições para que governos se formem. A ditadura militar de 64 a 85, quando as armas votavam, constitui um exemplo inultrapassável.

16 de outubro de 2013
Pedro do Coutto

JOGUEM FORA AS VELHAS PESQUISAS. VEM AÍ JOAQUIM BARBOSA, CADA VEZ MAIS CANDIDATÍSSIMO AO PLANALTO





Ele não sai dos holofotes da imprensa, está cada vez mais disponível, não pode ver um jornalista que sai logo dando declarações, e o assunto nem interessa. Na segunda-feira, no Rio, deu um show na PUC, como principal convidado da 8ª Conferência Global de Jornalismo Investigativo, pois é claro que o candidato Joaquim Barbosa não poderia perder uma oportunidade como esta.

Perguntaram se ele pretende continuar ministro do Supremo até a idade limite, Barbosa foi franco: “Acho difícil, acho muito difícil…” – admitiu, acrescentando: “Eu não tenho, no momento, nenhuma intenção de me lançar à Presidência da República. Mas pode ser que no futuro, a médio prazo, eu tenha tempo para pensar sobre isso”.
Por fim, declarou-se favorável ao lançamento de candidaturas independentes, como no tempo de Ruy Barbosa.

As declarações do presidente do Supremo precisam de tradução simultânea ou estão suficientemente claras?

Quando Barbosa diz que não tem intenção “no momento”, está se referindo ao dia de hoje. Quando admite ser candidato “no futuro, a médio prazo”, ele está sinalizando que só vai se declarar candidato em 5 de abril de 2014, quando termina seu prazo fatal para se filiar a algum partido e concorrer à eleição. E quando defende candidaturas independentes, isso significa que preferiria disputar a sucessão assim, sem precisar de partido político.

LULA CHEIO DE VONTADE

Do outro lado da Praça dos Três Poderes, a presidente Dilma Rousseff vê Lula crescendo no retrovisor e já pode até sentir o bafo no cangote.
O ex-presidente concedeu entrevista de 34 minutos ao site Carta Maior. Sua declaração mais importante foi a seguinte:

“Eu estou aqui e com mais vontade do que nunca”, disse Lula, que também exaltou as manifestações de rua:
“Tudo o que eu fiz foi nas ruas, com megafone na mão e em cima de carro de som”.
Disse que é salutar o povo querer mais e cabe ao governo dar conta das demandas.
Precisa traduzir?

16 de outubro de 2013
Carlos Newton

O HUMOR DO ALPINO

                                  15 de outubro, Dia do Professor



 
 
16 de outubro de 2013

O DESASTRE E O DESGASTE DE DONA DILMA


 

Por que tanta empáfia, numa governante que geralmente erra 25 horas por dia? Dona Dilma, compenetrada, acorda uma hora mais cedo para se “orgulhar” de cometer mais erros do que os outros. Perguntinha inútil para Dona Dilma: tudo que ela não sabe, aprendeu com quem?
Não sai da televisão, e não é no horário “gratuito”. É doação, gratificação, bonificação, retribuição dos poderosos conglomerados. Só que Dona Dilma fica voltada de frente para os holofotes, desperdiça tudo.
Há dias: “Estou na fase de beijos”. Inacreditável para um presidente, principalmente mulher. Ontem, estouvada e escancarada, se dirigindo aos possíveis adversários: “Estudem muito, aprendam, examinem os grandes problemas do Brasil. Sem isso não podem apresentar propostas para o desenvolvimento Brasil”.

O MILLÔR, EM FRASE SOCIAL

“O trabalhador está sentindo que cada vez sobra mais mês no fim do seu salário”.

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PS – A sinceridade da Folha. Comentando a pesquisa da Datafolha, o jornal analisou que “a maioria dos votos de Dona Marina iriam para Dilma”. Lógico, no caso de Dona Marina não concorrer.

PS2 – Numa surpreendente reviravolta, o jornal reanalisou a análise, constatou: “Estava errada”. E revelou: “Caso Dona não seja candidata, os supostos, possíveis ou presumíveis votos dela se dividiriam em quatro”.

PS3 – A maior parte desse bolo iria para Campos, 32% e para Dona Dilma, 22%, diferença de 10%. O inexplicável: “Qual a razão do jornal se voltar para os dados do instituto de pesquisa?”

PS4 – Não acredito que Dona Marina fique esperando 2018. Além do mais, na manchete da Folha de ontem, a ex-senadora é compensada e gratificada: “Marina é a mais competitiva rival de Dilma para 2014”. (E poderia ser em outra eleição?)

PS5 – De qualquer maneira, para a eleição de verdade, não valem nem a manchete nem a pesquisa. Se cada um dos partidos (PT, PSB, PSDB) têm dois candidatos. Assim, estão perdendo tempo e credibilidade, numa análise sobre o vazio.

16 de outubro de 2013
Helio Fernandes

SE ERA MITO, VIROU CARNE

No próxima sábado, o teólogo americano Joseph Atwill, especializado na Bíblia, deve apresentar, em um simpósio em Londres chamado Covert Messiah, a teoria de que o Novo Testamento foi um mito criado pelos romanos no século I. No que não vai nada de novo. Na década de 1790, os iluministas franceses Constantin-François Volney e Charles François Dupuis já aventavam a hipótese.

