"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

JOSÉ MEDEIROS: "LULA SE CONSTRUIU E SE DESTRUIU POR SI MESMO"

JOSÉ MEDEIROS ACABANDO COM A HIPOCRISIA PETISTA

SEM TER MAIS O QUE FAZER, SUPREMO VAI INVESTIGAR VAZAMENTO DE DECISÕES


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Charges do Jarbas (da Charge Online)
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, determinou nesta quarta-feira (19/4) a criação de uma comissão de sindicância para esclarecer a divulgação de atos processuais do ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava Jato na Corte. A decisão foi tomada depois de o Grupo Estado ter publicado despachos de Fachin assinados eletronicamente no dia 4 de abril. Foi publicada a relação de inquéritos instaurados pelo ministro com base nas delações de 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht, além da lista completa de políticos investigados.
O tema foi discutido ao longo dos últimos dias entre Cármen, Fachin e o secretário de Tecnologia da Informação do STF, Edmundo Veras dos Santos Filho. Uma das preocupações dentro da Corte é com a segurança do sistema. A comissão de sindicância deverá entregar um relatório dentro de 30 dias.
COMISSÃO – O grupo será composto pelo assessor-chefe da assessoria processual da presidência, Rodrigo Abreu Martins de Lima, pela secretária de segurança, Regina Alencar Machado da Silva, e pelo coordenador de engenharia de software, Júlio Cesar Gomides de Almeida.
Em declaração enviada à imprensa, Cármen afirmou que o STF “julgará os processos da Lava Jato que são de sua competência independentemente de qualquer percalço ou tentativa de atraso honrando a responsabilidade jurídica e a importância histórica que a guarda da Constituição lhe confere”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– É mais uma Piada do Ano. Um número enorme de juízes, assessores jurídicos e servidores que trabalham no Supremo teve acesso à decisão do ministro Fachin. Não vão encontrar o “autor” do vazamento. Mesmo que fosse encontrado, como provar? A não ser que todos os computadores sejam devassados, um por um. Mesmo assim, não é garantido encontrar, porque o vazador pode ter usado um simples pen drive. Sinceramente, é uma perda de tempo, num momento em que o país precisa que o Supremo simplesmente trabalhe. (C.N.)

