PARA LÍDER DO PSB, MEDIDAS ECONÔMICAS CONSOLIDAM MICHEL TEMER
Em entrevista exclusiva ao Diário do Poder, o líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB), deputado Paulo Foletto (ES), afirma que a presidente afastada Dilma Rousseff, que responde por processo de impeachment no Senado, é “incompetente para governar” o Brasil.
Foletto anda satisfeito com as medidas econômicas adotadas pelo governo interino de Michel Temer, exceto com a aprovação do pacotão de reajuste dos salários dos servidores públicos, que representará impacto aos cofres públicos de ao menos R$ 58 bilhões até 2019. Na área política, Foletto critica a nomeação de ministros mencionados na Operação Lava Jato. Segundo ele, “é um defeito da política nacional, que está renovando pouco”. Confira a íntegra:
O que o senhor está achando do governo Michel Temer?
Gostei muito do governo na área econômica. Temos um problema sério no Brasil, que é financeiro. Da forma como se comporta a atual oposição, comandada pelo PT, parece que Michel Temer tem 20 anos de governo, não 20 dias. Os problemas foram todos fabricados pelo governo afastado (de Dilma Rousseff). Na economia, o ministro Henrique Meirelles é respeitado dentro e fora do Brasil, o que dá credibilidade. Ele está montando uma equipe alinhada e responsável. Por exemplo, ele definiu como secretária do Tesouro Nacional a Ana Paula Vescovi. No do Espírito Santo. ela tomou medidas duras, mas que serão necessárias para o Brasil. Além disso, gostei da nomeação dos presidentes dos bancos públicos.
O governo não está devendo na área política, uma vez que indicou vários ministros relacionados na Lava Jato?
É uma preocupação que todos nós temos. É um defeito da política nacional que está renovando pouco, um defeito, no bom sentido, de Fernando Henrique Cardoso, de Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Todos não procuraram o caminho da renovação, de novos quadros, com a juventude. Pessoalmente, eu teria um ministério mais novo. Porém, entendo que, nesta hora, ele precisa de um ministério com relação próxima do Legislativo. Neste momento, foram nomeações estratégicas avaliando o risco e benefício.
Foi votado um pacote de reajuste dos servidores públicos. Em um momento de crise, não parece incoerente?
Sim. Vou falar uma frase do Luciano Ducci (PSB-PR): ‘Está parecendo um hospício’. O Executivo manda o que o Legislativo sempre gostou de aprovar, ajuda ao servidor público. Nossa bancada é muito responsável. Tivemos manifestações de colegas que acham que o reajuste inviabiliza o governo, tamanha preocupação neste momento em que ele mostra medidas de ajuste econômico, todas no sentido da contenção de gastos. Em compensação, abre um espaço para dar aumento de servidor, represado, diga-se de passagem.
Mas há um efeito cascata...
O servidor do Judiciário é o mais elitizado da nação. Não é o aumento de R$ 3 mil no teto do ministro do Supremo Tribunal Federal que vai desequilibrar a balança do governo federal. Há o efeito rebote nos estados, que estão em situação pior do que a do governo federal. Eles não têm fonte de receita. O Brasil tem distribuição muito desigual do dinheiro: 70% para o governo federal, 20% para os estados e 10% para as prefeituras. Quem tem o problema na porta tem pouco dinheiro para resolver.
O pacote aprovado tem um preço político positivo?
A medida tem um efeito político. Caso contrário, o PT iria dizer que o reajuste foi aprovado na base da pressão. Então, o governo tirou um proveito político. Fez um pacotão e disse que concede um aumento represado pelo governo que afundou a nação e não reajustou os salários dentro de uma necessidade mínima. Há uma preocupação, sim. Muitos da bancada do PSB votaram com preocupação. Por enquanto, é a única coisa que me deixou com um ponto de interrogação em relação ao governo Temer.
O senhor acha que a presidente afastada Dilma Rousseff tem condição de retornar ao cargo?
O cenário é adverso. Michel Temer tem muita habilidade política e legislativa. Os primeiros movimentos do ponto de vista do controle da economia, da estabilização da moeda brasileira, me dão tranquilidade. O atropelo político que vivemos é por que temos figuras carimbadas na política nacional. Isso não muda de uma hora para a outra. Devagar, o governo mudará. As atitudes iniciais de controle da economia consolidam a permanência dele no governo, o que seria bom para a nação. Não estou fazendo julgamento pessoal, mas a Dilma é incompetente para governar a nação.
