"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A REFORMA POLÍTICA DA POLÍCIA FEDERAL PODE ACABAR COM O PT




A Operação Lava Jato, agora na apropriadamente apelidada etapa do Juízo Final, pode fazer aquilo que todo governo em crise promete: uma reforma política. Ao atacar de frente os corruptores, a Polícia Federal tem a oportunidade de expor o elo que costuma escapar nos escândalos do gênero.

A confirmar as suspeitas, ao fim poderá estar claro que empresas fornecedoras da Petrobras roubaram da estatal por meio de propinas e superfaturamentos, e usaram parte deste mesmo recurso para molhar a mão de políticos e operadores que permitiram a instalação do esquema.
É quase um círculo perfeito, no que tange o financiamento dos políticos. Em campanhas, dinheiro desviado pode ser reinvestido legalmente em quem abriu a porta do cofre.

Depois do mensalão e das duras condenações aplicadas particularmente aos atores não-políticos do esquema, o pagamento aos políticos precisava de novos e menos arriscados mecanismos.
A reforma política proposta pelo governo não resolve os problemas e ainda cria outros.
Mas involuntariamente a PF fará avançar essa agenda, se conseguir ir até o fim. Resta saber o que sairá disso, visto que agentes que irão debater as novas regras poderão fazê-lo do banco dos réus.

PT CORRE RISCO
 
O escândalo da Petrobras ameaça a todos, mas só um partido corre risco existencial com ele: o PT.
Em seus governos, o partido colocou a estatal no topo da agenda; fez controle inflacionário ao represar reajustes de combustível, enquanto Lula embebia as mãos com petróleo, à Getúlio.
Para cada descoberta no pré-sal, contudo, parece ter havido uma contrapartida obscura.

PMDB, PP e outros estão citados, mas o PT tinha o leme. Depois de sobreviver ao mensalão e sofrer derrotas apesar de reeleger Dilma, o que sobrará do partido se o que se insinua na Lava Jato for comprovado?

18 de novembro de 2014
Igor Gielow
Folha

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