Não sai uma só linha nos jornais e sites, mas nos bastidores do poder o Planalto e o PT tentam de todas as formas descobrir quem vazou as informações sobre os novos depoimentos de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e chefe da quadrilha montada na estatal para desviar recursos, beneficiando políticos da base aliada.
O Planalto considera que o vazamento das informações significa grave crime funcional, com agravante de ter ocorrido em período estratégico, às vésperas da eleição presidencial.
Mas há controvérsias jurídicos, porque todo servidor público está obrigado a denunciar qualquer irregularidade de que tome conhecimento e ninguém pode prever como terminaria um processo desse tipo.
IMPOTÊNCIA
De início, a presidente Dilma Rousseff convocou diretamente o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que ficou em péssima situação ao confessar que não tem condições de pressionar a Polícia Federal, que se limitou a informar ter aberto uma sindicância interna.
Na verdade, a PF está unida contra ele desde quando foi negado o aumento salarial reivindicado pela corporação, vetado pelo trio Dilma Rousseff, Guido Mantega e Miriam Belchior. A conversa com Dilma foi ríspida e Cardoso perdeu qualquer esperança de nomeação para ministro do Supremo.
Ao mesmo tempo, a presidente mandou acionar o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Roberto Trezza, que também informou não ter condições de se imiscuir nos serviços internos da Polícia Federal e caiu na bobagem de sugerir que procurassem o Ministério da Justiça, ao qual a Polícia Federal é subordinada, fazendo com que Dilma ficasse ainda mais irritada, ao constatar que em determinadas situações a Presidência da República não manda nada e tem de se curvar ao poder da máquina administrativa.
A estratégia que restou ao Planalto é de tentar alguma informação através da equipe da Veja, que está preparando a continuação da reportagem, para fornecer detalhes sobre os políticos e empresários envolvidos no maior escândalo da história da Petrobras.
Há informações de que o número de envolvidos vai aumentar. Quem sabe chega àqueles 300 picaretas denunciados por Lula nos anos 80? Somente saberemos no sábado, porque o assunto está sendo tratado na revista sob sigilo absoluto.
11 de setembro de 2014
Carlos Newton
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