A presidente da República não tem mais como esconder o fracasso de seu governo na economia.
A desculpa da economia internacional é falsa, já que o mundo deve crescer cerca de 3,3% neste ano, segundo o FMI, e o Brasil bem menos que 1%. Entre os emergentes, o desempenho médio será ainda melhor: 4,4%.
Dilma diz com razão que o desemprego é baixo e que a renda dos trabalhadores cresceu. Mas a que custo? Tirando o único ponto brilhante na área econômica (o mercado de trabalho) fica claro que a situação atual é insustentável. É questão de tempo a deterioração dos números nesse setor também.
O subterrâneo está todo desajustado. O Brasil não cresce e estoura a meta de inflação e as contas públicas. Praticamente não haverá saldo comercial neste ano. E os juros terão de continuar altos para segurar preços e atrair dinheiro de fora, pois o rombo externo também é o maior em vários anos.
Não é birra de paulista o fato de Dilma ter se estrepado no domingo passado no Estado mais industrializado e competitivo do país. Nem coincidência a presidente ter, mais uma vez, se sustentado com votos do Nordeste e Norte, regiões mais atendidas por programas sociais.
QUEIMANDO A GORDURA
A política econômica de Dilma foi errática do começo ao fim, e seu governo termina de forma melancólica nessa área. Mesmo os milhões de empregos criados são de má qualidade, concentrados muito no setor de serviços, o que denota a falta de produtividade na economia brasileira.
Dilma queimou quase toda a gordura que herdou do governo Lula, que lhe deixou 7,5% de crescimento em 2010. E desajustes que, à época, não eram tão complicados de arrumar. Agora são.
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