PSDB quer demissão do ministro da Justiça e levará caso Alstom à Comissão de Ética. Aécio acusou Cardozo de usar instituições do governo para perseguir adversários. Ao anunciar providências que serão tomadas, líder do partido na Câmara diz que denúncias são falsas, no ‘estilo PT de forjar dossiês’
Uma dura ofensiva da cúpula do PSDB para reagir às denúncias de envolvimento de dirigentes do partido em formação de cartel nas obras do metrô de São Paulo foi anunciada nesta terça-feira pelo presidente do partido, Aécio Neves (MG), e os tucanos citados por suposto envolvimento no caso. Aécio comparou o caso ao episódio dos aloprados de 2006 e acusou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de usar as instituições para perseguir os adversários. A direção do PSDB pediu o afastamento de Cardozo das investigações e sua demissão do Ministério da Justiça durante entrevista coletiva hoje.
Ao lado dos líderes Carlos Sampaio (SP) e Aloysio Nunes Ferreira (SP), Aécio pediu o afastamento do ministro da Justiça e do presidente do Cade, Vinicius Carvalho, do comando das investigações que apuram a denúncia de cartel envolvendo a Siemens e Alstom. Os tucanos acusam ainda o ministro da Justiça de usar um documento apócrifo, que tinha desde junho, para tentar incriminar os tucanos e tirar o foco do noticiário na semana da prisão dos petistas mensaleiros.
- O PT faz um mal enorme à democracia ao se apropriar das instituições como patrimônio para tentar perpetuar o projeto do PT no Poder. Isso tudo nos lembra o episódio dos aloprados em 2006, agora numa tentativa de amenizar o impacto das condenações dos companheiros petistas, numa tentativa de nos colocar como iguais. Mas nós não somos iguais. Prezamos a ética na coisa pública - disse Aécio.
Em várias frentes, os tucanos vão encaminhar requerimentos de convocação de Cardozo e de Vinicius Carvalho para serem ouvidos no Congresso. O partido também vai representar contra Cardozo na Comissão de Ética Pública da Presidência da República e no Ministério Público Federal por improbidade administrativa, além de entrar com processos judiciais contra os dois.
Segundo Cardozo, o documento com o depoimento do ex-executivo da Siemens citando a suposta participação dos tucanos, Everton Rheinheimer, que fez delação premiada, foi entregue a ele pelo deputado Simão Pedro (PT-SP) e ele encaminhou à Policia Federal para investigação. Everton, entretanto, negou que seu depoimento citasse os tucanos.
- Se a presidente da República Dilma Rousseff não sabia disso, agora está sabendo. Ou ela demite o ministro ou é cúmplice desse dossiê aloprado - disse o deputado federal licenciado e secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, citado no documento apócrifo enviado por Cardozo à PF.
Ao anunciar as providências que serão tomadas, o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse que esse caso é mais um do “estilo PT de forjar dossiês”. Ele disse que o PT repete a prática de forjar documentos falsos, como a lista de Furnas, dossiê Caymã, dossiê dos aloprados em 2006, dossiê de gastos da família FHC por Erenice Guerra, para desviar o foco dos gastos dos cartões corporativos, e o dossiê Serra, na campanha de Dilma, quando quebraram os sigilos de José Serra e sua filha Verônica.
- O dossiê Siemens segue o mesmo roteiro. O ministro Cardozo recebe um documento falso, não assinado, na casa dele, de maneira oficiosa, das mãos de um companheiro petista, que vinha com um pedido de cargo do denunciante em uma diretoria na Vale do Rio Doce. Eu sou promotor e ele procurador. Como ministro da Justiça, o máximo que ele deveria fazer era chamar seus assessores para rirem juntos e jogar no lixo - disse Carlos Sampaio.
Presente na coletiva, o secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (São Paulo), Edson Aparecido, também citado na acusação do ex-executivo da Siemens, disse que o depoimento dado em inglês foi traduzido e adulterado pelo deputado Simão Pedro, para incluir dois parágrafos com as citações dos tucanos. Essa parte adulterada foi negada pelo denunciante da Siemens.
- Foi o padrão petista de tradução. O depoimento foi traduzido pelo deputado Simão Pedro e ele introduziu trechos que incriminam os membros do PSDB, numa clara adulteração de documento oficial - disse Edison Aparecido.
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes, citado como sendo próximo do lobista Arthur Gomes Teixeira, era um dos mais indignados. Disse que se trata de um “episódio crapuloso” e que está sofrendo um profundo sentimento pessoal de ver seu nome envolvido nesse caso nebuloso.
- Estou nisso como Pilatos no credo. Não tenho nada a ver com essa porcaria - desabafou Aloysio, anunciando que o PSDB pedirá formalmente o afastamento de Cardozo das investigações.
- O ministro da Justiça está atrapalhando as investigações. Falta sobriedade e decoro, e está atrapalhando os advogados que comandam as investigações - disse.
Mais comedido, Aécio defendeu o afastamento de Cardozo das investigações, mas disse que demissão cabe a presidente Dilma avaliar.
- Ele perdeu as condições de comandar essas investigações. Mas demissão, por omissão, cabe a presidente Dilma avaliar - disse Aécio.
- No caso dos aloprados, o então presidente Lula alegou que era um bando de aloprados sem cargo no governo. A diferença agora é que tem o ministro da Justiça e o presidente do Cade envolvidos - completou o líder do PSDB na Câmara.
