Os protestos do povo deram nisso... |
Pois é. Quando os motivos eram difusos e confusos, o povo saiu às ruas para protestar contra uma penca de coisas. Era mensalão, preço de passagem, Sergio Cabral, Dilma, roubalheira e por aí afora. Agora, que há um motivo grave - pelo menos no meu entendimento - como o atentado que seis mequetrefes togados cometeram contra a Justiça e contra o Brasil, ninguém mexe uma palha.
Não dá para entender o brasileiro, nem mesmo aquele que você acha que deveria ter alguma consciência política pelo seu nível de estudo, acesso à informação e condição social. Eu fundo a minha cachola mas não entendo, por exemplo, como é que tem gente que diz, orgulhosa, que sempre anula seu voto, seja para que cargo for, e sai metendo o pau na situação do país - há muitos nos “facebooks” da vida. Eu também não entendo como é que alguém pode achar que o país está uma zorra e dizer que a volta do Lula é a solução - também os há.
Ainda outro dia, uma amiga botou um post no Face denunciando Aecio por querer “censurar” a internet, criminalizando a crítica política feita através dela - uma grossa mentira. Foi o bastante para um outro comentar: “Cheirador de merda!”. Eu não sou exatamente o fã número um do Aecio, não tenho como provar que ele não usa cocaína e nem me interessa. Tampouco me importam as namoradas ele arranja por aí, já que não estamos falando de um ator global e sim de um candidato à Presidência da República. Que critiquem sua postura de festeiro, ainda vá lá, mas esse tipo de boçalidade, afirmando coisas que não se tem como provar, só faz reforçar a minha ideia que todo brasileiro é, em essência, uma besta política.
É por essa inconsistência crítica, por essa síndrome de maria-vai-com-as-outras, por esse fofoquismo enraigado e por esse “foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo” que o Brasil não passa de um arremedo democrático onde as eleições são apenas uma mera formalização de um poder que não muda de mãos desde Getúlio Vargas, o homem que domesticou o povo brasileiro, o “pai do povo” que inverteu a mão do poder.
27 de setembro de 2013
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