O golpe dos tucanos paulistas contra o mineiro Aécio Neves
Alckmin, Serra e FHC boicotam claramente Aécio Neves
Determinou satisfação entre os tucanos paulistas, senão o engajamento, ao menos a simpatia do presidente do PSDB, Aécio Neves, pela tese do impeachment da presidente Dilma. Não porque Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e outros caciques endossem a proposta.
Muito pelo contrário, são contra, como se tem manifestado.
O que começam a festejar são as possíveis dificuldades do senador mineiro diante de uma aventura por enquanto inviável, capaz de desgastá-lo. No fundo estão o controle do partido e a sucessão presidencial de 2018.
O PSDB de São Paulo engoliu a muito custo a candidatura de Aécio em 2014 e não pretende permitir que se repita, apesar de o candidato derrotado haver assumido a chefia da legenda e, por enquanto, aparecer como o chefe da oposição.
Aliás, os experientes e pérfidos tucanos paulistas já se preparam para difundir singular raciocínio que, a um só tempo, atingirá os adversários do PT e os companheiros da corrente mineira do próprio partido: “Não foi Dilma que venceu as eleições do ano passado! Foi Aécio que perdeu!”
Maldade pura, mas explorada pelo fato de que o candidato perdeu em Minas, seu próprio estado. Caso tivesse trabalhado melhor seu pano de fundo, teria vencido, dada a diferença de votos com a vitoriosa.
Não é de graça que Fernando Henrique Cardoso aparece um dia sim e outro também, na mídia, negando a hipótese do impeachment da presidente. Mais do que defendê-la, pretende atingir o correligionário e trabalhar para uma reviravolta na tendência ainda hoje majoritária de que daqui a quatro anos o candidato deve ser Aécio. A mesma posição sustenta José Serra, nem se falando de Geraldo Alckmin, que por ser governador necessita de benesses de Brasília.
DINHEIRO DESNECESSÁRIO
Na hora em que se discute a proibição de doações empresariais nas campanhas eleitorais, ou seja, os partidos que busquem recursos junto a seus filiados de carteirinha, vem a presidente Dilma e triplica o fundo partidário, a partir de agora de R$ 868 milhões para dividir entre todas as legendas. Claro que a maior parte destinada aos de maiores bancadas no Congresso.
Cortes foram feitos no orçamento nos setores da educação, saúde e segurança, sem falar em outras necessidades prementes do país. Para os partidos políticos, no entanto, não faltarão milhões.
Coisa que nem de longe afastará outras contribuições, as legais e as fajutas, pois até agora o Congresso não deu sinais de aprovar a proibição total das empresas escorregarem dinheiro nas campanhas e cobrarem depois, com juros, na elaboração das leis.
22 de abril de 2015
Carlos Chagas
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