Associados a fundos de pensão criticam omissão da imprensa
Associados da Petros denunciam que há quase 4 anos têm alertado para os prejuízos da operação NTNBs /Itaúsa ON /Camargo Correa (que envolveu 1/3 dos ativos do fundo de pensão da Petrobras, ou perto de R$ 20 bilhões naquele momento, dez/2010). Houve sucessivas denúncias a jornalistas, ouvidorias da Petros/Petrobras, presidências das entidades, conselheiros eleitos e participantes dos fóruns de discussões. Mas a repercussão foi mínima.
Da mesma forma como ocorreu na Postalis (Correios) e na Funcef (Caixa Econômica), os prejuízos da Petros também se acumulam e os associados terão de aumentar suas contribuições, para não haver redução no valor atualmente pago para complementação das aposentadorias.
Houve cumplicidade interna, claro. Os conselheiros eleitos (indicados pelo Comitê em Defesa dos Participantes da Petros) apoiaram os investimentos equivocados e um acordo adiando o pagamento da dívida que a Petrobras tinha com a Petros. Quando interpelados, esses conselheiros tratavam como terroristas os associados que se opunham às medidas tomadas. Foram cúmplices e tentaram acobertar a dilapidação do patrimônio da Petros e em nenhum momento se prontificaram a discutir o assunto de forma a esclarecer o que estava ocorrendo.
LAVA JATO
Só depois da operação Lava Jato é que as irregularidades começaram a sair na imprensa, de forma ainda inconsistente, e estão a merecer reportagens de maior profundidade, especialmente sobre Acordo de Obrigações Recíprocas (AOR), assinado pela tríade Petrobrás/FUP/Petros, para quitar dívidas antigas da Petrobras com a Petros, e a aplicação NTNBs /Itaúsa ON /Camargo Correa.
Por imposição do governo, a dívida da Petrobras com a Petros está agendada para pagamento somente em outubro/2028. Em 2013, o Conselho da Petros estimou um aumento de 47% no valor da dívida. Em 2014, outros 15%. Esses resultados – aparentemente positivos – são lançados no balanço da Petros para maquiar os números, no estilo Dilma Rousseff/Guido Mantega.
ESTUDO INDEPENDENTE
Agora, é necessário um estudo atuarial independente para demonstrar o que realmente está ocorrendo. O aumento da dívida (que a Petrobrás não havia aceito em anos anteriores) agora é usado para diminuir o déficit técnico da Petros, que vai obrigar os associados a elevaram as contribuições mensais (são 28 mil contribuintes e mais de 50 mil aposentados).
A verdade é que a mídia, o Ministério Público e os parlamentares jamais se interessaram pelo desastre que estava acontecendo nos fundos de pensão, entregues ao PT, ao PMDB e ao PCdoB. Mas a imensa maioria dos associados também tem culpa no cartório, porque simplesmente deixaram tudo isso acontecer, enquanto apenas alguns abnegados tentavam resistir à dilapidação dos fundos de pensão. Depois, reclamam.
22 de abril de 2015
Carlos Newton
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