"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

CORAÇÕES E MENTES

BRASÍLIA - Dividido meio a meio, o Brasil mergulha num curioso embate entre PSDB e PT. Aécio (51%) esbarra nos mais pobres e menos escolarizados e trabalha emoção. Dilma (49%) bate numa muralha entre os mais ricos e escolarizados e parte para ataque e defesa.

Em ônibus e metrôs, alardeia-se que Aécio não só vai acabar com o Bolsa Família dos miseráveis como fará pior: congelar os salários dos pobres e trabalhadores. Um "exterminador do futuro", tal como Marina Silva se sentia no primeiro turno.

Em restaurantes e botecos chiques, só se fala na Petrobras, na voracidade e na desenvoltura do PT diante do governo, das estatais, das empresas legais ou nem tanto. E recita-se a fila: Valdomiro, Erenice, Rose, André Vargas, o vereador de São Paulo metido com o PCC. Sem falar de mensaleiros e aloprados.

Modulando o embate, a economia é um fator pouco palpável, mas corrosivo. Dilma venceu em 2010 com o Brasil crescendo a 7,5%. Enfrenta 2014 com escândalos petistas e previsão de PIB inferior a 1%. A questão nem é congelar salários, é ter salários. As notícias sobre emprego virão ruins nesta semana.

Cristalizado o confronto nesse ambiente, tem-se a campanha de Dilma envolvida numa dupla batalha: num flanco, ataca o governo FHC, que acabou há 12 longos anos; no outro, defende-se da sanha petista nas estatais, que é bem atual.

Que discurso é mais eficiente diante das revelações da Justiça sobre a roubalheira na Petrobras? Dilma chamando a divulgação de "golpe", ou Aécio acusando um "assalto" na principal empresa brasileira?

Aécio, porém, tira o tom de batalha e tenta encarnar JK, o desenvolvimentista camarada que atraiu a simpatia do mundo político e mexeu com a emoção do eleitorado.

Ninguém melhor do que Renata Campos, aliás, para simbolizar apoio político e emoção. Além de arrancar votos em Pernambuco, reforça a onda da mudança. E Marina vem aí...

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