"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

YOUSSEF: "PLANALTO SABIA DE TUDO!" - DELEGADO: "QUEM DO PLANALTO?" - YOUSSEF: "LULA E DILMA". VEJA

 

Petrobras

Youssef: “O Planalto sabia de de tudo!” Delegado: “Quem do Planalto?” Youssef: “Lula e Dilma”

O doleiro Alberto Youssef afirma em depoimento à Polícia Federal que o ex e a atual presidente da República não só conheciam como também usavam o esquema de corrupção na Petrobras

Robson Bonin
EM VÍDEO - As declarações de Youssef sobre Lula e Dilma foram prestadas na presença de um delegado, um procurador da República e do advogado
EM VÍDEO - As declarações de Youssef sobre Lula e Dilma foram prestadas na presença de um delegado, um procurador da República e do advogado (Ilustração Lézio Jr./VEJA)
A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais: “Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever”. VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato. VEJApublica fatos com o objetivo de aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes, que, como se sabe, não escolhem o momento para acontecer. Os episódios narrados nesta reportagem foram relatados por seu autor, o doleiro Alberto Youssef, e anexados a seu processo de delação premiada. Cedo ou tarde os depoimentos de Youssef virão a público em seu trajeto na Justiça rumo ao Supremo Tribunal Federal (STF), foro adequado para o julgamento de parlamentares e autoridades citados por ele e contra os quais garantiu às autoridades ter provas. Só então se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são ou não culpadas.
Na última terça-feira, o doleiro Alberto Youssef entrou na sala de interrogatórios da Polícia Federal em Curitiba para prestar mais um depoimento em seu processo de delação premiada. Como faz desde o dia 29 de setembro, sentou-se ao lado de seu advogado, colocou os braços sobre a mesa, olhou para a câmera posicionada à sua frente e se pôs à disposição das autoridades para contar tudo o que fez, viu e ouviu enquanto comandou um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar 10 bilhões de reais. A temporada na cadeia produziu mudanças profundas em Youssef. Encarcerado des­de março, o doleiro está bem mais magro, tem o rosto pálido, a cabeça raspada e não cultiva mais a barba. O estado de espírito também é outro. Antes afeito às sombras e ao silêncio, Youssef mostra desassombro para denunciar, apontar e distribuir responsabilidades na camarilha que assaltou durante quase uma década os cofres da Petrobras. Com a autoridade de quem atuava como o banco clandestino do esquema, ele adicionou novos personagens à trama criminosa, que agora atinge o topo da República.
Comparsa de Youssef na pilhagem da maior empresa brasileira, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já declarara aos policiais e procuradores que nos governos do PT a estatal foi usada para financiar as campanhas do partido e comprar a fidelidade de legendas aliadas. Parte da lista de corrompidos já veio a público. Faltava clarear o lado dos corruptores. Na ter­ça-feira, Youssef apre­sentou o pon­­to até agora mais “estarrecedor” — para usar uma expressão cara à pre­sidente Dilma Rous­seff — de sua delação premiada. Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto? — perguntou o delegado.
— Lula e Dilma — respondeu o doleiro.
Para conseguir os benefícios de um acordo de delação premiada, o criminoso atrai para si o ônus da prova. É de seu interesse, portanto, que não falsifique os fatos. Essa é a regra que Yous­sef aceitou. O doleiro não apresentou — e nem lhe foram pedidas — provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o de­poente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades. Ou seja, querem estar certos de que não lidam com um fabulador ou alguém interessado apenas em ganhar tempo for­necendo pistas falsas e fazendo acu­sações ao léu. Youssef está se saindo bem e, a exemplo do que se passou com Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, tudo indica que seu processo de delação premiada será homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, ele aumentou de cerca de trinta para cinquenta o número de políticos e autoridades que se valiam da corrupção na Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais. Aos investigadores, Youssef detalhou seu papel de caixa do esquema, sua rotina de visitas aos gabinetes poderosos no Executivo e no Legislativo para tratar, em bom português, das operações de lavagem de dinheiro sujo obtido em transações tenebrosas na estatal. Cabia a ele expatriar e trazer de volta o dinheiro quando os envolvidos precisassem.
Uma vez feito o acordo, Youssef terá de entregar o que prometeu na fa­se atual da investigação. Ele já con­tou que pagava em nome do PT mesadas de 100 000 a 150 000 reais a parlamentares aliados ao partido no Congresso. Citou nominalmente a ex-mi­nistra da Casa Civil Gleisi Hoff­mann, a quem ele teria repassado 1 mi­lhão de reais em 2010. Youssef disse que o dinheiro foi entregue em um shopping de Curitiba. A senadora ne­gou ter sido beneficiada.
Entre as muitas outras histórias consideradas convincentes pelos investigadores e que ajudam a determinar a alta posição do doleiro no esquema — e, consequentemente, sua relevância pa­ra a investigação —, estão lembranças de discussões telefônicas entre Lula e o ex-deputado José Janene, à época líder do PP, sobre a nomeação de operadores do partido para cargos estratégicos do governo. Youssef relatou um episódio ocorrido, segundo ele, no fim do governo Lula. De acordo com o doleiro, ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal. A empresa quei­xa­va-­se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina aos políticos, tive­ra seu contrato rescindido. Homem da confiança de Lula, Gabrielli, segundo o doleiro, determinou a Youssef que captasse 1 milhão de reais entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade. E assim foi feito.
Gabrielli poderia ter realizado toda essa manobra sem que Lula soubesse? O fato de ter ocorrido no governo Dilma é uma prova de que ela estava conivente com as lambanças da turma da estatal? Obviamente, não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa. Não é disso que se trata. Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma — seja pelos valores envolvidos, seja pelo contato constante de Paulo Roberto Costa com ambos, seja pelas operações de câmbio que fazia em favor de aliados do PT e de tesoureiros do partido, seja, principalmente, pelo fato de que altos cargos da Petrobras envolvidos no esquema mudavam de dono a partir de ordens do Planalto.
Os policiais estão impressionados com a fartura de detalhes narrados por Youssef com base, por enquanto, em sua memória. “O Vaccari está enterrado”, comentou um dos interrogadores, referindo-se ao que o do­leiro já narrou sobre sua parceria com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. O doleiro se comprometeu a mostrar documentos que comprovam pelo menos dois pagamentos a Vaccari. O dinheiro, desviado dos cofres da Petrobras, teria sido repassado a partir de transações simuladas entre clientes do banco clandestino de Youssef e uma empresa de fachada criada por Vaccari. O doleiro preso disse que as provas desses e de outros pagamentos estão guardadas em um arquivo com mais de 10 000 notas fiscais que serão apresentadas por ele como evidências. Nesse tesouro do crime organizado, segundo Youssef, está a prova de uma das revelações mais extraordinárias prometidas por ele, sobre a qual já falou aos investigadores: o número das contas secretas do PT que ele operava em nome do partido em paraísos fiscais. Youssef se comprometeu a ajudar a PF a localizar as datas e os valores das operações que teria feito por instrução da cúpula do PT.