Quando falo do Cristo, não tenho a mínima idéia se existiu ou não. A ele me refiro como ao personagem de Cervantes. Sabemos que o Quixote é um ente de imaginação. Nem por isso deixamos de nos referir a seus feitos como se realmente tivesse existido. Com duas diferenças. Primeiro, o Quixote nunca pretendeu ter feito milagres. Segundo, de sua existência não decorre uma ética. Estamos no campo da literatura. Distinto é o caso das religiões, que têm mandamentos coercitivos. O Quixote jamais provocará uma guerra. Cristo já provocou muitas.

Há um hiato muito grande, de pelo menos quatro décadas, entre a morte de Cristo – ou suposta morte – e os primeiros relatos de sua vida. Ou suposta vida. Quanto mais leio, mais me convenço que foi criação dos evangelistas. O primeiro evangelho só surge após a segunda destruição do templo de Jerusalém pelo imperador romano Tito. Mais parece uma reação judia ao poder invasor que relato histórico.

Sem falar que Cristo mal tem biografia. Nasce e só volta a dar as caras aos doze anos durante a festa do Pessach, quando surpreende os doutores do Templo pela facilidade com que aprendia a doutrina e por suas perguntas intrigantes. Depois temos seu batismo e os quarenta dias no deserto, em tempo incerto e não sabido. Há um longo hiato até seus trinta anos, completamente em branco, como se um homem das dimensões do Cristo, naquela pequena geografia, pudesse ter passado despercebido. Durante andanças para lá e para cá, quando exerceu seu ministério, milagres e parábolas lhe são atribuídos. Ora, milagres não existem e parábolas podem ser atribuídas a qualquer um.

Segundo João, decorrem três Pessachs durante seu ministério, isto é, Cristo pregou por pelo menos dois anos e um mês, apesar de algumas interpretações sugerirem um período de apenas um ano. Sua história - a história que o torna célebre - de fato começa quando entrou em Jerusalém, em um domingo, para celebrar a Páscoa Judaica. Na sexta-feira seguinte já estava na cruz. Há depois 40 dias de andanças post-mortem, que só convencem quem crê em andanças após a morte.

Sem falar que, tendo morrido um deus, não se entende como os repórteres da época só foram noticiar o fato quarenta anos depois. Durante meus dias de Paris, tirei carbonos das cartas que enviei a amigos e amigas. Hoje, ao relê-las, 30 anos depois, já nem lembro quem eram as pessoas que nelas cito. Imagine então o que sobra na memória de fatos transcorridos quatro décadas atrás, em uma época em que as pessoas tinham vida bem mais curta e o registro escrito da História não era usual.

Atwill pretende ter reunido evidências conclusivas de que o Novo Testamento foi escrito por aristocratas romanos e que trata-se de questão de tempo até que sua teoria seja aceita. "Eu apresento meu trabalho com alguma ambivalência, porque não quero atingir diretamente nenhum cristão. Mas isso é importante pra nossa cultura. Cidadãos alertas precisam saber a verdade sobre nosso passado para que possamos entender como e porque governos criam falsas histórias e falsos deuses. Isso é feito, frequentemente, para obter uma ordem social que vai contra os interesses do povo comum".

Segundo o teólogo americano, a criação da história de Jesus teria sido uma estratégia política dos romanos para pacificar as investidas violentas dos judeus que viviam na Palestina naquela época. Os romanos esgotaram suas tentativas de conter a rebelião usando armas e teriam criado o mito de um líder judeu pacifista para inspirar o hábito de "dar a outra face" e encorajar os judeus a ceder a Cesar e pagar impostos a Roma.

Para Atwill, Cristo seria uma construção - uma colcha de retalhos - feita a partir de outras histórias. "Eu comecei a notar uma sequência de paralelos entre o Novo Testamento e o manuscrito A Guerra Judaica, de Flávio Josefo, e embora estudiosos cristãos tenham reconhecido por séculos que as profecias de Jesus parecem estar cheias das coisas que Josefo escreveu em seu manuscrito, eu enxerguei outras dúzias", disse.

Pode ser. Há bastante probabilidades de Atwell ter razão. Isto explica melhor o fenômeno do cristianismo do que as histórias fantasiosas e incongruentes dos Evangelhos. Sabe-se que os supostos autores dos Evangelhos são isso mesmo, supostos autores. Alguém criou os relatos, que foram atribuídos a pessoas importantes da época.

Daí a provar que não existiu, me parece que vai uma longa distância. Ao comentar os Evangelhos, escrevo como se Cristo realmente tivesse existido. Parto do que está escrito, sem confiar muito no que os textos afirmam sobre sua existência. Tendo a crer que os verdadeiros autores dos Evangelhos foram exímios ficcionistas. Se existiu, era mais um desses judeus místicos que crêem em um deus que não existe.

Atwill não acha que sua descoberta seja o início do fim do cristianismo, mas pode ajudar aqueles que tenham sido oprimidos pela religião de alguma forma. "Até hoje, por exemplo, o cristianismo é usado nos EUA para criar apoio à guerra no Oriente Médio", exemplificou.

Seja como for, tenha existido ou não, Cristo existe para milhões de pessoas. Se era mito, o mito virou carne. Então, para efeitos de raciocínio, pode-se partir da suposição de que tenha existido.


