"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 30 de agosto de 2014

DIREITISTA, SAIA DO ARMÁRIO E SIGA O PASTOR

 



 
No discurso de posse de seu primeiro mandato na Casa Branca, em 1981, Ronald Reagan proferiu a frase que se tornou um símbolo: “O governo não é a solução para os nossos problemas; o governo é o problema”. O republicano, nos Estados Unidos, e a conservadora Margaret Thatcher, no Reino Unido, foram os pioneiros da práxis liberal, de um governar enxuto e eficiente em reação cíclica aos dois choques recentes do petróleo.

Privatizações e desregulamentação da atividade econômica viraram tendência, incluída depois na cartilha do famigerado Consenso de Washington, que cuidou de espalhar aquele evangelho para o mundo. Para os dias atuais, os manuais liberais perderam espaço nas prateleiras da administração pública, mas não foram jogados na lixeira. A lógica segundo a qual “quanto menos governo, melhor”, ainda cativa muitos corações ao redor do mundo.

Por acaso, um deles é o seu, leitor? Você pensa que tudo em que o governo põe a mão estraga e que os políticos têm um poder de Rei Midas invertido? Você acredita que lugar de desenvolvimento e eficiência é na iniciativa privada? Você defende que a carga tributária escorchante que pagamos é culpa de uma administração inchada e perdulária?

VALORES PERDIDOS

Para além da discussão econômica, talvez você julgue, caro leitor, que nossa sociedade esteja corrompida e que os verdadeiros valores, os valores da família, foram perdidos. Você, por não conceber o absurdo de o “cidadão de bem” manter-se preso em casa enquanto o bandido anda solto na rua, é a favor da concessão do porte de arma e da redução da maioridade penal? Além disso, acredita que liberar as drogas só vai agravar esse quadro de degradação social?

É como num quiz de internet: se você respondeu “sim” à maioria dessas perguntas, tem um candidato certo a presidente da República. O nome dele é Pastor Everaldo.
Desde a redemocratização do Brasil nenhum postulante ao principal cargo do Brasil encarnou de forma tão justa os valores que costumavam – e ainda costumam – ser consagrados como da direita.
E é admirável a coragem dele e de seu partido ao assumirem a capa, coragem que ninguém de PFL, DEM, PP e outros jamais teve, desde 1989, especialmente numa eleição.

VAI PRIVATIZAR TUDO…

Uma gestão liberal na relação com a economia e conservadora no trato dos direitos civis, um governo direitista, grosso modo, é o que promete o pastor. Se for eleito, vai privatizar a Petrobras, os Correios, os aeroportos e todo o sistema de saúde, preservando o direito à livre iniciativa do cidadão – o que não deve ser confundido com a permissão de os gays se casarem.

Diferentemente, o que temos ouvido por aí é a fórmula mágica de reduzir a carga tributária e ampliar o atendimento público. Desse discurso paradoxal Everaldo foge com sinceridade.

É possível que seja um choque de percepção o compartilhamento de tantas ideias com um ministro da Assembleia de Deus, tipo de figura que, muitas vezes, desperta asco em “gente como nós, de bem, instruída e inteligente”.
Mas, se for esse o caso, não tenha medo: saia do armário e siga seu pastor, o Reagan brasileiro.

30 de agosto de 2014
João Gualberto Jr.

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