Privatizações e desregulamentação da atividade econômica viraram tendência, incluída depois na cartilha do famigerado Consenso de Washington, que cuidou de espalhar aquele evangelho para o mundo. Para os dias atuais, os manuais liberais perderam espaço nas prateleiras da administração pública, mas não foram jogados na lixeira. A lógica segundo a qual “quanto menos governo, melhor”, ainda cativa muitos corações ao redor do mundo.
Por acaso, um deles é o seu, leitor? Você pensa que tudo em que o governo põe a mão estraga e que os políticos têm um poder de Rei Midas invertido? Você acredita que lugar de desenvolvimento e eficiência é na iniciativa privada? Você defende que a carga tributária escorchante que pagamos é culpa de uma administração inchada e perdulária?
VALORES PERDIDOS
Para além da discussão econômica, talvez você julgue, caro leitor, que nossa sociedade esteja corrompida e que os verdadeiros valores, os valores da família, foram perdidos. Você, por não conceber o absurdo de o “cidadão de bem” manter-se preso em casa enquanto o bandido anda solto na rua, é a favor da concessão do porte de arma e da redução da maioridade penal? Além disso, acredita que liberar as drogas só vai agravar esse quadro de degradação social?
É como num quiz de internet: se você respondeu “sim” à maioria dessas perguntas, tem um candidato certo a presidente da República. O nome dele é Pastor Everaldo.
Desde a redemocratização do Brasil nenhum postulante ao principal cargo do Brasil encarnou de forma tão justa os valores que costumavam – e ainda costumam – ser consagrados como da direita.
E é admirável a coragem dele e de seu partido ao assumirem a capa, coragem que ninguém de PFL, DEM, PP e outros jamais teve, desde 1989, especialmente numa eleição.
VAI PRIVATIZAR TUDO…
Uma gestão liberal na relação com a economia e conservadora no trato dos direitos civis, um governo direitista, grosso modo, é o que promete o pastor. Se for eleito, vai privatizar a Petrobras, os Correios, os aeroportos e todo o sistema de saúde, preservando o direito à livre iniciativa do cidadão – o que não deve ser confundido com a permissão de os gays se casarem.
Diferentemente, o que temos ouvido por aí é a fórmula mágica de reduzir a carga tributária e ampliar o atendimento público. Desse discurso paradoxal Everaldo foge com sinceridade.
É possível que seja um choque de percepção o compartilhamento de tantas ideias com um ministro da Assembleia de Deus, tipo de figura que, muitas vezes, desperta asco em “gente como nós, de bem, instruída e inteligente”.
Mas, se for esse o caso, não tenha medo: saia do armário e siga seu pastor, o Reagan brasileiro.
30 de agosto de 2014
João Gualberto Jr.
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