"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 30 de agosto de 2014

EM SÃO PAULO, POLÍCIA FEDERAL CITA SERRA COMO "INVESTIGADO" NO CARTEL DOS TRENS

 
O governador de São Paulo, José Serra
 
A Polícia Federal classificou o ex-governador José Serra (PSDB) como “investigado” no caso do cartel dos trens. Ao solicitar “ordem de missão” a fim de intimar 28 pessoas para serem ouvidas em um inquérito que apura a combinação de preços entre multinacionais a fim de obter vantagens em contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) durante os governos tucanos em São Paulo, o delegado Milton Fornazari Junior, que comanda as investigações, incluiu o tucano no rol de “investigados” do caso.

É a primeira vez que a Polícia Federal confere esse rótulo a Serra desde que deu início ao rastreamento sobre suposto ajuste entre as empresas.

A expressão “investigado” consta do memorando 8793/2014, datado de 5 de agosto e embutido nos autos do inquérito 0099/2014-11, da Delegacia de Combate a Ilícitos Financeiros (Delefin). Anteriormente, nunca a PF tinha feito esse tipo de menção ao tucano.

SÃO 28 INVESTIGADOS

O mesmo documento chama de “investigados” outras 27 pessoas, incluindo dirigentes e ex-diretores do Metrô e da CPTM e executivos de empresas supostamente envolvidas com o cartel no setor metroferroviário.

Segundo acordo de leniência firmado pela Siemens com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em maio de 2013, o cartel atuou no período entre 1998 e 2008, em São Paulo, durante os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin e no Distrito Federal, na gestão José Roberto Arruda (ex-DEM, atual PR).

Serra governou São Paulo entre 2007 e 2010. Ele foi intimado para depor em 7 de outubro, dois dias depois do 1.º turno das eleições – Serra é candidato ao Senado e lidera as pesquisas de intenção de voto. A PF o chamou porque um ex-executivo da Siemens, Nelson Marchetti, sugeriu que ele teria intercedido em favor da espanhola CAF em concorrência internacional para aquisição de 384 carros pela CPTM, entre 2007 e 2009.

ARQUIVAMENTO

A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo já arquivou investigação de âmbito civil sobre esses fatos.
No capítulo sobre a concorrência internacional para aquisição dos vagões pela CPTM, a PF transcreve e-mails que “tratam de assunto referente à visita do ex-governador José Serra a Amsterdã/Holanda”.
Uma correspondência, de março de 2008, revela a preocupação das multinacionais com a viagem do tucano à Europa. “O gov. J S embarca no sábado para Amsterdã chegando no domingo, faz a apresentação do projeto expresso-aeroporto na segunda 17/03 às 16hs onde nos pede presença marcante”, escreveu um executivo.

Na viagem, segundo Marchetti, o tucano lhe disse que, caso a Siemens conseguisse na Justiça desclassificar a CAF, o governo iria cancelar a concorrência porque o preço da alemã era 15% maior. “O então governador e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF”, disse.

Para o Ministério Público Estadual, porém, o relato do ex-diretor da Siemens, “longe de levantar suspeita contra o ex-governador, revela, ao contrário, a justa preocupação do chefe do Executivo em relação aos prejuízos que poderiam advir ao Estado caso a proposta vencedora do certame, apresentada pela empresa CAF, fosse desqualificada em virtude de medidas judiciais intentadas pela Siemens”.

30 de agosto de 2014

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