24 de abril de 2017
Deu no Estadão

GOVERNO DE PEZÃO PAGA ADVOGADO DE EX-SECRETÁRIO QUE FOI PRESO NA LAVA JATO


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Braga requereu o “benefício” antes de ser preso
O governo do Rio pagou em janeiro R$ 28.059,09 ao ex-secretário de Obras Hudson Braga para que custeasse despesas com advogados. Ele foi preso em novembro em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio sob suspeita de cobrar 1% de propina em cada contrato da pasta. O repasse, revelado pelo blog do jornalista Ruben Berta, foi autorizado pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), em 28 de dezembro do ano passado.
Braga, apontado como o responsável pela “taxa de oxigênio”, recorreu a uma lei aprovada em 2013 que autoriza o ressarcimento de honorários advocatícios a autoridades que respondam por atos no exercício do cargo.
O despacho de Pezão no “Diário Oficial” não indica a quais processos se referem os ressarcimentos autorizados – Braga responde a outros processos não-relacionados à Operação Lava Jato. A lei estadual exige a publicação da informação, bem como dos advogados contratados.
ANTES DE SER PRESO – A Folha apurou que as solicitações de ressarcimentos de Braga ocorreram antes da Operação Calicute. Deflagrada em 17 de novembro do ano passado, ela prendeu além de Braga, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), o ex-secretário Wilson Carlos e outros envolvidos no esquema. Todos acusados de obter propinas em obras públicas.
O primeiro pedido de Braga ao Estado ocorreu em julho de 2013, logo após a aprovação da lei estadual. Por este pedido, Braga recebeu R$ 6.348,94. O segundo foi feito no dia 8 de novembro de 2016, nove dias antes da deflagração da operação que prendeu os acusados. Neste caso, recebeu R$ 21.710,15.
A lei estadual só permite o ressarcimento após indiciamento em inquéritos, o que não havia ocorrido na Lava Jato no momento do pedido.
TRIBUNAL APOIA – Logo após a aprovação, o Ministério Público do Rio propôs uma ação de inconstitucionalidade contra a lei. O Tribunal de Justiça do Rio, contudo, a considerou constitucional.
O trâmite do pedido, após a aprovação de Pezão, foi ágil. O empenho (destinação da verba) ocorreu no dia 3 de janeiro deste ano e o pagamento, dez dias depois. Neste período, servidores estaduais já sofriam com atrasos constantes nos salários.
Em nota, o governo do Rio afirmou que “os ressarcimentos são relativos a honorários advocatícios oriundos de processos judiciais referentes à gestão dele na Secretaria de Obras, na forma prevista na lei estadual”.
OMISSÃO NO D.O. – O Estado não explica porque as informações sobre processos e nome dos advogados foram omitidos do “Diário Oficial”, como manda a lei.
De acordo com o Portal Transparência do Estado, Hudson Bragae é o único acusado da Lava Jato a recorrer à medida. Era o braço-direito de Pezão no governo. Foi subsecretário de Obras quando o peemedebista era o titular da pasta. Assumiu após o então vice-governador assumir a Coordenadoria de Infraestrutura do Estado.
Em 2014, foi um dos coordenadores da campanha do peemedebista ao governo. Depoimentos de executivos da Carioca Engenharia apontam que Braga chegou a cobrar “taxa de oxigênio” dentro do comitê de campanha de Pezão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A lei é inconstitucional, embora o Tribunal de Justiça não julgue assim. Quer dizer que a autoridade corrupta desvia recursos públicos (do povo) e o advogado tem de ser pago com recursos públicos (do povo)? Só mesmo no Estado do Rio de Janeiro é que os corruptos teriam tamanha criatividade e ainda ganhariam apoio do Tribunal de Justiça..(C.N.)

24 de abril de 2017
Italo Nogueira
Folha

LÉO PINHEIRO, EX-PRESIDENTE DA OAS, CONFIRMA QUE O TRIPLEX ERA MESMO DE LULA


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Charge do Jota A. (Portal O Dia/RJ)
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, confirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o dono do apartamento tríplex no Edifício Solaris, na praia de Astúrias, no Guarujá, litoral paulista. Segundo ele, o imóvel já estava reservado para o líder petista antes mesmo da negociação com a Bancoop, cooperativa que repassou o prédio para a empreiteira após problemas financeiros. “O apartamento era do presidente Lula desde o dia que me passaram para estudar o empreendimento da Bancoop. Já foi me dito que era para o presidente Lula e sua família. Que eu não comercializasse, e tratasse aquilo como coisa do presidente Lula” — disse Pinheiro.
Ele ainda informou que a empresa só não teve prejuízos na reforma do apartamento porque as despesas foram pagas com a negociação de vantagens indevidas num contrato com a refinaria Abreu e Lima.
PERGUNTAS E RESPOSTAS – O juiz Moro quis saber: “O imóvel dele (Lula) no contrato era (o apartamento) 141, mas foi-lhe dito que era o triplex?”. Pinheiro respondeu: “Exatamente, e que eu poderia dispor do 141 para comercializar”.
Moro retrucou: “Mas qual explicação?”. Pinheiro respondeu: “Na época falaram que já estava acordado entre (o ex-tesoureiro João) Vaccari e o presidente que ele ficaria com o tríplex, e não no 141”.
O magistrado quis saber porque foi feito um contrato com Lula que não era do tríplex. “Não sei” — disse o empreiteiro.
Ao longo do depoimento, Pinheiro deu detalhes do processo de compra e venda do apartamento. Segundo ele, inicialmente tratava-se de um apartamento de 80 metros quadrados, mas logo depois a família do ex-presidente decidiu por um de 240 metros. O empresário disse que, nesse caso, haveria uma diferença de preço, e passou a cobrar Vaccari e também Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.
COBRANÇAS – “Tinha uma diferença de preço, obviamente. Eu cobrei isso do João VacCari, cobrei isso do OkamotTo, que sempre cuidou, pelo meu conhecimento e pelas informações do presidente, desta parte do Instituto, das palestras, sempre ele que cuidava da parte financeira. Eu falei com ele várias vezes. E ele, “vamos aguardar”.
Segundo o empresário, a reforma ficou parada por conta da proximidade com a eleição de 2010. Depois, em razão de um problema de saúde do ex-presidente. Os investimentos feitos no apartamento eraM para atender um apartamento específico para uma família.
“Entenda bem, com todo respeito, a família do ex-presidente”, disse.
ADVOGADO NEGA – Após o depoimento, o advogado de Lula, Cristiano Martins, negou as acusações:
“É uma mera afirmação de alguém que negociou a versão com o Ministério Público. É uma afirmação incompatível com a realidade dos fatos. Até porque a OAS colocou o imóvel como garantia diversas vezes como sendo dela. O importante é que no dia 3 Lula vai estar aqui para mostrar a realidade dos fatos”, acentuou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se diz na linguagem policial, é batom na cueca. Não dá para desmentir. Lula está liquidado no inquérito do tríplex. A prisão dele é só questão de tempo(C.N.)

