O Palácio do Planalto já teme que haja um fato novo na política que atinja diretamente o presidente Michel Temer em razão do cenário de delação premiada do doleiro Lúcio Funaro. Ao longo do dia, interlocutores de Michel Temer foram alertados de que a colaboração de Funaro, em negociação, envolveria diretamente o presidente e seus principais ministros e ex-auxiliares do chamado antigo núcleo do PMDB da Câmara.
A preocupação aumentou no início da noite de quarta-feira, com a decisão judicial que determinou a transferência de Lúcio Funaro do presídio da Papuda para a carceragem da Polícia Federal em Brasília. A transferência foi interpretada no Planalto como sinal de que a colaboração se tornou um fato concreto.
REFLEXO NA CÂMARA – A avaliação no núcleo palaciano é que uma delação de Funaro pode ter um reflexo explosivo na Câmara dos Deputados, no momento em que o governo tenta barrar a denúncia contra Temer por corrupção passiva. “O ambiente político fica cada vez mais deteriorado. Essa delação pode causar um estrago imprevisível”, avaliou um interlocutor de Temer.
As investigações da Lava Jato apontam Funaro como uma espécie de operador de caciques do PMDB no esquema de propinas. Também há temor com o avanço de uma delação premiada do deputado cassado Eduardo Cunha, preso em Curitiba.
FRAUDES NA CAIXA – Lúcio Funaro está preso desde julho do ano passado e é alvo de ação penal por fraudes no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS) junto com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Em depoimento à Polícia Federal, Funaro disse que o presidente Michel Temer sabia do pagamento de propinas na Petrobras. Em negociação com o Ministério Público Federal para fechar uma delação premiada, Funaro também disse que Temer orientou a distribuição de dinheiro desviado da Caixa Econômica Federal. A assessoria do presidente nega as acusações.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E não é só isso. Além da delação de Funaro, vêm aí também as revelações de Eduardo Cunha, será uma explosão atrás da outra, e Temer não possui a menor condição de segurar a onda, como se diz hoje em dia. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E não é só isso. Além da delação de Funaro, vêm aí também as revelações de Eduardo Cunha, será uma explosão atrás da outra, e Temer não possui a menor condição de segurar a onda, como se diz hoje em dia. (C.N.)
08 de julho de 2017
Gerson Camarotti
G1 Política
Nenhum comentário:
Postar um comentário