"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 12 de maio de 2015

FUNDOS DE PENSÃO E BANCOS PERDEM R$ 2,5 BILHÕES NA SETE BRASIL





Os bancos e fundos de pensão sócios da Sete Brasil vão ter de registrar perdas de cerca de R$ 2,5 bilhões com a empresa, criada para gerenciar a compra de sondas do pré-sal e que passa por grave crise financeira. O valor equivale a uma desvalorização de 30% nas cotas do fundo Sondas, que é o instrumento usado pelos acionistas para controlar a empresa.
A conta que mostrou as perdas desde o ano passado até 31 de março deste ano foi feita pela Caixa Econômica Federal (CEF), que é a administradora do Fundo Sondas. O extrato com a informação foi enviado ontem aos acionistas da Sete. Oficialmente, a Caixa informa apenas que o valor das cotas será apresentado somente na semana que vem.
Mas os acionistas já estão contabilizando as perdas. O BTG Pactual já tinha anunciado nesta semana que fez uma provisão para perdas de 25% do que investiu na Sete. Entre os principais acionistas da empresa, por meio do fundo Sondas, estão os fundos de pensão da Petrobrás (Petros), da Caixa (Funcef) e o próprio BTG Pactual, além do Santander. Ainda fazem parte da lista o banco Bradesco, os fundos de pensão da Vale e do Banco do Brasil, o FI-FGTS e as empresas Lakeshore, Luce Venture Capital e EIG Global Energy Partners.

IMPACTO EXPRESSIVO

Para Funcef e Petros, mesmo que seja apenas um registro contábil, o impacto tende a ser expressivo. Isso porque precisam contabilizar as perdas em meio a um cenário de déficits recorrentes, que têm levado aposentados e funcionários a terem de aumentar suas contribuições para cobrir os rombos nos fundos. Cada uma das fundações terá de registrar desvalorização da ordem de R$ 500 milhões.

O diretor de um dos fundos de pensão diz que as perdas deveriam ser registradas em porcentuais maiores, se levada em conta a base de provisões feita pelo BTG nesta semana. Isso porque o banco registrava em seu balanço apenas o valor que efetivamente aportou na Sete. Já as fundações e outros cotistas contabilizaram valorização de 25% registrada pela Caixa no fundo Sondas em 2013.

A Funcef confirmou que vai registrar nas demonstrações contábeis do mês de abril essa desvalorização, mas alegou que não havia sido informada ainda oficialmente sobre a desvalorização das cotas. Já o Petros disse que contratou um laudo de avaliação independente que informava ao fundo a necessidade de reduzir em 29% o valor que tinha aplicado na Sete. Mas essa desvalorização não afetará o balanço de 2014, que ainda não foi divulgado pela fundação.

SANTANDER SE ESCONDE

Entre os maiores cotistas do fundo, somente o banco Santander não quis prestar informação, nem mesmo de que porcentual possui do investimento. O Bradesco informou que tem uma participação de apenas 3% por meio de um fundo de private equity e está fazendo os ajustes necessários. Já o FI-FGTS, que tem cerca de R$ 640 milhões como acionista, disse que deve fazer correções na próxima publicação. A Previ tem uma participação pequena, que representa menos de 1% do patrimônio da fundação.

A situação da Sete Brasil é bastante delicada e pode levar a uma perda total dos R$ 8,3 bilhões aportados pelos acionistas da companhia. A empresa tem até junho para apresentar um plano de reestruturação que contemple a forma como vai se financiar no longo prazo. Desde novembro do ano passado, a Sete deixou de pagar os estaleiros que estão construindo as 28 sondas que contratou por US$ 25 bilhões. Neste ano, atrasou o pagamento de um empréstimo de R$ 12 bilhões feito por seis bancos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Vejam a que ponto chegamos. Trata-se de uma empresa “criada para gerenciar a compra de sonda do pré-sal”. Ora, por que a Petrobras não quis gerenciar ela própria a compra de sondas junto aos estaleiros, como sempre fez? A Bomba ia estourar no BNDES, que ia bancar quase tudo, mas o escândalo da Petrobras implodiu a mamata. A Sete Brasil é uma negociata maluca e irresponsável, feita para tirar dinheiro da estatal, mas a fonte secou e agora a empresa está tecnicamente falida. (C.N.)


12 de maio de 2015

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