24 de abril de 2017
Flávio Freire
O Globo

JUIZ MORO DESMENTE O SENADOR REQUIÃO SOBRE O PROJETO DE ABUSO DE AUTORIDADE




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Moro estranhou a declaração de Requião
O jornal “O Estado de São Paulo” divulgou um comunicado do juiz Sérgio Moro dizendo que “é inverídica” a afirmação de que foi consultado e concordou com a redação do parecer do projeto que altera a Lei de Abuso de Autoridade. 
Entre outras coisas, o magistrado destaca: “Consta no parecer do senador Requião sobre o projeto da lei de abuso de autoridade a afirmação de que eu, juiz Sérgio Moro, teria sido consultado e concordado com a redação por ele proposta para o parágrafo segundo do artigo 1 do substitutivo. Isso, porém, não é verdadeiro, estando o senador absolutamente equivocado, pois não fui consultado e não concordo com a redação proposta”.
“Ninguém defende abuso de autoridade, mas a redação proposta no substitutivo do senador não contém salvaguardas suficientes para prevenir a criminalização da interpretação da lei e intimida a atuação independente dos juízes”, salientou Sérgio Moro.

24 de abril de 2017
José Carlos Werneck

O PAÍS PASSADO A LIMPO?


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Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com)
A ebulição permanente das delações dos funcionários da Odebrecht vem ofuscando a decisão a ser adotada pelo Tribunal Superior Eleitoral diante da possibilidade de cassação da chapa Dilma-Temer, em 2014. Porque está de pé a hipótese da cassação dos vitoriosos daquele ano nas eleições presidenciais. Seria uma desarrumação completa do cenário político nacional. Dilma Rousseff já foi alvejada com o impeachment, mas Michel Temer ocupa a presidência da República. Se vier a ser cassado, não terá alternativa senão deixar o palácio do Planalto, ainda que possa recorrer da sentença ao Supremo Tribunal Federal.
Discute-se se esse recurso terá ou não efeito suspensivo, quer dizer, o atual presidente recorrerá no exercício de suas prerrogativas ou manterá o cargo até a decisão da mais alta corte nacional de justiça. De qualquer forma, seu equilíbrio ficará instável. No atual período de crise política, será péssimo para as instituições já combalidas.
QUEM FICA? – Diante de sua cassação, Michel Temer já declarou que disposições de Judiciário não se discutem. Cumprem-se. Nesse caso, quem ocuparia seu lugar, na ausência de um vice-presidente?
Assumiria o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Até quando? Pela lógica, até que o Congresso elegesse um sucessor para terminar o atual mandato, a 31 de dezembro de 2018. Seria o quarto personagem a ocupar a chefia do governo, imaginando-se vantagem para Rodrigo Maia, mas certeza, ninguém tem. Deputados e senadores disporiam da prerrogativa de indicar quem quisessem.
BOM SENSO – Por tudo isso, admite-se que o bom senso venha a prevalecer, ou seja, que o Tribunal Superior Eleitoral não sacrifique uma chapa já desgastada, preservando Michel Temer. Só que garantir, ninguém pode.
Registra-se uma outra opção: que diante do sacrifício de Temer, o Congresso aprove emenda constitucional estabelecendo eleições gerais no país, logo depois da  cassação da dupla Dilma-Temer. Até mesmo com mandatos de quatro ou cinco anos para o novo presidente, deputados, senadores e, de tabela, porque não governadores e parlamentares estaduais. Uma limpeza geral, uma forma de o país e as instituições serem passados a limpo. A rodada encontra-se em aberto. Quem quiser que arrisque um palpite.

24 de abril de 2017
Carlos Chagas

O HUMOR DO DUKE...

Charge Super Notícia 18.4.2017
24 DE ABRIL DE 2017


