"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 30 de agosto de 2014

MARINA SILVA, UMA ARRANCADA ESPETACULAR

 



 
A pesquisa do Datafolha divulgada pelo Jornal Nacional de sexta-feira e objeto de reportagens na Folha de São Paulo e de O Globo de sábado, revela uma arrancada espetacular de Marina Silva nas intenções de voto para presidente da República nas urnas de outubro.
Num espaço de tempo de quinze dias, ela avançou treze pontos, empatando na primeira colocação com a presidente Dilma Rousseff: 34 a 34%. Como no penúltimo levantamento do Datafolha ela registrava 21 pontos, nas duas últimas semanas ela subiu numa velocidade de quase 1 ponto por dia.
 
Nesse mesmo espaço de tempo Dilma recuou dois degraus e Aécio Neves caiu cinco pontos, descendo para 15%. A mão do destino parece ir ao encontro de Marina Silva, candidata com a coligação de pequenos partidos.
Primeiro o trágico acidente que causou a morte de Eduardo Campos expôs intensamente sua imagem nos jornais e nas redes de televisão. Ela saiu-se bem nas aparições e também no debate promovido pela Rede Bandeirantes de Televisão que provavelmente lhe acrescentou alguns pontos, apesar de a audiência máxima ter ficado em 7%.
 
ECONOMIA EM QUEDA
 
Falei mão do destino e vejam só a pesquisa do Datafolha foi publicada nos jornais simultaneamente ao resultado do PIB do segundo trimestre que assinalou um retrocesso de 0,6%, levantando pelo menos uma sombra sobre o desempenho da economia brasileira, fator que reflete negativamente no governo.
Observamos inclusive que esta foi a última estimativa do PIB antes das eleições pois o trimestre agosto, setembro, outubro somente poderá ser divulgado após as urnas eleitorais terem sido computadas.
 
Da mesma forma que a pesquisa do Ibope, o Datafolha assinalou a polarização do eleitorado entre Dilma Rousseff e Marina Silva, uma vez que Aécio Neves, além da queda de cinco pontos, não vem demonstrando na campanha agressividade que seria de esperar por parte de um candidato da oposição. Motivos não faltam.
A começar pela sonegação fiscal responsável a meu ver pela queda da arrecadação tributária. Para citar um só exemplo lembro que um ex-diretor da Petrobrás, que inclusive se encontra preso é acusado pela Polícia Federal de possuir uma conta num banco suíço no valor de 23 milhões de dólares.
 
Este quadro olhado panoramicamente não quer entretanto dizer que a sucessão presidencial, cujo desfecho se dará a 26 de outubro esteja hoje decidida pela vantagem (larga) de 10 pontos que Marina Silva, pelo Datafolha, livra sobre a atual presidente.
Há pontos que serão focalizados no debate ao longo dos 30 dias que faltam para o primeiro turno que podem modificar a tendência hoje registrada.
 
Num sentido ou no outro, como é o caso do pré-sal. Entretanto o desfecho final das urnas não sairá das duas primeiras colocações que as pesquisas, tanto do Ibope quanto do Datafolha apresentam. Aécio Neves perdeu velocidade e os demais candidatos praticamente não existem.
Por falar em candidatos, vale a pena frisar serem onze no total, número raramente alcançado nas eleições presidenciais do Brasil. Criam-se partidos como se instalam pequenas empresas. Incrível.
 
30 de agosto de 2014
Pedro do Coutto

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