Em entrevista a Junia Gama , O Globo desta sexta-feira, o presidente do PSDB Tasso Jereissati afirma que o país com Michel Temer caminha para a ingovernabilidade e, para evitar tal desfecho, deve ser substituído na presidência da República pelo deputado Rodrigo Maia, seu sucessor natural e que tem condições de juntar os partidos ao redor de um nível mínimo de estabilidade para o país. Paralelamente a isso, em Buenos Aires o deputado Rodrigo Maia disse (matéria de Janaina Figueiredo, também em O Globo), que a denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente da República é um fato muito grave.
A entrevista de Rodrigo Maia foi na residência do embaixador do Brasil. Esclareceu que sua viagem estava marcada há dois meses e que informou a Michel Temer de sua ida à capital da Argentina. Acrescentou que sua ausência do país tinha sido marcada porque Michel Temer havia lhe assegurado que não iria a Hamburgo para a Reunião do G-20. O presidente disse uma coisa e fez outra.
DESEMBARQUE -Tasso Jereissati afirmou também que está defendendo o desembarque do PSDB do governo e que tem se articulado com o DEM, partido de Rodrigo Maia. “Não conheço nenhum partido, incluindo o PMDB, cuja maioria não esteja a favor da saída do presidente Michel Temer”, disse. Para Tasso Jereissati, o deputado Sérgio Zveiter, relator da denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer, deve dar parecer a favor do afastamento do presidente.
O afastamento, pela Constituição tem que ser de até seis meses e por isso o melhor caminho é a substituição definitiva do chefe do governo.
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CUNHA, O HOMEM QUE SABIA DEMAIS
CUNHA, O HOMEM QUE SABIA DEMAIS
O ex-deputado Eduardo Cunha, revela O Globo, está negociando termos para fazer uma delação premiada a ser proposta à Procuradoria Geral da República. Eduardo Cunha, na realidade transformou-se no personagem de Hitchcock, na medida em que integrava um amplo esquema de corrupção que funcionava em múltiplas frentes. O homem atuava na Petrobrás, Caixa Econômica Federal, BNDES, no sistema de financiamento através do FGTS e em diversas outras modalidades capazes de lhe proporcionar comissões ilegais.
Uma coisa torna-se certa: se ele propõe delatar, é porque tacitamente confessa sua participação no assalto ao patrimônio público. Tem o que contar, portanto. Mas precisa agir rapidamente, porque poderá ser ultrapassado por outros delatores, como é o caso de Lúcio Funaro. De qualquer forma, os segredos que pretende publicar no livro que anunciou, seguramente vão causar um abalo profundo, desestabilizando a equipe do Planalto, a começar pelo presidente Michel Temer e pelos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
A era Temer, pelo que os fatos indicam, chegou ao fim da estrada. O Valor de sexta-feira publica como manchete principal – reportagem de Raphael Di Cunto e Vandson Lima – que Michel Temer perde apoio político e Rodrigo Maia já se articula com o mercado financeiro. Essa articulação inclui a permanência de Henrique Meirelles e da equipe econômica.
08 de julho de 2017
Pedro do Coutto
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