A decisão de divulgar o balanço financeiro da Petrobrassem contabilizar as perdas envolvendo a corrupção apurada pela operação Lava Jato teve o dedo do Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff acompanhou pessoalmente o assunto.
A posição dos ex-ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento) de não aceitar as baixas contábeis seguiu orientação do Planalto. O entendimento é que incluir o prejuízo no balanço colocaria em risco a empresa, que poderia ter suas contas rejeitadas por CVM e SEC, com sérias consequências para sua diretoria e conselheiros.
Para o governo, incluir tal prejuízo seria “chancelar” um dado sobre desvios que poderiam ter ocorrido na empresa. Ninguém, na verdade, sabe precisar de quanto é o rombo, avalia-se.
Dentro desse raciocínio, a decisão foi de que o melhor é não apresentar nenhum dado, por ora, até se encontrar o método considerado aceitável de precisão de cálculo. O Planalto entende que é melhor enfrentar o desgaste da oscilação das ações da empresa do que apresentar um número que será questionado.
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NOTA DO COMENTARISTA CELSO SERRA – 1) o Balancete do 3º Trimestre de 2014, segundo o jornal O Globo, foi divulgado às 3h e 21 minutos da madrugada de (28/01/2015); 2) nessa peça contábil de hábitos noturnos aparece um “modesto” rombo de R$ 88 bilhões. Deve estar errado, pois esse número, pelo que a mídia publicou, é insignificante; 3) e nas peças contábeis anteriores, o rombo foi ocultado ou não existia. A situação é dogmática por caber apenas dois rumos: primeiro, se o rombo veio crescendo ano a ano e foi ocultado, tem muita gente vinculada à Petrobras (por exemplo, Dilma) em situação não muito cômoda; segundo, se as peças contábeis anteriores estão corretas e não apresentam rombos, este que apareceu passa a ser obra exclusiva da administração da “Graciosa” da Dilma. Já pensaram nisso? É, como já foi escrito por Ferrreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho, “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Façam sua apostas antes que a Justiça americana decida…
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria enviada pelo advogado/economista Celso Serra revela o impressionante despreparo da presidente Dilma, da equipe econômica e da assessoria do Planalto. A Petrobras é obrigada por lei a publicar o balanço com declaração de prejuízos e parecer de auditoria independente, mas a PricewaterhouseCoopers se recusa a participar. Ao contrário do que pensam Dilma, Graça & Cia., a maquiagem do prejuízo e o balanço sem auditoria vão aumentar os problemas da Petrobras junto à CVM, à SEC (U.S. Securities and Exchange Commission) e a Justiça dos EUA. Desse jeito, Dilma, Graça e Cia. vão destruir a Petrobras. (C.N.)
30 de janeiro de 2015
Tânia Monteiro
Estadão
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