Qual a relação entre os secretários executivos dos ministérios e as eleições presidenciais? Nenhuma, a não ser de que são cidadãos, ainda nais funcionários públicos, e tem a obrigação de votar.
Como explicar, então, que a presidente Dilma os tenha mandado reunir na noite de terça-feira, eles e mais de cem integrantes do segundo escalão do governo, entre ministérios e empresas estatais, para receber instruções sobre como neutralizar a candidatura de Marina Silva e impulsionar o segundo mandato?
Claro que a presidente não compareceu. Mandou Gilberto Carvalho em seu lugar, mas a conversa foi a mesma: os atos servidores públicos deveriam, a partir de agora, agilizar as estruturas da máquina pública no sentido de reforçar a campanha da reeleição.
Não dá para aceitar tamanha ilegalidade, mas aconteceu. A recomendação foi para que a seleta audiência venha a se reunir com movimentos sociais, promovendo debates nas redes e mobilizando a mídia para exaltar as realizações do governo. Com vistas, é evidente, a conquistar mais votos para Dilma.
Essa inusitada reunião deveu-se ao receio cada vez mais agudo de que Marina Silva poderá eleger-se presidente da República. Participação especial teve o PT ao organizar a agenda dos trabalhos. Até porque, a maioria dos presentes pertence ao partido.
Ontem circulavam rumores de que a Justiça Eleitoral examinava a questão, mas fica difícil imaginar qualquer iniciativa, em se tratando de um grupo assim tão expressivo. O direito de reunião e associação é constitucional.
ESTRELAS EM CHOQUE
Regra em desuso atualmente, mas constando de qualquer tratado sobre ética, é de que nas entrevistas jornalísticas a estrela tem que ser sempre o entrevistado. Ao entrevistador caberia apenas provocar, fazer perguntas, de preferência de forma educada, ainda que duras. Não é o que estamos assistindo em todos os canais.
Os entrevistadores, isolados ou em duplas, imaginam-se o centro das atenções. Não raro agridem o entrevistado, formulando perguntas enroladas e mais ,longas do que as respostas, quase sempre interrompidas pela arrogância. Não é preciso dar exemplos.
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