Certas coisas são inexplicáveis. Por mais que se queira creditar a burrice do eleitor brasileiro para a incrível cegueira para as mazelas éticas e legais dos candidatos ou a uma alienação política bestial; não se pode encontrar qualquer justificativa para os resultados das recentes pesquisas eleitorais realizadas tanto para o governo estadual (aqui me refiro ao meu estado, o Rio de Janeiro), quanto para o governo federal.
Se analisarmos apenas o que vem sendo dito até agora pelos candidatos mais bem posicionados na corrida para o governo do Rio, todos os problemas do estado (quiçá do planeta Terra) serão solucionados em suas administrações, através de seus fantásticos dotes de gestores.
Garotinho lidera as pesquisas com larga vantagem sobre o segundo colocado (Crivella). Contudo, esse é um fato facilmente incluso na tal categoria de bestialidades inexplicáveis, porque o referido candidato é simplesmente um poço sem fundo para denúncias de irregularidades, maracutaias e toda sorte de ilícitos que um político pode cometer.
Em sua última oportunidade a frente do governo estadual, Garotinho foi investigado pela criação de uma máfia de fiscais – encabeçada por seu assessor Silveirinha – responsável pela quase falência dos cofres do Rio de Janeiro. Logo depois, já no governo de sua esposa (Rosinha), foi (juntamente com ela) acusado de chefiar outra máfia que loteou delegacias e desviou milhões de reais dos cofres públicos para enriquecimento próprio e para os cofres do seu partido (com farta comprovação através de escutas telefônicas e registros financeiros).
Com fartos recursos monetários e graças à morosidade da justiça, Garotinho e seu clã, sempre escapam da cadeia beneficiados com a prescrição dos crimes (quando são condenados) ou por recursos intermináveis e jamais julgados por juízes “camaradas”.
Mesmo assim, suas desastrosas administrações (além dessa enxurrada de supostas falcatruas) já o credenciariam para encabeçar a fila de políticos que deveriam ser banidos para sempre da vida pública nacional. Se não pela lei, pela vontade do eleitor.
Já o segundo colocado nas pesquisas, o senador Crivella, é uma daquelas figuras enigmáticas da política. Nunca fez nada de relevante em sua carreira política. Vive de propaganda eleitoral e não possui qualquer peso no cenário do Senado Federal. Mesmo agora, diante de um ministério, é incapaz de fazer algo que preste com o poder que lhe foi concedido e passa pelo governo Dilma como um fantasma visível apenas pelos “iniciados” e habitando um “mundo espiritual” só existente na propaganda partidária ou nos Diários Oficiais.
Apesar de sempre afirmar não ter fortuna (teria doado tudo), ostenta claros sinais de riqueza e, volta e meia, tem questionada sua idoneidade e sua postura fundamentalista ligada diretamente a uma subserviência explícita as vontades da Igreja Universal.
É outro ausente e irrelevante contumaz que, em todos os anos de mandato, nada acrescentou ao Rio e muito menos combateu com empenho ou destaque por qualquer causa de interesse do povo fluminense.
O terceiro colocado, o senador Lindbergh Farias é um caso especial. Líder do movimento Fora Collor, em poucos anos, se transformou em vassalo assumido do ex-presidente e “beija-mão” de corruptos notórios no Congresso Nacional.
Sua administração a frente da Prefeitura de Nova Iguaçu foi criminosamente desastrosa e lhe rendeu inúmeros inquéritos, processos no STF e condenações por improbidade. Levou um município teoricamente rico, grande arrecadador de impostos graças as suas indústrias e ao forte comércio, a beira da falência e arruinou os já péssimos sistemas de saúde e de educação da cidade.
Aprimorou, com o auxílio de Lula, a arte da demagogia e pretende passar a imagem de “novidade” e de “grande administrador”. Mas, se houvessem leis de verdade em nosso país e o Poder Judiciário prestasse para alguma coisa; já deveria estar (junto com seu mentor) atrás das grades faz tempo.
Como você pode perceber, caro leitor, por mais paradoxal que pareça, os três principais candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro são os piores elementos possíveis para ocupar um cargo de tal importância. Elementos comprovadamente incompetentes e possivelmente mais preocupados com o seu próprio enriquecimento do que com o bem-estar de uma população entregue a violência dos bandidos e ao abandono das instituições.
A única justificativa plausível que resta para que esses senhores ainda figurem como forças potencialmente poderosas na política do Rio de Janeiro e do país é a insustentável burrice do ser humano que insiste em aplaudir (votar) e prestigiar os seus próprios algozes.
E você, o que pensa disso?
06 de novembro de 2013
arthurius maximus
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