Depois da homologação da de­lação premiada, que parece assegurada pelo que ele disse até a semana passada, Youssef terá de apresentar à Justiça mais do que versões de episódios públicos envolvendo a presidente. Pela posição-chave de Youssef no esquema, os investigadores estão con­fiantes em que ele produzirá as provas necessárias para a investigação prosseguir. Na semana que vem, Alberto Youssef terá a oportunidade de relatar um episódio ocorrido em março deste ano, poucos dias antes de ser preso. Youssef dirá que um integrante da ­coor­­denação da campanha presidencial do PT que ele conhecia pelo nome de “Felipe” lhe telefonou para marcar um encontro pessoal e adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na cam­panha presidencial de Dilma Rous­seff. Depois de verificar a origem do telefonema, Youssef marcou o encontro que nunca se concretizou por ele ter se tornado hóspede da Polícia Federal em Curitiba. Procurados, os defensores do doleiro não quiseram comentar as revelações de Youssef, justificando que o processo corre em segredo de Justiça. Pelo que já contou e pelo que promete ainda entregar aos investigadores, Youssef está materializando sua amea­ça velada feita dias atrás de que iria “chocar o país”.
DINHEIRO PARA O PT 
Lula Marques/Folhapress/VEJA
Alberto Youssef também voltou a detalhar os negócios que mantinha com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, homem forte da campanha de Dilma e conselheiro da Itaipu Binacional. Além de tratar dos interesses partidários com o dirigente petista, o doleiro confi rmou aos investigadores ter feito pelo menos duas grandes transferências de recursos a Vaccari. O dinheiro, de acordo com o relato, foi repassado a partir de uma simulação de negócios entre grandes companhias e uma empresa-fantasma registrada em nome de laranjas mas criada pelo próprio Vaccari para ocultar as operações. Ele nega
ENTREGA NO SHOPPING
Sérgio Lima/Folhapress/VEJA
Alberto Youssef confirmou aos investigadores o que disse o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o dinheiro desviado da estatal para a campanha da exministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado, em 2010. Segundo ele, o repasse dos recursos para a senadora petista, no valor de 1 milhão de reais, foi executado em quatro parcelas. As entregas de dinheiro foram feitas em um shopping center no centro de Curitiba. Intermediários enviados por ambos entregaram e receberam os pacotes. Em nota, a senadora disse que não recebeu nenhuma doação de campanha nem conhece Paulo Roberto Costa ou Alberto Youssef
ELE TAMBÉM SABIA
Sérgio Lima/Folhapress/VEJA
Durante o segundo mandato de Lula, o doleiro contou que foi chamado pelo presidente da Petrobras, José sergio Gabrielli, para tratar de um assunto que preocupava o Planalto. Uma das empresas com contratos de publicidade na estatal ameaçava revelar o esquema de cobrança de pedágio. Motivo: depois de pagar propina antecipadamente, a empresa teve seu contrato rescindido. Ameaçado pelo proprietário, Gabrielli pediu ao doleiro que captasse 1 milhão de reais com as empreiteiras do esquema e devolvesse a quantia à empresa de publicidade. Gabrielli não quis se pronunciar
CONTAS SECRETAS NO EXTERIOR
VEJA
Desde que Duda Mendonça, o marqueteiro da campanha de Lula em 2002, admitiu na CPI dos Correios ter recebido pagamentos de campanha no exterior (10 milhões de dólares), pairam sobre o partido suspeitas concretas da existência de dinheiro escondido em paraísos fi scais. Para os interrogadores de Alberto Youssef, no entanto, essas dúvidas estão começando a se transformar em certeza. O doleiro não apenas confi rmou a existência das contas do PT no exterior como se diz capaz de ajudar a identifi cá-las, fornecendo detalhes de operações realizadas, o número e a localização de algumas delas.
UM PERSONAGEM AINDA OCULTO
VEJA
O doleiro narrou a um interlocutor que seu esquema criminoso por pouco não atuou na campanha presidencial deste ano. Nos primeiros dias de março, Youssef recebeu a ligação de um homem, identifi cado por ele apenas como “Felipe”, integrante da cúpula de campanha do PT. Ele queria os serviços de Youssef para repatriar 20 milhões de reais que seriam usados no caixa eleitoral. Youssef disse que chegou a marcar uma segunda conversa para tratar da operação, mas o negócio não foi adiante porque ele foi preso dias depois. Esse trecho ainda não foi formalizado às autoridades.
Crédito: Broglio/AP/VEJA
ATÉ A MÁFIA FALOU - Tommaso Buscetta, o primeiro mafi oso a fazer delação premiada. Na Sicília, seu sobrenome virou xingamento
​Quem delata pode mentir?
Alexandre Hisayasu
A delação premiada tem uma regra de ouro: quem a pleiteia não pode mentir. Se, em qualquer momento, fi car provado que o delator não contou a verdade, os benefícios que recebeu como parte do acordo, como a liberdade provisória, são imediatamente suspensos e ele fica sujeito a ter sua pena de prisão aumentada em até quatro anos.
Para ter validade, a delação premiada precisa ser combinada com o Ministério Público e homologada pela Justiça. O doleiro Alberto Youssef assinou o acordo com o MP no fi m de setembro. Desde então, vem dando depoimentos diários aos procuradores que investigam o caso Petrobras. Se suas informações forem consideradas relevantes e consistentes, a Justiça - nesse caso, o Supremo Tribunal Federal, já que o doleiro mencionou políticos - homologará o acordo e Youssef será posto em liberdade, como já ocorreu com outro delator envolvido no mesmo caso, Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras deu detalhes ao Ministério Público e à Polícia Federal sobre o funcionamento do esquema milionário de pagamento de propinas que funcionava na estatal e benefi ciava políticos de partidos da base aliada do governo. Ele já deixou a cadeia e aguarda o julgamento em liberdade. O doleiro continua preso.
Até o ano passado, a lei brasileira previa que o delator só poderia usufruir os benefícios do acordo de delação ao fi m do processo com o qual havia colaborado - e se o juiz assim decidisse. Ou seja, apenas depois que aqueles que ele tivesse incriminado fossem julgados é que a Justiça resolveria se o delator mereceria ganhar a liberdade. Desde agosto de 2013, no entanto, esses benefícios passaram a valer imediatamente depois da homologação do acordo. “Foi uma forma de estimular a prática. Você deixa de punir o peixe pequeno para pegar o grande”, diz o promotor Arthur Lemos Júnior, que participou da elaboração da nova lei.
Mais famoso - e prolífero - delator da história recente, o mafi oso Tommaso Buscetta levou à cadeia cerca de 300 comparsas. Preso no Brasil em 1983, fechou acordo com a Justiça italiana e foi peça-chave na Operação Mãos Limpas, responsável pelo desmonte da máfi a siciliana. Depois disso, conseguiu proteção para ele e a família e viveu livre nos Estados Unidos até sua morte, em 2000.
 

