O governo decidiu adotar nova estratégia para enfrentar o agravamento da crise política. Surpresa com o movimento da oposição para revestir de legalidade a tese do impeachment, a presidente Dilma Rousseff traçou um roteiro de emergência para tirar o governo das cordas.
Além de forte ofensiva de marketing, com campanhas na TV para mostrar que o governo não está parado, a reação prevê a “pronta resposta”, em contraste com o silêncio dos primeiros meses do segundo mandato, e uma distância regulamentar do PT.
Além de forte ofensiva de marketing, com campanhas na TV para mostrar que o governo não está parado, a reação prevê a “pronta resposta”, em contraste com o silêncio dos primeiros meses do segundo mandato, e uma distância regulamentar do PT.
Dilma reuniu ministros no Palácio da Alvorada, na sexta-feira, e deu a senha para o contra-ataque. Na avaliação do governo, é preciso demonstrar a “total falta de amparo jurídico” no discurso do impeachment e, ao mesmo tempo, criar uma espécie de “cordão sanitário” em torno do Planalto, para proteger a presidente dos sucessivos escândalos de corrupção.
A preocupação dos conselheiros de Dilma é com as suspeitas, alimentadas pela Operação Lava Jato, de que o dinheiro arrecadado pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tenha chegado de alguma forma ao comitê da reeleição. Vaccari foi preso pela Polícia Federal e obrigado a se afastar do cargo.
“Todo o processo de arrecadação financeira foi coordenado por mim e se deu dentro da legalidade”, alegou o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha de Dilma, em 2014. “Não houve nada informal.”
“Falar em impeachment é mais uma tentativa de manter viva uma chama que não existe, porque não tem vela”, ironizou o titular da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams. Questionado sobre ações jurídicas para barrar pedidos com esse teor, Adams respondeu: “Não luto contra fantasmas”.
NO RÁDIO, NA TV E NA INTERNET
Propaganda. Para reagir à crise, o governo vai inaugurar, a partir de maio, a temporada de propagandas no rádio, na TV e na internet. Uma delas, com o mote “Ajustar para Avançar”, explicará as medidas do ajuste fiscal. Outra campanha, intitulada “Dialoga, Brasil”, incentivará a população a escolher as prioridades do governo no Plano Plurianual.
Além disso, o Planalto lançará uma ofensiva regional para divulgar programas sociais bem avaliados, como Minha Casa, Minha Vida. “Queremos que a informação sobre nossas ações chegue sem ruídos, para que todos saibam onde o dinheiro dos impostos está sendo gasto”, disse Edinho Silva.
Além disso, o Planalto lançará uma ofensiva regional para divulgar programas sociais bem avaliados, como Minha Casa, Minha Vida. “Queremos que a informação sobre nossas ações chegue sem ruídos, para que todos saibam onde o dinheiro dos impostos está sendo gasto”, disse Edinho Silva.
DISTRIBUIÇÃO DE CARGOS
Em outra frente, o Planalto iniciará a distribuição dos cargos de segundo escalão aos aliados. Estão na lista cadeiras em estatais e agências reguladoras, como a Anvisa. A articulação política com o Congresso é coordenada pelo vice Michel Temer e será reforçada pelo novo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
O diagnóstico do Planalto é que sua base de sustentação no Congresso está “instável” e propensa a traições. A força-tarefa para debelar a crise inclui o corpo a corpo no Senado, por onde passará a indicação de Luiz Edson Fachin para Supremo Tribunal Federal.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nada de novo na frente ocidental, como diria o genial escritor Erich Maria Remarque. Distribuir cargos não é novidade. Responder a ataques representa apenas o básico. Recorrer ao marqueteiro João Santana para maquiar a atuação do governo também é rotina no Planalto. A solução será encontrar algum milagreiro, mas este tipo de prestador de serviço está em falta na política. O impeachment é como Silvio Santos e “vem aí”. (C.N.)
22 de abril de 2015
Vera Rosa
O Estado de S.Paulo
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nada de novo na frente ocidental, como diria o genial escritor Erich Maria Remarque. Distribuir cargos não é novidade. Responder a ataques representa apenas o básico. Recorrer ao marqueteiro João Santana para maquiar a atuação do governo também é rotina no Planalto. A solução será encontrar algum milagreiro, mas este tipo de prestador de serviço está em falta na política. O impeachment é como Silvio Santos e “vem aí”. (C.N.)
22 de abril de 2015
Vera Rosa
O Estado de S.Paulo
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