"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 9 de agosto de 2014

A CPI DA CPI?


 

A VEJA  desta semana nos traz mais uma ‘aberração’.

Os inquiridos da CPI da Petrobrás receberam previamente as perguntas que lhes seriam feitas pelos senadores.

Antes de mais nada vamos divagar sobre o instituto da representação política.
Deputado é aquele que representa o povo, aquele que é escolhido pelo voto para atuar nas câmaras federal e estaduais, e com o nome de vereador nas municipais, para promover as mudanças legislativas e a fiscalização da aplicação das leis no âmbito das políticas públicas.

Isto quer dizer que o DEPUTADO me representa.

Senador é aquele escolhido pelo voto popular para representar os interesses da república. 

O exercício do mandato do senador é direcionado para a defesa da república e dos interesses republicanos. 

Ele legisla e fiscaliza como faz o deputado, mas com a visão da coisa pública e dos interesses federativos.

Isto quer dizer que o SENADOR representa a República.

Isto tudo é a teoria, pois já estamos cansados de ver que deputado não representa povo e senador não representa a república.

O pior disto tudo?

Eles são fiscais deles mesmos.

A nós, povo, só nos cabe não elegê-los na próxima eleição.

Nosso voto é de confiança, mas a quebra da confiança não os atinge.

E quando a patifaria não encontra freios dá no que estamos vivendo.

Tem gente que já aceita ter militares no poder, como se eles fossem a salvação.

Tem gente que aceita que as liberdades sejam diminuídas para que tenhamos respeito.

É bom que pensemos no que isto significa para não trabalharmos, novamente, para trocar as moscas.

A podridão é estrutural.

O fedor não é causado pelas moscas.

Mosca é consequência.

Consequência de uma mentalidade subserviente, em que o patrão (o povo) deve bajular seus empregados (políticos) para conseguir que eles ‘façam de conta que trabalham’ em prol de benefícios coletivos.

Esses que foram citados por VEJA nesta semana devem ser denunciados ao Conselho de Ética por quebra dos deveres da representação para os quais foram eleitos.

Um cidadão que faz o que estes representantes da República fizeram não merece continuar com o munus público de representante, muito menos ser chamado de excelência.

Quem vai ter a coragem de quebrar o corporativismo que blinda qualquer deles?

Certamente isto não partirá dos que detém a competência e a obrigação. 

Teremos nós, o povo, que fazer nossas vozes serem ouvidas.

Certo que não escolhemos santos para nos representar, afinal nem nós os somos, mas também não precisa exagerar. 

Um pouco de dignidade sempre cai bem.

09 de agosto de 2014
Jorge Sarkis é Advogado.

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