ESPECIALISTA DIZ QUE É PRECISO AUMENTAR O COMBATE À CORRUPÇÃO

         

 
Os mecanismos de controle governamental do país, responsáveis por identificar irregularidades e desvios, estão muito melhores atualmente que no passado, mas a população ainda é pouco engajada nessas questões. “Eu diria que a população está desacreditada [do combate à corrupção]. Os jovens não se empenham suficientemente”, disse o diretor do Instituto Auditores Internos do Brasil, Paulo Gomes.

Segundo o auditor, as manifestações de junho de 2013, que levaram milhares de pessoas às ruas de diversas cidades brasileiras, foram movimentos pontuais e pouco numerosos em relação ao tamanho do país. De outro lado, Gomes ressaltou o papel da imprensa para pressionar por resultados nas investigações de corrupção. Ele também destacou que a reputação de uma empresa ou um órgão é muito importante e um escândalo financeiro pode resultar em perda de credibilidade.

O problema da corrupção está em debate até quarta-feira (22), por mais de 500 auditores de instituições públicas e privadas reunidos no 35º Congresso Brasileiro de Auditoria Interna, em Goiânia. O objetivo do encontro é discutir desafios e trocar experiências quanto a novas perspectivas no controle interno governamental do país.

JUSTIÇA LENTA

Para o auditor, há uma evolução do processo de melhoria no controle e no combate a corrupção no Brasil, que, segundo ele, já foi pior. “Nos últimos anos, já houve o impeachment de um presidente da República e a cassação de governadores. Você vê, periodicamente, parlamentares sendo cassados e também situações de julgamento de processos na Justiça que antes não avançavam”, argumentou.

Apesar disso, ele observa que a Justiça ainda precisa dar resposta mais rápida a julgamentos desse tipo, para que a população não fique com a sensação de que há impunidade. “Para mim, a execução da apuração de corrupção avançou bastante, mas a questão do julgamento precisa avançar mais”, afirmou, lembrando que, em alguns casos, os processos até prescrevem pela demora.

24 de outubro de 2014
Karine Melo
Agência Brasil

MISSÃO IMPOSSÍVEL: OAB QUER QUE OS PARTIDOS COMBATAM CORRUPÇÃO

 


O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Coelho, entregou  um documento intitulado Plano de Combate à Corrupção aos coordenadores das campanhas presidenciais de Aécio Neves (PSDB), Antonio Anastasia, e de Dilma Rousseff (PT), Aloizio Mercadante. Os dois participaram de um debate durante a 22ª Conferência Nacional dos Advogados, no Rio de Janeiro.

Coelho defendeu que o país precisa urgentemente de uma reforma política, como forma de acabar com o que considera a gênese da corrupção no sistema político, que são as campanhas eleitorais feitas à base de altas somas de dinheiro.
“A cada eleição, os escândalos se sucedem, mudando de nomes, mas têm a mesma genealogia. A campanha eleitoral acaba sendo o germe da corrupção administrativa. É feita a corrupção para financiar as campanhas eleitorais e as campanhas costumam gerar compromissos indevidos, que geram corrupção na administração pública. É preciso uma reforma política que venha pôr fim a esse ciclo vicioso em nosso país”, disse.
O Plano de Combate à Corrupção encaminhado pela OAB tem 17 pontos, entre os quais a regulamentação da Lei 12.846/2013, denominada Lei Anticorrupção, que pune as empresas corruptoras; o fim do investimento empresarial de candidatos e partidos políticos; a criminalização do chamado caixa 2 de campanha eleitoral, fixando pena de 2 a 5 anos de reclusão, e a aplicação da Lei Complementar 135, denominada a Lei da Ficha Limpa, para todos os cargos do Executivo.

24 de outubro de 2014
Vladimir Platonow
Agência Brasil

JORNALISTA DENUNCIA EX-MINISTRA DE DILMA POR TERRORISMO ELEITORAL

        

 
A secretária do Comitê Central de Campanha da deputada federal gaúcha reeleita e ex-ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos Maria do Rosário aparece num telefonema gravado informando a uma beneficiária do Bolsa Família que o programa será extinto caso o PT perca as eleições para seus adversários no segundo turno.

A gravação foi obtida com exclusividade pelo jornalista Vitor Vieira e divulgada em primeira mão na madrugada de quinta-feira (16) em seu programa ‘Vide Versus’, na Rádio Vox, uma web rádio brasileira independente com 75 mil ouvintes diários.

No áudio, uma beneficiária do programa identificada apenas como Carla liga preocupada para o comitê da campanha de Rosário em Porto Alegre (RS), localizado à Avenida João Pessoa, 789, no bairro Cidade Baixa. Ela explica que o motivo de sua inquietação foi um telefonema recebido por sua cunhada avisando “sobre a possibilidade de perder o Bolsa Família” caso Dilma Rousseff não vencer as eleições.

A secretária informa que “a equipe que está fazendo esse trabalho (de telefonar para as pessoas para transmitir o comunicado) não está no momento” e em seguida colhe seu nome e telefone para que a equipe retorne depois para passar a “informação”.

