"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 24 de março de 2016

PROPINA NO ESTÁDIO DO CORINTHIANS??


Propina no estádio do Corinthians? Andrés Sanchez garante que só três mexeram na parte financeira

Com a deflagração da Operação Xepa, a Lava Jato começa a investigar as obras dos estádios da Copa. Nesta terça (22), um diretor do Corinthians foi conduzido coercitivamente a depor sobre a construção do estádio do clube, que contou com financiamento do BNDES e Caixa Econômica Federal e foi tocada pela Odebrecht.

Caso os diretores da Odebrecht esqueçam de algum detalhe na tal “colaboração completa” prometida em nota oficial, os procuradores da Lava Jato podem ir perguntar direto na fonte: em entrevista gravada para a revista Época em 2011, o então presidente do Corinthians Andrés Sanchez – eleito deputado federal mais votado do PT em 2014 – garantiu que apenas três pessoas haviam “mexido” na parte financeira do estádio: ele próprio, o ex-presidente Lula e Emílio Odebrecht, presidente do Conselho de Administração da empreiteira.

A entrevista de Andrés Sanchez a ÉPOCA - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=JyaT-SqhZcs
4 de out de 2011 - Vídeo enviado por Revista ÉPOCA
A declaração do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, sobre o Itaquerão -- "Garanto que vai custar mais ...

Curiosamente, na gravação Sanchez se gaba de ter conseguido fechar contrato para a construção da Arena por valor abaixo do mercado: a obra, que valeria “mais de R$ 1 bilhão”, seria quitada por “780. Ponto. Acabou”. Hoje, sabemos que o custo total do estádio ultrapassou R$ 1,4 bilhão e o Corinthians ainda deve cerca de R$ 1,15 bi. Só de juros dessa dívida, o clube deve desembolsar cerca de R$ 100 milhões.

O Corinthians agora pretende auditar o valor da obra para tentar reduzir a dívida caso fique comprovado que houve superfaturamento. O clube também reclama de problemas estruturais na obra e setores que foram entregues incompletos pela Odebrecht (talvez porque o engenheiro responsável estivesse ocupado demais com as reformas em um certo sítio).

Será que o torcedor mais ilustre ajudou a colocar o Corinthians numa fria?



OLHA ELE AÍ DE NOVO!!!

24 de março de 2016
implicante

A JUSTIÇA DOS TÉPIDOS E ESBODEGADOS

SE FODEU, ARAMENGÃO!

O petista que infiltrou o ministério da justiça, e todo serelepe falou merda pelos cotovelos sobre intervir na PF, se fodeu de green and gold como manda o figurino dos falastrões frouxos:


STJ dá 72 horas para ministro da Justiça explicar ameaça à PF.


24 de março de 2016
in selva brasilis

PEDALADAS 2

FERNANDO HOLIDAY NA CÂMARA LEGISLATIVA

Representante do Movimento Brasil Livre critica cotas ...

www2.camara.leg.br › ... › Câmara Notícias › Direitos Humanos
2 dias atrás - Atividade Legislativa .... Fernando Holiday criticou o Hino da Negritude e as cotas raciais ... da Discriminação Racial realizada hoje (22), na Câmara dos ... O representante do Movimento Brasil Livre (MBL), Fernando Holiday, .

24 de março de 2016
postado por m.americo

REVISTA FORTUNE DIZ QUE MORO JÁ É UM DOS MAIORES LÍDERES MUNDIAIS



O juiz Sérgio Moro é cada vez mais respeitado no exterior


















O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, é considerado pela revista norte-americana Fortune como o 13º principal líder mundial em lista de 50 nomes que inclui também o papa Francisco (4º), a premiê alemã Angela Merkel (2ª) e o fundador da Amazon, Jeff Bezos (1º).
O juiz paranaense aparece logo à frente do vocalista do U2, Bono Vox (14º), e dos astros da NBA Stephen Curry e Steve Kerr (15º). Além disso, Moro está melhor do que o presidente da Argentina, Mauricio Macri (26º), e o apresentador americano John Oliver (30º).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Enquanto isso, na mesma semana a revista britânica The Economist dedica sua capa à presidente Dilma Rousseff, propondo que ela renuncie ao cargo. (C.N.)

