Em sua primeira mensagem desde o acordo entre Cuba e Estados Unidos, o ex-ditador Fidel Castro disse que não confia nos americanos, embora defenda o diálogo entre seu irmão, Raúl, e o presidente Barack Obama.
“Não confio na política dos Estados Unidos nem troquei nenhuma palavra com eles, sem que isso signifique, tampouco, uma rejeição a uma solução pacífica dos conflitos ou perigos de guerra”, disse no texto, com data de segunda-feira (26).
Fidel considera que as negociações entre os americanos e qualquer país da América Latina devem seguir as normas internacionais da diplomacia, ou seja, em igualdade de condições. “Defenderemos sempre a cooperação e a amizade com todos os povos do mundo e, entre eles, os nossos adversários políticos.”
A primeira mensagem sobre a retomada das relações diplomáticas com os americanos foi feita por meio de uma carta à Federação de Estudantes Universitários de Cuba, que completa 70 anos.
NO ENTERRO DE MANDELA
No texto, ele também afirma que o primeiro gesto de aproximação entre os dois países ocorreu no velório do líder negro e ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, em dezembro de 2013.
Na ocasião, Raúl Castro e Barack Obama se cumprimentaram, marcando uma trégua na relação entre os dois países. No final da carta, ele cita ainda as mudanças climáticas e o crescimento da população mundial para que todos os países criem normas para garantir a dignidade de todos os povos.
O silêncio de Fidel alimentou rumores sobre sua saúde e até sobre sua morte no início do mês, até que o ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona, seu amigo pessoal e que estava de visita em Havana, anunciou há duas semanas ter recebido uma carta do ex-ditador.
A última aparição pública de Fidel foi em 8 de janeiro de 2014, quando assistiu à inauguração de uma galeria do artista cubano Alexis Leyva “Kcho”, também seu amigo.
CÚPULA
A carta de Fidel FOI divulgada na véspera da cúpula da Celac, grupo fundado pelo então presidente venezuelano Hugo Chávez para ser uma alternativa à OEA (Organização dos Estados Americanos), que não admite Cuba.
Para analistas, o discurso positivo do presidente Barack Obama para a América Latina e as ações graduais sobre Cuba implementadas desde dezembro já seriam suficientes para questionar duas das principais premissas da criação da Celac: a existência de um bloco que faça frente à influência dos EUA no continente e a inclusão de Cuba num grande fórum regional.
No último caso, acredita-se que o movimento dos dois países pode tornar o retorno de Cuba à OEA mais factível.
“Agora que os EUA começaram sua própria discussão para normalizar as relações, a principal função da Celac deixa de existir”, diz Christopher Sabatini, da Universidade Columbia (EUA).
30 de janeiro de 2015
Deu na Folha
“Não confio na política dos Estados Unidos nem troquei nenhuma palavra com eles, sem que isso signifique, tampouco, uma rejeição a uma solução pacífica dos conflitos ou perigos de guerra”, disse no texto, com data de segunda-feira (26).
Fidel considera que as negociações entre os americanos e qualquer país da América Latina devem seguir as normas internacionais da diplomacia, ou seja, em igualdade de condições. “Defenderemos sempre a cooperação e a amizade com todos os povos do mundo e, entre eles, os nossos adversários políticos.”
A primeira mensagem sobre a retomada das relações diplomáticas com os americanos foi feita por meio de uma carta à Federação de Estudantes Universitários de Cuba, que completa 70 anos.
NO ENTERRO DE MANDELA
No texto, ele também afirma que o primeiro gesto de aproximação entre os dois países ocorreu no velório do líder negro e ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, em dezembro de 2013.
Na ocasião, Raúl Castro e Barack Obama se cumprimentaram, marcando uma trégua na relação entre os dois países. No final da carta, ele cita ainda as mudanças climáticas e o crescimento da população mundial para que todos os países criem normas para garantir a dignidade de todos os povos.
O silêncio de Fidel alimentou rumores sobre sua saúde e até sobre sua morte no início do mês, até que o ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona, seu amigo pessoal e que estava de visita em Havana, anunciou há duas semanas ter recebido uma carta do ex-ditador.
A última aparição pública de Fidel foi em 8 de janeiro de 2014, quando assistiu à inauguração de uma galeria do artista cubano Alexis Leyva “Kcho”, também seu amigo.
CÚPULA
A carta de Fidel FOI divulgada na véspera da cúpula da Celac, grupo fundado pelo então presidente venezuelano Hugo Chávez para ser uma alternativa à OEA (Organização dos Estados Americanos), que não admite Cuba.
Para analistas, o discurso positivo do presidente Barack Obama para a América Latina e as ações graduais sobre Cuba implementadas desde dezembro já seriam suficientes para questionar duas das principais premissas da criação da Celac: a existência de um bloco que faça frente à influência dos EUA no continente e a inclusão de Cuba num grande fórum regional.
No último caso, acredita-se que o movimento dos dois países pode tornar o retorno de Cuba à OEA mais factível.
“Agora que os EUA começaram sua própria discussão para normalizar as relações, a principal função da Celac deixa de existir”, diz Christopher Sabatini, da Universidade Columbia (EUA).
30 de janeiro de 2015
Deu na Folha
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