"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

PÉ NO ACELERADOR EM VEZ DO FREIO!

 



 
Dilma Rousseff e Joaquim Levy precisam acordar, pois dormem além do tempo e só prejudicam a recuperação econômica. Em vez de centralizar sua ação em medidas restritivas, algumas até necessárias, também deveriam estar oferecendo esperança e otimismo no lugar de sacrifícios e austeridade.
A estabilidade não pode ser produto da recessão. Num país pleno de território, água e sol, não será difícil mobilizar a sociedade para começar a construir, depois da demolição verificada nos últimos anos.
 
Apesar do assistencialismo tipo bolsa-família e congêneres, o governo nada fez de concreto no plano social. Que tal o ministro da Fazenda, ou a própria presidente da República darem amplo passo à frente no setor, anunciando a duplicação do salário mínimo, valendo já para o primeiro dia de maio? Nada de 788 reais, mas, pelo menos, 1.576 reais?
O empresariado iria estrilar, ainda que o trabalhador, exultar. A adoção do imposto sobre grandes fortunas absorveria com facilidade a despesa que teria a máquina pública, das prefeituras aos governos estaduais e órgãos federais. Mais recursos seriam injetados no mercado, mais lucrariam as empresas.
 
NADA É IMPOSSÍVEL
 
Impossível essa alternativa? Claro que assim se pronunciariam as elites e até parte da classe média, fiéis que são aos postulados do neoliberalismo, mas será sempre bom lembrar que Getúlio Vargas, em 1951, aumentou o salário mínimo em 200% e em 1954, em 100%. João Goulart preferiu, em 1962, 40%.
Talvez tenham caído por isso, entre outras razões, mas demonstraram justiça e coragem. Como os tempos hoje são outros, jogados os golpes de estado no lixo da História, por que não optar pelas soluções mais lógicas? Força teriam, apesar das reações elitistas de sempre. Poderiam neutralizar com facilidade as investidas da inflação forjada pelos prejudicados com o aumento, cortando-lhes os instrumentos de especulação.
 
Não se trata de delírio, mas de aplicação do princípio de que os governos precisam voltar-se para as maiorias, jamais oferecendo esmolas, mas direitos e deveres. Um salário mínimo duplicado e seus reflexos na cadeia salarial mudariam o clima de decomposição nacional que nos assola. Em vez de pé no freio, por que não no acelerador?

22 de abril de 2015
Carlos Chagas

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