24 de março de 2016
Deu no Estadão

NÃO HAVERÁ MILAGRE PARA SALVAR OS RÉUS DA LAVA JATO



Charge do Sinovaldo, reprodução do jornal Novo Hamburg





















O momento enfrentado pelo governo ficou traduzido com propriedade por Lula numa das tantas conversas telefônicas reveladas pela operação Lava Jato. 
Desabafou: “E fica todo mundo num compasso que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar”. 
Lula, entre muros partidários, se queixa da paralisia e das trapalhadas da presidente Dilma, atordoada, revelando limitações pessoais que não estavam entre as mais sombrias previsões. Sem rumo, sem metas que não sejam a de propor mais impostos sobre um contribuinte revoltado.
A “criatura” que Lula colocou no Planalto escapou do controle. Falta-lhe traquejo político, isolou-se, intoxicou-se pela bajulação dos incompetentes e medíocres dos quais se cercou. Dilma, depois de reeleita, em 2014, largou as rédeas.
O Lula que “acertava quase tudo”, o ícone, passou a ser uma figura investigada pela polícia judiciária que apura o maior caso de corrupção da história. Seria fácil se sair de vítima não fosse a polícia que o devassou, dependente do ex-ministro da Justiça Eduardo Cardozo, do PT de São Paulo. Isso aniquila a reação. Cardozo não é de outro partido, não é do PSDB.
NO CHARLIE HEBDO…
Os jornais europeus que o cantavam em verso e prosa passaram a pintá-lo de marrom. Uma charge do “Charlie Hebdo” o retrata estuprando a imagem feminina da Justiça. O Brasil subiu rapidamente no cume do ranking da corrupção, e Lula, inevitavelmente, aparece como quem a possibilitou.
Logo ele, que, com uma criatura seguindo suas orientações e ensinamentos, lhe possibilitaria descanso num sítio rodeado de florestas? Nada de especial ele queria, apenas uma aposentaria tranquila no fim de uma escalada ao vértice do sucesso.
Porém, Lula pecou. Quis realizar o sonho de uma normal aposentadoria usando, no escuro, empreiteiras para tarefas triviais e mais que razoáveis, para quem tem renda de palestras regiamente pagas. Escolheu um caminho torto que entortou sua biografia espetacular.
CONSTRANGIMENTO
Máximo é o constrangimento de quem é conduzido por uma polícia judiciária que responde constitucionalmente ao comando de sua “criatura”. Dilma não conspirou como um Brutus, apenas perdeu o controle político, perdeu a autoridade, perdeu o rumo, e se depara, como Dante, “No meio da senda da minha vida / me perdi numa selva obscura”, que dava acesso ao Inferno.
Para Lula, que entregou a Dilma quatro anos de poder sem limite, e ainda dobrou a dose, deve ser difícil perdoá-la e até de perdoar-se pela escolha. Não há conspiração da oposição, que nunca foi tão ausente e retraída. O problema está dentro de casa, na corrupção fora de controle e na incompetência geral. Sérgio Moro apenas cumpre, como raramente acontece no Brasil, seu dever.
Demonstra a voz de Dilma, em ligação ao seu criador, que quer pessoalmente reparar um erro. Poderia ter escalado um assessor para comunicar o envio de um documento. 
Fez questão, imprudentemente, de ligar para um telefone sob escuta autorizada: 
“Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!”, nisso Lula responde: “Uhum. Tá bom, tá bom”. E ela: “Só isso, você espera aí, que ele tá indo aí… “Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando”.
CONSTATAÇÃO
Mais que interpretação, há apenas uma constatação a se fazer. O tom de voz é de quem quer reparar a quebra de uma louça que lhe caiu das mãos. Doutro lado a resposta é seca, de quem teria preferido manter a louça intacta e aceitar uma forma de evitar uma maior fragmentação de sua biografia.
O ex-ministro da Justiça Eduardo Cardozo, que passará à história como o guardião da independência da Polícia Federal (se é que não lhe escapou de controle), deixou que o deus “Brahma” (como o chamavam os empreiteiros ao se referirem a Lula) passasse por uma busca em seu apartamento e por uma condução coercitiva na delegacia, quando poderia ser realizada por hora marcada.
Dilma derrete. Poucas figuras humanas foram mais achincalhadas nas ruas do que ela. Muitos que nunca pensaram no impeachment, e o imaginavam um instrumento descabido, passaram a vê-lo como “legítima defesa” para um Brasil que ameaça explodir.
E O PIB DESABA…
Isso se deu agora. Não só pelas revelações dos grampos, mas pelo PIB, que caiu 4,4%, produzindo uma média de 220 mil desempregados por mês. Um volume que já seria doloroso de se absorver em um ano.
A queda de arrecadação federal é de 11,5%. Arrebenta os Orçamentos de Estados e municípios. Setores produtivos como a siderurgia, o automotivo e o de bens de consumo duráveis estão se desfazendo. A Bolsa paradoxalmente se valoriza proporcionalmente ao crescimento das possibilidades de impeachment.
Dilma, assim, é vista nitidamente como o cerne do problema, e seu mandato, previsto para durar até 31 de dezembro de 2018, passou a pairar como pesadelo. 
Mais que uma razão ideológica e política, ou uma conspiração de uma oposição, que é ausente como nunca, são os erros do governo dela, da falta de um dever de casa não feito, que alimentam a crise.

