Em um comício realizado numa praça da região central da capital mineira, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse que no próximo domingo vai “libertar o Brasil como fez Tancredo Neves há 30 anos, quando libertou o país da ditadura”. Cercado de políticos mineiros, Aécio se comparou ao avô no desafio de devolver o país a um governo mais democrático. Tancredo liderou o processo de redemocratização e a campanha das “Diretas Já”. Escolhido presidente, por voto indireto, no Colégio Eleitoral, Tancredo morreu antes de assumir.
— São pouquíssimos dias que nos separam da libertação do Brasil. Porque, se há 30 anos atrás, o pai de minha mãe, o presidente Tancredo Neves nos libertou da ditadura, e eu vou libertar o Brasil de um grupo que se apropriou do poder em benefício de de um pequeno grupo e em detrimento dos interesses maiores da nossa gente. Não venho para dividir, venho unir esse país em torno de valores como os da ética e da honradez — disse Aécio Neves.
Ele lembrou ainda do ex-presidente, também mineiro, Juscelino Kubitschek. — Sempre que a dificuldade é grande, o Brasil descobre em Minas o líder para conduzir as mudanças. Foi assim com Juscelino Kubitschek há 50 anos. E há 30 anos coube a outro mineiro nos conduzir à liberdade e à democracia. E quase como a construção do destino, outros 30 anos se passaram e e estou aqui com os mesmos valores, a mesma coragem, a mesma determinação para governar o Brasil — discurso o tucano.
Aécio disse que está nas mãos do eleitor eleger um novo governante, com um novo projeto para o país. — Vamos dizer não à corrupção e ao desgoverno. Vamos convencer o indeciso e virar o voto contrário e mostrar que Minas não se curva à mentira e à ofensa. Alguns não acreditam, mas minha maior vitória será em Minas. Minas é minha casa, minha causa, minha vida — disse Aécio, com voz rouca, durante o comício.
Numericamente atrás nas últimas pesquisas, Aécio pediu que cada um “arregace as mangas” e tente virar o voto dos indecisos. — Neste próximo domingo, estaremos escolhendo o país no qual queremos viver. Se no Brasil que respeita sua história e que constrói o seu futuro. Ou nesse país da vergonha, da mentira, do achincalhe e das ofensas em que se transformou a campanha da nossa adversária — disse o tucano, criticando a adversária Dilma Rousseff (PT).
Ele reclamou dos ataques que têm sofrido. — Nossa história é de dignidade e honradez. Ninguém viu nessa campanha eleitoral o que eu vi, a energia que eu senti. Sou hoje um vitorioso, mas no domingo serei mais do que vitorioso. Peço a vocês: faltam apenas poucos dias. Vamos arregaçar as mangas, de cabeça erguida.
Pouco antes, o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB) reclamou dos ataques a Aécio, especialmente desferidos pelo ex-presidente Lula. — Vamos calar a boca daqueles que vem aqui falar baixarias — disse Anastasia.
O cantor Fagner, presente no comício, disse que o Nordeste estava com Aécio. — Tem gente que acha que é dono do Nordeste — alfinetou o artista. Durante o comício, os cantores sertanejos acabaram descumprindo a legislação eleitoral. O cantor César Menotti —da dupla César Menotti e Fabiano — cantou o jingle da campanha, enquanto o clipe passava no telão. A legislação proíbe a realização de showmícios, com a apresentação de cantores.
(O Globo)
23 de outubro de 2014
in coroneLeaks
(O Globo)
23 de outubro de 2014
in coroneLeaks
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