"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

NEM SEMPRE TUDO ACABA EM PIZZA, ÀS VEZES DÁ EM CARNAVAL


Os protestos do povo deram nisso...
Pois é. Quando os motivos eram difusos e confusos, o povo saiu às ruas para protestar contra uma penca de coisas. Era mensalão, preço de passagem, Sergio Cabral, Dilma, roubalheira e por aí afora. Agora, que há um motivo grave - pelo menos no meu entendimento - como o atentado que seis mequetrefes togados cometeram contra a Justiça e contra o Brasil, ninguém mexe uma palha.

Não dá para entender o brasileiro, nem mesmo aquele que você acha que deveria ter alguma consciência política pelo seu nível de estudo, acesso à informação e condição social. Eu fundo a minha cachola mas não entendo, por exemplo, como é que tem gente que diz, orgulhosa, que sempre anula seu voto, seja para que cargo for, e sai metendo o pau na situação do país - há muitos nos “facebooks” da vida. Eu também não entendo como é que alguém pode achar que o país está uma zorra e dizer que a volta do Lula é a solução - também os há.

Ainda outro dia, uma amiga botou um post no Face denunciando Aecio por querer “censurar” a internet, criminalizando a crítica política feita através dela - uma grossa mentira. Foi o bastante para um outro comentar: “Cheirador de merda!”. Eu não sou exatamente o fã número um do Aecio, não tenho como provar que ele não usa cocaína e nem me interessa. Tampouco me importam as namoradas ele arranja por aí, já que não estamos falando de um ator global e sim de um candidato à Presidência da República. Que critiquem sua postura de festeiro, ainda vá lá, mas esse tipo de boçalidade, afirmando coisas que não se tem como provar, só faz reforçar a minha ideia que todo brasileiro é, em essência, uma besta política.

É por essa inconsistência crítica, por essa síndrome de maria-vai-com-as-outras, por esse fofoquismo enraigado e por esse “foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo” que o Brasil não passa de um arremedo democrático onde as eleições são apenas uma mera formalização de um poder que não muda de mãos desde Getúlio Vargas, o homem que domesticou o povo brasileiro, o “pai do povo” que inverteu a mão do poder.
 
27 de setembro de 2013

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