Carla ainda diz que está preocupada porque vive do programa há 11 anos. Então, a a atendente reforça que “a equipe que tem essa informação” irá entrar em contato, porém, já adianta para ela um resumo:

“Realmente, senhora, se (o PT) perder o governo… nada disso vai se manter, tá? Mas a nossa equipe tem essa informação melhor porque está fazendo esse trabalho para alertar a população sobre esses benefícios que o governo dá.” “E com quem que eu falo?”, insiste Carla. “Não… Eles vão te ligar, tá, Carla? Pode deixar que eu vou passar para ela, tá?” “Tá bom então, obrigado.”

INFORMAÇÃO FALSA

Para Vitor Vieira, a se comprovar a afirmação da secretária, de que há uma equipe do comitê da campanha petista de Maria do Rosário espalhando a informação falsa sobre o fim do programa, configura-se “terrorismo eleitoral organizado pelo comitê de campanha do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre utilizando base de dados (cadastro com nome, telefone e e-mail) de um programa que é do Estado, para coagir eleitores que são beneficiários do Bolsa Família”.

24 de outubro de 2014
Circula na web

ELEITOR E ELEITO


 

A sociedade brasileira prepara-se para, mais uma vez, ir às urnas a fim de delinear seu destino para os próximos quatro anos.

Trata-se de um evento alvissareiro, pois representa mais um passo em direção à consolidação da democracia,  o mais periclitante de todos os regimes, posto que é o único que se pode auto-aniquilar, apesar de ser o que mais cria progresso e maturidade para o povo que o pratica e o aperfeiçoa. 

Não por acaso, são cada vez mais frequentes as manifestações em seu favor de parcelas significativas de várias sociedades no sentido de aumentar a sua densidade em regimes políticos que não o exibem em quantidade suficiente . 

Meio que traumatizado por uma campanha sem precedentes pela agressividade e intoxicado por um número exagerado de pesquisas de intenções de voto, o que o impede de refletir minimamente sobre a real capacidade e honestidade de propósitos de cada candidato, o eleitor espera que sua escolha seja a mais adequada para a concretização das mudanças que o país tanto implora e necessita. 

Por outro lado, que o eleito passe a governar com o objetivo de servir ao povo que o consagrou e não a um paroquial  e clientelista esquema de poder. 

24 de outubro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

A GORDA, A CARTILHA DO MAL E A GUERRA CIVIL


 
A gorda pode se fazer de muito inteligente e esperta, mas lhe falta educação.
Fala mal o português, não conhece as palavras mágicas (por favor e  muito obrigada) e tem ódio da burguesia.
Assim, em proposital ignorância, segue a cartilha do mal que seus assessores recebem da oligarquia financeira mundial, chamada de Nova Ordem Mundial.

Derrotado Napoleão, a Inglaterra entrou num período de hegemonia inconteste no mundo. Passados mais de sessenta anos, as elites começaram a estudar uma forma de perpetuar o seu domínio ao menor custo possível.

Inspiradas no general romano Fábio, chamado o contemporizador (Cunctator), extraordinário estrategista que obtinha seus triunfos com mínimas perdas, fundaram a Sociedade  Fabiana para altos estudos geopolíticos.

Esta gerou centenas de braços operacionais. O mais perigoso é o Instituto Tavistock destinado a estudos psicossociais de manipulação da opinião pública.
O estabelecimento é que prepara a cartilha do mal, que a gorda implementa – fingindo não saber ou sabendo de tudo.
Aos interessados sugiro a leitura do livro O Instituto Tavistock de autoria de Daniel Estulin . A edição em português tem o ISBN  978 972 1 06186 6.

Guerra Civil

A gorda se acha invulnerável. Ledo engano. Não passa de um balão cheio de  gás sulfídrico. Uma espetadinha e Pum! Ficará um cheiro horrível por  algum tempo.

Se for escolhida a rainha do circo de cavalinhos, terá de montar um potro xucro chamado Dragão da Inflação.

Muitos assistentes do respeitável público abandonarão seus lugares.

Outros, em desespero, reagirão a todo transe.

Teremos um banho de sangue. A gorda não estará apenas naqueles dias. Meses e anos  trarão a desgraça para milhões de famílias. Não haverá Bolsa Funeral que aguente.

Os bolivarianos, como os juízes, são todos covardes. Não aguentam o primeiro tapa.

Para quem está farto de desmandos de todo o tipo, uma boa opção é morrer lutando.
Como no gueto de Varsóvia, talvez saiba que vai morrer. Se não for possível salvar mais nada, salvará ao menos sua honra.

“Oh, siate entrambi voi maledetti! “ disse Monterone. (Rigoletto, ato I,  cena I)

Façamos nossa esta maldição à gorda e ao molusco.

24 de outubro de 2014
Carlos Maurício Mantiqueira é Livre Pensador.

A GORDA DE BICICLETA



 
Mal  apoiada no selim, a gorda quer tentar manobras radicais.
O pneu está murcho e o guidon, untado de margárina.

O equilíbrio é instável. O bocó de franjinha pintou uma ciclofaixa dentro de uma feira livre. Teve que desviar. Evitou a praça da bandeira e as lembranças das chanchadas nacionais; os seus títulos eram muito sugestivos : “Toco cru pegando fogo” , “Eu mato quem pegou minha cueca pra fazer pano de prato”, etc.

No momento está tentando subir a alameda Ministro Rocha Azevedo, desde a rua Estados Unidos até a avenida Paulista.
 
A bicicleta tem marchas. Por engano engatou a marcha à_ré. Na altura da rua Barão de Capanema, restos de frutos do mar de fim  de feira, fizeram a engenhoca escorregar e provocaram sua queda. Culpa das “zelites” que ainda mantém o habito medieval de ir às feiras de rua.

Já esfalfada, no trecho entre as alamedas Itu e Jaú, pensou ter ouvido um insulto dos “hermanos”: A la mierda TCU.
 
Um pouco mais acima, esqueceu que era atéia e rezou pela alameda Santos até (Ah ! não...) a rua Cubatão. Foi socorrida por suas colegas: Meméia e Alcéia. Mesmo assim não conseguiu chegar ao Paraíso.