05 de junho de 2016
Gabriel Garcia
diário do poder
PAULO FOLETTO, LÍDER DO PSB NA CÂMARA DOS DEPUTADOS. FOTO: PSB |
Em entrevista exclusiva ao Diário do Poder, o líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB), deputado Paulo Foletto (ES), afirma que a presidente afastada Dilma Rousseff, que responde por processo de impeachment no Senado, é “incompetente para governar” o Brasil.
Foletto anda satisfeito com as medidas econômicas adotadas pelo governo interino de Michel Temer, exceto com a aprovação do pacotão de reajuste dos salários dos servidores públicos, que representará impacto aos cofres públicos de ao menos R$ 58 bilhões até 2019. Na área política, Foletto critica a nomeação de ministros mencionados na Operação Lava Jato. Segundo ele, “é um defeito da política nacional, que está renovando pouco”. Confira a íntegra:
O que o senhor está achando do governo Michel Temer?
Gostei muito do governo na área econômica. Temos um problema sério no Brasil, que é financeiro. Da forma como se comporta a atual oposição, comandada pelo PT, parece que Michel Temer tem 20 anos de governo, não 20 dias. Os problemas foram todos fabricados pelo governo afastado (de Dilma Rousseff). Na economia, o ministro Henrique Meirelles é respeitado dentro e fora do Brasil, o que dá credibilidade. Ele está montando uma equipe alinhada e responsável. Por exemplo, ele definiu como secretária do Tesouro Nacional a Ana Paula Vescovi. No do Espírito Santo. ela tomou medidas duras, mas que serão necessárias para o Brasil. Além disso, gostei da nomeação dos presidentes dos bancos públicos.
O governo não está devendo na área política, uma vez que indicou vários ministros relacionados na Lava Jato?
É uma preocupação que todos nós temos. É um defeito da política nacional que está renovando pouco, um defeito, no bom sentido, de Fernando Henrique Cardoso, de Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Todos não procuraram o caminho da renovação, de novos quadros, com a juventude. Pessoalmente, eu teria um ministério mais novo. Porém, entendo que, nesta hora, ele precisa de um ministério com relação próxima do Legislativo. Neste momento, foram nomeações estratégicas avaliando o risco e benefício.
Foi votado um pacote de reajuste dos servidores públicos. Em um momento de crise, não parece incoerente?
Sim. Vou falar uma frase do Luciano Ducci (PSB-PR): ‘Está parecendo um hospício’. O Executivo manda o que o Legislativo sempre gostou de aprovar, ajuda ao servidor público. Nossa bancada é muito responsável. Tivemos manifestações de colegas que acham que o reajuste inviabiliza o governo, tamanha preocupação neste momento em que ele mostra medidas de ajuste econômico, todas no sentido da contenção de gastos. Em compensação, abre um espaço para dar aumento de servidor, represado, diga-se de passagem.
Mas há um efeito cascata...
O servidor do Judiciário é o mais elitizado da nação. Não é o aumento de R$ 3 mil no teto do ministro do Supremo Tribunal Federal que vai desequilibrar a balança do governo federal. Há o efeito rebote nos estados, que estão em situação pior do que a do governo federal. Eles não têm fonte de receita. O Brasil tem distribuição muito desigual do dinheiro: 70% para o governo federal, 20% para os estados e 10% para as prefeituras. Quem tem o problema na porta tem pouco dinheiro para resolver.
O pacote aprovado tem um preço político positivo?
A medida tem um efeito político. Caso contrário, o PT iria dizer que o reajuste foi aprovado na base da pressão. Então, o governo tirou um proveito político. Fez um pacotão e disse que concede um aumento represado pelo governo que afundou a nação e não reajustou os salários dentro de uma necessidade mínima. Há uma preocupação, sim. Muitos da bancada do PSB votaram com preocupação. Por enquanto, é a única coisa que me deixou com um ponto de interrogação em relação ao governo Temer.
O senhor acha que a presidente afastada Dilma Rousseff tem condição de retornar ao cargo?
O cenário é adverso. Michel Temer tem muita habilidade política e legislativa. Os primeiros movimentos do ponto de vista do controle da economia, da estabilização da moeda brasileira, me dão tranquilidade. O atropelo político que vivemos é por que temos figuras carimbadas na política nacional. Isso não muda de uma hora para a outra. Devagar, o governo mudará. As atitudes iniciais de controle da economia consolidam a permanência dele no governo, o que seria bom para a nação. Não estou fazendo julgamento pessoal, mas a Dilma é incompetente para governar a nação.
05 de junho de 2016
Gabriel Garcia
diário do poder
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