24 de março de 2016
Vittorio Medioli
O Tempo

CRISE É ECONÔMICA, POLÍTICA E ÉTICA, DIZ COMANDANTE DO EXÉRCITO



General Villas Bôas diz que o Exército vai cumprir a Constituição



















Em vídeo divulgado nas redes sociais, o comandante-geral do Exército, Eduardo Villas Bôas, declarou que o Brasil atravessa uma crise econômica, ética e política. 
Sem citar palavras como impeachment ou golpe, ele adiantou apenas que o Exército vai obedecer à Constituição. 

As declarações ocorrem no momento em que crescem os protestos nas ruas, com grupos pedindo a deposição da presidente Dilma Rousseff, outros saindo em defesa da manutenção da petista no cargo e alguns defendendo a volta dos militares ao poder.
“Estamos participando, vivendo e sofrendo as consequências dessa crise, que tem três componentes importantes: o componente político, o componente econômico e um componente ético-moral, e os três estão interligados”, afirmou Villas Bôas.
Ele elencou a manutenção da estabilidade, a legalidade e a legitimidade como os três pilares que norteiam o papel do Exército, como “instituição do Estado”.
“Toda e qualquer atitude nossa será absolutamente respaldada no que os dispositivos legais estabelecem, desde a Constituição até as leis complementares[…], e sempre condicionado ao acionamento de um dos poderes da República”, afirmou o comandante.
O general pregou, no vídeo em que esclarece qual a percepção do Exército” diante das manifestações, que o país deve “reencontrar o sentido de projeto e restabelecer a sua ideologia de desenvolvimento”. Ele finaliza a entrevista institucional com discurso otimista.
“Temos certeza de que é uma questão de tempo, e o Brasil terá condições, sim, de reverter essa situação e reencontrar o seu caminho do desenvolvimento, porque o Brasil é um país que tem grandes responsabilidades internacionais”, declarou Villas Bôas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Conforme já informamos aqui na Tribuna da Internet, a tradução simultânea dessa manifestação do general Villas Bôas é a seguinte: se o exército do Stédile e do Boulos realmente saírem às ruas, os carros de combate e as tropas de choque vão dar um passeio por aí, como prevê a Constituição, porque os militares são pagos para isso – manter a ordem e defender o país, interna e externamente. (C.N.)

