Aumenta descrédito internacional em relação ao governo Dilma.
Petrobras: transparência zero!
Segundo Merval Pereira, de O Globo, " a queda de mais de 10% nas ações ordinárias da Petrobras reflete não apenas as dificuldades de gestão por que passam a estatal, mas, sobretudo, o descrédito da política econômica do governo. Os investidores estrangeiros foram os maiores vendedores dos papéis brasileiros, um recado direto sobre a maneira com que o governo vem lidando com o controle da inflação, a principal razão para que os reajustes dos preços de gasolina e diesel não tenham o aumento compatível com o mercado internacional."
As ações da Petrobras despencaram até 10% ontem após a decepção com o reajuste de 4% da gasolina, considerado insuficiente, e com a falta de detalhes sobre a política de preços da estatal. Na sexta, a Petrobras anunciou um aumento de 4% para gasolina e de 8% para o diesel nas refinarias. Nos postos, a expectativa é que o aumento fique entre 2% e 2,5%. A estatal anunciou que não divulgará os critérios de reajuste, mas disse que o modelo irá garantir a "convergência dos preços internacionais dos combustíveis ao mercado doméstico".
Representantes de petroleiras presentes ontem ao Palácio do Planalto para a cerimônia de assinatura do contrato de exploração do campo de Libra disseram à Folha que a Petrobras foi prejudicada pelas decisões recentes do governo. Segundo eles, tanto o percentual, que ficou abaixo do reivindicado pela estatal, como a suposta nova metodologia de cálculo dos aumentos significaram, na prática, um derrota para a estatal.
Na avaliação do setor, a criação de uma "nova política de preços", como foi divulgado na sexta, pareceu mais uma forma de reduzir o desgaste da Petrobras na disputa com o Ministério da Fazenda, que era contrário a qualquer reajuste automático da gasolina e do diesel, por temer efeitos na inflação. Analistas reclamaram da falta de transparência sobre a "nova política", que não acaba com o poder da Fazenda sobre o reajuste.
A expectativa do mercado é que, pelo menos no ano da eleição, a definição dos preços fique sob controle total da equipe econômica. A equipe de análise do Citigroup rebaixou a recomendação às ações da estatal de compra para neutra, ressaltando que o reajuste veio menor do que eles projetavam. O mercado ficou também frustrado com a falta de detalhes sobre o acordo entre a empresa e o governo. "Foi perdida a chance de mudar a falta de clareza nas decisões da empresa", diz Luana Helsinger, analista do GBM.
Segundo o analista-chefe da XP Investimentos, William Alves, "a companhia permanecerá sendo afetada, destruindo valor para os acionistas". O reajuste também não agradou ao BTG Pactual: "Não sabemos se esse é um sinal do tamanho médio das altas dos preços no futuro", disseram Gustavo Gattass e Stefan Weskott, em relatório.
(Com informações da Folha de São Paulo)
03 de dezembro de 2013
in coroneLeaks
Nenhum comentário:
Postar um comentário