DELAÇÃO DE LÉO PINHEIRO LIQUIDA COM LULA, QUE PODE SER PRESO PELO JUIZ SÉRGIO MORO


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O PT teme que o juiz Moro mande prender Lula no dia 3
A situação é de tensão e expectativa. Ninguém sabe o que poderá acontecer em Curitiba, no próximo dia 3, quando Lula da Silva for prestar depoimento ao juiz federal Sérgio Moro. O ex-presidente vai ser interrogado sobre o caso do tríplex no Edifício Solaris, que a defesa de Lula afirma ser de propriedade da empreiteira OAS e até acaba de anexar ao processo um documento destinado a comprovar essa assertiva.
Mas o ex-presidente da OAS, ao depor ao juiz Moro nesta quinta-feira à tarde, disse que o tríplex era mesmo de Lula, denunciando que o ex-presidente lhe recomendou que destruísse as provas das propinas ofertadas pelas empreiteira.
PRISÃO DE LULA – Os dirigentes do PT estão desconfiados de que Lula possa ser preso, depois de depor ao juiz da 13ª Vara de Curitiba. Justamente por isso, decidiram promover uma gigantesca manifestação diante do prédio da Justiça Federal em Curitiba, reforçada por militantes da CUT e outras centrais, da UNE, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), de sindicatos e federações, além do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ligado ao PCdoB, com participação também da bancada federal do PT e de partidos aliados, e os parlamentares pretendem se revezar em discursos do lado de fora.
Mais de 30 mil pessoas são aguardadas, com hospedagem e transporte custeados pelas organizações ligadas ao partido. O fato mais intrigante é que  nenhuma entidade assume estar organizando oficialmente as caravanas rumo à cidade, mas praticamente todas elas admitem que seus quadros se mobilizam pelas redes sociais para viajar em apoio a Lula.
RÉU E VÍTIMA –  A ideia é transformar o ex-presidente em vítima, uma tática já surrada de tão velha, e colocar em xeque o que se classifica de “imparcialidade do juiz” na condução do processo. Para se preparar e responder às perguntas do juiz sobre o triplex e suas relações com a OAS, que ajudou a reformar equipar o tríplex e o sítio de Atibaia, além de pagar a manutenção do acervo presidencial trazido de Brasília, Lula está tendo aulas em seu apartamento de São Bernardo do Campo. As principais questões que irá responder são as seguintes:
Se a sua mulher Marisa Letícia comprou um apartamento simples, de apenas de 86 m2, como o imóvel se transformou no tríplex 164, de 250 m2?
Por que, a pedido de Marisa Letícia, a OAS fez “obras de decoração” e um elevador interno, que não existe no outro tríplex?
O ex-zelador do prédio, José Afonso, afirma que o tríplex pertencia a Lula e o engenheiro da OAS Igor Pontes, que acompanhou a reforma, também diz que a obra foi feita conforme o gosto da família de Lula. Como explicar?
Por que Lula e Marisa visitaram o apartamento, junto com o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, se o tríplex não lhes pertencia?
Por que a família de Lula só desistiu do negócio em 2015, enquanto os demais clientes da Bancoop/OAS tiveram que decidir isso em 2009?
Por que as reformas, segundo o ex-zelador José Afonso, foram supervisionadas por Fábio Luís, filho de Lula?
Por que a OAS resolveu pagar o aluguel de um galpão para guardar o acervo que Lula trouxe do Planalto?
Qual o motivo desse relacionamento tão próximo entre Lula e o empresário Léo Pinheiro, da OAS?
O ex-presidente da OAS diz que o tríplex pertencia a Lula, que mandou que destruísse as provas. Com explica esta situação?
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PS – Em tradução simultânea, Lula  está juridicamente liquidado, embora ainda esteja eleitoralmente fortalecido, conforme as pesquisas indicam(C.N.)

