A pressão para que Dilma Rousseff sancionasse o Orçamento de 2015 sem vetar a emenda que triplicou o valor de repasses para o fundo partidário (passa a R$ 868 milhões) veio principalmente do PT.
O partido – que teve seu tesoureiro preso e teme ter as contas bloqueadas em ações na Justiça Eleitoral e outras decorrentes da Operação Lava Jato – não poderá contar mais com doações de empresas por decisão do diretório nacional. Juntamente com o PMDB, a sigla será a mais beneficiada pelo aumento da verba.
Parte do governo avaliava que, com o veto, Dilma mostraria que está em sintonia com o clamor de uma parcela da população que a reprova e, ao mesmo tempo, demonstra profunda rejeição aos partidos. Prevaleceu, no entanto, a avaliação de que seria pior se a presidente precisasse editar uma medida provisória para restabelecer o fundo partidário, que ficaria zerado com o veto.
TUCANADAS
Na véspera de jantar com Dilma, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) dividiu a mesa com Aécio Neves (MG). O tucano quis assegurar que, caso o PSDB formalize pedido de impeachment, o presidente da Câmara o analisará.
Aécio esteve nesta segunda-feira com FHC no Rio. Além do ex-presidente, preocupa os tucanos a postura antiimpeachment dos também paulistas José Serra e Aloysio Nunes.
O PSDB vai requerer, na CPI da Petrobras, a íntegra da gravação que registra o encontro de Jonathan Taylor, ex-executivo da holandesa SBM que denunciou propina na Petrobras, com funcionários da CGU em 2014.
O grupo da CPI que vai a Londres se encontra na quarta-feira com o chefe da CGU, Valdir Simão, para pedir acesso a todos os papeis entregues pelo delator e as providências adotadas.
AVISO PRÉVIO
Relator das contas de 2014 de Dilma, o ministro do TCU Augusto Nardes contou a colegas que avisou a presidente das falhas nos cálculos da Previdência. A conversa teria ocorrido na abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão. Na ocasião, Dilma teria prometido analisar o caso.
22 de abril de 2015
Vera Magalhães
Folha
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