24 de outubro de 2014
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Eventual vitória de Dilma pode impedir Petrobras de negociar ações nos EUA e obter crédito no exterior

Se Dilma Rousseff for reeleita Presidenta da República, a Petrobras corre sério risco de ter, ainda mais rebaixada, sua nota de crédito em moeda estrangeira, conforme classificação das agências de classificação de risco. A empresa também pode ficar impedida pela Justiça norte-americana de negociar na Bolsa de Nova York recibos de ações – as American Depositary Receipts (ADRs). O efeito negativo de tal medida será a dificuldade de crédito da empresa para fazer a rolagem diária de sua dívida no mercado internacional.

A Petrobras já se tornou, nos últimos dias, a ação com valor mais volátil do mundo. Tudo tende a piorar se não sofrer um choque de gestão – que o esquema petista não tem condições e nem deseja promover. A relação entre o endividamento e o patrimônio, a famosa “alavancagem”, não para de crescer e parece fora de controle. Se isto ocorrer, a Petrobras perderá seu crédito internacional. Ficará complicado financiar a importação de petróleo e bancar os investimentos fundamentais para bens de capital.

A Petrobras já é alvo de um processo sigiloso de investigação pela Security Exchange Comission – xerife do mercado de capitais nos EUA. Em ação conjunta com o Departamento de Justiça norte-americano, a SEC apura os prejuízos a investidores causados pelos esquemas de corrupção desvendados e comprovados em processos da Operação Lava Jato. Também no Brasil, pelo mesmo motivo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu contra a Petrobras o processo sancionador RJ-2014-12.184.

Uma eventual reeleição de Dilma Rousseff pode ser fatal para o destino da maior estatal de economia mista brasileira. A continuidade do PT no poder – claramente indesejada por instituições ligadas à Oligarquia Financeira Transnacional – deixará Dilma ingovernável, afetando diretamente a Petrobras. Fragilizado, o governo pode “acabar obrigado” a fazer um novo aumento de capital ou a pegar um empréstimo gigantesco, abrindo mão de controle acionário da companhia. Talvez seja este o plano maléfico da petralhada entreguista – que sairá ganhando por fora na operação, enquanto se finge de vítima em um discurso demagogicamente “nacionalista”.

Há muito tempo, se cogita no mercado que os “chineses” (leia-se o capital inglês que os usa como “laranjas”) estão de olho grande na Petrobras. Com a degradação da gestão da empresa, desmoralizada pelos escândalos de corrupção e sem crédito internacional, é alto o risco de o governo receber uma “generosa” proposta de “salvação da companhia”, através de uma injeção de capital que teria, como contrapartida, a venda de ações ordinárias por parte da União – abrindo mão do controle da estatal.

Se Dilma perder o controle sobre a Petrobras, seu eventual segundo mandato ficará inviabilizado. Este recado vem sendo dado, explicitamente, por investidores internacionais, que levarão dirigentes da empresa às barras dos tribunais no exterior.  

Direito e Justiça em Foco

VIÍDEO NÃO PODE SER EXIBIDO

O convidado de domingo do desembargador Laércio Laurelli é o desembargador Carlos Henrique Abrão, para falar da mudança na sistemática do uso de cartão de crédito e seus impactos no comercio varejista.

Casa arrumada

 
24 de outubro de 2914

IRRESPONSABILIDADE AGUÇADA COM AS METAS NA ECONOMIA


 

As urnas, no primeiro turno, deixaram outra mensagem reflexiva à Nação. Confirmaram o clamor pelas mudanças de milhões de brasileiros descontentes, aqueles que foram às ruas, em junho do ano passado, bradar contra o desgoverno da atual presidente, o que na época foi interpretado, pelo próprio governo, como um recado extremamente preocupante. O resultado da eleição que veremos nos próximos dias impõe uma ampla revisão em diversos cenários para 2015, seja lá quem for o novo mandatário.

A administração Dilma aproxima-se do seu final com um elenco de metas não cumpridas na economia, além de apresentar uma perigosa deterioração nas contas públicas.

Iniciamos o ano com uma grande promessa do ministro da Fazenda para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,8%, mas vamos terminar o exercício com algo em torno de 0,3%, segundo relatório recente do FMI (Fundo Monetário internacional). Este resultado encontra-se bem abaixo da média de 1,8% prevista para os países desenvolvidos e, mais grave ainda, que a média de 4,4% estimada para os países emergentes. O nosso PIB em 2014 só será maior que o da Rússia que, em função dos conflitos com a Ucrânia, tem uma previsão de crescimento bem próximo ao nosso, de 0,2%.

Esse vergonhoso desempenho deve-se à fraca competitividade, à confiança empresarial em baixa e às estreitas condições financeiras que limitaram o investimento; o que tem salvado o consumo é a moderação contínua no emprego e o incremento ao crédito. Caso se confirme neste patamar, podemos dizer que a média desses últimos quatro anos, possivelmente, não deverá alcançar 1,5% (positivo).

Dilma, em termos de crescimento econômico, foi a terceira pior presidente da história do nosso país republicano. Perdeu somente para Floriano Peixoto, que enfrentou, no seu triênio presidencial, duas guerras civis e para Fernando Collor, que recebeu um legado de inflação anual de quatro dígitos.


Estamos diante de um crescimento econômico pífio, que por sua vez, frustra a receita do setor público, em função da ausência de produção e, consequentemente de vendas, sem produzir um volume satisfatório de renda para aumentar a arrecadação de impostos.

É total o fracasso das metas fiscais, o que mais me lembra uma horripilante peça de ficção. O governo praticamente abandonou-as neste exercício, ao aumentar seus gastos em programas sociais exclusivamente eleitoreiros e em projetos de interesse plenamente limitados.

Algumas delas, desde 2012, têm sido formalmente atingidas em função de existir algumas brechas na legislação, por manobras contábeis com notável ímpeto de criatividade e adiamentos inescrupulosos de gastos para o ano subsequente. Pelo visto, se continuarmos neste ritmo, o buraco a ser tapado futuramente poderá ser recorde na história econômica do País.



O déficit nominal de 2014, de acordo com o FMI, deverá ficar em 3,9% do PIB. A última estimativa foi feita em abril, sinalizando um déficit de 3,3%. Com relação à dívida bruta, houve um crescimento de 53,35% do PIB em 2010 para 60,1% em agosto deste ano, representando um aumento de sete pontos percentuais. Neste indicador, é bom salientar que o Brasil tem um resultado bem pior que outros países emergentes, que devem chegar ao final de 2014 com índice médio de 33,7%, a metade do nosso.

