"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

TRÊS CAMINHOS



Num despretensioso exercício de futurologia, talvez um pouco ingênuo por partir de alguém que não é profissional do ramo, seria interessante ou, quem sabe, abstração inútil, delinear um cenário para a economia, particularmente no que diz respeito ao controle inflacionário, que advirá da vitória nas eleições presidenciais que se aproximam de cada um dos principais candidatos ao cargo. 

No caso de escolha pelo voto da atual ocupante do Planalto, postulante à reeleição, é provável que a maré de preços e tarifas continue demagogicamente represada, na medida em que os projetos de poder do partido da situação preveem um mínimo de perturbações no esquema atual. 

Suas ações, portanto, deverão continuar a ser dirigidas no sentido da manutenção da interferência política nas estatais com fins puramente eleitorais e do controle da atuação do Banco Central pelo executivo a fim de continuar a calibração conveniente, não a real, da flutuação de preços e dos níveis dos juros de referência para a economia. 

Caso a vitória seja conseguida pelo grupo que faz oposição aberta ao atual governo, é provável que se presencie a uma tentativa de liberar as amarras artificiais da inflação, o que desnudará o verdadeiro estado da economia. 

Isto obrigará os novos responsáveis a adotar medidas amargas, com alto preço político a ser pago, necessitando de muita capacidade de negociação e liderança, além de buscar restabelecer a confiança dos investidores na economia do país. 

Não será tarefa fácil, face aos caminhos complexos do modelo de representação em vigor no sistema da política brasileira que aguarda ansiosamente por uma reforma que nem debatida ainda é. 

A terceira candidatura, consequência de inesperado e repentino evento, por não possuir até o momento um quadro de intenções perfeitamente definido, e ainda constituir uma fonte de desconfianças por parte de importantes setores da sociedade, quanto às suas verdadeiras intenções, não exibiu elementos sobre a estratégia que usará  visando à condução dos desafios econômicos que certamente terá que enfrentar. 

Cabe ao eleitor após sérias e desejáveis reflexões, optar por uma das alternativas. 

Esperemos que a solução que vier a emergir seja a que melhor atenderá aos anseios do povo para o qual, afinal, os esforços e bons propósitos dos políticos deveriam idealmente ser dirigidos.

11 de setembro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado. 

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