Jeany Mary Corner voltou ao noticiário pornopolítico
Sete anos depois de viver suas dez semanas de fama como uma das principais coadjuvantes da chanchada pornopolítica “República de Ribeirão”, protagonizada pelo então ministro da Fazenda Antonio Palocci, Jeany Mary Corner voltou repentinamente ao noticiário nesta segunda-feira, ao ser presa em companhia de oito parceiros (veja reportagem aqui no site de VEJA). Ela é acusada de “tráfico interno de pessoas, rufianismo e associação criminosa”.
Tanto quanto a profissão oficial que aparece no seu cartão de visitas ─ “promotora de eventos” ─, o juridiquês de polícia camufla com palavras enroladas o verdadeiro ofício de Jeany: fornecedora de prostitutas padrão Fifa. No comando dessa batalhão de elite, supre com presteza e muita competência as necessidades da clientela composta por figurões da pital federal.
Jeany atende a qualquer tipo de encomenda, faz entregas em domicílio ou deposita a mercadoria em esconderijos remotos sem exagerar no frete. No ramo há mais de vinte anos, aprendeu como poucas concorrentes a ganhar dinheiro, fazer amigos e influenciar pessoas.
Em 2006, Jeany fez um conciso balanço do negócio que administra há muitos governos. “O de Collor foi o melhor. O de FHC foi ‘marrom’ (‘marromenos’, traduziu em seguida).
O de Lula estava bom demais para ser verdade”. Aparentemente, os ventos continuaram soprando a favor no segundo mandato de Lula e nestes três anos de Dilma Rousseff. Antes que conte como foram as coisas nesse período, Jeany decerto será libertada.
Para tirar da cadeia a dona da agenda telefônica de altíssimo risco, a turma atormentada pelo surto de insônia é capaz de tudo (até de pilotar uma operação aérea de resgate a bordo da frota de jatinhos da FABTur). Os poderosos festeiros perderam a vergonha há muito tempo. Mas nenhum perdeu o instinto de sobrevivência, aguçado pela existência de vídeos e fotos.
Nessas circunstâncias, mesmo os extraordinariamente inventivos ficam sem saber o que dizer em casa. A patroa pode achar que a coisa passou dos limites. E mulher de política é um perigo. Pode bater-lhe a vontade de vingar-se da humilhação contando tudo sobre o maridão.
03 de dezembro de 2013
Augusto Nunes
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