24 de março de 2016
Deu na Folha

ESTÁ TUDO RUIM, MAS PODE FICAR MUITO PIOR



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Reprodução da internet











Os últimos dias do Brasil em que estamos nos dão conta de que caminhamos para um novo mundo, talvez inspirado em Santo Agostinho, de gente pura e santa. Ninguém erra e só se conhece a verdade.
A operação Lava Jato entregou como presente, amarrado com um laço de fita, as gravações pinçadas de conversas de Lula com Dilma e com um batalhão de outros interlocutores, revelando a avaliação que ele, Lula, faz do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Ministério Público, da Polícia Federal, da Câmara e do Senado. Mais não falou porque não lhe fora perguntado.
Parte da sociedade foi para as ruas, com suas causas e palavras de ordem, buscando a deposição imediata da presidente Dilma, a prisão de Lula, sua mulher e filhos e ainda de uns poucos políticos que receberam dinheiro roubado pelas empreiteiras da Petrobras.
Outro grupo, organizado pelo PT, também levou às ruas seu protesto em apoio especialmente a Lula, sua posse, sua mulher, filhos e a presidente Dilma. Nada de mais. Era o esperado.
COM AS ARMAS DISPONÍVEIS
Algumas coisas, contudo, não estão consideradas no seu conjunto ou pelo menos estão interpretadas com parcialidade. Desconhece-se que está em jogo uma guerra de poder, com o uso das armas disponíveis. A indicação de Lula para o ministério, como forma de preveni-lo de uma eventual prisão pelo juiz Sérgio Moro, se feita num outro momento seria, se não aceitável pelo menos, menos traumática.
Vários parlamentares renunciaram aos seus mandatos na Câmara e no Senado, para escaparem do julgamento pelo STF, no processo do mensalão, temendo sua condenação, buscando a proteção da morosidade dos Juizados estaduais. Se tivessem sido igualmente escutados nas suas conversas, que juízo estariam fazendo de Joaquim Barbosa? Adivinhem.
Algum investigado ou réu, fala bem do delegado de seu inquérito, do promotor que o acusa ou ama o juiz que lhe pode requerer a prisão preventiva? O que a sociedade brasileira pensa das instituições e seus membros listados nas conversas de Lula? Alguém, em sã consciência, pensa bem de Renan Calheiros e de Eduardo Cunha? Alguém acha que a Justiça brasileira é sempre eficiente, julga com presteza as demandas da sociedade?
E mais: como se sustentam as campanhas políticas no Brasil? As verbas e os favores que recebem as campanhas dos hoje opositores ao governo Dilma, vindas das mesmas empreiteiras investigadas foram retirados de onde? De um outro caixa, do caixa puro e santo da sacristia, não conspurcado pela corrupção, pelo superfaturamento das obras públicas?
NÃO SEJAMOS HIPÓCRITAS
Quem, de todos que detêm mandatos, se apresenta para ser investigado com as mesmas lupas hoje usadas pelo juiz Sérgio Moro, pelo atual MP e pela PF? De onde vieram os recursos para que fossem aprovadas no Congresso, em cada um de seus momentos, tantas manobras que forjaram regras econômicas, concessões diversas e mudanças da Constituição? Foram debates de ideias? Não sejamos hipócritas.
O juiz Sérgio Moro, o MP e a Polícia Federal que lhe servem estão de parabéns pela sua coragem em abrir baús tão enterrados. Mas que sejam imparciais com todos os suspeitos e investigados nas próximas fases de sua histórica operação. E rápido, porque o Brasil parou, a economia estagnou, não há investimentos, falta trabalho, casa e comida; sobram insegurança e dificuldades. Está tudo muito ruim. Mas pode piorar muito mais.
24 de março de 2016
Luiz TitoO Tempo

AO DIVULGAR GRAMPO, JUIZ MORO AGIU EM LEGÍTIMA DEFESA DA LEGALIDADE




O magistrado agiu em nome do mais elevado espírito público
















A interceptação telefônica de Dilma Rousseff para Lula não foi ilegal. Apesar disso, Dilma continua afirmando que foi. Que só o STF poderia autorizar. E verdade. Mas é verdade também que o telefone “grampeado” era o do Lula, para o qual Dilma ligou.
Fala-se também que a divulgação do conteúdo da conversa entre Dilma e Lula não poderia ser divulgado por Moro, que deveria mandar tudo para o Supremo Tribunal Federal. Pode ser que seja. Mas o chamado “interesse público” tanto resguarda quanto também desnuda o sigilo. Cada caso é um caso. O princípio não é cego, nem muito menos generalizado. Há exceções.
Digamos, à guisa de exemplo, de hipótese, que naquela ligação Dilma estivesse avisando ao ex-presidente que estava tudo pronto para a decretação do estado de sítio, que já havia a concordância das Forças Armadas, que o Congresso seria fechado e Dilma governaria como ditadora, uma ditadora eleita pelo voto popular. Digamos que este fosse o conteúdo da conversa.
Indaga-se: deveria o juiz Moro ouvir, calar e mandar tudo para o Supremo examinar depois? Ou deveria imediatamente comunicar o que soube ao povo brasileiro?
Não foi esse o teor da conversa de Dilma teve com Lula. A conversa foi sobre o ardil para o caso de a polícia federal bater à porta de Lula para prendê-lo por ordem de Sérgio Moro. Golpe baixo. Inacreditavelmente engendrado por um presidente e por um ex-presidente da Republica, como diagnosticado pelo ministro Gilmar Mendes.
O MAIS IMPORTANTE
Aqui, uma reflexão: o que é mais importante, democrático e republicano: Moro saber de tudo e ficar calado, e não dar a conhecer ao povo brasileiro o ardil preparado, ou divulgar, para que toda a população saiba o que estava acontecendo?
Moro agiu em Legítima Defesa da legalidade. Em Legítima Defesa contra a iminência da concretização de uma trama, de um plano criminoso para enganar a Justiça e livrar Lula da prisão. Eu, juiz, também agiria assim. Mesmo pondo em risco a perda da minha toga. Aliás, por falar em perda da toga, por que essa gente não pede a toga de Moro? Se isso acontecer, ganha o povo. Porque todos sairão à ruas com faixas: “MORO PARA PRESIDENTE”.