24 de abril de 2017
Carlos Newton

EXÉRCITO ATACA CORRUPÇÃO, VÊ CRISE MORAL NO PAÍS E CONDECORA O JUIZ MORO



Ao que parece, Temer e Moro está em lados opostos
O Comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, nas comemorações pela passagem do dia do Exército, afirmou que o Brasil passa por incontáveis escândalos de corrupção, além de enfrentar aguda crise moral. A matéria assinada por Eduardo Barreto está publicada na edição de O Globo de quinta-feira.
O presidente Michel Temer participou da comemoração, na qual, ao condecorar Sérgio Moro o general Villas Bôas deixou claro que se trata de quem contribuiu muito para a vida nacional.
A solenidade foi no Quartel General do Exército em Brasília, com a ausência de ministros do governo. O que pode representar um meio de evitar situações incômodas já que oito ministros são investigados com base na delação e nos delatores da Odebrecht. O relator da Operação Lava – Jato no STF, ministro Edson Fachin esteve presente. O presidente Michel Temer e o juíz Sérgio Moro trocaram cumprimentos formais.
MOMENTO GRAVE – A aguda crise moral expressa em incontáveis escândalos de corrupção compromete o futuro do país e prejudica o interesse nacional. Esse momento tão grave não pode servir a disputas paralisantes e não há atalhos fora da Constituição, disse o comandante do Exército. A matéria também foi publicada pela Folha de São Paulo.
O pronunciamento do general Eduardo Vilas Boas representa um forte apoio à Operação Lava-Jato e às suas consequências. Desta vez foi um pronunciamento em nome do Exército, fato que enfraquece ainda mais as resistências que às vezes surgem tentando abafar os inquéritos. O governo, assim, passa a verificar uma cada vez mais densa atmosfera de inconformismo com os escândalos  comprovados.
BENFEITORES? – Inclusive, o comportamento dos delatores da Odebrecht é espantoso. Falam como se fossem benfeitores da administração pública, quando na realidade estavam praticando a outra face do crime de corrupção. Em vários momentos consideraram normal o esquema de propina para conquistar contratos e superfaturar obras públicas. Sim, por que concretamente eles não doaram recursos da empresa, mas, ao contrário, transformaram-se em peças de sucção do dinheiro público como os superfaturamentos comprovam.
Eis um exemplo: a reforma do Maracanã, orçada  em 800 milhões, acabou saindo por nada menos que 1 bilhão e 200 milhões de reais.
Agora, além dos delatores da Odebrecht, os inquéritos vão contar com as delações da OAS e da Andrade Gutierrez. O processo parece não ter fim. Como disse o poeta, trata-se de um poço sem fundo, aberto no patrimônio moral brasileiro.

