É claro que o horário eleitoral pelo rádio e TV tem forte influência no resultado das urnas, assim como a campanha nas ruas e na mídia, mas a eleição vai se decidir mesmo nos debates pela TV.
O primeiro deles será realizado hoje à noite, na Band, com intermediação do jornalista Ricardo Boechat.
As estratégias dos concorrentes já estão bem definidas. Dilma Rousseff vai atacar a privataria tucana e tentar assumir os resultados obtidos pela Polícia Federal, dizendo que nunca antes, na História deste país, houve tamanha liberdade de investigação. Repetirá a tecla de que todos serão punidos, doa a quem doer, reclamará do “vazamento eleitoral” dos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. E vai insistir na tática do medo, do retrocesso, do pobre comprando carro e viajando de avião.
Da mesma forma, Aécio vai seguir atacando a estagnação da economia, a volta da inflação, o aparelhamento do Estado, as obras inacabadas, a corrupção oficial, que realmente chegou a níveis realmente inesperados. E vai se beneficiar da tese de que o Brasil tem de mudar, melhorando educação, saúde, segurança e investimento, e agora só existe uma maneira de haver mudanças.
ARGUMENTOS FORTES
Bem, o jogo é este, mais do que sabido. Os argumentos são fortes de ambos os lados. Os candidatos funcionam como atores interpretando papéis principais. O que vai decidir a eleição será o desempenho de cada um deles. E o requisito mais importante é a tranquilidade.
Como Dilma hoje parece uma mulher à beira de ataque de nervos, e vive fazendo caras e bocas, como se fosse uma caricatura de si mesma, Aécio parece ter mais chances. Mas ninguém pode prever nada.
Como dizia Abelardo Barbosa, o Chacrinha, o programa só acaba quando termina. Há sempre a possibilidade de Aécio dar alguma mancada e abrir espaço para Dilma crescer, como Marina fez na debate da Globo no primeiro turno. Justamente por isso, o espetáculo é imperdível.
14 de outubro de 2014
Carlos Newton
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