O famigerado superávit primário (economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida) está mais um ano sem cumprir a meta que foi estabelecida de 1,9% do PIB (R$ 80,8 bilhões) e, segundo o recente relatório do FMI, a projeção atual é de que o indicador fique próximo a 1,3% do PIB.

Esta situação de descumprimento poderá ser fatal para a perda do grau de investimento que está relacionada à qualidade dos títulos brasileiros. Acontecendo o rebaixamento, isso provocará uma elevação das despesas com juros na rolagem de suas dívidas em moeda estrangeira e, além disso, o índice de confiança na economia ficará mais abalado ainda.

Apesar das mágicas contábeis, que com voraz açodamento protelaram as execuções de despesas a partir de julho do corrente, no que tange às receitas extraordinárias, essas reservas estão declinantes e o governo procurou logo se justificar, afirmando que ao menos encerraria o mandato com 1,9% do PIB. Acontece que a realidade é outra e o resultado final, segundo analistas, ficará próximo a zero, com possibilidades de se apresentar negativo. Iludir é uma das ferramentas na estratégia da seita petista.

Outra meta preocupante é a da inflação, que se encontra resistente e disseminada. O compromisso assumido era de convergência para o centro da meta (4,5% a.a.). Não obstante, os juros básicos da economia encontram-se atualmente em 11% a.a, apesar da demora nos reajustes dos preços controlados (gasolina com 20% de defasagem frente ao exterior), o que equivale a 25% da cesta de consumo, com a finalidade de reter a escalada inflacionária e o câmbio administrado, com a mesma finalidade.

No final, o que vemos, é a inflação neste mês em 6,75% (acumulada 12 meses), suplantando o teto superior da meta (6,5%).

Ao menos, os investimentos deveriam ter crescido alguma coisa, em função do péssimo resultado apresentado em 2013. Infelizmente, hoje, acham-se pendendo para o infinito (16,5% do PIB).

O “inusitado” PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) encontra-se literalmente empacado, gerando um prejuízo pelo atraso de R$ 28 bilhões (somente em 6 projetos) e com seus orçamentos praticamente estourados. As concessões feitas através de leilões públicos, em serviços de infraestrutura como aeroportos, rodovias, portos e ferrovias foram esquecidos nas gavetas dos burocratas.

O Banco Central, no início de 2014, projetou o superávit comercial (exportação menos importação) para US$ 10 bilhões. Hoje, os analistas estimam que fique inferior a US$ 2 bilhões.


O setor mais importante, o do trabalho formal (registro em carteira), tem metas que provavelmente não serão atingidas. Esperava-se criar, neste ano, 1,5 milhão de empregos e, possivelmente, não deveremos atingir 1 milhão. Segundo dados publicados na semana passada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, a diferença entre contratações e demissões alcançou, em setembro, o pior nível para o mês em 13 anos.

Existe uma ressalva: pelo menos este segmento tem apresentado uma situação aparentemente tranquila, mas polêmica quanto ao desemprego, em torno de 5% da força de trabalho, que é um patamar apreciado pelos países desenvolvidos.

Apesar de tudo isso, a economista Dilma Rousseff, se por acaso emplacar sua reeleição, já deixou nas entrelinhas de seus depoimentos, que não estaria propensa a fazer as grandes correções que são necessárias no redirecionamento da nossa economia. Deixa transparecer que ela será conduzida de forma branda, evitando ajustes robustos que requeiram profundidade nas intervenções estruturais. Portanto, fica subentendido que é possível que ela continue apostando na sua inovadora “nova matriz econômica”, apoiada na indução do crescimento pela expansão das despesas públicas.

Parece-me que a presidente sofre de uma grave miopia econômica, porque demonstra que ainda não sentiu a necessidade de promover uma guinada estratégica no atual modelo da economia brasileira. Continua resistente, ancorada no seu diagnóstico de que o ambiente externo é o responsável pela geração de baixo crescimento econômico e inflação elevada no País.

Adota um comportamento autoritário, natural de sua personalidade centralizadora, associado a um acentuado desequilíbrio emocional, baseando-se em que uma liderança política não pode aceitar que errou e que toda crítica formulada à sua gestão tem que ser repudiada impetuosamente, no estilo que lhe é peculiar, “do bateu, levou”.

A grande questão é que o governo petista ainda não acordou para entender a realidade externa, que após cinco anos já se encontra em mutação gradativa e esta, nada tem a ver com o diagnóstico de base. O rali das commodities já faz parte do passado, e, também, está terminando a oferta generosa em moeda estrangeira proporcionada pelo FED (Banco Central dos Estados Unidos), que planeja para breve a retirada de dólares da sua economia, devendo aumentar a volatilidade no mercado financeiro internacional. São fatores concretos que, por si sós, determinam mudanças pouco comuns na economia brasileira.

O panorama da crise é indiscutível, ela está muito mais séria dentro do nosso ambiente interno do que no externo e vem piorando cada vez mais. O Brasil encontra-se fragilizado e, consequentemente, inseguro, registrando índices de confiança extremamente baixos.

Caso Dilma seja reeleita, diante dessas condições inconsequentes, temos pouco a fazer; resta-nos apenas, aumentar a nossa dose de paciência e aguardar que a conjuntura econômica realmente se modifique, pela “mão invisível” citada pelo economista clássico escocês Adam Smith (1723 – 1790).

Nos primeiros dias de setembro deste ano, Dilma, numa atitude vista como tentativa de afagar o setor privado, anunciou que irá substituir Guido Mantega, o titular da Fazenda, num eventual segundo mandato seu, ainda que a sua demissão já fosse esperada juntamente com outras cabeças coroadas da sua atual equipe econômica. O ministro, sempre insensível e subserviente, apegado ao cargo, após uma passagem que só trouxe incalculáveis transtornos à Nação, mantém-se tranquilamente, liderando as decisões econômicas do País.

Em torno disso tudo, lembro-me que, a poucos dias do primeiro turno das eleições, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando entrevistado, fazia uma avaliação sobre o desempenho econômico do governo Dilma; em determinado momento, disparou: “Ela merece o Prêmio Nobel da Economia, pois conseguiu arrebentar tudo ao mesmo tempo. Isso é muito difícil de fazer em Economia”.

Infelizmente, para os brasileiros, os grandes erros que foram praticados pelo atual governo petista ao assumir uma política macroeconômica incoerente e uma gestão pública travada, irão se refletir negativamente na economia e na vida da sociedade brasileira nos próximos anos.