24 de março de 2016
Jorge Béja

CALMA, NADA MUDOU COM A DECISÃO DO MINISTRO TEORI ZAVASCKI



Entendimento de Zavascki, tecnicamente, está perfeito











O ministro Teori Zavascki aceitou uma medida cautelar na reclamação da Advocacia Geral da União para que o juiz Sérgio Moro envie todo o processo que diz respeito a Lula ao Supremo Tribunal Federal e colocou sob sigilo todas as gravações que dizem respeito à presidente Dilma. 
Na decisão, o ministro afirma que só o STF poderia decidir de quem era a competência para processar e julgar Lula, já que as gravações envolvem também a presidente da República, que tem foro especial. 
O entendimento do magistrado é tecnicamente perfeito, tem total amparo legal e nada muda em relação aos processos contra Lula. 
Apenas disciplina toda a avalanche de recursos impetrados pelo governo, através da Advocacia­ Geral da União.
A AGU, equivocadamente, fez do ex­-presidente o foco principal de suas preocupações, embora ele não integre o Governo.
NOMEAÇÃO DE LULA
O ministro entendeu que Sergio Moro deveria ter enviado ao STF as questões a respeito de Lula, porque elas envolvem a presidente Dilma, que tem assegurado constitucionalmente foro especial. 
Na medida cautelar, o magistrado não alterou, de modo algum, e nem poderia fazê-lo, a decisão de seu colega Gilmar Mendes, que sustou a nomeação do ex­-presidente para a Chefia da Casa Civil.
Teori Zavascki, nessa decisão, não está afirmando que a competência para cuidar do processo que envolve Lula seja do Supremo; ele requisitou para o tribunal, e a decisão definitiva ainda será tomada.
A medida cautelar nada tem a ver com as outras ações da AGU, que também estão a cargo do ministro, que pedem a suspensão de todas as investigações sobre Lula.
O ministro não contesta nenhuma decisão de Gilmar Mendes, que entendeu que a competência, no que diz respeito a Lula, voltava para Moro porque, ao suspender a sua condição de ministro, ele perdia o foro especial.
COMPETENTE
Teori Zavascki é considerado um ministro bastante competente, sereno, equilibrado e muito técnico. 
Há quem acredite que ele não concordava com Sérgio Moro quanto à divulgação dos grampos telefônicos envolvendo a presidente, que realmente dispõe de foro privilegiado.
Paradoxalmente o ministro concedeu uma cautelar que contraria suas votações anteriores de mérito sobre o mesmo tema. Nesta decisão ele abandona a tese da contiguidade, por ele esposada quando mandou para a Justiça de primeira instância, os processos envolvendo a mulher e a filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, decisão esta irretocável e perfeitamente legal .
Vejamos: se uma pessoa com foro especial confere foro especial às demais, isso deveria ter valido, então, para a família de Cunha. Mas no caso de Eduardo Cunha o ministro não entendeu assim.
No caso do Petrolão, os ministros decidiram fazer o contrário do que foi feito no Mensalão: fica no Supremo quem tem foro especial e vai para a primeira instância quem não tem.
O CASO DE LULA
O ex-­presidente Lula não tem direito a foro privilegiado, portanto tem de ser julgado na primeira instância. O ministro Teori considera que Sergio Moro deveria ter enviado o pacote ao Supremo, que então se encarregaria de devolver para a primeira instância quem não tem foro especial.
Moro realmente, não primou pela ortodoxia, mas isso não é motivo para que o ministro Teori desconsidere seus próprios e doutos votos anteriores.
Ele não quis, até porque não poderia, suspender os efeitos da liminar concedida por Gilmar Mendes, que sustou a posse de Lula. Apareceu, então, a chamada tese da usurpação de competência, pela qual Moro não poderia ter decidido o que caberia ao Supremo decidir.
Não há outra saída legal, nessa ação senão não devolver a Moro o processo sobre Lula. É o que o Supremo fez em casos como o do Petrolão. Toda a Nação, pelo respeito que tem pela nossa mais Alta Corte de Justiça, espera que o STF não venha criar um procedimento que só valha para Lula.
24 de março de 2016
José Carlos Werneck