16 de outubro de 2013
janer cristaldo

BUEMBA... BUEMBA.... COMO DIRIA O JOSÉ SIMÃO

Exclusivo - Embora assuma o discurso globalitário do combate à corrupção, a Presidenta Dilma Rousseff anda hiperpreocupada com o risco de rebeldia entre servidores do alto escalão da Receita Federal. Dilma recebeu preocupantes informações de que alguns funcionários de carreira do órgão, à revelia do Governo, promovem um acompanhamento pente fino da veloz evolução patrimonial do empresário Fábio Luís da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a  mídia chama popular e pejorativamente de Lulinha (apelido que Fábio nunca usa, na vida pessoal).

Lula já teria pedido a Dilma para interceder no caso. Ela já avisou que nada pode fazer.
O ex-presidente tentou, inclusive, contatos com a cúpula da Super Receita.
Recebeu a mesma mensagem de que nada pode ser feito.
 Foi-lhe lembrado que o acompanhamento patrimonial dos contribuintes, dentro da Lei e respeitando sigilos, à um dever funcional dos servidores concursados da Receita.
Lula teme que vazem informações também eventuais sobre seu patrimônio pessoal (bilhões de dólares). Trata-se da oitava fortuna do Brasil, segundo a revista americana Forbes...

E como sabe muito bem que o "movimento de combate à  corrupção" é uma ordem de fora para dentro do Brasil, se apavora com o risco de retaliações promovidas por inimigos ligados à  oposição. Além do medo de surpresas super desagradáveis com servidores sérios e independentes da Super Receita, Dilma encara outra guerra institucional.

A Presidenta e seus ministros são cada dia mais mal vistos pelo Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal - integrado por sete entidades de procuradores da Fazenda, Previdência Social, do Banco Central e de procuradores lotados em autarquias e ministérios.
 A entidade enxerga uma intenção do governo em submeter às vontades de militantes petistas, todos os setores jurídicos da área federal, o que seria um desastre para o BRASIL, se já não bastasse as muitas autarquias dirigidas por QI político do PT. O primeiro alvo do aparelhamento petista é a Advocacia-Geral da União. Luís Inácio Adams, chefe do órgão, elaborou um projeto de lei complementar que prevê a nomeação, como advogados federais, de pessoas de fora da carreira e sem concurso (tá na cara que serão os "cumpanheros").
 O projeto de Adams considera infração funcional o parecer do advogado público que contrariar as ordens de seus superiores hierárquicos.
O Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal define o plano como um atentado ao Estado Democrático de Direito e põe em risco a existência da própria AGU (Advocacia Geral da União).
 Estão 'petizando' a Justiça.
Há tempos isso já está ocorrendo Luís Inácio Adams é mais um do governo Dilma na corda bamba.
 Cotado para assumir a Casa Civil do Palácio do Planalto na próxima e urgente reforma ministerial que Dilma Rousseff promoverá no começo do ano, agora tem tudo para não emplacar no cargo.
 Também pode ver naufragar seu objetivo maior de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal, tal qual seu antecessor José Dias Toffoli, apadrinhado do Dirceu. Alvos de processos pesados, como o do Mensalão e seus desdobramentos, os petistas definiram como prioridade o aparelhamento da máquina Judiciária.
 Além de indicar ministros aliados para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça, o partido também quer ter um controle maior sobre a Advocacia Geral de União, para impedir  que o órgão não crie problemas para os negócios escusos feitos entre a União e os empresários parceiros.

É a intervenção "petista" nos órgãos de fiscalização da Receita Federal e Advocacia Geral da União.
Essa é a máscara do PT e dos 'cumpanheros' do Lula que é o Chefe de todo o esquema de corrupção do PT.
O bando vermelho, grande quadrilha “desembestada” que emporcalha o país há mais de dez anos no poder.

16 de outubro de 2013
recebido por email
Marcelo carange

DILMA É "CHANTAGEADA PELO CONGRESSO" - DIZ MARINA

 
Marina critica fisiologismo na política e diz que Dilma é ‘chantageada pelo Congresso’.  Ex-senadora disse também que é preciso acabar com a polarização entre PT e o PSDB


Ex-senadora Marina Silva participa do Programa do Jô
Foto: Michel Filho / O Globo
Ex-senadora Marina Silva participa do Programa do Jô Michel Filho / O Globo

A ex-senadora Marina Silva voltou nesta terça-feira a criticar o governo federal, em especial a base de apoio da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao Programa do Jô, da TV Globo, a ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que não consegue imaginar como a presidente possa se sentir tranquila em mais quatro anos sendo chantageada pelo Congresso Nacional. Segundo ela, “ninguém mais suporta” o atual atraso na política brasileira, marcada por práticas pragmáticas e fisiológicas.
 
- A gente não suporta mais o que está aí. Eu acho que a gente pensa sempre, no processo político, na perspectiva de projeto de poder. Eu insisto que é preciso um projeto de país e essa disruptura será boa para todo mundo. E eu não consigo imaginar que a presidente Dilma Rousseff possa se sentir tranquila em mais quatro anos sendo chantageada pelo Congresso Nacional – afirmou.
 
- A composição não precisa ser feita na distribuição de partes do estado. É possível ter uma base de sustentação a partir de um programa – disse Marina Silva, que defendeu ser necessário “aposentar a Velha República”.
 