24 de outubro de 2014
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador)

CHINA: "O GRANDE SALTO PARA A FRENTE" E REVOLUÇÃO CULTURAL - FINAL


Embora os atuais dirigentes chineses afirmem que a Revolução Cultural foi um dos piores erros de Mao, o sistema amarelo de campos de concentração foi (e continua sendo) o maior do mundo. Até meados dos anos 80, mais de 50 milhões de infelizes passaram por ele. A média de ingresso nesse sistema é de 1 a 2 milhões de pessoas por ano e a população carcerária atinge, em média, a cifra de 5 milhões.
Os presos-escravos vivem psiquicamente infantilizados, num sistema de autocríticas e delações mútuas. Esses cárceres, disfarçados emUnidades Industriais do Estado, desempenham até hoje importante papel nas exportações chinesas. Pense nisso o leitor quando lhe oferecerem um produto chinês a preço ínfimo.
Impressionante é que não foram poucos os intelectuais ocidentais que simpatizaram com as barbaridades de Mao e que buscaram a sabedoria em seus escritos insípidos.

Isso, no entanto, cedo ou tarde iria trazer conseqüências. Agora, em janeiro de 2005, matéria divulgada pelo jornal “Beijing Morning Post”, transcrita pelo “O Globo” de 4 de janeiro, nos dá conta de uma pesquisa realizada pela Universidade Normal de Pequim indicou que 70% dos adolescentes da China odeiam seu país e não suportam a pressão por maior competitividade. Segundo o estudo realizado com 3 mil estudantes secundaristas de Pequim, 6,6% têm medo de seus pais, 13% os detestam e 58,3% os odeiam. É esse o homem-novo criado por Mao-Tsetung.

Desde que em 2004 o presidente Hu Jintao assumiu o controle total do poder na China, o Departamento de Propaganda do Partido Comunista Chinês vem aumentando a monitoração do que é dito e exibido não apenas na Internet (agora, as empresas são obrigadas a manter um arquivo, por tempo indeterminado, de todo o conteúdo das mensagens enviadas pelos assinantes, bem como mantê-lo disponível para consulta governamental), celulares, no rádio, na TV, em quadros de avisos de universidades, em manifestações populares, e – pasmem – também na imprensa estatal.

O Ministério da Segurança Pública definiu também um novo tipo de crime, que chama de “contradições em meio à população”. “Contradições” é a palavra usada pelo governo para se referir aos distúrbios sociais cada vez mais freqüentes no país. Como escreveu Olavo de Carvalho em um recente artigo, durante o ano de 2005 eclodiram na China 87 mil rebeliões protestos (“contradições”) e nenhum deles foi noticiado pela mídia nacional, ao passo que qualquer passeata anti-Bush em Nova York ou na Califórnia é alardeada como sinal de queda iminente do “império americano”.

E para que esse homem-novo não envelheça, o diretor de Publicidade do Comitê Central do Partido Comunista Chinês proibiu no ano passado a circulação de 79 jornais e 169 revistas, como parte de uma campanha parapurificar o mercado cultural. O pretexto para essas medidas stalinistas foi a luta contra a pornografia e a pirataria. E os expurgos não cessaram: recentemente, Li Datong, editor do popular “Bingdian Weekly”,suplemento semanal que circula há 11 anos com o jornal “China Youth Daily”, foi demitido e o suplemento fechado, por ter publicado um artigo de um professor chinês criticando a abordagem dos livros didáticos sobre a História da China.

De forma surpreendente, no entanto, ocorreu uma reação. Conforme informam as agências internacionais de notícias, um grupo composto por veteranos integrantes do partido, acadêmicos e ex-editores dos maiores jornais do país, divulgaram uma carta-aberta à população condenando a decisão do governo de ter fechado o suplemento “Bingdian”. Eles consideram que o fechamento do “Bingdian” não é um caso individual, mas “a continuação de práticas de uma administração maligna”, e concluem: “Somos todos antigos revolucionários inspirados por nosso senso de liberdade, apesar de já estarmos envelhecendo (...) mas, revendo as lições que aprendemos nos últimos 70 anos, sabemos que, uma vez perdida a liberdade de expressão, as autoridades só conseguem ouvir uma só voz”.

Recentemente, o escritor francês Guy Sorman, que passou todo o ano de 2005 percorrendo a “China de baixo”, ou seja, aquela das províncias e das aldeias onde vive cerca de 80% da população, constatou que os chineses não têm nenhum direito: nada de propriedade privada, nada de liberdade de expressão. Eles são oprimidos pelos chefetes do Partido Comunista e escapar dessa miséria é quase impossível, pois as antigas redes de solidariedade, a família, os templos foram aniquilados pelas revoluções. Para as crianças o futuro é desesperador; as escolas são miseráveis e custam caro aos pais. Resta o êxodo: 200 milhões de chineses vagam de um canteiro de obras para outro, o desemprego atinge 20% da população e as doenças estão por toda parte – aids, malária, tuberculose. E não há rede de saúde pública. A saúde é sempre paga (livro “O Ano do Galo, Chineses e Rebeldes”, editora Fayard, Paris).

Tudo isso demonstra, como afirmou Stéphane Courtois, um ex-maoísta convertido em crítico feroz do socialismo real, organizador do “Livro Negro do Comunismo”, que o crime é intrínseco à doutrina científica e não apenas um instrumento de Estado ou um desvio stalinista de uma ideologia de princípios humanitários. A escritora chinesa Jang Chung, autora de uma devastadora biografia de Mao, termina o livro com a melancólica observação de que o retrato do tirano continua pendurado na Praça da Paz Celestial, em Pequim.

Um telegrama da BBC, de 20 de abril de 2006, dá conta de que a China executou oficialmente 1.770 prisioneiros no ano passado, o equivalente a mais de 80% das aplicações da pena de morte realizadas em todo o mundo no ano passado, de acordo com um relatório divulgado nesse mesmo dia 20 pela Anistia Internacional.

Para se ter uma ideia, apesar da China ter oficialmente executado 1.770 prisioneiros, o relatório da Anistia Internacional diz que segundo um perito chinês esse número estaria por volta de 8.000 execuções. Considerando que uma pessoa pode ser condenada à pena de morte na China por 68 delitos diferentes, incluindo crimes não-violentos como sonegação de impostos, enriquecimento ilícito e tráfico de drogas, esse número pode ser considerado possivelmente verdadeiro.