26 de novembro de 2013
Maria Lima - O Globo
Uma dura ofensiva da cúpula do PSDB para reagir às denúncias de envolvimento de dirigentes do partido em formação de cartel nas obras do metrô de São Paulo foi anunciada nesta terça-feira pelo presidente do partido, Aécio Neves (MG), e os tucanos citados por suposto envolvimento no caso. Aécio comparou o caso ao episódio dos aloprados de 2006 e acusou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de usar as instituições para perseguir os adversários. A direção do PSDB pediu o afastamento de Cardozo das investigações e sua demissão do Ministério da Justiça durante entrevista coletiva hoje.
Ao lado dos líderes Carlos Sampaio (SP) e Aloysio Nunes Ferreira (SP), Aécio pediu o afastamento do ministro da Justiça e do presidente do Cade, Vinicius Carvalho, do comando das investigações que apuram a denúncia de cartel envolvendo a Siemens e Alstom. Os tucanos acusam ainda o ministro da Justiça de usar um documento apócrifo, que tinha desde junho, para tentar incriminar os tucanos e tirar o foco do noticiário na semana da prisão dos petistas mensaleiros.
- O PT faz um mal enorme à democracia ao se apropriar das instituições como patrimônio para tentar perpetuar o projeto do PT no Poder. Isso tudo nos lembra o episódio dos aloprados em 2006, agora numa tentativa de amenizar o impacto das condenações dos companheiros petistas, numa tentativa de nos colocar como iguais. Mas nós não somos iguais. Prezamos a ética na coisa pública - disse Aécio.
Em várias frentes, os tucanos vão encaminhar requerimentos de convocação de Cardozo e de Vinicius Carvalho para serem ouvidos no Congresso. O partido também vai representar contra Cardozo na Comissão de Ética Pública da Presidência da República e no Ministério Público Federal por improbidade administrativa, além de entrar com processos judiciais contra os dois.
Segundo Cardozo, o documento com o depoimento do ex-executivo da Siemens citando a suposta participação dos tucanos, Everton Rheinheimer, que fez delação premiada, foi entregue a ele pelo deputado Simão Pedro (PT-SP) e ele encaminhou à Policia Federal para investigação. Everton, entretanto, negou que seu depoimento citasse os tucanos.
- Se a presidente da República Dilma Rousseff não sabia disso, agora está sabendo. Ou ela demite o ministro ou é cúmplice desse dossiê aloprado - disse o deputado federal licenciado e secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, citado no documento apócrifo enviado por Cardozo à PF.
Ao anunciar as providências que serão tomadas, o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse que esse caso é mais um do “estilo PT de forjar dossiês”. Ele disse que o PT repete a prática de forjar documentos falsos, como a lista de Furnas, dossiê Caymã, dossiê dos aloprados em 2006, dossiê de gastos da família FHC por Erenice Guerra, para desviar o foco dos gastos dos cartões corporativos, e o dossiê Serra, na campanha de Dilma, quando quebraram os sigilos de José Serra e sua filha Verônica.
- O dossiê Siemens segue o mesmo roteiro. O ministro Cardozo recebe um documento falso, não assinado, na casa dele, de maneira oficiosa, das mãos de um companheiro petista, que vinha com um pedido de cargo do denunciante em uma diretoria na Vale do Rio Doce. Eu sou promotor e ele procurador. Como ministro da Justiça, o máximo que ele deveria fazer era chamar seus assessores para rirem juntos e jogar no lixo - disse Carlos Sampaio.
Presente na coletiva, o secretário da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (São Paulo), Edson Aparecido, também citado na acusação do ex-executivo da Siemens, disse que o depoimento dado em inglês foi traduzido e adulterado pelo deputado Simão Pedro, para incluir dois parágrafos com as citações dos tucanos. Essa parte adulterada foi negada pelo denunciante da Siemens.
- Foi o padrão petista de tradução. O depoimento foi traduzido pelo deputado Simão Pedro e ele introduziu trechos que incriminam os membros do PSDB, numa clara adulteração de documento oficial - disse Edison Aparecido.
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes, citado como sendo próximo do lobista Arthur Gomes Teixeira, era um dos mais indignados. Disse que se trata de um “episódio crapuloso” e que está sofrendo um profundo sentimento pessoal de ver seu nome envolvido nesse caso nebuloso.
- Estou nisso como Pilatos no credo. Não tenho nada a ver com essa porcaria - desabafou Aloysio, anunciando que o PSDB pedirá formalmente o afastamento de Cardozo das investigações.
- O ministro da Justiça está atrapalhando as investigações. Falta sobriedade e decoro, e está atrapalhando os advogados que comandam as investigações - disse.
Mais comedido, Aécio defendeu o afastamento de Cardozo das investigações, mas disse que demissão cabe a presidente Dilma avaliar.
- Ele perdeu as condições de comandar essas investigações. Mas demissão, por omissão, cabe a presidente Dilma avaliar - disse Aécio.
- No caso dos aloprados, o então presidente Lula alegou que era um bando de aloprados sem cargo no governo. A diferença agora é que tem o ministro da Justiça e o presidente do Cade envolvidos - completou o líder do PSDB na Câmara.
26 de novembro de 2013
Maria Lima - O Globo
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