Ela contou que optou pelo PSB tanto pela história do presidente nacional da sigla, Eduardo Campos, quanto pelo histórico de votações da legenda favoráveis as causas ambientais. Segundo Marina, nem o PT nem o PSDB se comprometeram a adotar uma agenda ambiental efetiva na campanha de 2010. Ela explicou que não escolheu o PPS por que o partido poderia ser acusado de ser um “partido de aluguel” e sua candidatura seria desconstruída.
 
Marina Silva falou que a deputado de não apoiar o PSB foi correta, uma vez que, segundo ela, ele não defender o desenvolvimento sustentável nem as causas ambientais.

16 de outubro de 2013
Gustavo Uribe - O Globo

CRISE NOS EUA COMPLETA 15 DIAS E JÁ AFETA ECONOMIA

Paralisação prejudica programas sociais e deixa empresas que trabalham com o governo sem receitas


O telefone da Casa Branca é atendido por uma gravação eletrônica que lembra os desavisados que o governo está fechado em razão da não aprovação do orçamento no Congresso. A página na internet do Departamento de Análises Econômicas está fora do ar e a divulgação de estatísticas ficará suspensa até que o financiamento do governo seja restabelecido.
A paralisação da administração federal americana completou ontem 15 dias, com 500 mil servidores impedidos de trabalhar. Se forem incluídos os considerados "essenciais", há cerca de 850 mil pessoas sem receber salários, enfrentando dificuldades para pagar aluguéis, hipotecas, cartões de crédito ou escola dos filhos.
O Departamento de Defesa convocou 350 mil funcionários na semana passada, mas a maioria dos organismos funciona com número mínimo de pessoas. A Nasa, agência espacial americana, está desfalcada em 97% de seus empregados.
Parques, museus e memorais de guerra ligados ao governo federal estão fechados. Sede de muitos deles, Washington está paralisada e parece imersa em um longo feriado.
O fechamento do governo não afeta apenas as finanças dos servidores públicos - que têm a promessa de receber salários retroativamente. Programas sociais foram afetados e inúmeras empresas que têm contratos com o governo enfrentam dificuldades para receber pagamentos, com efeitos para a economia. / C.T.
16 de outubro de 2013
O Estado de S.Paulo

CHICO BUARQUE É CONTRA BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA E CITA CENSURA DA GLOBO

 
Penso eu

Pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal. Parece que não

Pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal. Parece que não. Também me disseram que sua biografia é a sincera homenagem de um fã. Lamento pelo autor, que diz ter empenhado 15 anos de sua vida em pesquisas e entrevistas com não sei quantas pessoas, inclusive eu. Só que ele nunca me entrevistou.
 
O texto de Mário Magalhães sobre o assunto das biografias me sensibilizou. Penso apenas que ele forçou a mão ao sugerir que a lei vigente protege torturadores, assassinos e bandidos em geral. Ele dá como exemplo o Cabo Anselmo, de quem no entanto já foi publicada uma biografia. A história de Consuelo, mulher e vítima do Cabo Anselmo, também está num livro escrito pelo próprio irmão. Por outro lado, graças à lei que a associação de editores quer modificar, Gloria Perez conseguiu recolher das livrarias rapidamente o livro do assassino de sua filha. Da excelente biografia de Carlos Marighella, por Mário Magalhães, ninguém pode dizer que é chapa-branca. Se fosse infamante ou mentirosa, ou mesmo se trouxesse na capa uma imagem degradante do Marighella, poderia ser igualmente embargada, como aliás acontece em qualquer lugar do mundo. Como Mário Magalhães, sou autor da Companhia das Letras e ainda me considero amigo do seu editor Luiz Schwarcz. Mas também estive perto do Garrincha, conheci algumas de suas filhas em Roma. Li que os herdeiros do Garrincha conseguiram uma alta indenização da Companhia das Letras. Não sei quanto foi, mas acho justo.
 
O biógrafo de Roberto Carlos escreveu anteriormente um livro chamado “Eu não sou cachorro não”. A fim de divulgar seu lançamento, um repórter do “Jornal do Brasil” me procurou para repercutir, como se diz, uma declaração a mim atribuída. Eu teria criticado Caetano e Gil, então no exílio, por denegrirem a imagem do país no exterior. Era impossível eu ter feito tal declaração. O repórter do “JB”, que era também prefaciador do livro, disse que a matéria fora colhida no jornal “Última Hora”, numa edição de 1971. Procurei saber, e a declaração tinha sido de fato publicada numa coluna chamada Escrache. As fontes do biógrafo e pesquisador eram a “Última Hora”, na época ligada aos porões da ditadura, e uma coluna cafajeste chamada Escrache. Que eu fizesse tal declaração, em pleno governo Médici, em entrevista exclusiva para tal coluna de tal jornal, talvez merecesse ser visto com alguma reserva pelo biógrafo e pesquisador. Talvez ele pudesse me consultar a respeito previamente e tirar suas conclusões. Mas só me procuraram quando o livro estava lançado. Se eu processasse o autor e mandasse recolher o livro, diriam que minha honra tem um preço e que virei censor.
 
Nos anos 70 a TV Globo me proibiu. Foi além da Censura, proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor.

16 de outubro de 2013
O Glob

"A ESCOLINHA DA DOUTORA DILMA"

A doutora Dilma entrou pela borda no debate da própria sucessão, mandando um recado às pessoas que pretendem ocupar sua cadeira: “Elas têm que estudar muito”.
 