Finalmente, cliquem em http://falunhr.org/te/para terem uma idéia da situação atual dos direitos humanos na China.

No entanto, parece que o mundo está interessado não nos 65 milhões de vítimas do regime que se apoderou da China em 1949 e nos campos de concentração atuais, onde são retirados e vendidos órgãos de pessoas presas ainda vivas! Isso não interessa. O que interessa são as... taxas de câmbio, como demonstra o Comunicado divulgado dia 21 de abril de 2006 pelo G-7. Segundo o Comunicado, é desejável que a China tenha “maior flexibilidade na taxa de câmbio, a fim de que os ajustes necessários ocorram...”. As miseráveis vítimas foram solenemente ignoradas pelos ilustres representantes da França, Alemanha, Canadá, EUA, Itália, Japão e Reino Unido, os sete países mais desenvolvidos.

24 de outubro de 2014
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Delação de doleiro, sobre Lula e Dilma saberem de tudo na Petrobras, abre espaço para impeachment
 
Não importa se é verdadeiro ou falso o teor do depoimento do doleiro Alberto Youssef, feito na terça-feira passada e repercutido pela revista Veja, revelando que Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff sabiam de tudo sobre os esquemas de corrupção na Petrobras. Qualquer bebê de colo sabe que nada é decidido de importante na estatal de economia mista sem passar pelo crivo do acionista majoritário, a União, cujo representante máximo é o Presidente da República.
 
O raciocínio é simples e objetivo. Se Dilma realmente não sabia de nada (o que parece improvável), merece ser punida como gestora omissa e ”incompetenta”. Se sabia (o que é mais verossímil), deve ser financeiramente responsabilizada pelos prejuízos à Petrobras. Caso perca seu emprego no domingo, o destino lhe será fatal. Caso vença a reeleição, não terá condições de continuar governando sob suspeita. Dilma já é passível de Impeachment (processo que depende do Congresso). Seu mentor – agora apelidado nas redes sociais de $talinácio ou Luiz Hitler da Silva – também deve acertar as contas com a Justiça.
 
O fato objetivo é que a revelação de Youssef (que rima com Rousseff) fatalmente será usada contra a Presidente em duas etapas. Logo mais à noite, no debate final da Rede Globo, e, com ela vencendo ou ganhando, em processos judiciais no Brasil e nos Estados Unidos. Antes de ser presidenta, Dilma presidiu o Conselho de Administração da Petrobras na época em que as safadezas reveladas pela Operação Lava Jato prosperaram. Investidores internacionais da Petrobras – e autoridades judiciais e fiscalizadoras do mercado de capitais nos EUA – levarão diretores e conselheiros (autuais e passados) da empresa às barras dos tribunais. Condenações podem gerar multas milionárias e até cadeia.
 
Sabiam de tudo
 

Tudo pode acontecer. As pesquisas devem errar novamente – a não ser que a numerologia delas sirva para coincidir com alguma conta de chegada montada na base da fraude eleitoral. Na realidade, o jogo continua aberto. Um fenômeno inesperado, sob a qual as máquinas partidárias não têm controle, pode decidir o segundo turno da eleição presidencial no domingo que vem. Eleitores que votariam em branco ou anulariam o voto, porque não aprovam nenhum dos candidatos, ensaiam uma ação pragmática de protesto: votar em Aécio (na cabeça deles o menos pior) para derrotar a corrupção, a incompetência administrativa e o autoritarismo - características cristalizadas na imagem de Dilma Rousseff. A tal voz rouca das ruas já começa a urrar mais alto contra o PT.
 
Não resta dúvida: a maior obra do desgoverno nazicomunopetralha foi a degradação moral das instituições brasileiras. Estamos próximos da Perda Total. O resultado eleitoral de domingo pode agravar a situação que já é péssima. Dilma não tem mais condições morais de continuar governando. O problema é que o eleitorado, rachado, pode cometer a besteira de reelegê-la. O prejuízo da decisão errada será socializado entre esclarecidos e idiotas. Os canalhas, sempre se locupletando, se divertem.
 
Enfim, o azar está lançado. Se o Brasil tiver sorte, Dilma perde. Do contrário, é só aguardar a tempestade. Depois dela, com certeza, não vem a bonança, mas sim a ambulância...
 
Revelação-Bomba


A reportagem da Veja inviabiliza a governabilidade e tem tudo para comprometer a reeleição de Dilma.

Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro Youssef teria afirmado:
— O Planalto sabia de tudo!
 
Indagado pelo delegado que colhia o depoimento a quem ele se referia, no fato de saber de tudo, Youssef teria respondido, sem poupar nomes:
 
— Lula e Dilma.
 
Sentando na vara


Dilma ainda tem direito a foro privilegiado e só pode ser denunciada pelo Procurador Geral da República.
 
Já Luiz Inácio Lula da Silva não tem foro privilegiado, e tem tudo para acabar enrolado em um dos processos do juiz Sérgio Fernando Moro, conhecido como “o Homem de Gelo”.
 
Lula tem grandes chances de sentar na 13ª Vara Federal de Curitiba como futuro réu, caso o depoimento de Youssef se confirme.
 
Antecedente
 
O doleiro Youssef já tinha citado Lula em depoimento prestado à Justiça Federal no dia 8 deste mês.

Revelou que Lula teve que ceder aos políticos de partidos acusados de participar das fraudes na Petrobras e empossou Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento:

"Tenho conhecimento que, para que o Paulo Roberto Costa assumisse o posto, esses agentes trancaram a pauta no Congresso por 90 dias. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco e teve de ceder e empossar Paulo Costa na diretoria de Abastecimento".
Youssef também enrolou nos escândalos o tesoureiro petista João Vaccari Neto.
Programa de ricaço
 
Luiz Inácio Lula da Silva vive seus momentos de altos e baixos.
 
Ontem, xingou e detonou Aécio Neves em comício pró-Dilma no calçadão de Alcântara, em São Gonçalo.
 
Mas a noite foi glamourosa, dormindo na suíte “penthouse”, apelido da cobertura luxuosa, de 300 metros quadrados, no sexto andar do Copacabana Palace – um dos hotéis mais luxuosos do mundo.
 
Neste espaço, Lula deve fazer um "treinamento" hoje à noite com Dilma, para o debate desta sexta-feira, na Rede Globo.
 
Pesquisas duvidosas
 

24 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.