"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

MOBILIZAÇÃO PRÓ-LULA EM CURITIBA PODE COMEÇAR ANTES, NO DIA DO TRABALHO


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Rui Pimenta, do PCO, é o organizador do protesto
Recepcionado no aeroporto por uma multidão barulhenta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é conduzido pelas ruas de Curitiba até o prédio da Justiça Federal, onde pela primeira vez ficará frente a frente com o juiz Sergio Moro. Do lado de fora, 50 mil militantes aguardam o fim da audiência entoando palavras de apoio ao petista e contra a Lava-Jato. Nos últimos dias, esse cenário vem sendo idealizado por dirigentes do PT, de partidos aliados e movimentos sociais.
A ação, batizada de Ocupa Curitiba, é planejada para 3 de maio, quando Lula for interrogado no processo em que é acusado de ser o “comandante máximo” do esquema de corrupção da Petrobras, no qual teria recebido R$ 3,7 milhões em propina da OAS. Das cinco ações penais nas quais Lula é réu, este é o processo mais avançado.
FRENTE BRASIL POPULAR – A recepção a Lula em Curitiba está sendo liderada pela Frente Brasil Popular, movimento que abriga 68 organizações de esquerda. O autor da iniciativa é um militante que foi expurgado pelo PT. Presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta foi expulso da legenda em 1995 e, desde então, tornou-se crítico feroz dos ex-colegas. Agora, surge como um dos mais aguerridos defensores de Lula, diante do avanço da Lava-Jato. Em vídeo publicado na internet, Pimenta chama Moro de vigarista e diz que a eventual prisão do petista seria a “largada para um ataque generalizado ao movimento operário popular e de esquerda”.
“Nossa palavra de ordem: organizar caravanas de todo o país, um ato monstro em Curitiba. As pessoas devem cercar o Lula, ele deve ter 50, 60, cem mil guarda-costas e ninguém pode chegar perto dele. A palavra de ordem tem de ser: “não vai prender!” — diz Pimenta no vídeo.
NO DIA 1º – No PT, cresce a ideia de realizar uma série de mobilizações em Curitiba. Alguns dirigentes querem que Lula chegue à cidade em 1º de maio, para um grande ato pelo Dia do Trabalho. No dia seguinte, ele participaria de encontro com juristas críticos à Lava-Jato e de vigília na Praça Santos Andrade, a quatro quilômetros da Justiça Federal.
A meta é reunir sindicalistas, operários, sem-terra e demais ativistas de esquerda numa demonstração de força em apoio ao ex-presidente.
“É uma ação de um conjunto de movimentos sociais do país todo, inclusive entidades que não são do campo do PT, mas que entendem que a Lava-Jato se tornou ferramenta de perseguição política. Não é um ato de candidatura, nem tem relação com a eleição de 2018, mas sim contra os abusos da Lava-Jato” — afirma Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
OBSTRUÇÃO JUDICIAL – Segundo a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Paraná, Regina Cruz, quase todos os dias a entidade recebe telefonemas de pessoas querendo informações de como será a mobilização. Regina procura um local para montar um acampamento, mas é contra a ida de militantes para a frente do prédio da Justiça Federal. Além do risco de confronto com apoiadores de Moro, Regina alerta para eventuais acusações de obstrução judicial:
“Creio que o melhor é todo mundo ficar esperando o Lula na Praça Santos Andrade. Ele depõe acompanhado dos advogados e depois vem até nós para falar ao povo”, sugere.
A Polícia Militar do Paraná estuda a adoção de esquema especial de segurança para o depoimento.

24 de abril de 2017
Fábio Schaffner
Zero Hora

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