É o velho discurso da competência. Quem está no governo desqualifica quem não está sob o argumento do eu-sei-do-que-estou-falando. Foi usado à exaustão para desqualificar um torneiro mecânico monoglota, mal relacionado com a gramática, cuja biblioteca cabia numa mochila escolar. É a ele que a doutora deve a presidência.
 
Todos os governos prometem coisas que não cumprem ou metem-se em projetos fracassados. Até aí, tudo bem. O que a doutora não precisa é recorrer à desqualificação como a lavanda mistificadora. Se é assim, conviria arrolar dois temas que os candidatos deveriam estudar. Tendo sido insuficiente o estudo da doutora, poderiam desatar os seguintes nós:
 
1) Trem-bala

Trata-se de um projeto que desde 2007 está debaixo da asa da então chefe do Gabinete Civil. Já torrou R$ 65 milhões em planos, leilões adiados e modelagens arquivadas. A primeira estatal a tratar do projeto foi a Valec. Seu presidente, Doutor Juquinha, deixou o cargo e passou pelo cárcere por conta de outros malfeitos.



2) Enem

Em 2009, quando o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou a criação de um exame federal que substituiria o vestibular, o coração da iniciativa estava em oferecer aos jovens dois exames anuais. Isso acabaria com uma seleção selvagem que obriga um garoto de 18 anos a jogar um ano de sua vida numa manhã de prova. A cada ano a promessa foi descumprida e renovada, inclusive pela doutora Dilma.
 
Haddad foi ser poste em São Paulo, Lula elegeu-o prefeito e seu substituto, Aloizio Mercadante, disse que prefere fazer creches. Tem até o ano que vem para dizer quantas creches fez e explicar por que dois presidentes da República prometeram algo que não entregaram.
 
Nos dois casos, a questão é de estudo, mas quem não estudou foi a doutora. No do trem-bala, se tivesse estudado, não teria perfilhado a proposta da Valec, que era uma maluquice em estado puro. O trem-bala sairia do Rio e chegaria a São Paulo sem parar em lugar algum. Já no caso do Enem, deu-se o contrário. Prometeu-se algo factível, mas não se cumpriu por falta de estudo e, sobretudo, de trabalho.
 
A essa lista de incapacidades poderiam ser somados os leilões das concessões de portos, estradas e aeroportos. Isso para não falar da promiscuidade que resulta no financiamento público da medicina privada. Em todos os casos, paira sobre as nomeações para as agências reguladoras o espírito da porta giratória condenada pelo comissariado quando estava na oposição e estimulada quando chegou ao governo.
 
Desse jeito, a campanha pela reeleição da doutora pode ter um samba de Ismael Silva como fundo musical:
 
“Foi tanto bis que eu já não podia atender.
 
No entretanto, o que a plateia queria
 
era que eu cantasse, cantasse até aprender.”

16 de outubro de 2013
Elio Gaspari é jornalista.
O Globo 

NAZILULISTAS DETIDOS EM BADERNA SÃO LIBERADOS EM SÃO PAULO

Manifestantes detidos em protesto são liberados em SP
Os 56 manifestantes detidos durante protesto, na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, foram liberados na madrugada desta quarta-feira. O grupo foi levado ao 14º Distrito Policial (Pinheiros) durante protesto que terminou em confusão com Polícia Militar na marginal Pinheiros, na noite de ontem (15).
 
Segundo a Polícia Civil, foram feitos boletins de ocorrência por dano qualificado e lesão corporal. Nenhum policial ferido identificou os detidos como agressores. O último manifestante foi liberado por volta das 3h de hoje.
 
O protesto foi organizado por estudantes da USP (Universidade de São Paulo) em prol de maior participação política na universidade.

Adriano Vizoni/Folhapress
Professores e estudantes participam de ato pela defesa da
educação e pela democratização das universidades Leia mais

Cerca de 3.000 pessoas, segundo os estudantes, e 300, de acordo com a PM, se reuniram às 17h no largo da Batata, zona oeste, de onde partiram em passeata em direção ao Palácio dos Bandeirantes, na zona sul.
 
Quando chegaram à avenida Eusébio Matoso, os manifestantes mudaram a rota. Para surpresa da polícia, o grupo entrou na marginal Pinheiros e bloqueou todas as pistas no sentido zona sul.
 
Para evitar que eles seguissem, a PM formou um cordão de isolamento e foi atingida por pedras atiradas por adeptos do "Black bloc" (tática que prega destruição de patrimônios como protesto).
 
Em troca, a polícia atirou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
 
Parte dos manifestantes correu em direção à loja de decoração Tok&Stok, onde havia clientes. A confusão causou pânico no local.
 
Outra parte se espalhou pelas ruas da região, provocando atos de vandalismo.

16 de outubro de 2013
Folha de São Paulo

PRESIDENTE USA TESE ENGANOSA SOBRE QUEDA DAS MAIORES DESPESAS FEDERAIS

 
A presidente Dilma Rousseff se valeu de uma tese enganosa sobre a redução de despesas federais em seu debate público com a oposicionista Marina Silva, hoje abrigada no PSB.
 
Segundo a argumentação, lançada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), as contas do governo estão sob controle porque os principais gastos _Previdência Social, juros da dívida pública e pessoal_ estão em queda como proporção da economia do país.

Desde que foi inaugurada, no final do ano passado, a tese já foi superada pelos fatos. Das três despesas citadas, apenas  a com pessoal permanece em baixa.
 
