"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

OS FISIOLÓGICOS DA HORA FAREJAM A MUDANÇA DO PODER

O PMDB SE AGITA EM TORNO DE AÉCIO NEVES MAS SEUS LÍDERES SABEM QUE A "A BASE ALUGADA" TEM OS SEUS DIAS CONTADOS

Eduardo Cunha, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados.
“Não vejo dificuldade nenhuma de se posicionar em apoio a um futuro governo Aécio”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), reeleito no último dia 5 de outubro.
 
O primeiro sinal nesse sentido será dado nesta segunda-feira, 13, quando a bancada deve se reunir em Brasília para discutir se tomará alguma posição oficial neste segundo turno da corrida presidencial, entre Aécio e a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT).
 
Ao contrário da direção nacional da legenda, presidida por Michel Temer, vice da petista, a opção que deve prevalecer é a da neutralidade. “A bancada está literalmente dividida e por isso não tenho que me posicionar. Eu almejo continuar como líder e, se eu quero isso, tenho que satisfazer a bancada”, ressaltou o deputado. Segundo ele, a divisão da bancada reflete a divisão do PMDB nacional.
 
Cotado para a disputa pela presidência da Câmara em 2015, posto cuja posição do presidente eleito no dia 26 deverá ser determinante, Cunha evita se posicionar individualmente sobre a corrida presidencial. Mas afirma que Aécio representa mais o desejo de mudança da população.
 
“O que vai decidir é que existe um desejo de mudança e esse desejo tem sido expressado pelos números do Aécio, que representa a rejeição a ela. Tem que levar em conta que quem é Dilma, já votou na Dilma, ou seja, ela agrega muito pouco para o segundo turno.
Agora, qualquer mudança se dará no debate”.
 
Segundo Cunha, se Dilma for reeleita, a posição do partido terá de ser avaliada. “Não deixamos de integrar a base do governo, mas optamos pela independência. Tanto que não indicamos nomes para substituir ministros. Essa nossa postura vai ter que ser conversada porque é uma decisão inclusive de quem vota na Dilma”, ressaltou.

Um eventual apoio do PMDB ampliaria a base parlamentar de Aécio, que vem crescendo com os apoios que tem recebido nos últimos dias.
Somando-se a coligação de Aécio com os peemedebistas e os partidos que declararam apoio ao tucano nos últimos dias, como os da coligação presidencial da candidata derrotada Marina Silva (PSB, PPS, PPL, PRP, PHS e PLS), o PV de Eduardo Jorge e o PSC de Pastor Everaldo, ela chegaria a 232 dos 513 deputados. Sua coligação elegeu 138 deputados.
 
 
MEU COMENTÁRIO: Um já provável Governo Aécio Neves, confirmando-se a tendência exaustivamente revelada em todas as sondagens eleitorais por diferentes institutos de pesquisa, não terá de maneira nenhuma a configuração à qual os políticos se acostumaram ao longo de duas décadas do PT no poder.
Jocosamente apelidada de "base alugada" justamente pelo volume de corrupção e cargos em troca de apoio congressual, esse "blocão', já começou a derreter e fatalmente obrigará uma mudança no "modus operandi" dos parlamentares, mormente sob o governo de Aécio Neves.
 
Das urnas, já no primeiro turno, veio o aviso muito claro da maioria do eleitorado. Somando-se os votos auferidos por Aécio e Marina Silva, quase 55% dos eleitores brasileiros repudiam o PT.
 
A par disso, queira-se ou não, houve uma renovação do Congresso. O jogo de forças no Congresso, nestas alturas, já não é mais o mesmo. 
Pela reportagem que transcrevo acima já se vê o lobby do PMDB atuando na grande imprensa brasileira de forma a aplainar o caminho para que esse partido continue mantendo sujeito aos seus interesses qualquer governo.
 
Todavia, como frisei, embutido nos votos dos primeiro turno, há uma clara advertência dos eleitores de que não concordam com "bases alugadas" e o festival do toma lá dá cá. E isto, como já se envidenciou pela postura do candidato Aécio Neves, indica que o ciclo do PT realmente encerra-se com esta eleição e isto implicará um novo comportamento de deputados e senadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário