Datafolha: avanço de Marina Silva mostra que o tucano Aécio Neves precisa mirar a petista Dilma
Divulgada na noite desta sexta-feira (29), a mais recente pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial mostra a consolidação da candidatura de Marina Silva.A presidenciável do PSB aparece numericamente empatada com Dilma Rousseff, a presidente que tenta reeleição, com 34% de intenções de voto cada.
Na pesquisa anterior, realizada nos dois dias subsequentes à morte de Eduardo Campos (14 e 15 de agosto), Marina aparecia em segundo lugar, com 21%, tecnicamente empatada como tucano Aécio Neves, que tinha 20% e agora tem 15%.
Os números do último Datafolha mostram que em apenas duas semanas Marina Silva conquistou 13 pontos, enquanto Dilma perdeu dois pontos (tinha 36%) e Aécio deixou escapar cinco pontos.
Em eventual segundo turno entre Marina Silva e Dilma Rousseff, a candidata do PSB saltou de 47% para 50% das intenções de voto, ao passo que a petista caiu de 43% para 40%. Esse resultado explica a preocupação que tomou conta dos bastidores da campanha de Dilma e do próprio Partido dos Trabalhadores, que já trabalha com a possibilidade concreta de derrota.
Já em um confronto entre Dilma e Aécio, o candidato do PSDB perderia a disputa por 40% a 48%. Ou seja, o tucanato terá que trabalhar muito e abusar da criatividade para tentar reverter um quadro que vem se confirmando a cada pesquisa.
No universo dos que não sabem ou não responderam, a queda foi de 9% para 7%, enquanto que os entrevistados que declararam voto branco ou nulo caíram de 8% para 7%. Todos os outros candidatos, juntos, somam 3%, contra 5% na pesquisa anterior.
Marina transformou-se em um fenômeno eleitoral como Lula na campanha de 2002, quando o eleitorado clamava por mudança. Não estamos a discutir a qualidade da mudança, mas o fenômeno em si. Isso significa que furar a bolha em que se transformou Marina Silva não será tarefa simples e fácil. A única possibilidade que se apresenta no horizonte é o imbróglio que paira sobre o uso do avião que caiu na cidade de Santos, no litoral paulista, matando todos os ocupantes, dentre eles o então presidenciável do PSB, Eduardo Campos.
Essa possibilidade começou a ganhar corpo nesta sexta-feira, já que o procurador-geral da República, também eleitoral, Rodrigo Janot, abriu procedimento para apurar se houve por parte do PSB algum tipo de transgressão no âmbito da legislação vigente. Na verdade, Janot quer saber que o PSB cometeu algum crime eleitoral, o que ensejaria a abertura de processo para a cassação do registro da candidatura da legenda, implicando dessa forma a ex-ministra Marina Silva.
No contraponto, deixando de lado a confusão que se desenha no caso do avião, Marina Silva entrou na fase conhecida como “massa de pão”, que quanto mais sovada mais cresce. De tal modo, aos tucanos restam apontar os fracassos do desgoverno de Dilma Rousseff e as dezenas de escândalos de corrupção da era petista. Sem contar que a rejeição de Dilma é a maior entre os três principais candidatos à presidência. Missão tão fácil que qualquer ignorante em termos políticos cumpriria com extrema facilidade.
Se a eleição fosse hoje, Aécio Neves já estaria derrotado, como apontam as pesquisas cujos resultados foram divulgados nesta semana. Diante desse cenário, o melhor que podem fazer os brasileiros que sonham com mudança é escolher a dedo quem mandar para a Câmara dos Deputados e para o Senado Federal, pois será preciso uma oposição numerosa e coesa para enfrentar o próximo inquilino (ou inquilina) do Palácio do Planalto. Do contrário, o rolo compressor do Executivo continuará estacionado no Congresso Nacional à espera das novas sessões de esmagamento.
30 de agosto de 2014
ucho.info
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