O principal gasto da União, com benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), nunca chegou a cair. Havia sido reduzido, isso sim, o deficit do instituto, cujas receitas cresciam ainda mais rapidamente que os gastos.
 
Não mais: de janeiro a agosto deste ano, as despesas da Previdência Social superaram as receitas em R$ 35,8 bilhões (1,15% do Produto Interno Bruto), contra um saldo negativo de R$ 28,1 bilhões no mesmo período do ano passado (0,98% do PIB).
 
Os gastos continuam em alta, impulsionados pelo envelhecimento da população e pela elevação do salário mínimo; já a arrecadação não cresce tanto quanto antes, com o ritmo lento da economia e as medidas de desoneração tributária adotadas pelo governo.
 
Os encargos da dívida pública reassumiram a tendência de alta desde que o Banco Central voltou neste ano a elevar juros para conter a inflação. Nos primeiros oito meses do ano, atingiram 4,04% do PIB, acima dos 3,58% do período correspondente de 2012 e até dos 3,40% de 2010.
 
A inflação ajudou, ao menos, a conter as despesas com o funcionalismo público, cujos reajustes não acompanharam, em geral, a alta dos preços. O gasto com pessoal, que encerrou os anos Lula em 4,42% do PIB, ficou em 4,23% de janeiro a agosto de 2012 e 2013.

16 de outubro de 2013
Gustavo Patu - Folha de São Paulo

CASO ROSE, AMANTE DE LULA: SECRETÁRIO DE CONTROLE DA PRESIDÊNCIA EXONERADO

 
Caso Rosemary: secretário de Controle Interno da Presidência é exonerado 
 
 
Em discordância com as investigações do caso Rosemary Noronha, o servidor de carreira Jerri Coelho foi exonerado do cargo de Secretário de Controle Interno da Presidência da República (Ciset/PR).
A decisão foi publicada na edição extra do Diário Oficial União no último dia 20 de setembro.
Jerri Coelho questionou por duas vezes a atribuição dada à Casa Civil para condução da sindicância que apurava a conduta da ex-chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo.

