Ao entregar nesta quarta-feira a versão do presidente MIchel Temer em sua defesa à Câmara dos Deputados, – reportagem de Cristiane Jungblut, Eduardo Bressiani e Gabriel Carvalho O Globo de quinta-feira – o advogado do presidente da República, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, desafiou o procurador Geral Rodrigo Janot para um debate na Comissão de Constituição e Justiça.
O presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco, encontrava-se em dúvida quanto à presença de Janot, a ser convocado por qualquer deputado da Comissão. No final da tarde desta quinta-feira, acabou por indeferir a convocação de Janot e dos peritos da Polícia Federal, entre outros. Com isso, ficou sem resposta o desafio feito pelo advogado Mariz de Oliveira, ao demonstrar sua disposição de enfrentar o Procurador Geral num debate. Não é mais necessário que Janot aceite ou não o repto.
OBRA DE FICÇÃO? – O advogado Mariz de Oliveira afirmou que as acusações contra o presidente da República são uma obra de ficção. Mas o próprio Michel Temer não pensa assim. Ele admite dificuldade, conforme reportagem de Daiene Cardso, Tânia Monteiro e Isadora Peron, O Estado de São Paulo. A matéria sustenta que, diante das dificuldades existentes, o próprio Temer decidiu assumir diretamente a negociação de votos para que possa escapar do desfecho que a denúncia poderá lhe ser negativo.
A situação esta semana se agravou sensivelmente. Temer, na versão dos repórteres Rafael Di Cunto e Marcelo Ribeiro, no Valor, na medida em que o Planalto não conta mais com o apoio de Rodrigo Maia. O presidente da Câmara tem traçado com correligionários o desenvolvimento de cenários que possam culminar com o afastamento de Michel Temer. Em tal hipótese, ele, Maia assumiria a presidência da República por seis meses.
PEGOU MAL – Voltando às afirmações do advogado Mariz de Oliveira pode-se concluir que o desafio a Rodrigo Janot desagradou o Palácio do Planalto. No momento em que Michel Temer empenha-se por reduzir a grande repercussão jornalística do processo contra ele, seu advogado principal agiu exatamente em sentido contrário.
O desafio público que Mariz dirigiu a Janot seria inevitavelmente aceito pelo Procurador Geral. Dessa forma, a transmissão dos trabalhos da CCJ alcançaria uma audiência recorde nos canais a cabo. Infelizmente, porém, não teremos essa oportunidade de assistir, ao vivo e a cores, esse debate-desafio entre Mariz e Janot. É uma pena, mas o que fazer?
08 de julho de 2017
Pedro do Coutto
Nenhum comentário:
Postar um comentário