"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 5 de junho de 2016

ALIADOS APOIARAM VOTAÇÃO DO REAJUSTE, MAS CRITICAM 'TIMING' DE TEMER

DESCONFORTO
RECLAMAÇÃO FOI POR VOTAR REAJUSTE NO MESMO DIA DA DESVINCULAÇÃO DE RECEITAS DA UNIÃO

RECLAMAÇÃO FOI POR VOTAR REAJUSTE NO MESMO DIA DA DESVINCULAÇÃO DE RECEITAS DA UNIÃO. FOTO LULA MARQUES


Líderes de partidos da base aliada na Câmara demonstraram desconforto em ter de orientar voto favorável ao pacote bilionário de reajuste dos servidores públicos federais aprovado na madrugada desta quinta-feira, 2. Nos bastidores, muitos deles criticaram a falta de "timing" do governo Michel Temer para pedir apoio ao tema.

Lideranças aliadas reclamaram de ter de defender os reajustes no mesmo dia em que o governo tentava votar a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) e na semana seguinte à aprovação da previsão de déficit fiscal de R$ 170,5 bilhões. Para eles, os reajustes contradizem o discurso em defesa do ajuste fiscal sustentado pelo governo Temer.

"O problema foi a falta de oportunidade. Ele podia ter esperado mais. Não dava para mandar um pacotão desses praticamente no dia anterior à votação da autorização para rombo de R$ 170 bilhões", afirmou um líder de um partido com cargos no governo. "Sinceramente, não entendi por que votar tantos projetos a toque de caixa", disse outra liderança.

Na reunião com o líder do governo, deputado André Moura (PSC-SE), muitos deputados aliados questionaram o parlamentar sergipano do porquê da votação dos reajustes. "Ele só repetia: o Michel está pedindo", conta outro líder aliado. Na hora da votação, algumas lideranças não conseguiam esconder o desconforto e a pressão de suas bancadas contra a matéria.

Para tentar se salvaguardar de possíveis críticas, o PSDB procurou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em reunião na sede da Pasta, deputados tucanos pediram explicações ao ministro sobre a fundamentação orçamentária dos projetos. Ouviram que os impactos financeiros já estavam previstos no Orçamento.

"Se o governo disse que estava previsto no Orçamento, saímos de lá conscientes do nosso voto, mas dizendo que o governo não contasse com a gente para projetos de aumento ou criação de novos impostos", afirmou o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA).

Oficialmente, o discurso do governo é de que Temer deu uma demonstração de valorização ao funcionalismo público. Sabe-se, contudo, que ele decidiu defender a votação para tentar diminuir a pressão do PT e dos servidores públicos. Além disso, quis mostrar que, apesar de o PT ter negociado os reajustes, foi seu governo que bancou a aprovação.



05 de junho de 2016
diário de poder

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