O afastamento de Jerri foi oficializado quatro dias antes da Controladoria-Geral da União (CGU) protocolar a demissão de Rosemary, que não poderá mais ocupar o cargo no serviço público federal.
A Ciset possui as atribuições de órgão seccional de correição, tendo como área de atuação os órgãos integrantes da Presidência da República, inclusive as suas entidades vinculadas ou supervisionadas.
A assessoria de imprensa da Presidência explicou que o servidor foi afastado pela diferença de opinião com a Secretaria-Geral da Presidência da República (SG/PR) em relação ao papel da unidade de correição da Ciset.
De acordo com a Pasta, no começo da investigação houve a definição de que a sindicância seria realizada na Casa Civil por envolver um conjunto de servidores e temas de diferentes áreas do governo. A Ciset não teria concordado e, sem o conhecimento do ministro Gilberto Carvalho, enviou questionamentos à Casa Civil.
O assunto foi discutido entre técnicos e o jurídico da Presidência. Na época, a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) teria esclarido que não haveria qualquer problema na condução da sindicância pela Casa Civil, posição apoiada pela CGU e pela Secretaria-Geral, segundo ressaltou a Pasta.
Conforme ressaltou a assessoria da Presidência, depois da investigação encaminhar os indícios de irregularidades para a CGU, “inexplicavelmente e sem consultar qualquer um de seus superiores”, Jerri encaminhou nota questionando novamente a competência jurídica da Casa Civil para proceder com a sindicância.
A medida foi entendida como equivocada pela Secretaria-Geral, da maneira que o processo já tinha se desenvolvido normalmente e a servidora já estava tendo a conduta apurada por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) da CGU.
“Além disso, o encaminhamento da nota antes da divulgação do julgamento final do PAD pela CGU foi entendido como extremamente inoportuno, na medida em que poderia ensejar a interpretação equivocada de que a SG questionava o processo em andamento”, explicou a Pasta.
Segundo a PR, o próprio Ministro já havia sido convidado a prestar esclarecimentos no Senado Federal sobre o primeiro documento da Ciset, uma vez que a matéria da Revista Veja apontou que ele teria utilizado o órgão para bloquear o processo.
“Na ocasião, o ministro esclareceu que sequer tomou conhecimento da nota e que defendia a apuração da conduta pela Casa Civil e pela CGU. Ao tomar conhecimento da segunda manifestação da CISET, novamente por terceiros, o ministro resolveu proceder à mudança”, explicou a assessoria da Pasta.
“Não foi a discordância o fator predominante, foi o fato de ter exposto o Ministro por duas vezes defendendo uma tese juridicamente equivocada e que já havia sido esclarecida no nível técnico entre SAJ, CGU, SG e CISET. Do ponto de vista da investigação o episódio não gerou qualquer prejuízo, pelo contrário, a postura da SG contribuiu para assegurar o andamento do processo e o julgamento com pena máxima pela CGU”, esclareceu a PR.
Segundo a própria Presidência da República, porém, a substituição também se deu no contexto da reformulação da gestão da Ciset. “A Presidência não tem carreira própria, por isso, todos os servidores públicos efetivos retornam a seus órgãos de origem quando desligados”. Jerri voltou para a Corregedoria-Geral da União no Rio Grande do Sul.
Os dados sobre a exoneração de Jerri Coelho foram levantados pelo Contas Abertas e pela rádio CBN.
Nova secretária
Para o lugar na secretaria foi nomeada a senhora Raildy Azevêdo Costa Martins.  Segundo a PR, a nova secretaria de controle interno foi indicada por ter mais de 30 anos de experiência em correição, inclusive dirigindo o controle interno dos ministérios do Desenvolvimento Social e do Planejamento.
Outra versão: investigação paralela
Os mistérios em relação à sindicância que levou à demissão de Rosemary não são novidade. No começo do mês de maio, a Revista Veja apontou que a Secretaria-Geral da Presidência da República tentou sabotar a sindicância da Casa Civil que investigou a ex-secretária, uma operação considerada mal-intencionada pelo próprio governo.
Conforme a Veja, coordenada pela Casa Civil, a apuração desvendou como a ex-funcionária usava a influência e a intimidade que desfrutava com o ex-presidente Lula para se locupletar do poder. Ao fim de dois meses de trabalho, os técnicos reuniram provas que resultaram na abertura de um processo disciplinar contra ela por enriquecimento ilícito.
Desde o primeiro dia de investigações, segundo a publicação, forças poderosas dentro do próprio governo atuaram para impedir a sindicância de chegar ao fim. Essas forças tentaram, felizmente em vão, evitar que a sindicância terminasse da maneira como terminou. A Veja teve acesso a um documento que mostra como a Secretaria-Geral da Presidência da República montou um processo paralelo com a falsa intenção de “acompanhar e orientar” a apuração da Casa Civil - mas que não passava de um ardiloso instrumento de sabotagem do trabalho de investigação.
Na época, o ministro Gilberto Carvalho negou que tenha havido investigação paralela ao processo de sindicância realizado pela Casa Civil para apurar denúncias de tráfico de influência por parte de Rosemary Noronha.
Carvalho apontou que a Casa Civil instaurou a sindicância três dias depois de deflagrada a Operação Porto Seguro, que revelou esquema de fraudes em pareceres de agência reguladoras, envolvendo Rosemary Noronha. “Como as pessoas que de alguma forma estavam envolvidas nessa ação se espraiavam por várias outras instâncias do governo, verificamos que a Casa Civil era a instância mais adequada para realizar a sindicância”, disse.
O que foi tratado como investigação paralela em matéria da revista Veja, segundo Carvalho, tratou-se de acompanhamento do caso pela Secretaria de Controle Interno (Ciset), procedimento normal do órgão, composto por funcionários de carreira ligados à Controladoria Geral da União (CGU), com autonomia de atuação.
Conforme o ministro, esse acompanhamento resultou em documento da Ciset de alerta à Casa Civil sobre procedimentos que poderiam suscitar eventual nulidade do processo de sindicância, o que foi tratado por Veja como investigação paralela.
Sistema de Controle Interno
A Ciset é um órgão setorial do Sistema de Controle Interno do Governo Federal. Esse sistema é um conjunto de unidades técnicas, articuladas a partir da CGU, orientadas para o desempenho das atribuições de controle interno indicadas na Constituição Federal e outros normativos que tratam da questão.
O Sistema compreende as atividades de avaliação do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, execução dos programas de governo e dos orçamentos da União e avaliação da gestão dos administradores públicos federais, utilizando como instrumentos a auditoria e a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.
A Controladoria-Geral da União (CGU/PR), como órgão central, cuja atuação abrange todos os órgãos do Poder Executivo Federal, exceto os órgãos setoriais, ou seja, aqueles que integram a estrutura do Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Defesa, da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Secretaria-Geral da Presidência da República (SG).
Entre as atribuições do Sistema estão a avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União, além de comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.
O Sistema exerce ainda o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União e apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Ciset
A Ciset integra, como órgão setorial, o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal e o Sistema de Contabilidade Federal, além de exercer atribuições de órgão seccional de correição, tendo como área de atuação os órgãos integrantes da Presidência da República, inclusive as suas entidades vinculadas ou supervisionadas.
Também estão incluídas na sua jurisdição a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Vice-Presidência da República. A Ciset está sujeita à orientação e supervisão técnica dos órgãos centrais dos referidos Sistemas, de competência da Controladoria-Geral da União e da Secretaria do Tesouro Nacional, respectivamente, sem prejuízo de sua subordinação administrativa à Secretaria-Geral da Presidência da República, a partir de 25 de fevereiro de 2011.
16 de agosto de 2013
Contas Abertas
Do Contas Abertas

ECONOMIA PRATICAMENTE NÃO CRESCE EM AGOSTO, DIZ BC. É GRAVE A CRISE DE DILMA.

A atividade econômica brasileira ficou praticamente estável em agosto, mostrou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira (16), com o seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br). A economia do país registrou leve alta de 0,08% em agosto em comparação com julho (quando teve queda de 0,34%).

No acumulado do ano, a prévia do PIB registrou alta de 2,76%, na comparação sem ajuste sazonal, a mais utilizada pelo mercado.
 
O BC informou ainda que o índice mostrou alta de 1,72% na comparação com agosto de 2012 e acumula, em 12 meses, avanço de 2,31%.
 
O índice é elaborado mensalmente pelo BC e é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) --que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a cada trimestre e leva a um resultado anual.
 
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
 
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 3,3%.
 