24 de abril ded 2017
Pedro do Coutto

ADVOGADO DE LULA SERÁ INTERROGADO PELO JUIZ MORO, COMO RÉU NO PRÓXIMO DIA 8


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Teixeira era o operador dos negócios imobiliários
Compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado Roberto Teixeira prestará depoimento ao juiz Sérgio Moro no dia 8 de maio, na Justiça Federal de Curitiba. Teixeira será ouvido na condição de réu na ação penal em que é acusado de ter intermediado negócios envolvendo imóveis que seriam destinados ao ex-presidente.
Para o Ministério Público Federal (MPF), Teixeira teria comandado a compra de um imóvel que seria destinado ao Instituto Lula e de um apartamento que é alugado pela família de Lula desde 2011, quando ele deixou o Planalto. O imóvel é vizinho à cobertura onde o petista reside em São Bernardo do Campo.
O apartamento está em nome Glauco Costa Marques, primo de José Carlos Bumlai, amigo de Lula e já condenado na Lava-Jato por ter retirado empréstimo em seu nome para o PT e o quitado fraudulentamente depois que a dívida de R$ 12 milhões foi vinculada à propina a ser paga por um contrato da Petrobras.
NOTAS FRIAS – Íntimo do petista, Teixeira é padrinho de Luis Cláudio, um dos filhos de Lula. O advogado foi citado na delação premiada do engenheiro da Odebrecht Emyr Costa. O delator disse que Teixeira foi responsável pela confecção de notas frias para justificar os gastos da obra do sítio de Atibaia, o qual investigadores da Operação Lava-Jato atribuem ao ex-presidente Lula. A compra do sítio foi lavrada no escritório de Teixeira.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se sabe, os compradores do sítio foram dois sócios do filho mais velho de Lula, Fábio Luís – os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, que não frequentam o sítio, não têm quartos lá e no local não há qualquer objeto que lhes pertença, nem mesmo roupas. Quanto ao apartamento vizinho ao de Lula, teve a parede derrubada e foi incorporado à cobertura do ex-presidente. Oficialmente, pertence ao primo de Bumlai, que alugou para Lula, mas nunca recebeu pagamentos do petista. E tudo isso foi armado pelo advogado de Lula, que agora terá de se explicar ao juiz Moro(C.N.

