"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 8 de julho de 2017

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO


A culpa da crise é da sogra ou da mídia?





Não existe mais crise econômica no Brasil? Não exagere, Presidente Michel Temer, ou passará para a História como “mentiroso” (o que talvez seja menos ruim do que “corrupto passivo” ou “Chefe da Organização Criminosa” – aliás, uma injustiça com outros “chefões” e seus controladores lá de fora). O desemprego segue alto. Juros e impostos, também, como sempre. Temos sinais de estagnação com inflação (estagflação). A gigantesca economia informal ainda segura a "onda" e atrasa a convulsão social visível no horizonte de perdição sob regime Capimunista Rentista.

Felizmente, a maioria consegue perceber que a Crise é Estrutural. A escrotidão estatal brasileira é a mãe de todas as outras crises. A situação se torna explosiva quando se combinam as confusões moral, econômica e política. Esta última está enchendo o saco da maioria do povo. A cada instante estoura um escândalo de corrupção envolvendo três “atores”: a máquina pública, a politicagem que a infesta e o empresariado babaca que a sustenta – de forma intencional ou por falta de alternativa em um modelo que corrompe a honestidade.

A Lava Jato é canalhamente sabotada. A maioria não aprova tal safadeza. No entanto, a minoria roubante finge que não se importa. A bandidagem organizada só teme a pressão popular. O resto, na avaliação criminosa deles, não há nada que um corpo caríssimo de advogados não resolva. Ainda tem a transação penal. Se a coisa ficar feia, e o ndp for apanhado, ainda dá para se dar bem e reduzir a pena, dedurando os esquemas. Até nas “delações premiadas” os delinqüentes se dão bem no final. Vide José Dirceu, que acaba de proclamar: “Vamos retomar o Governo do Brasil”...

O discurso político aceita qualquer merda. Tem horas que consegue superar a mais elaborada galhofa. A Rede Globo tem o “Zorra” - um programa humorístico, sábado à noite, que tem como slogan “está difícil competir com a realidade”. Nossa politicagem sem graça pega pesado. Vide a recente declaração do presidente da Câmara dos Deputados. Rodrigo Maia acaba de redefinir o conceito familiar, de acordo com suas conveniências momentâneas: “O ministro Moreira Franco não é meu sogro, ele é casado com a minha sogra, para você ver o nível de irresponsabilidade de alguns na imprensa brasileira”.

O filho de César Maia, que delações da Odebrecht deduram ser o “Botafogo” no esquema de recebimento de propinas da empreiteira, só pode estar querendo trocar uma quase-Presidência da República, por uma vaguinha de coadjuvante no Zorra. Será que o Moreira gostou de saber que Rodrigo não o reconhece como sogro? E se o camarada casado com a sogra não é o sogro, ele é o quê? Melhor o genro infiel não responder, para não magoar ainda mais o “Gato Angorá” – que também figura na listinha da turma do condenado Marcelo Odebrecht, baiano cansado de suportar a geladeira do cárcere na República de Curitiba.

Na Alemanha, no intervalo do G-20 em que proclamou não haver crise econômica no Brasil, o Presidente quase fora Michel Temer confirmou, corroborou e repetiu que confia plenamente na fidelidade de quem desconhece ser genro do sogro. Na Argentina, em evento parlamentar no qual não desgrudou do celular um segundo, Rodrigo Maia ressaltou seus valores familiares: “Aprendi em casa a ser leal, correto e serei com o presidente Michel Temer sempre”.

Temer não deve ter a mesma crença na base aliada que prefere não lhe declarar apoio público incondicional, diante do tiroteio promovido pelas denúncias do Procurador Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, que antes precisa ter a surreal aprovação da Câmara dos Deputados (com centenas de políticos envolvidos em denúncias de corrupção). Vários parlamentares já classificam Michel Temer como um morto-vivo – prontinho para experimentar o golpe que aplicou na ex-companheira Dilma.

Já que Moreira não é sogro do Maia, e nem o deputado é genro do ministro, a culpa só pode ser da sogra – figura épica, motivo lendário de ódio e alvo de sambas compostos pelo imortal Dicró. Quem mandou ela casar com o Gato Angorá? Quem mandou Rodrigo matrimoniar com a esposa? Quem mandou eles fazerem parte do governo que foi parceiro do PT até o instante que não deu mais?

Bem fez o Temer que casou que a Marcela – bela, jovem e do lar. Triste é que nosso Presidente seja alvo de piadas que devem deixá-lo tão ou mais pt da vida que os ataques do Janot. Nas redes sociais, os sacanas de plantão não param de repetir uma piada que seria uma maldição cruel: A coisa está tão ruim para o Temer que só falta ele descobrir que a Marcela é um traveco”...

Calma, Temer... Tudo indica que desse mal você não padecerá... No entanto, se a Marcela não planeja traí-lo, é melhor tomar cuidado com aquela base no Congresso. Ali só tem gente que mata a sogra e te dá um pau – se este for o preço da salvação pessoal. Sabotar a Lava Jato é a única coisa que une sogro, genro e outros filhos da pátria - menos ou mais votados. O povo não está gostando... E a campanha #reelejaninguém vai bombar em 2018...

Cova cavada



Retomando



Testemunha ideal






Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!


08 de julho de 2017
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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