Os dados do BC ajudam a consolidar a ideia de um terceiro trimestre de atividade econômica mais fraca, embora a indústria e o varejo tenham surpreendido em algumas leituras.

 

Veja quais são os presidentes que tiveram 'pibinho'

Desde 1948, quando o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil começou a ser medido, sete presidentes enfrentaram anos de "pibinho", quando a economia brasileira cresceu menos de 1%, parou, ou até diminuiu. Vejam quais são: Leia mais UOL

FMI diz que Brasil vai ter menor crescimento entre países emergentes


O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve neste mês a projeção de crescimento econômico para o Brasil neste ano, em 2,5%, mas reduziu a estimativa para o próximo ano, de 3,2% para 2,5%. Com isso, o Brasil ocupa a última colocação entre os países emergentes em 2014.
 
Segundo a entidade, a inflação mais alta reduziu a renda real dos brasileiros e pode pesar sobre o consumo, que vem segurando o crescimento da economia do país nos últimos anos.
 
Ainda de acordo com o FMI, as eleições presidenciais em 2014 podem atrapalhar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

16 de outubro de 2013
UOL 

"A VOZ DA OPOSIÇÃO"

Desde que produziu o fato mais surpreendente desta temporada pré-eleitoral - ao filiar-se ao PSB depois de ver negado o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, pela qual pretendia concorrer ao Planalto -, a ex-senadora Marina Silva passou a dominar o noticiário político. Ela não apenas eclipsou o governador pernambucano, Eduardo Campos, a quem procurou para formar uma "aliança programática" para a sucessão, como ainda ganhou espaço incomum com suas críticas à presidente Dilma Rousseff, a ponto de se tornar subitamente a voz de maior alcance da oposição. Ela diz o que o parceiro não pode dizer, porque até há bem pouco o seu partido fazia parte da coalizão governante. Na divisão do trabalho eleitoral entre eles, é possível que caiba a Marina, a provável companheira de chapa de Eduardo, a tarefa de bater na candidata a novo mandato.
 
 
Já não bastasse a aura de pureza que orna a sua imagem, em contraste com a dos costumeiros canastrões do poder, além da lembrança dos quase 20 milhões de votos colhidos em 2010, o seu desempenho na primeira pesquisa depois da migração para o PSB (conforme o Datafolha, Marina só perde para Dilma nos cenários que incluem o seu nome) decerto contribui para que os seus ataques à política propriamente dita, à política econômica e à política ambiental do governo obtenham uma ressonância que o presidenciável tucano Aécio Neves, por exemplo, só pode invejar. Ela não chega a ser propriamente original ao afirmar que "a ansiedade política do governo está fragilizando a economia" ao gerar "alguma negligência". Ou ao apontar a insustentável inflação de ministérios "para manter a base". Ou ainda, ao considerar que, especialmente na área ambiental, "a marca do governo é o retrocesso".
 
Mas parece haver um certo deslumbramento com os seus comentários, motivado por ser quem é a comentarista - se bem que, justiça se lhe faça, não lhe faltem momentos inspirados. Provocada a reagir à rombuda provocação de Dilma, para quem os seus competidores "têm de estudar muito e ver quais são os problemas do Brasil", Marina lembrou que foi alfabetizada aos 16 anos e valoriza aqueles que se dispõem a estudar, antes de fustigar os que acham que "já não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar". Ela também foi feliz ao sugerir que a presidente "cumpriu o papel" de demonstrar que o atual modelo de governança, baseado no toma lá dá cá, "se esgotou, não tem mais para onde ir". Resta saber qual a diferença entre barganhar o apoio de um José Sarney ou um Renan Calheiros e ter entre os seus aliados, como é o caso de Eduardo Campos, um Severino Cavalcanti ou um Inocêncio Oliveira.
 
O melhor que ela conseguiu dizer a respeito foi que, por sua iniciativa, o governador "está reposicionando os esforços que vinha fazendo" e que, ao aceitar a nova parceria, ele lhe deu o sentido de "ressignificar" essa consciência. Talvez o "marinês" não baste para aplacar os companheiros radicais de Marina, os "sonháticos". Mas esse é problema dela. O problema de Dilma, se a ex-companheira de partido e Gabinete (no governo Lula) se concentrar em atacá-la, ficando com Eduardo a campanha chamada propositiva, será como enfrentar a atribulação com a qual não contava ao comemorar em surdina a decisão da Justiça Eleitoral contra o registro da Rede. Marina é uma adversária peculiar, o que dá às suas palavras, como se viu, um destaque inusitado desde a campanha anterior - e receptividade comparável junto a parcelas influentes do eleitorado metropolitano.
 
Dilma nem poderá ignorar as suas investidas nem tampouco partir para o revide, muito menos provocá-la. O episódio de Itajubá, a cidade mineira onde estava anteontem, quando se saiu com o rompante de mandar a concorrência estudar muito, pode lhe ensinar algo - se é que ela é capaz de aprender seja lá o que contrarie o seu temperamento belicoso. Isso porque o troco, ao menos o que a imprensa levou a público, não veio nem de Aécio nem de Eduardo. Se eles se manifestaram, ninguém sabe, ninguém viu. O que ficou para a crônica da sucessão foi a ironia de Marina sobre os que pensam que já sabem tudo. E o "retrocesso" com que, implacável, carimbou a gestão da presidente.

16 de outubro de 2013
Editorial do Estadão