24 de abril de 2017
Gustavo Schmitt e Cleide Carvalho
O Globo

PINHEIRO FREQUENTAVA O SÍTIO DE LULA E AJUDOU A MELHORAR O LAGO DOS PEDALOIONHOS


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Ilustração reproduzida do Arquivo Google
Filho de um médico dono de farmácia no interior, Léo Pinheiro nunca teve na Bahia o status de Marcelo Odebrecht, que nasceu em berço de ouro e estudou no exterior. Entre os empreiteiros, Pinheiro foi o único a se tornar amigo do ex-presidente Lula, a ponto de frequentar a casa do ex-metalúrgico e servir como ouvido para desabafos. Depois que Lula deixou a Presidência e sobrou mais tempo, os encontros entre os dois passaram a ser mais frequentes. Não eram raras as reuniões nos fins de expediente no Instituto Lula, regadas a aperitivos.
Léo Pinheiro também chegou a frequentar o sítio de Atibaia, refúgio do ex-presidente e seus amigos. Em uma dessas visitas, percebeu que o nível do lago do sítio estava baixando e se meteu em encrenca: acabou chamando para a obra nada mais, nada menos do que um especialista em barragens da empresa — assim, o lago dos pedalinhos recebeu um tratamento à altura de uma barragem de hidrelétrica.
DELAÇÃO – A intimidade com o ex-presidente e os contatos frequentes nas rodas petistas — Paulo Okamotto e João Vaccari Neto eram interlocutores frequentes — fez com que todos os olhares se voltassem a Léo Pinheiro desde o início da Lava-Jato: iria se calar ou falar o que sabia?
Preso, o empresário optou pelo silêncio, numa espécie de pacto de preservação ao ex-presidente Lula, liderado pela Odebrecht. Manteve firme sua posição até que a maior empreiteira do país cedeu. Quando a Odebrecht decidiu delatar, Léo Pinheiro não viu mais motivos para ficar calado.
O empreiteiro foi preso em 2014 e depois voltou a ter prisão decretada em 2016. Desde então, está atrás das grades, mas ainda hoje é considerado um dos mais calmos nos corredores da Polícia Federal.
FAZER ACORDO – Dizem que sua principal qualidade é pensar muito antes de falar. Inteligente, era um dos poucos a trocar experiências pessoais com Lula. Desde que voltou à prisão, Léo Pinheiro cogitou trocar a pena — que foi aumentada na segunda instância e chegou a 23 anos — por um acordo de colaboração. A relutância em falar do amigo fez com que as conversas fossem mais complicadas, sem falar nos chamados “vazamentos”.
Por duas vezes, a negociação com os procuradores da Lava-Jato foram tumultuadas — na segunda vez, interrompida — por causa de notícias publicadas na imprensa sobre o que ele iria ou não falar. Nos últimos meses, as conversas ficaram na sombra da Odebrecht.
À exceção da Odebrecht, nenhuma outra empreiteira teve tanto sucesso durante o governo do PT quanto a OAS. O ranking do setor é um retrato desse desempenho. Em 2003, a empreiteira ocupava o sétimo lugar do mercado, com patrimônio de R$ 430,5 milhões. Em 2014, quando a Lava-Jato foi às ruas, alcançava R$ 2,4 bilhões.
GENRO DE ACM – Desde sua fundação, a OAS teve atuação controvertida. Criada por três amigos em meados da década de 1970, a empresa logo teve seu crescimento vinculado à presença de César de Araújo Mata Pires, o “A”, que era genro do senador baiano Antônio Carlos Magalhães. Por muito tempo, foi suspeita de agir como intermediária. Ganhar a concorrência e depois terceirizar as obras.
Léo Pinheiro era executivo da empresa. Quando a sociedade original se desfez, passou a ser sócio, com uma parcela de 10%, mas, no dia a dia, tocava o negócio. Quando Lula chegou ao poder, as empreiteiras baianas ganharam privilégios— para oposição de suas concorrentes do Sudeste.

24 de abril de 2017
Cleide Carvalho
O Globo

O PASSADO DO FRACASSO OU O FUTURO DA FRUSTRAÇÃO?


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Charge sem autoria (Arquivo Google)
Destinam-se ao fracasso a greve geral marcada  pelas centrais sindicais no próximo dia 28 e a manifestação em favor do Lula, que o PT pretende realizar em Curitiba a 3 de maio. Não que os trabalhadores estejam satisfeitos com o governo Michel Temer, muito pelo contrário. Da mesma forma, os companheiros sabem que seu partido anda na baixa e dificilmente sensibilizarão a capital do Paraná numa quarta-feira.
Pode até ser que os fatos desmintam as previsões, mas a verdade é que o Brasil de verdade faz tempo desligou-se do Brasil de mentirinha. Os 13 milhões de desempregados não podem fazer greve, enquanto ao PT, posto em frangalhos, falta motivação para antecipar a sucessão presidencial de 2018.
Mais do que indignar-se diante das delações que se sucedem todos os dias, o povão dedica profundo desprezo às informações sobre a corrupção que nos assola. Não parece disposto a se deixar influenciar pelos que sustentam a volta ao passado ou os que programam um futuro ainda pior.
Numa palavra, a nação rejeita as reformas fajutas do governo Michel Temer tanto quanto dá as costas aos que falharam na tentativa de mudá-la. O povão não irá às ruas, nem para exaltar o modelo que não deu certo, nem para apoiar as elites que pretendem aumentar seus privilégios e suas benesses.
Vale repetir, a vida é sempre mais fascinante do que a ficção: quem garante que não prevalecerá o passado do fracasso ou o futuro da frustração? Ou, numa terceira hipótese, que continuará tudo como está?

