O debate que reuniu sete candidatos à presidência da República, realizado pela Rede Bandeirantes na terça-feira, atingiu o máximo de 7 pontos no Ibope e não mudou o quadro eleitoral que tonaliza para um segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva. Foram duas matérias publicadas na edição de ontem da Folha de São Paulo que acentuam esta realidade.
A primeira revelando que o debate, em seu pico máximo, sete pontos de audiência, com a média de 5%. Isso significa que ao longo das três horas de duração que apresentou a audiência foi caindo à medida que o tempo passava. Deve ter chegado a uma da manhã com o máximo 3 pontos. A segunda, também publicada pela Folha, revela pesquisa realizada pelo Instituto MDA por encomenda da Confederação Nacional dos Transportes. Confirma quase exatamente os índices encontrados pelo Ibope, exceto quanto à posição de Aécio Neves.
O MDA apontou 34 para Dilma Rousseff, 28 para Marina e 16% para Aécio Neves. A diferença em relação ao que o Ibope achou para o senador mineiro, como se observa é de 3 pontos para menos. Quanto aos outros candidatos o MDA nada apresentou. Fez uma simulação para o segundo turno: Marina venceria Dilma por 43 a 37. Verifica-se assim uma convergência dos números e das tendências registradas. Vamos esperar para os próximos dias a divulgação do levantamento que está sendo feito pelo Datafolha. De qualquer forma ao que tudo indica as colocações das duas primeiras candidaturas não deverão ser alteradas.
E neste plano vamos citar um terceiro texto publicado na edição de ontem da Folha de São Paulo. Trata-se do artigo da jornalista Eliane Cantanhede cujo título foi o seguinte: Aécio no pior dos mundos. A frase revela de imediato o conteúdo que a direção do artigo acentuando que Aécio que contava crescer a partir de agora desabou sem ao menos conseguir estabilizar-se no patamar em que se encontrava. Um avião desabou na cabeça de todo mundo. De fato para o crescimento de Marina Silva tornou-se fator importante a repercussão da trágica morte de Eduardo Campos, em cuja chapa figurava como candidata a vice presidente. Mas não é somente esse o motivo da descida tanto de Dilma quanto de Aécio, acentuo eu.
Relativamente a Aécio Neves deve-se registrar sua pouca agressividade demonstrada na campanha eleitoral. Motivos para confrontar o governo não faltam, a começar pela farsa da CPI da Petrobrás, decorrente da compra da refinaria de Pasadena no Texas. O senador mineiro não desejou focalizar o tema e passou ao eleitorado imagem leve demais para quem se apresenta como adversário do governo Dilma Rousseff. Sua ultrapassagem pela candidata Marina Silva deixou-o em posição crítica. Pela primeira vez do decorrer da campanha encontra-se ameaçado de ficar fora das urnas de 26 de outubro. O segundo turno assim, que a esta altura parece ser inevitável deverá estar restrito às candidatas do PT e do PSB.
Curioso é que o instituto da reeleição foi implantado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso do PSDB e agora tende a doze anos depois deixar o PSDB fora de um desfecho presidencial. Aliás, por falar em reeleição o sistema vigente é profundamente contraditório. Basta dizer que enquanto um secretário estadual, por exemplo, para ser candidato a deputado precisa deixar o cargo seis meses antes do pleito, mas um presidente da República e um governador podem disputar as urnas permanecendo nos postos executivos que ocupam. Absurdo total. Que pode ser ampliado com outro exemplo mais banal: o apresentador de programa de televisão ou rádio não pode permanecer no seu trabalho a partir de seis meses antes das eleições. O presidente da República pode.
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