"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

PALPITE INFELIZ

O certo é que, coincidente com o resultado das urnas ou não, houve uma série de fatos que mudaram o quadro, de modo que subitamente tudo parecia alterado.
A pretendida reeleição da presidente Dilma ficou pela metade a despeito da milionária campanha celebrada, uma força nova entrou em cena com vigor, a ponto de ocupar posição no procênio quando era quase obscura. Isto me parece relevante.

Enquanto isso, antes da eleição, entidades de pesquisa divulgavam prognósticos como se possuíssem certeza científica, quando essas especulações eram predominantemente meras especulações.


A única pesquisa passível de ser aferida é a que se denomina “boca de urna” no dia da eleição e mesmo assim neste pleito ensejou erros constrangedores.
Não obstante, é impressionante a onipotência dos órgãos de pesquisa, que chegam mesmo a se atribuir a “margem de erro”, ao estabelecer o limite percentual de sua infalibilidade, quando a moderação nunca é demasiada, especialmente em afirmações que não se podem provar.


É de espantar que as pesquisas chegam ao requinte de especular a hipótese da hipótese, ou seja, se tal ou qual candidato for eleito no primeiro turno, adiantam qual seria o resultado no segundo turno. Infelizmente esse conjunto de palpites pode influenciar o resultado de uma eleição, sem qualquer responsabilidade a quem os emitiu.


Nem de longe se está a questionar a utilidade das empresas que fazem pesquisas, mas é conveniente relativizar suas conclusões. A nossa presidente parece que não considerou a margem de erro no tocante à honestidade de dirigentes da Petrobrás e de alguns ministros e o triste resultado não lhe foi lisonjeiro.


Mais poderia ser dito sobre a eleição do dia e 5 e o segundo turno, mas limitado no espaço fico nesta reflexão. Se os promotores de pesquisas não apresentassem seus prognósticos como próximos da infalibilidade, poderiam ter evitado o vexame a que foram submetidos. Bastaria dizer que erraram e, assim como o samba de Noel Rosa, tudo não teria passado de um “Palpite infeliz”.

 
14 de outubro de 2014
Paulo Brossard, Zero Hora

Nenhum comentário:

Postar um comentário