24 de abril de 2017
postado por m.americo

PALOCCI, O ELO QUE FALTAVA, E SEU ESTRANHO PERCURSO


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(chargesbenett.wordpress.com)
A oferta de Antônio Palocci ao juiz Sergio Moro de apresentar “nomes, endereços e operações realizadas” que, segundo o próprio Palocci, interessam à Lava Jato é a oportunidade para encaixar o elo que falta na imensa corrente de corrupção montada no país. É sabido que esquemas mafiosos, como o que as construtoras armaram com seus asseclas do mundo político, geralmente só são desmontados a partir do momento em que solta a voz alguém de dentro.
Foi o que aconteceu com os executivos da Odebrecht e de outras construtoras e com ex-diretores da Petrobras. Faltava o elo final: a delação de alguém, como Palocci, que esteve no governo e era figura chave no partido que deteve o poder de 2003 a 2016.
CONFISSÃO DE CULPA – De certa forma, a oferta do ex-ministro ao juiz Moro já é uma confissão de culpa. Se ele sabe de “nomes, endereços e operações realizadas” de interesse da investigação, é porque participou dos trambiques.
Aliás, a fala de Palocci contradiz frontalmente a carga que fazem os petistas e alguns aliados contra a Lava Jato, acusada de abuso de autoridade. Palocci disse, ao fim do depoimento, que contaria o que sabe porque a Lava Jato faz bem ao país. Se é assim, não há abuso mas uma investigação que dá resultados.
O que me intriga no caso Palocci é os motivos que o levaram a envolver-se nos atos que agora se dispõe a dar a público. O que levou um jovem trotskista a, primeiro, aderir ao neoliberalismo e, depois, à lama que está vindo à tona?
RELAÇÕES DIRETAS – Tivemos um relacionamento bastante cordial durante seu período como coordenador da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002 (depois da morte ainda cercada de sombras de Celso Daniel), e depois como ministro da Fazenda. Foi ele, aliás, quem me procurou primeiro, quando o normal é que repórteres tomem a iniciativa de fazer contato com fontes de informação.
Nossas muitas conversas nesses dois períodos foram igualmente fora do padrão (do meu padrão, pelo menos): eram verdadeiras discussões sobre política econômica, quando, em geral, eu me limito a fazer perguntas, ouvir respostas, eventualmente reperguntar, mas não debater com o interlocutor.
Com Palocci, uma vez, numa das indefectíveis sessões de pergunta e resposta (pingue-pongue no jargão jornalístico) para o balanço do ano (2004 ou 2005, já não me lembro), tivemos um bate-boca sobre o calote dado pela Argentina na sua dívida.
IMBUÍDO DA MISSÃO? – Pareceu-me, sempre, um médico (sua profissão original) do interior (Ribeirão Preto) transformado em homem público e imbuído da missão de trazer a política de seu partido de toda a vida (o PT) da esquerda para o liberalismo.
Se ele ainda continuasse revolucionário, como todo trotskista deve ser, eu até entenderia: inviabilizada a revolução no Brasil, fica a tentação de enriquecer, quaisquer que sejam os meios empregados. Mas, tendo se convertido à moderação, a ambição de enriquecer poderia ter se moderado igualmente, até porque, como político e consultor, acabaria enriquecendo de qualquer forma, talvez mais lentamente.
Tudo somado, eu gostaria de conversar com ele em Curitiba, não só para saber nomes e operações que ele se dispõe a delatar mas para viajar à cabeça de um homem público transviado.

24 de abril de 2017
Clóvis Rossi
Folha